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A Vez Dela

2177 palavras | 3 |4.20
Por

Após mais um dia frustrante, Karen chega em casa cansada e recebe a visita inesperada de Sara, sua amiga.

Com sua mochila pendurada nos ombros, a menina descia da saída do colégio. Ela suspirou e viu o ar sair de sua boca. Era uma das épocas mais frias do ano, e isso era muito para sua cidade, um lugar quente na maior parte do ano.
Logo ao seu lado, passava um grupo de meninas conversando alto. Elas riam, pareciam se divertir. Ouvindo um pouco da conversa, a menina descobriu que estavam combinando de ir ao karaokê.
Ela respirou fundo e seguiu em frente. Karen sabia que isso não teria nada a ver com ela, afinal, suas colegas nunca a convidaram. Não teriam motivo para fazer isso. Ela cresceu ouvindo sobre como se portar e o que falar, em relação ao que desejava.
O tempo todo ficando em silêncio e guardando sua vontade de falar e rir com as colegas, porque isso não era a maneira certa de agir. Sua expressão séria se eternizou em seu rosto.
Aquele era só mais um dia frustrante em sua vida. Não havia quem culpar, ela sabia que era sua culpa.
Enquanto a menina descia o morro, o vento gelado balançava seus cabelos pretos e ela pressionava os lábios para dentro da boca, para evitar que ficassem ressecados. Não demorou muito para chegar em casa.
Karen balançou os cabelos, que ficavam na altura do ombro, e os puxou ao redor de sua orelha. E enfim, tirou seu casaco e o pendurou no cabide, descalçando os sapatos logo em seguida.
Ao ver o número de calçados ali na entrada, já sabia que somente a mãe estava ali. Filha única, ela morava com os pais e a avó.
▬ Cheguei. ▬ Karen soltou sua voz, alta o suficiente para ser ouvida, mas ainda assim baixa para que não reclamassem.
Sem esperar por uma resposta, ela seguiu pelas escadas e caminhou até seu quarto. Finalmente ela podia descansar. Pelo menos ali ela teria privacidade.
Sua rotina era cheia. Karen fazia aulas de música, de dança tradicional, tinha horários de exercício físico e sua mãe deu até conta de colocar práticas de meditação no meio da semana. Aquele horário após a aula era o único tempo que ela tinha para descansar.
Ela tirou sua calça e se sentou na cama. Seu corpo se virou, próximo ao chão, onde ela pegou uma caixa. Ali dentro estava a única coisa que ela fazia porque gostava, porque ela mesma decidiu começar.
Duas grandes agulhas, um novelo de lã e um pedaço já montado com linhas. Karen ainda praticava, mas sentia que havia melhorado bastante desde a última semana. Com uma revista ao lado, ela olhava os movimentos que precisava fazer pra conseguir tricotar.
Enquanto ela puxava a linha com o dedo indicador, o resto de seus dedos passava a agulha em movimentos circulares para amarrar um fio de lã ao outro. Seu foco era tão grande que não percebeu a janela de seu quarto se abrindo.
Assim que ergueu seus olhos, já era tarde demais. Uma garota saltou sobre a cama e se aproximou dela.
▬ Oi! ▬ A menina abriu um sorriso ao ver que Karen havia notado sua presença.
▬ Sara! ▬ Ela recuou por instinto, mas voltou para a posição que estava antes. ▬ Já te falei pra não entrar pela janela. Minha mãe tá em casa.
▬ Mas ela mal entra no seu quarto, não faz mal. ▬ Sara girou seu corpo e deitou de barriga pra cima, relaxando sobre a cama da outra.
▬ Mas ela vai entrar se ouvir a sua voz. ▬ Karen suspirou e voltou a prestar atenção no pedaço de lã em suas mãos. ▬ Como foi hoje?
▬ Uma chatice, como sempre. ▬ A outra respondeu com um bico nos lábios.
Sara era a única pessoa com quem Karen podia ser ela mesma. Era sua amiga desde a infância e extrovertida o suficiente pra não deixar que ela ficasse quieta no próprio canto.
▬ E pra você? ▬ Sara virou seu rosto na direção dela.
▬ Também. ▬ Karen girou seus olhos castanhos para o lado.
▬ Estudar em escolas diferentes é um saco. Eu sinto tanto a sua falta. ▬ Reclamando, Sara rastejou sobre a cama e depositou seu rosto acima das pernas de Karen.
Ela se movia balançando seus cabelos castanhos lisos e curtos, que assim como o da outra, também ficavam na altura dos ombros. Suas bochechas geladas se esfregavam pelas pernas quentes de Karen.
