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O cruzeiro

5502 palavras | 5 |3.75
Por

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Nota do Autor: Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real, é mera coincidência.
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– Papai, eu e o Patrick vamos casar.-
Paul se esforçou para não engasgar, e terminou de beber o copo de água que estava tomando, tentando aparentar a máxima calma.
O dia anterior, que era uma sexta-feira, tinha sido surpreendido pelo convite peremptório que recebera para o almoço, no sábado, na beira da piscina de sua casa.
Quando, no meio-dia do sábado, chegou à mesa e lá estavam Jane com seu namorado Octave, sua filha Karol, e outros dois jovens comensais negros, que foram-lhe apresentados como Patrick e Beth, a irmã dele, Paul já suspeitou que algo ia rolar.
– Quando pretendem casar-se?-
– Em junho. Vamos casar em Miami, na casa do vovô. Já falei com vó Florence, ela vai organizar tudo.-
-Ah!-
Paul era o último a saber, mas já estava acostumado com isto.
Fora assim no seu próprio casamento, em 2001.
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Ele tinha ido estudar em Harvard e, em junho de 2001, tinha acabado de regressar para a casa de seus pais, já formado em história, e tinha começado a trabalhar na firma de seu pai, quando seu pai surpreendeu-o:
– Não se preocupe, que já passei para o jurídico a minuta de acordo pré-nupcial.-
Intrigado, Paul perguntou:
– De que raio de acordo pré-nupcial você está falando?-
– Ora bolas! De teu casamento com Jane, a moça que você engravidou.-
Mais tarde Paul veio a saber que seu pai fora contatado pelo pai da Jane, e os dois tinham fechado já um acordo, que previa o casamento reparador com o mandatório acordo pré-nupcial, já que a família de Paul era riquíssima.
Na hora custou-lhe um pouco de esforço, mas acabou lembrando-se de Jane, uma loirinha do primeiro ano, que conhecera em uma festa.
Ele, que tinha sido um aluno exemplar por praticamente todo o curso em Harvard, acabara, porém, por cair na farra nas últimas semanas antes da graduação, carregado pelos colegas mais festeiros da turma.
Nestes últimos dias de universidade participou a todas as festas possíveis, tomou porres homéricos, acabou perdendo a virgindade, e transou com uma meia dúzia de moças, entre as quais Jane, com a qual não tinha trocado uma palavra sequer fora daquela ocasião.
Ele podia jurar que sempre utilizara camisinhas, mas com tanto álcool na cabeça que tinha naqueles dias, era melhor não colocar a mão no fogo.
Jane era filha de uma família de classe média de Boston, que fizera questão que eles se casassem nesta cidade.
Os país dela de um lado não tinham gostado que a filha interrompera o curso, para o qual tinham guardado dinheiro desde que ela nascera, de outro lado percebiam que ela tinha dado o golpe do baú ao casar-se com o herdeiro de tanta fortuna.
A parte a cerimonia, no pátio de um clube, que foi planejada pelos pais de Jane, todo o resto foi organizado pelo pelos pais de Paul.
Paul e seus pais viajaram, com um jatinho fretado, de Los Angeles a Boston, na mesma manhã do casamento e, após o casamento e o refresco, este mesmo jatinho voltou para Los Angeles, com escala em Niagara Falls, para deixar os recém-casados.
Paul acabou vendo a Jane, pela primeira vez depois da festa de arromba na qual engravidara-a, na frente do Juiz de Paz.
Tinha que admitir que se tivesse esbarrado com ela na rua não a reconheceria.
Era uma moça sem dúvida graciosa, que chegava a ser bonita com seu traje de noiva.
Após o refresco, uma limusine levou os dois para o aeroporto.
Subiram no jatinho, onde já esperavam os pais de Paul.
Em Niagara Falls outra limusine estava esperando para leva-los para o hotel.
Quando finalmente chegou o momento de “enfim sós”, no quarto do hotel, Paul sentiu-se bem desconfortável.
Estava junto a uma perfeita desconhecida, e totalmente sóbrio.
Veio em socorro a garrafa de champanha que a direção do hotel tinha deixado como cortesia para os noivos.
