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Conversa com minha Mãe, casa nova à vista e Beto, sempre meu chato e doce Beto

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Manhã correu tranquila, muita coisa pra fazer mas tinha tempo de sobra, onze e meia quando Beto entrou pra dar uma sapeada, tudo pronto estava pro almoço do Seu Manoel, o doce de abóbora da sobremesa já tava na panela fechadinho desde a véspera, ah lek danado me disse, já tirando um pedação de bacalhau da panela, baum demais lek, se sobrar leva um pouco lá pra tua mãe, resolveu juntar as três mesinhas que tinha lá fora no quintal, ae come todo mundo junto falou, voltou pra oficina, logo depois fecharam ela e veio todo mundo junto almoçar, correu tudo na paz, graças à Deus tava tudo no ponto, comeram até se esbaldarem, fiquei feliz lógico, fiz prá isso mesmo né, Beto levou o panelão de doce pra mesa, colocou bem na frente do Claudionor, come vagabundo, come até entalar disse, tá bom Oliveira, agora traz pros outros, essa panelinha é toda minha falou Claudionor, todo mundo caiu no riso, vá gostar de doce assim nos inferno, disse Murilo mas dava gosto ver Claudionor comendo, pior que nunca engordava o danado, separei um pote de bacalhau e doce pro seu Manoel levar pra esposa dele, ficou feliz ele pela lembrança, lek danado me disse depois Beto, nada mais justo, esse almoço tirando o doce, foi tudo patrocinado por ele, quase na hora de voltarem pra oficina seu Manoel entrou na cozinha, da porta me chamou, vem cá meu netinho, fui lá, ele sem falar nada, tirou uma corrente com pingente de N.Sra de Fátima do bolso da calça e pôs no meu pescoço, não embrulhei pq não é nova nem é presente meu garoto, pra mim é uma transferência, gosto muito de vc, esses olhos pretos teus e esse jeito alegre lembram meu Zequinha todo, quem é Zequinha perguntei-lhe, um anjo que passou na minha vida, viveu comigo doze anos só, depois Deus levou pra Ele, era meu único filho homem, não sabia que o Sr tinha filho falei, tinha e tenho, tá sempre no meu peito, quando olho pra vc, parece que tou vendo ele, o condutor da carroça de leite atropelou ele, bateu a cabeça numa rocha que ficava à beira da via e ali mesmo morreu, ao menos não sofreu, minha esposa nunca mais teve saúde depois disso, tava com os olhos marejados seu Manoel coitado, meus sentimentos eu disse, ele alisou minha cabeça, já faz tempo isso meu garoto, foi lá no meu Portugal, a guerra tinha acabado há pouco, lá se foram 28 anos, tivesse aqui hj ele estaria com 40 anos redondo, use sempre com zelo e carinho essa jóia dele, quando eu também for ao encontro dele, lembre tb com carinho deste veio safado aqui que te gosta tanto, obrigado seu Manoel falei, vou cuidar com carinho, sempre, obrigado por esse presente de Natal, não é presente filho, seu presente virá depois e voltamos lá pro quintal, eita que o lek fez seu Manoel chorar lá dentro disse Preá, de saudade boa Sr Preá, momentos felizes, vamos trabalhar pq vcs tem contas prá pagar e eu também, Oliveira, quero que providencie uma cobertura pra por neste quintal, lugar vc escolhe, uns 4 m por 4 m é o suficiente, veja alguém pra fazer, se não achar vá até a Casa Nova York, lá eles fazem sob medida e entregam aqui, mande me cobrarem na oficina, até sexta da outra semana tem que tar aqui, o presente do meu menino não pode ficar na chuva, precisa de presente mais nenhum não Seu Manoel eu disse, meu garotão, fui mão de vaca a vida inteira, quanta coisa aquele menino me pediu e não dei pq achava caro, só Deus e minha Virgem de Fátima sabem o quanto me arrependo por isso, vamos trabalhar peãozada falou e saiu, lek, esconde doce pra mim senão Assis come tudinho, me disse Claudionor antes de ir, eu ri, Beto ficou, bora safado, vou te ajudar na arrumação aqui, depois vamos pra nossa véia, te quero descansado de noite, com dorzinha hehe, arrumamos as coisas, Beto olhou pra corrente, lek danado, encantou até seu Manoel, jóia bonita da porra, era do filhinho dele que morreu, nunca soube que seu Manoel teve filho disse Beto, já faz muito tempo, tb não sabia, ele me disse quando me colocou a corrente, nossa disse Beto, tenho que pedir perdão à Deus pelos maus pensamentos meus com Seu Manoel, Assis sempre via doçura nele contigo, eu só via o que não prestava, pois peça mesmo falei, ele vê em mim o filhinho, não vê safadeza não.