▬ É mesmo… ▬ A outra tentava manter seu foco no tricô, mas pensava no que responder. Ela deveria dizer que também sentia falta? Apesar de sentir mesmo isso, algumas coisas eram mais difíceis de simplesmente falar.
▬ O que é isso que você tá fazendo? ▬ Virando seu rosto para ela, Sara apontou para as mãos de Karen.
▬ Tricô. ▬ Ela respondeu sem pensar.
▬ Isso eu sei, tô falando do que você tá fazendo. ▬ Sara riu e aproximou seu rosto um pouco mais. Suas bochechas passavam por cima dos joelhos da outra.
▬ Ah, não é nada específico. Eu tô só aprendendo. ▬ Karen não riu, apenas continuou falando após dar outra olhada na revista que estava ao seu lado.
▬ Faz alguma coisa pra mim. ▬ As bochechas de sua amiga finalmente encostaram em suas coxas quentes. A temperatura do quarto era maior que do lado de fora, Karen era grata por isso.
▬ O que você quer? ▬ Seus olhos castanhos se voltaram para a menina e em seguida para o tricô.
▬ Uma touca. Eu acho tão fofo, sempre quis usar uma.▬ Sara respondeu com os lábios voltados para a pele de Karen.
▬ Está bem, eu vou pensar… ▬ Sentindo cócegas, a menina tremeu suas pernas.
Enquanto ela focava em seu tricô, Sara começou a depositar pequenos beijos ao longo de suas coxas, eventualmente chegando em sua virilha. Ali, ela ergueu a cabeça e afastou levemente a camiseta da menina.
▬ Calcinha rosa. ▬ Sara riu.
▬ O que tem? ▬ Karen puxou a borda da camiseta para baixo, tentando esconder sua roupa íntima.
▬ Você usa tanto preto, não pensei que fosse ver logo essa cor. ▬ Assim que a menina soltou a roupa, Sara voltou a beijá-la, eventualmente encostando seu nariz no tecido da calcinha.
▬ O que você pensa que tá fazendo? ▬ Karen olhou por cima de seu tricô novamente.
▬ O que você acha? ▬ Sara não se importou com seu olhar e a cheirou ali.
▬ Ei, eu não tomei banho ainda. ▬ Mesmo que estivesse alertando, Karen não se moveu do lugar.
▬ Eu não ligo. Não é como se o seu cheiro fosse mudar. ▬ Depois de cheirar, ela começou a distribuir beijos por cima do tecido.
▬ Tarada. ▬ A menina voltou a focar em seu tricô.
Insistindo, Sara moveu seu nariz entre as coxas da menina, o que a forçou a automaticamente abrir um pouco suas pernas. Ali, ela tinha acesso completo à sua virilha.
▬ Obrigada. ▬ Ela uniu as palmas das mãos e sorriu antes de tocar seu rosto na calcinha de algodão de Karen.
Não é como se ela não gostasse disso, mas como deveria reagir em um momento como esse? Era apropriado dizer o que sentia ou deveria só ficar em silêncio? Ela sentia os lábios de Sara passarem por seus grandes lábios, mesmo que com um tecido entre eles. De repente, algo além deles a tocou.
Seu rosto, já vermelho, se voltou para baixo, e teve a visão de suas pernas abertas e o rosto de sua amiga entre elas. As mãos de Sara rastejaram pela cama, dando a volta em torno da cintura de Karen e pegando nas bordas de sua calcinha.
Karen sabia que o que sentia era a língua da menina. Por um momento, ela até sentiu vergonha, mas como poderia pará-la àquele ponto?
E antes que ela pudesse decidir se contestaria ou não, sua calcinha foi puxada para baixo.
▬ Ei! Eu já te falei que a minha mãe tá em casa! ▬ Karen cochichou para sua amiga, já preocupada com o que poderia acontecer.
Elas estavam indo longe demais, porém nunca haviam ido tão longe. Em resposta, Sara somente sorriu.
▬ Então fica quieta. ▬ Ela botou a língua para fora e desceu seu rosto de volta entre as pernas da outra.
▬ Idiota… ▬ Karen escondeu o rosto com a peça de lã que antes tricotava e sentiu a língua de Sara passar por entre seus lábios.
Ali embaixo, Sara via a vagina de Karen, pequena e coberta por uma grande quantidade de pelos pubianos. Era necessário erguer os tufos de cabelos pretos para poder alcançar sua pele. Tocando-a na ponta da língua, ela podia sentir o gosto misto de doce com amargo.
Se suas pernas e coxas já estavam quentes, então sua virilha estava ainda mais, o suficiente para que a menina sentisse um calor abafado em seu rosto. Sua língua deslizava pela extremidade dos lábios da menina e subia em direção ao clitóris. Da mesma forma que com os pelos, Sara precisava colocar sua língua por dentro do pequeno capuz de pele para alcançar a parte que ela sabia que daria prazer a Karen, que, por sua vez, tremia.