– Jane, eu vou abrindo o champanha, assim a gente brinda, quando você sair.- gritou Paul à esposa que tinha entrado no banheiro para trocar de roupa.
Sem esperar resposta, Paul abriu a garrafa, encheu dois copos, e tomou o resto no gargalo.
Depois despiu-se e foi esperar a noiva deitado na cama debaixo dos lençois.
Já anestesiado pelo álcool, Paul assistiu a saída da Jane do banheiro.
Mesmo não sendo extremamente bonita Paul teve de admitir, que Jane ficara extremamente sexy, com a camisola transparente, aberta sobre um conjunto de calcinhas e soutien de fina renda branca.
Ela era tinha uma tez bem branca, era bem magra, e a barriguinha de quatro meses ainda não se notava.
Finalmente o cabelo loiro estava solto, e este detalhe era um dos poucos que lembrava daquela confusa noite no campus, de poucos meses atrás.
Ela veio para cama, ensaiando seu andar mais sexy, e veio beijar o marido.
Pelo hálito ela sentiu que Paul já tinha bebido.
Paul passou-lhe o cálice e disse:
– Saúde!-
Ela deu somente uma bicada e devolveu o cálice para o marido:
– Bebe você, por favor, que eu não posso.-
Paul não se fez de rogado e tomou o conteúdo do copo em um só gole.
Ela entrou debaixo dos lençois, tirou discretamente as calcinhas e beijou Paul.
Sua mão foi até o pau dele e sentiu-o a meio riste.
Começou a punheta-lo e quando sentiu que estava suficientemente rijo disse ao marido:
– Vem, meu amor, vem fazer amor comigo.-
Paul deitou-se encima da esposa e buscou com a ponta do pau a boceta dela.
Encontrou-a bem lubrificada e a penetração foi fácil.
Mal sabia ele que Jane tinha se preparado com lubrificante íntimo enquanto estava no banheiro.
Para Paul fora como se estivesse perdendo a virgindade naquela hora, pois as vezes anteriores estava demasiado bêbado para se dar conta do que estava acontecendo.
Paul acabou gozando depois de alguns minutos, Jane fingiu gozar também, foi aprazível para os dois, mas não totalmente satisfatório.
Depois disto virou cada um pro seu lado e dormiram.
Foi mais ou menos assim durante toda a semana que durou a lua-de-mel.
Durante estes dias Paul começou a ficar agoniado pela vontade de recomeçar a trabalhar, coisa que estava começando a gostar de verdade, e foi um alívio para ele quando o jatinho regressou para leva-los a Los Angeles.
Uma vez voltado para sua cidade, Paul recusou o convite de seu pai, para que o casal fosse morar na grande casa em Beverly Hills e, ele e a esposa, mudaram-se para um bom apartamento que alugara em Downtown.
Este apartamento tinha a vantagem de ficar perto do escritório da firma onde ele trabalhava.
Quando nasceu Karol, Paul ficou embasbacado com a paternidade.
Quando estava junto com a bebê, ele não cansava de pega-la no colo, ficava brincando por horas com ela, e seguia interessadíssimo seus progressos de crescimento.
Para tristeza de Paul, esta fase de pai não durou muito, pois em 2004 Jane separou-se dele, levando junto a filha.
De novo, fora seu pai a avisa-lo, informando-o que o assunto do divorcio já estava encaminhado na mão dos advogados.
Jane logo casou-se com um milionário da costa leste e foi morar em New York.
Para Paul foi um baque terrível separar-se da filha.
Entregou o apartamento, voltou a morar no seu quarto de solteiro na casa de Beverly Hills, e fechou-se em si mesmo, mergulhando no trabalho para esquecer.
Em 2013 a fortuna do pai de Paul, impulsionada principalmente pelo tino do filho, alcançou o bilhão de dólares, e este feito subiu-lhe à cabeça.
Comprou uma mansão futurista de 50 milhões de dólares em Holliwood Hills e mudou, junto com a família, para lá.
Não contente disto, poucos meses depois, comprou uma mansão em Miami e um yacht, que rebatizou Florence, em homenagem à esposa.
Retirou-se, então, na Flórida, deixando todos os negócios na mão de Paul.