Arrumamos quase tudo, separei umas coisas pra levar pra minha mãe, depois na hora de ir coloquei a bermuda azul que Beto gostava, camiseta branca, corrente por cima, nossa lek, tá igual filho de milionário, bonito demais safado, sai sozinho por ae sim, depois que eu morrer tá, hj vou fazer boyzinho rico chorar na piroca, se prepara, saimos, entrei na Oficina pro seu Manoel ver eu arrumado com a corrente, uiui Luciano falou, que lindeza, lindeza vai ser minha mão na tua cara safado falou Beto, seu Manoel me olhou, ô mlk, meu dodói lá no Céu tá feliz, o que era dele tá em boas mãos, fomos embora, Beto resolveu entrar na Casa Nova York pra ver o negócio do toldo, fiquei na porta, nossa lek, é muito caro me disse ao sair, fechei não, amanhã cedo falo com seu Manoel, fomos embora, no ônibus Beto falou, alegra essa carinha lek, cadê o sorriso, tou com vergonha e medo respondi, não precisa ter nenhuma coisa nem outra bebê, papo meu com tua mãe foi longo, ela não aceitou a situação fácil não, foi muita lábia minha, muita explicação que dei, ela sabe o que fez, vai brigar contigo não, relaxa.
Chegamos em casa, a véia tava abatida mas ficou feliz em me ver, tinha.ninguém lá, só ela e o Caçulinha de 5 anos, abriu os potes que tinha levado, xerou, hum, coisa tá boa, aprendeu direitinho meu menino, mlk é danado mãe Beto disse à ela, caprichoso pra tudo, eu sei disse ela, sempre foi, caprichoso e trabalhador, cuide bem dessa jóia minha, falar em jóia filho, quem deu essa corrente linda com essa N.Sra maravilhosa à vc, foi seu Manoel falei, dono lá da Oficina, ganhei hj, que Deus abençoe esse homem disse ela, adoça a boca do meu filho, adoça a minha também, trouxe um bolo e café pra mesa, comam pouco, já já vcs vão ver Olindina, fiz outro pra vcs tomarem café com ela, quem é Olindina Beto perguntou, vizinha da segunda casa depois desta, amiga de longos anos, mãe de santo nas poucas hs livres que tem, desabafei com ela ontem, quer ver vcs dois lá, conversa foi longa, um chororô só, dos treis, já era umas 7 hs, meu irmão chegou do serviço, viu que estávamos em conversa séria ali, ia saindo de novo, desde o dia das coisas feias lá em casa ele tinha sumido, nem Beto nem eu tínhamos o visto mais, Beto disse alto à ele, espera ai rapaz, foge não, quero um particular contigo, de homem prá homem, pediu licença à minha mãe e foram lá pro fundo do quintal, deu uns dez minutos voltaram, Beto tava calmo mas meu irmão de mulato, tava é branco de palidez, amanhã teu mano vai almoçar lá com nós lek, capricha e faz o que ele gosta, fomos lá pra Dona Olindina, levando o outro bolo à ela, tua mãe achou que aqui tb não tinha bolo é, fiz tb mas esse de queijo dela, tento, tento mas não sai igual não, fomos pra sala dela que tb era um local dos atendimentos religiosos dela, tinha um pano branco no chão, ela mandou a gente se ajoelhar nele, ficou lá por perto ajeitando umas coisas, colocou um turbante branco na cabeça, sempre conversando com nós, ela era assim mesmo, não parava nunca, puxou uma cadeira, sentou na nossa frente e começou a falar pro Beto, conheço esse menino desde os dois dias de nascido quando veio da maternidade, vc é um homão rapaz, bonito, forte, sei que não falta quem lhe queira por ae, pq tá com esse menino tão querido por todos aqui do bairro, gosto do danado Dona, é todo diferente de mim, talvez seja por isso, trabalho bastante mas meu pensamento tá sempre onde ele está, vida difícil espera vcs lá na frente disse ela, vai suportar? Sou Homem Dona, tenho muitos defeitos mas não fujo de problemas não, suporto sim, gostei da resposta disse ela, vou chamar, aliás já chamei, uma entidade amiga pra conversar com vcs dois, levantou, colocou uma garrafa de champagne e um maço de cigarros já aberto