Já não conseguia mais prestar atenção no que estava fazendo e usava a peça de lã que havia tricotado para cobrir sua boca. Sua mãe poderia estar do outro lado da casa, mas mesmo assim, era perigoso demais fazer qualquer barulho.
Sua buceta estava molhada, mas não era somente por causa da saliva de Sara. Aquilo, no fundo, era humilhante. Como ela poderia só ficar parada, sentindo a língua de sua amiga percorrer sua parte mais íntima sem fazer nada em troca. O que ela deveria fazer? Deixar acontecer ou retribuir?
Não, ela já fazia demais pelos outros. Obedecer a sua mãe e sua vó, fazer tudo sem reclamar, estudar as coisas que elas exigiam e permanecer em silêncio até mesmo quando tinha o que dizer. Karen tinha tão pouco tempo para fazer o que gostava, e por se fechar tanto, acabou tendo uma má reputação na escola. Muito séria, muito estudiosa, não podia se divertir com os outros. Até quando ela teria que aturar isso?
Então, naquele momento ela decidiu que seria egoísta.
Ao invés de só ficar parada, ela flexionou suas pernas e, com elas, envolveu a cabeça de Sara, surpreendendo a menina. Em seguida, ela segurou com leveza os cabelos dela e moveu seu quadril para cima e para baixo.
Dessa forma, ela sentia com ainda mais intensidade os lábios da menina, sua língua e até mesmo seu nariz, mas Sara não se importava. Ela estava ali para isso e continuaria naquela situação até satisfazer a menina que tanto gostava.
Toda vez que sentia a ponta do nariz da menina passar por seu clitóris, Karen tremia suas pernas sem se controlar. Um frio se instalava em sua barriga, mas ela só conseguia querer mais. Sua boca não se atrevia a abrir para gemer, mas ela precisava respirar.
Para piorar, ou melhorar, ela ainda conseguia sentir a língua de Sara explorando entre os lábios de sua buceta. Era uma sensação estranha, quente, que em outro momento poderia causar vergonha, mas ali, ela só conseguia querer mais.
Esfregando sua buceta no rosto de sua amiga, ela finalmente perdeu o controle do quadril. Pequenos espasmos ocorreram enquanto ela apertava os olhos e a boca. Nada poderia sair daquele quarto e, como planejado, nada saiu.
Suas pernas se abriram, relaxando e dando abertura para que Sara retirasse sua cabeça dali. A menina respirou fundo, aliviada. Seu rosto estava inteiro molhado, melado e babado, ela lambia os próprios lábios, saboreando o que ainda podia.
O ar quente do quarto era gelado perto da virilha de Karen. As mechas de cabelo da franja de Sara grudavam em sua testa por conta do suor. Movendo-se lentamente, ela se deitou ao lado da menina.
▬ Obrigada… ▬ Depois de decidir em silêncio o que dizer, Karen resolveu cochichar mais uma vez.
▬ Imagina, eu que agradeço. ▬ Com um sorriso, Sara se aproximou do rosto dela, pronta para beijá-la, mas a outra se afastou. ▬ Eu não mereço nem um beijo?
Ela riu do rosto envergonhado de Karen. Ao lado de seu corpo, sentiu a mão dela segurar a sua.
▬ Você quer… ▬ Karen largou as agulhas e a peça de lã sobre o peito e virou seu rosto para o outro lado. Sentiu que era a coisa certa a se dizer naquele momento. ▬ …namorar comigo?
▬ Hã?! ▬ Sara arregalou os olhos. ▬ Como assim? A gente já não tava namorando?
▬ Ah? ▬ Karen ergueu as sobrancelhas, igualmente surpresa. ▬ Desde quando?

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3 Comentários

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  • Responder Um leitor ID:1dak6ftim3

    E eu que salvei este post seguindo seu criador, esperando por uma continuação e tristemente nada. Não abandone a idéia. Esse texto foi o melhor que já li em toda a plataforma

    • Tippy123 ID:1eno45rvptyi

      Oi, fico muito feliz que tenha gostado, mas infelizmente esse conto especificamente foi feito pra ser uma coisa só, já que era só um estudo de personagem pra um projeto não-erotico meu.
      Posso até pensar em alguma sequência, porque ainda gosto dessas personagens, mas não posso prometer nada.
      Você já deve ter lido, mas eu recomendaria minhas outras histórias, já que ainda planejo um dia continuar, quando eu tiver meu tempo novamente.

  • Responder Um leitor ID:1dak6ftim3

    Muito Bom! Só falta a sequência.

    Bem escrito. Incita a curiosidade, revela fatos de forma organizada, cria expectativas e ainda causa prazer