Paul, sozinho naquela enorme mansão, sentiu um grande mal-estar.
Decidiu retirar-se para morar na menor das duas dependências de hospedes, colocando no quarto sua velha cama de solteiro, recuperada da antiga casa de Beverly Hills antes que fosse vendida. Esta dependência, além da suíte, tinha uma salinha com, em um canto, uma pequena cozinha com copa, onde ele podia consumir suas refeições e eventualmente cozinhar, quando em casa.
Além disto tinha entrada independente, com uma vaga para ele estacionar seu anônimo Toyota Corolla, que ele mesmo dirigia para ir trabalhar todo dia útil.
O edifício principal da mansão ficou assim vazio, mas não abandonado, pois Paul não despediu nenhum dos numerosos empregados, que ficaram com a incumbência de fazer a manutenção da mansão, sob a atenta supervisão de James, o eficiente mordomo da casa.
Assim, pelos cinco anos seguintes, Paul levou uma vida pacata em seu eremitério.
De segunda à sexta, saía bem cedo com seu Corolla, parava em uma lanchonete na beira da estrada para desjejuar, e chegava no trabalho antes de todo mundo,
Meio-dia esquentava no microondas, na copa anexa a seu escritório, a comida congelada que a cozinheira da mansão preparava e ele trazia, todas as segundas-feiras para o trabalho.
À noite ele voltava para casa, lanchava e ia dormir.
No fim de semana ele dedicava-se a seu hobby favorito: a leitura de ensaios de história, e também passeava nos bosques das colinas nas redondezas da mansão.
Em 2018, Paul recebeu um recado de seu pai avisando que autorizara à Jane vir morar na mansão, já que ela divorciara de seu segundo marido e queria voltar a morar em Los Angeles.
O dia seguinte Jane chegou, acompanhada por Octave, um homem da mesma idade dela, que era claramente seu mancebo, e pela Karol, que já tinha 17 anos.
Para Paul foi uma grande decepção reencontrar Karol, que agora já não era mais uma adorável menininha, mas tinha virado uma adolescente mal-educada.
Em todo caso Paul mandou o James separar e preparar duas das oito suites do edifício principal para Jane e seus agregados.
Bastante desgostoso com a transformação de sua filha, Paul continuou a viver no seu canto, praticamente nunca esbarrando com seus novos hospedes.
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– Então, parabéns para os noivos.- disse Paul, levantando seu copo de água.
– Pai, eu te lembro que você vai ter que comparecer à cerimônia. Não pode fazer como no meu aniversário o mês passado e, simplesmente, não dar as caras.-
De fato, fazia pouco mais de um mês, no final de fevereiro, recebera por e-mail o convite para a festa dos dezoito anos de Karol, que ia rolar entre o grande salão e a beira da piscina da mansão.
Tinha decidido ignorar este convite, permanecendo na sua toca durante toda a festa.
Graças à entrada independente e ao fato que as janelas de sua dependência davam para o talude que marcava o limite do terreno, pôde furtar-se de ver a festa, mas estas barreiras não puderam evitar que o alto som o mantivesse despertado a noite inteira.
– É que estava com enxaqueca.- tentou desculpar-se Paul.
– Estou sabendo.- respondeu ironicamente Karol – Porém não vai ter enxaqueca no meu casamento. Esta bem?-
Paul preferiu ficar calado, pegando de seu prato uma garfada da excelente salada de arroz que preparara a cozinheira.
Desta vez foi Jane a quebrar o silêncio:
– Tem mais uma coisa, querido, Karol vai passar sua lua de mel em um cruzeiro, de um mês, no Florence e é seu desejo que todos nós embarquemos com ela.-
Desta vez Paul não conseguiu evitar de engasgar-se com o arroz que tinha na boca.
Foi o Patrick que veio em seu auxilio, dando-lhe uma enérgica palmada nas costas.
– O que!?- exclamou Paul, quando conseguiu recobrar o fôlego.
– É isto mesmo! Todos nós juntos. Infelizmente teu pai não vai poder vir por causa do acidente, mas, exceto ele, todos da família virão.-
O pai de Paul tinha sofrido, em janeiro, uma banal queda doméstica, que tinha porém ocasionado a fratura da cabeça do fêmur, e agora estava com a mobilidade reduzida.