em cima da cadeira, ficou de costas pra nós uns instantes, deu uma estremecida, quando se virou parecia até outra pessoa, não sei se era pq estávamos ajoelhados no chão, parecia até tar mais alta, ficou andando de um lado pro outro na nossa frente, olhava mais pro Beto que pra mim, pegou um galho de erva que tava numa mesa próxima, bateu nas costas e cabeça do Beto com ele, Beto estremeceu, bateu em mim depois tb e disse, Macho é de Ogum com Iemanjá, vc tem Iemanjá e Oxum atrás, na frente, guerreiro forte, Ogum dele obedece ao seu Santo rapaz, vão ter brigas feias pela vida, passou a mão na testa do Beto, ele estremeceu de novo, tudo bem moço ela perguntou, tou mole Dona, esquisito, normal Rapaz, teu Santo quer descer, menino é Ogã, tá sentindo nada, vc recebe Rapaz falou ao Beto, não é obrigado a seguir religião, se não gosta fale depois com a dona aqui da casa, ela tira esse dom de vc, se gosta ela te doutrina e vc segue no caminho que Ogum te reserva,
Sim Sra disse Beto, me sirva o champanhe e acenda um cigarro bonitão, não fumo Dona, Zíngara meu nome rapaz, mandei vc acender o cigarro, quem fuma sou Eu, Beto levantou, abriu o champanhe, encheu a taça, acendeu o cigarro e entregou à Ela, ajoelhe de novo disse Ela, ele olhou pra mim com cara de medo, se ajoelhou, ela deu a taça na minha mão, mandou eu tomar um gole, tomei, devolvi a taça, ela tomou um golinho, tem passado muito apuro né rapaz, sim falei, vai passar mais ainda disse ela, veio bom vc nesta vida mas já fez muita coisa errada em outra, tá pagando, a lei do retorno como chamam aqui e deu uma gargalhada, aquele grandão que te castiga sempre, foi destruído por vc há uns cem anos atrás, podia te perdoar, vcs desceram pra isso mas ele preferiu seguir o tal olho por olho, se prepare, vai sofrer muito ainda na mão pesada dele, deixo não Beto falou, vc é forte Rapaz, teu Ogum te protege muito mas vc não é infalível disse ao Beto, aliás vc e o grandão tem muita coisa em comum, brigam, brigam mas podiam ser amigos até, vcs já foram na outra vida, os dois gostam de ter pela força, dominar, prender o outro, tou mentindo Rapaz perguntou, não disse Beto mas tou melhorando Sra, hj sou um homem muito melhor que já fui, eu sei disse ela, Zíngara vê o passado, o hj e o futuro, deu uma gargalhada e falou alto, Betão o Mercador, Beto começou a soluçar alto, por favor Sra, fale nada disso aqui não, tou pra contar pro meu bebê isso faz tempo já, só não acho a coragem, eu sei disse ela mas vai ter que contar, se outro contar vc tá lascado, vou contar sim disse Ele, pediu mais champanhe e cigarro, Beto serviu ela, ajoelhou de novo, ela fez a mesma coisa, deu a volta por trás de nós gargalhando, Betão o quebra ossos gritou, por favor Dona disse Beto, sossegue rapaz, falo nada não mas é bom causar dor no outro né, se fosse teus ossos, ia gostar? Não Dona, então, se coloque no lugar do outro Rapaz, eu mudei Dona, essas coisas já fazem dez anos, eu sei disse ela, esse menino gosta de você de verdade, ele já sabe que vai viver preso, sem liberdade pra nada, sabe disse Beto perguntou ela, ele sabe como sou, escondo dele não, respondeu Beto, vc sabe mesmo menino me perguntou, acho que sei Dona respondi, sabe das surras que ele vai te dar, faço isso não Dona, já jurei pra mãe dele nunca por um dedo nele, rapaz, homem não é ser perfeito, tou vendo esse menino arrebentado chegando num hospital, não vou fazer isso nunca Dona, não assusta meu lek, imploro, não tou assustando ele rapaz, tou só informando, pior que vc gosta dele e muito, sei disso ela respondeu, mas sangue ferve, vc não pensa e ataca, faço isso não Dona, vou me policiar, pensar muito antes de fazer as coisas, pois pense rapaz, pense mesmo, é pro bem dele e seu tb, bem, o que vim fazer aqui tá feito, o que os guardiões me permitiram falar, falei, que todos eles abençoem vocês e lhe dê paciência Rapaz, menino tb tem gênio forte, tenha paciência, vc tem experiência de vida, ele não, então pense por vcs dois, inté quem sabe outro dia, vou-me, ficou de costas pra nós, se sacudiu, quando virou tava uma Dona Olindina meia tonta, Beto segurou ela, logo tava normal de novo, que hs são perguntou, 09.25 Beto respondeu, eita que conversa foi longa hen, espero que tenha sido proveitosa, foi sim disse Beto, chorar eu sei que ela te fez, os olhos chega tão inchados, fez sim Beto disse mas só me falou verdades, ela pegou dois patuás, deu um pra mim, outro ao Beto, sempre que puderem, andem com eles, é proteção pra vcs, quem te deu essa corrente me perguntou, se chama Seu Manoel falei, trate sempre bem ele, um dia vai te tirar duma enrascada grande, só ele vai ter o dindim pra te ajudar, vamos comer meu bolo, tomar café, janta não fiz, sentamos, um bolo gostoso de mandioca, Beto agradeceu e falou, a mulher disse que eu tenho umas coisas de santo pra ver, eu poderia vir aqui outra hora, disse ela que a Sra pode resolver, pode meu filho, aos domingos vc joga bola no campo, quando quiser venha depois do jogo, é dia dos erês, bom pra resolver essas coisas, Zíngara tá aqui no meu ouvido, falar pra vc que essa dor no peito que tu carrega vai ser resolvida, que vc vai falar com a pessoa que tu tanto quer, ô Dona, como eu queria mas ela tá errada, essa alegria nesta vida tenho mais não, Zíngara nunca fala o que não vê meu filho, tenha fé, esse menino é que vai fazer vc ter essa alegria, ele nem conhece ela Dona, eu não sei de nada filho, Zíngara que tá falando, boa noite pra vcs e paciência um com o outro, vão precisar.
Entramos na minha mãe, só pra dar xau pra ela e meus irmãos, queria pq queria que a gente jantasse, quisemos nada, os dois entupidos de bolo, cuide bem de meu filho disse ao Beto, vou cuidar mãe ele respondeu, voltamos pra casa.
Chegamos em casa, Luciano doido prá saber das novidades, Beto vinha no ônibus cabisbaixo, quieto mas se animou ao chegar, resumiu a conversa lá com minha mãe, disse que passou apurado lá com Dona Olindina ou Zíngara para Luciano, então sabe das coisas ela Luciano perguntou, até demais pro meu gosto disse Beto, oba, quando tu for de novo me chama falou Luciano, fui tomar meu banho, ficaram lá conversando, voltei, continuavam na prosa na cozinha, fui pra sala, liguei a tv, tem tv no quarto lek falou Beto, sei que tem, mas queria ficar aqui com vcs um pouco, só tu lek me disse Beto, deixar de ver tv a cores pra vir assistir branco e preto, só queria entender, se for conversa particular de vcs, vou pra lá oras eu disse, não lek disse Beto, se fosse particular eu já tinha mandado zarpar, fiquei lá ouvindo mais os dois que a tv, amanhã o mano safado do lek vem aqui na hora do almoço disse Beto à Luciano, ah resolveu dar as caras o monstrinho, não Beto respondeu, eu convoquei, já peguei o pai na porrada, se quiser pego o filho tb Luciano disse, eu resolvo essa parada Assis, tou desde a volta do baile sábado com dois galhos grossos esperando ele, tomara que nem isso eu precise usar, safado é.novo ainda, pode se consertar respondeu Beto, tou te estranhando irmão Luciano falou, achei que tua ia tirar sangue do danado, vou falou Beto, se na conversa o danado não se arrepender, farei se arrepender na dureza, ah bom disse Luciano, eu só deitadinho quieto no sofá.
Passou mais uns quinze minutos Beto mandou eu deitar, vai lá, tenho assunto com o Assis do baile na sexta em particular, oba, eu vou falei, não resolvi ainda disse Beto pra mim, na sexta te falo, quero ir pow respondi, sábado tava tão legal lá, vai deitar lek disse Beto, já já vou também.