– Infelizmente, não vou poder participar do cruzeiro. Sabe como é! O trabalho não deixa.-
De novo foi a Jane que rebateu:
– Já falei com teu pai. Ele acha ótimo que você tire umas férias. De fato ele me disse que a última vez que você tirou férias foi quando a Karol nasceu.-
– Mas não dá mesmo! Junho é um mês pesadíssimo para a firma.-
– Teu pai me mandou dizer que, se for o caso, ele vai te ordenar de tirar férias.-
Paul ficou em silêncio, mastigando furioso o arroz.
Estava sem saída!
Mesmo sendo Paul que há anos tocava a firma, nominalmente o patrão ainda era seu pai, e ele era um simples empregado.
Terminada a salada de arroz, que era a entrada, Paul pediu licença e retirou-se no seus aposentos, onde passou o resto do fim de semana remoendo os fatos.
Com a segunda-feira voltou o trabalho e, graças a ele, Paul recobrou aos poucos uma parcela de sua serenidade.
Em junho, na véspera do casório, resolveu ir para Miami com um vôo comercial, evitando de viajar no jatinho fretado usado pelos noivos e acompanhantes.
Chegando de taxi na mansão do pai, conseguiu evitar de encontrar pela casa o pessoal de Los Angeles, e foi diretamente encontrar-se com seu pai na biblioteca no andar térreo.
Paul tinha encontrado o pai na festa de ação de graças do ano anterior, quando tinha vindo fazer sua tradicional visita anual.
Encontrou-o bastante abatido, sendo que caminhava com a ajuda de um bastão de passeio, com uma enfermeira de meia idade, que o seguia feito uma sombra.
Depois de cumprimentar Paul com um abraço, o pai sentou-se atrás da grande escrivaninha que havia no local e dispensou a enfermeira.
– Como vai, pai?-
– Vou levando. Agora tenho esse pitbull que me segue até no banheiro. Se pelo menos tua mãe tivesse escolhido uma enfermeira jovem e bonita, mas não! Tinha que escolher a Lucille.-
– Como você sempre me disse: não se pode ter tudo na vida. Agora, me explica o que você me aprontou, obrigando-me a fazer um cruzeiro com toda aquela turma que não suporto.-
– Ok, você não suporta eles. Está bem! Diga-me, então: quem você suporta?-
Paul ficou calado, pois não saberia responder a esta pergunta, então o pai seguiu:
– Você deve aprender a conviver com as pessoas. Infelizmente eu não poderei ir, mas lá estará tua mãe e também tua filha, além de gente que você não conhece, mas que, a princípio, poderiam ser ótimas pessoas.-
Paul ainda conseguiu dar um abraço em sua mãe, antes de retirar-se na suite que ele tinha reservada na mansão e aí ficar até o dia seguinte, na hora da cerimônia.
Logo na saída do quarto foi interceptado pela sua ex-esposa.
– Paul, você é impossível! Onde se escondeu este tempo todo? Vem que te apresento ao pessoal.-
Primeiro passaram a cumprimentar os pais da Jane, depois ela apresentou-lhe os pais de Patrick: Arminda e Sebastian, um casal negro, de meia idade, ligeiramente sobrepeso.
Talvez por parecer pouco a vontade, como ele mesmo se sentia, Sebastian caiu logo na simpatia do Paul.
Jane levou embora Arminda, e Paul e Sebastian começaram a conversar.
Mesmo sendo um leigo, Sebastian gostava de história, e logo começaram a discursar sobre a guerra civil americana.
Paul ficou tão empolgado com o tema, que não se deu conta que tinha chegado a hora da cerimônia.
Florence veio busca-lo para que conduzisse a noiva ao altar montado no jardim.
Paul estava esperando no lugar marcado, quando Karol apareceu, sabe-se lá donde, colocou-se a seu lado esquerdo, pegou seu braço e disse:
– Vamos, pai, está na hora!-
Como a tradição manda, Paul conduziu a filha pelo salão, até o Juiz de Paz, e aí a entregou para o Patrick.