Liguei a tv, tava passando coisas da guerra lá do Vietnã, uma chatice essa guerra que nunca acabava num canal, no outro Seção Coruja, um filme chato, deixei nele mas nem tava prestando atenção, depois desliguei, fiquei no escurinho esperando o sono chegar, Beto entrou no quarto, acendeu a luz e foi tomar banho, eu já tava quase dormindo quando ele voltou, deixou a luz de fora acesa com a porta aberta, apagou a luz de dentro e se jogou na cama, tava de cueca, até estranhei mas achava ele assim mais bonito, pegou minha cabeça, pôs no peito meio úmido ainda, um xerinho bom de sabonete, dia puxado o teu hj hen bebê, mas deu tudo certo, tá bom lhe disse, tá muito cansado me perguntou, um pouco falei, não vai me perguntar nada do que aquela Dona falou lá, eu até ri, não oras, tu não gosta que fique perguntando as coisas pra tu, quando quiser vc fala, ah meu bebê, só tu mesmo pra me entender disse Ele, capricha no rango pro teu mano sem vergonha amanhã, posso pedir uma coisa falei, diz respondeu, machuca ele não, se não fosse por meu pai capaz dele não ter feito nada daquilo não, perdoei já, perdoa tb, ficou alisando meus cabelos, aiai meu lek, tu quebra minhas pernas as vezes, acho que Deus te pôs na minha mão pra me ensinar coisas que não sei, sou ruim meu lek, por mim quebrava uns quatro ossos dele, mas depois dessa conversa lá em Dona Olindina, vou tentar melhorar, pelo menos conversar antes de espancar, isso mesmo Nego falei, vou torcer pra ser tudo só conversa, de qualquer forma bebê, hora que ele chegar vou tar aqui já, ele entrou, tu vai pra oficina, já falei pro Assis tb que a conversa é particular, depois chamo vcs pra virem almoçar, tá bom eu disse, outra coisa lek, num gostei da tua animação a respeito do baile sábado não, acostuma não, tu não tem idade praquele lugar ainda, fico lá sossegado quieto Beto, falei, atrapalho ninguém, entende uma coisa lek, se é entrada proibida pra menor, os juiz que decidem isso sabem pq né, não acostuma não, levo pra vc não ficar sozinho aqui, mas tou errado, sexta vou ver se arrumo alguém pra ficar aqui contigo, Preá talvez, ae vou sossegado, poxa Beto, me leva pow, acho divertido o povo lá, levo se vc for ficar sozinho, senão não vai não, ae te levo semana que vem, assunto encerrado, chatão falei, teu chatão sabe o que faz lek, segue a ordem da tua mãe, obedece, não perde nada com isso, tá bom respondi mas queria ver se eu pedisse pra tu não ir, te respondo disse Ele, te botava pra dormir quente de surra e ia em seguida, não seja marrento lek, minha vida é casa, oficina, casa, preciso dum relax de vez em quando porra, seja egoísta não bebê, nem combina com teu jeito isso, tá bom chato, Sr manda falei, mudando de assunto lek, como diz lá na minha terra, tava uma formosura hj hen, maior orgulho de tu safado tenho, obrigado Nego, vc tb tava lindo, tá lindo sempre, até cheio de graxa meu Beto é lindo, puxa saco disse Ele beijando minha testa, boa noite eu falei, esquece que sou teu não, me virei de lado pra ele jogar a perna em cima de mim, ele jogou e pôs a boca no meu ouvido, quero disse, tá tarde Beto, deixa pra amanhã falei, quero agora, tu num é meu? sou mas tou cansado Nego, vc não vai fazer nada bebê, trabalho é todo meu, vai só botar a perninha dentro da pia, resto é comigo, é com dorzinha hj, esqueceu o que me prometeu de manhã, não Nego falei, mas quero sentir dor hj não, tirou minha samba canção, ficou nu, me puxou pela mão, pro banheiro meu lek, aula nova hoje, prometeu tem que cumprir, vai doer só um pouquinho.
Mandou-me levantar uma perna e por o pé dentro da pia, vou cair Nego falei, cai não, te seguro, relaxa disse Ele, fica olhando pro espelho do armarinho, vai ver a felicidades na cara do teu Beto, encostou a piroca, foi forçando, mal entrou a cabeça, ele empurrou tudo de vez, gritei, tapou minha boca com a mão direita enquanto com a esquerda segurava minha cintura, chorar pode meu safado, gritar não, tb não dói tanto assim, começou a ir e vir dentro de mim, doía além da conta daquele jeito, pelo espelho eu via a cara feliz dele enquanto mordia minhas orelhas e pescoço, chega Beto, tou aguentando não, relaxa pro Papai bebê, se entrega, se começar com inhehen, te deixo com esse pezinho na pia até raiar o dia e continuou, demorou muito pra gozar, quando gozou e saiu de dentro de mim, eu tava me sentindo todo assado por dentro, tirou minha perna de dentro da pia, passou a mão nos meus olhos, chorão demais hj lek, primeira vez é assim mesmo, logo tu acostuma, fomos pro quarto, deitei, quero mais fazer desse jeito não Nego eu disse, pôs minha cabeça no peito, eu faço tu querer meu lek, já fica combinado assim, as quartas é sempre com dorzinha, uma vez por semana acho que mereço né, agora dorme, tou com sono tb, dormi com a cabeça no peito dele mas demorei a pegar no sono, tava todo ardido por dentro, só não fui deitar lá na sala pq não queria deixar ele bravo mas não tinha gostado nada dessa noite não.
Acordei, Beto tava acordado já mas deitado ainda, bom dia meu bebê disse, bom dia safado respondi, capricha num café forte falou ele,dia hj promete e riu, preparado prá mudança perguntou, nem conheço essa casa respondi, vai conhecer, se der conhece hoje ainda, eu gosto daqui Nego falei, tb gosto disse ele, mas longe do teu pai tudo ficará melhor, se prepara lek, a casa tá uma imundície só, mas nós te ajuda, dois dias danada já fica habitável, quero passar Natal lá já.
Fui prá cozinha, Luciano deitado e acordado como sempre, fiz café, coloquei água pro cuscuz no fogo, ele levantou, mlk hj tá com cara boa não, tou sim, impressão tua falei, tomamos café, fiz cuscuz, meu pai levantou tb, sentou com a gente, Beto entrou já de macacão pro trabalho, animado pro trampo hj hen Beto disse Luciano, tenho que tar né, problema pra resolver na hora do almoço, a tardinha vou levar o lek pra ver a casa lá, negócio do toldo pra resolver, a noite tou é morto.
Com a casa não precisa se preocupar falou meu Pai, pensei, não por mim mas pelo meu filho, vou lá pra trás e vcs vem aqui pra frente ok, esse lek longe de mim vai acabar é levando porrada ou coisa pior, meu Sr disse Beto, meu lek nunca levou porrada nesta casa, minha não né, leva na outra tb não, sei explicar as coisas pra ele na moral, pode ficar com a casa aqui toda pro Sr, chama seu filho pra lhe fazer companhia, ele vem hj aqui aliás, se é assim que querem disse meu Pai, será, mas que é do homem o bixo não come, olhou pra mim, quando tu abrir a geladeira lá neném e sentir falta das coisas que tu gosta, vai dar valor ao teu pai, relaxa lek disse Beto olhando pra mim, dia que acontecer isso eu não tou mais nesse mundo, põe mais cuscuz pro teu Beto, num é qualquer um que me tira a fome não, meu pai levantou, olhou pra mim, pensa bem na besteira que tu vai fazer neném, saiba que vai pagar um preço muito alto por isso, relaxa meu bebê disse Beto, semana que vem tu num vai mais ouvir essa coisa, vai tar no paraíso ou não me chamo Beto.
Meu Pai saiu, Beto e Luciano foram pra oficina, capricha no rango lek, onze e meia eu venho, tu vai pra oficina, vou esperar teu irmão sozinho aqui, me disse Beto antes de saírem.
Liguei a tv, tinha canal nenhum no ar ainda, desliguei, liguei o som e fui cuidar das coisas.
Onze e meia chegou Beto, abriu as panelas, hummmm, negócio tá baum, vai lá pra oficina, depois te chamo, bate no meu irmão não pedi, só vai apanhar se puxou o pai, ae vai apanhar muito, mas vou tentar ficar só na conversa, esquenta não lek, tou calmo hj.
Fiquei lá na oficina com o povo, esperando Beto vir me chamar, quando meu irmão passou na porta nem me viu, fingi não vê-lo tb.