No refresco, após a cerimonia, Paul aproveitou para reatar a conversa com o Sebastian, no enquanto tomava água mineral, já que tinha desistido faz anos de bebidas alcóolicas.
Findo o refresco, algumas limusines levaram os noivos e os parentes para o Florence, para iniciar o cruzeiro, que iria terminar em Long Beach, na Califórnia, após passar pelo canal de Panamá.
Ao todo estavam previstas três semanas de navegação.
No embarque, Paul estava furioso com seu pai que tinha dado instruções à sua firma, proibindo expressamente qualquer contato remoto com seu filho, durante toda a duração do cruzeiro.
Paul também surpreendeu-se que sua mãe renunciara a embarcar, dizendo que não achava prudente ficar longe de seu marido por tanto tempo.
A lista dos passageiros era formada, além dos recém-casados, que ocupavam a cabine do armador, por Jane e Octave, Arminda e Sebastian, Beth e Paul.
Para Paul foi disposta uma das cabinas de casal, no enquanto Beth teve que se contentar com uma cabine de solteiro.
Logo começada a navegação, Paul foi buscar Sebastian, para seguir seus diálogos respeito a história americana.
Tudo funcionou bem os dois primeiros dias, depois houve um leve desentendimento entre Arminda e Jane em decorrência do qual Arminda reclamou a presença do marido ao seu lado em tempo quase integral.
Paul então refugiou-se na sua cabine.
Uma manhã, quando estavam navegando no Caribe, a empregada solicitou que ele saíra da cabine para poder arruma-la e ele teve que ir à ponte.
Lá estava fitando o mar, quando foi surpreendido pela Beth:
– Bom dia sumido! Porque você não veio visitar a ilha de Inágua ontem com a gente?-
– É que estava indisposto.-
– Você está sempre indisposto! A Jane tem razão você é um urso mesmo.-
A Beth ficou calada alguns instantes fitando também o mar, depois disse:
– Me fala uma coisa: o que você sabe do Patrick? E do Octave?-
– Bom, o Patrick è teu irmão e o Octave é o namorado da Jane.-
Beth riu e continuou:
– Até aí tudo bem! Mas você sabe o que fazem para viver?-
– Não faço a menor idéia.-
Beth riu de novo e sacudiu a cabeça.
– Então é verdade o que a Jane diz, que você vive em outro mundo. E seguramente você não sabe de nada da briga homérica que teve entre teus pais e Jane, para que meu irmão e tua filha casassem.-
Constrangido Paul teve que responder:
– Não estava sabendo.-
– Então vou te explicar tudo, tim-tim por tim-tim.-
– Octave é um importante produtor de películas pornô, meu irmão é um dos melhores atores da atualidade, é um dos poucos da turma das 14″ de pau e desta seleta turma é o que tem a maior diâmetro. E te asseguro que ele sabe usar esta sua ferramenta: consegue ficar duro por horas, sem ajuda de injeções, martelando o cu de uma moça.-
Ela deu uma risadinha e seguiu.
– Você deve ficar orgulhoso de tua filha: não é toda mulher que consegue agasalhar o mastro dele. E posso te assegurar que ele a enraba praticamente todo dia, desde que começaram a namorar, há dois anos.-
– Eu também trabalho para o Octave. Estreei dois meses atrás, no dia em que completei 18 anos e já fiz uns trinta filmes. Todos eles 100% anal, já que esta é a especialidade de Octave. Infelizmente, por razões legais, não posso contracenar com o Patrick.-
Paul escutava fascinado as palavras da Beth, que abriam diante dele um universo totalmente desconhecido.
O sexo fora para ele uma seqüência de papai-e-mamãe, durante o casamento com a Jane, espaçados pelo menos de uma semana, nos primeiros períodos do casamento, para depois virar quase inexistente com o passar dos meses e, depois do divórcio, nunca tinha tido um relacionamento sequer.
– E teus pais que dizem sobre isto?-
– Eles ficaram sabendo há pouco tempo. Minha mãe não gostou nada. Já meu pai é bem capaz que assista escondido a um filme meu, para bater uma punheta.-
Dizendo isto ela riu de gosto.
– Você já fez sexo com teu irmão?-
Ela riu de novo e respondeu:
– Depende do que você define “fazer sexo”. Ele nunca chegou a colocar seu pênis na minha vagina, já no meu cu, isto é outra história! Ele começou a enrabar-me quando ele tinha treze e eu oito anos. E me enraba ainda hoje, quando Karol deixa. E devo dizer que a Jane também gosta de receber o pau dele no rabo, de vez em quando.-
– Mas Patrick nunca faz sexo normal? Digo na vagina.-
– Sei que fez com a Karol na primeira noite de cruzeiro, por razões de tradição, mas fora disto é bem raro. Ele trabalha exclusivamente para o Octave, que faz filmes 100% anal, e ele gosta mesmo de uma sodomia.-
Paul escutava fascinado a Beth, balançando a cabeça, quando ela fez uma proposta que o deixou de queixo caído:
– Paul, você quer enrabar-me?-
Uma pergunta tão direta, nocauteou Paul, que ficou sem ação.
De um lado ele até achava simpática a Beth, que também era de uma beleza indiscutível, mas uma proposição tão direta o deixara abobalhado.
A empregada, que veio avisar que sua cabine estava pronta, salvou o Paul de ter que responder.
Ele pediu desculpa à Beth e correu na direção da escada.
Enquanto descia precipitosamente os degraus escutou ecoar a risada cristalina da Beth.
Para evitar outros constrangimentos, Paul permaneceu trancado em sua cabine até o fim do cruzeiro, não saindo nem para as refeições.
Acabou encontrando o resto dos convidados na hora do desembarque, e Beth não perdeu a ocasião de zomba-lo discretamente, nesta ocasião.
O dia seguinte da chegada, Paul retomou sua vida costumeira, regressando em sua zona de conforto.
Neste mesmo dia foi contatado pelo James, que informou-o que o seu pai tinha dado instruções para que também Beth se hospedara na mansão.
Paul perguntou se ela ia-se hospedar sozinha ou acompanhada, e surpreendeu-se em ficar aliviado quando James respondera-lhe que ela estaria sozinha.
Em todo caso ele não encontrou nem Beth, nem os demais hospedes da mansão durante as seguintes semanas.
Dois meses após o retorno do cruzeiro, recebeu uma chamada de seu pai.
Depois dos preliminares seu pai disse:
– Então, o que queria-lhe dizer e que quero que você deserde à Karol. O advogado já preparou toda a papelada, é só você assinar.-
– O que!?-
– Você entendeu bem, Paul. Você deve deserdar à Karol.-
– Por quê?-
– O porque não vem ao caso. Você tem que fazer e ponto!-
Uma súbita raiva baixou em Paul: cansara de ser o capacho de seu pai e acatar decisões já tomadas sem sua partecipação.
– Eu não vou fazer isto!-
– Eu estou mandando! Não esqueça que eu sou teu chefe.-
– Não! Você não é meu chefe, nem meu patrão: eu estou me demitindo.- disse, fechando a comunicação.
Logo em seguida, ele mesmo preparou sua carta de demissão, e levou-a ao RH.
Feito isto, pegou seu Corolla e voltou para casa.
O dia seguinte não foi trabalhar e ficou na sua suite.
Estava lendo um livro quando tocou a campainha: era o James.
Com o semblante bem constrangido, James informou-lhe que tinha recebido ordens do pai de Paul para despeja-lo de sua habitação, já que esta, junto com a mansão, eram de propriedade da firma.
Sem perder a calma Paul, com a ajuda do James, carregou no seu Corolla seus pertences mais essenciais e saiu em busca de uma nova moradia.
Foi parar em um motel bem simples à beira da estrada.
Sua situação financiaria não o preocupava.
Graças ao salário de diretor executivo, que recebera durante anos, e aos seus reduzidos gastos, ele juntara um bom dinheiro que o permitiria viver de renda até o final de seus dias.
Estava, sim, um pouco chateado por não trabalhar, pois ele gostava muito disto.
Ele tinha porém uma boa reputação, e não duvidava que encontraria um cargo de alto executivo, em alguma firma concorrente à de seu pai.
Não tinha porém pressa, queria que antes se desfizesse toda a raiva acumulada sob a sua aparente calma.
Algumas semanas depois desta reviravolta em sua vida, estava voltando a pé da lanchonete onde costumava comer suas refeições, quando viu chegar no estacionamento do motel um Lamborghini Aventador Roaster.
Reconheceu no instante o carro: era um daqueles em dotação da mansão de seu pai.
Reconheceu também a motorista que tinha saído do carro: era Beth.
Ela veio na sua direção, carregando uma mochilinha, com um sorriso radioso nos lábios.
Quando esteve na frente dele, compartimentou-o com dois beijinhos e disse:
– Olá Paul! E aí, você não me respondeu ainda: quer enrabar-me?-
Diante da falta de ação do Paul, ela pegou-o pela mão e começou a conduzi-lo até o quarto dele.
Logo que entraram no quarto ela despiu-se em um instante.
Paul teve que admitir que era de uma beleza estonteante.
A pele era de um belíssimo tom negro escuro, os quadris amplos e a cintura fina formavam uma curva estonteante. Os seios firmes, de tamanho médio, tinham mamilos escuros e grossos, o púbis raspado punha em evidência os lábios da vagina que confluíam em um clitóris imponente.
Nenhum piercing ou tatuagem atrapalhava esta beleza natural, quase selvagem.
Ela aproximou-se do Paul, que ficara sem ação e o despiu delicadamente.
Ela ajoelhou-se na frente dele e colocou o pau, ainda mole na boca.
Aos poucos ele enrijeceu.
Quando o pau ficou suficientemente duro, ela começou a enfia-lo na boca e na garganta com força, agasalhando-o por completo e babando bastante.
De repente ela tirou o pau de sua boca, levantou-se e empurrou, sem muita cerimônia, Paul para cima da cama.
Ela colocou-se de cócoras encima dele, enfiando a ponta do pau no seu cu.
Começou, então, uma cavalgada frenética, até ele gozar, enchendo o intestino dela de porra.
Quando ele recuperou as forças, repetiram a sodomia, desta vez com Beth de quatro encima da cama.
Depois que Paul estivera saciado, os amantes ficaram deitados na cama.
Não resistindo à curiosidade Paul perguntou:
– Pela Lamborghini entendo que você ainda esta morando na mansão. É certo?-
– Sim.-
– E a Karol?-
– Também está lá, com o Patrick. Na realidade só você foi embora.-
Paul sacudiu a cabeça e disse:
– Não estou entendendo mais nada!-
– Peraí, que vou te mostrar uma coisa.- disse Beth, pegando um tablet de sua mochilinha.
Ela manejou-o um pouco, depois virou-o para o Paul.
Na tela uma mulher estava fazendo uma dupla penetração anal com dois negros superdotados, no enquanto chupava um terceiro e um quarto estava esperando sua vez.
Quando ela se virou, para satisfazer com a boca este último, Paul a reconheceu: era a Karol.
– E não! Antes que você me pergunte, nenhum destes homens era o Patrick. A ele pareceu inadequado contracenar com a própria esposa, em um filme pornô comercial.-
– E meu pai sabe isto?-
– É claro, é por isto que ele pediu para você deserda-la. Nos acordos informais antes do casamento, que eu te falei durante o cruzeiro, Karol tinha aceitado em não participar de filmes comerciais. Pois é, ela não resistiu.-
– Afinal não aconteceu nada com a Karol?-
Beth riu e respondeu:
– Não! Quando a Florence veio a saber toda a história fechou o tempo para teu pai, e ele teve que voltar atrás em tudo. Ah, pesou bastante o fato que a Karol engravidou durante o cruzeiro.-
Beth fez uma pausa e acrescentou:
– Teu pai até implorou-me para que eu viesse resgatar-te.-
Diante da cara sentida do Paul, Beth riu e disse:
– Seu bobinho! Eu vim porque eu gosto de você. E outra coisa: eu impus a condição que você continuasse banido de tua casinha, mas viesse a morar na minha suite. Afinal não vale a pena ter uma cama imensa e dormir sozinha.-
Já que ele não respondia nada ela beijou-o e disse:
– Por favor, vem comigo, meu amor.-

Epílogo
Amanhã vai ser o dia de ação de graças e o jatinho já está reservado para levar todo o pessoal de Los Angeles, para o tradicional almoço da Florence em Miami.
Hoje Paul, Patrick e Jane, estão comodamente sentados assistindo a gang-bang que tem como artistas Karol, Beth e nove negros superdotados, e como diretor Octave.
Karol, em particular, está radiante com sua barriguinha de cinco meses de grávida.
Este gang-bang é dos bons, com direito a dupla penetração anal, pissing, fisting e lesbianismo, em suma tudo menos a penetração vaginal.
Terminada a filmagem, os casais voltam para a mansão.
Paul adora observar Beth que dirige com segurança a Lamborghini, no enquanto sua sainha sobe até mostrar sua calcinhas brancas.
Chegando na garagem da mansão, Beth estaciona o bólido ao lado do Corolla.
Paul resolveu manter o seu querido carro, bem como não abriu mão do quarto que continua alugando no motel: nunca se sabe.
Pelo resto ele decidiu gozar da vida ao lado da Beth.
Eles deitam nas espreguiçadeiras ao lado da piscina esperando os outros para jantar no gazebo aí perto.
Durante a alegre janta, Octave lança a idéia de fazer uma suruba nesta noite.
Estas surubas são bem freqüentes, e nelas é todo mundo com todo mundo, portanto Paul já teve a ocasião de sodomizar Karol e até a Jane.
Mas é justamente Paul que recusa a idéia, porque já tem um plano em mente.
Então, terminada a janta, os casais se retiram nas respectivas suites.
Na grande cama do quarto da Beth, Paul se esbanja beijando o bonito corpo negro de sua amante.
Quando chega na boceta, lá estaciona, enchendo-a de beijinhos e lambidas e chupando o avantajado grelo.
Não agüentando mais de tesão, ela diz:
– Vem, meu amor, me enraba.-
Quando a boca dele deixa o seu púbis, ela levanta as pernas, para alinhar o cu para uma enrabada à frango assado.
Ela fica surpresa quando o seu amante abaixa-lhe um pouco as pernas e a penetra pela boceta encharcada.
Ela fica surpresa e diz:
– Amor, você está no buraco errado!-
Ele, continuando a adentrar em sua estreitíssima vagina, responde:
– Não, eu quero aqui mesmo. Eu te amo!-
Ela começa a chorar pela emoção.
– Eu também te amo! Vai em frente! Mas com cuidado que não estou acostumada.-
Depois de alguns minutos Paul goza, enchendo de porra a boceta dela.
Eles ficam descansando abraçados.
– Paul, meu amor, cuidado que eu posso ter um filho.-
– A idéia é mais ou menos esta.- responde o Paul, rindo.
Fim

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5 Comentários

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  • Responder ada ID:mt96amrm1

    Só se salvou as ultimas 12 linhas .
    Talvez se você tivesse colocado emoção , humanidade, etc. no ” conto ” ele pudesse ser salvo.
    Aproveita o esqueleto, que já esta pronto e coloca vida (amor, empatia, emoção, tesão, imaginação, paternidade , socialização, etc) no conto , que vai melhorar muito .

  • Responder Sem nome ID:830y27xy43

    Acho que o brasileiro tem tanta sem vergonhisse e putaria no seu habitual, talvez menos agora com tanta frescurite por parte da mídia e direitos inventados pras dondocas frescas que tem medo de dar o cu e viram sapatão, mas mesmo assim acho que tem tanta situação do nosso cotidiano que se faz desnecessario você ir num site norte americano pra buscar conteudo erótico e ficar nesses lenga lenga de “Oh Jow Oh Meury”, pra mim ou você é muito preso em casa ou simplesmente alguem nulo de criatividade.

    • Foda ID:nikqyx340

      Fato

  • Responder Kabel Bastos ID:gqblmkdm4

    Amigo sinceramente deu conto é fraco ! Esta mais para uma histórinha qualquer do que um conto erótico

    • tu001 ID:41ihw6rthrd

      Estou de acordo, o conto realmente é fraco. Fiquei bastante em dúvida se ia publica-lo uma vez concluído.