Passou mais de uma hora, Beto veio até a porta da oficina e fez sinal prá Luciano e eu irmos almoçar, passou a mão na minha cabeça dizendo, tudo resolvido garotão, como vc queria, entramos, meu irmão tava na mesa, cabeça baixa, perdão mano, errei mas vamos ser amigos de agora em diante disse, já tava perdoado respondi.
Almoço tava bom e correu tranquilo, Beto falou ao meu mano que íamos mudar e com certeza ele ia ser convidado pra morar ali, oba, eu quero respondeu, então garotão, vá aprendendo a se virar disse Beto, teu mano não vai tar mais aqui pra fazer as coisas não, se quiser molezinha vai ter que andar duas quadras até a nova casa, creio que vai ser mais fácil eu andar as duas quadras falou meu irmão.
Beto não comentou nada da conversa, tb não perguntei, ele não gostava de tar respondendo perguntas mesmo, quando queria falava e ponto final.
Beto mal almoçou, saiu, ia ver o negócio do toldo pra entregarem já no outro endereço, à tardinha vamos lá lek me disse antes de sair, tá bom falei.
Luciano deitou um pouco no sofá, descansar meia horinha falou, meu Pai veio pro almoço, cara nada boa, servi ele, disse baixinho, tá trocando quem te deu tudo por dois vagabundos, sabe disso né, nem respondi, Beto podia ser tudo mas vagabundo, jamais, Luciano idem.
Meu Pai ficou enrolando depois do almoço, Luciano no sofá ficou, não arredou pé enquanto ele não saiu, levantou pra voltar à oficina, diga à Claudionor que tem pudim se ele quiser, venha, acha que o Formigão não vai querer respondeu, dois minutos a draga tá aqui e saiu.
Logo Claudionor veio mesmo, sentou, coloquei um pedação de pudim e café pra Ele, como sempre, se acabou, ô lek, dá pra escrever uma carta hj lá pros meus no Piauí, faz tempo não dou notícias, dá lógico respondi, obrigado disse, vou lá acabar um negócio e já venho, posso pedir outro favor, diga falei, quem queria pedir mesmo é Aroeira, mas tá sem coragem, eita que o favor é sério falei, é sim disse Ele, lá na casa que vc vai ver hoje, eu já fui, tem uma bela meia água atrás, dois quartos, sala, cozinha, banheiro e tudo, eu sei falei, ouvi Seu Aroeira falando disso ao Beto, então, nós não guenta mais a imundície da pensão, queríamos morar lá, rachar o aluguel essas coisas, e pq não fala direto com Beto eu disse, tu sabe como Beto é lek respondeu, bixo é amigo mas é enjoado pras coisas, depois que tu ver a casa hj, se tu gostar de lá e achar que nós não atrapalha nada, fala com Ele, bixo é durão mas contigo se derrete todo, vai dizer não pra tu que eu sei, tá bom respondi, tomara que tu esteja certo, senão vou levar é um tabefe bem dado, ele riu, leva não lek, por isso leva não, voltou pra oficina, fui cuidar das coisas.
Claudionor voltou depois pra mim escrever a carta dele, foi embora, a tarde correu rápida, umas cinco hs Beto veio, põe bermuda e vamos lá ver se tu gosta do barraco, fomos eu, ele, Luciano e Aroeira, era perto, numa Avenida mesmo, ônibus e trólebus passavam sem parar, Aroeira abriu a porta, um casarão grande, tudo gigante, duas salas, três quartos, cozinha, banheiros, tb tudo numa imundície só, casa fechada há muito tempo mas eu gostei, apesar do trabalhão que ia ser sumir com aquela sujeira toda, quando Seu Aroeira abriu a porta dos fundos, ae me encantei, tinha um alpendre pequeno com banheiro e um fogão de lenha das antigas, saindo do alpendre, um quintal grande cheio de árvores e passarinhos, chão de terra, do lado a edícula que Claudionor falou, fiquei apaixonado pelo quintal, e ae Lek, tem coragem perguntou Beto, de sobra respondi, olha que vamos fechar agora rebateu ele, depois tu não pode mais se arrepender, fecha eu disse, vou sentir saudades da oficina mas fecha, sente não disse ele, de vez em quando te levo lá.
Fiquei olhando a casa com Luciano, Beto e Aroeira foram lá na mulher que tava responsável pela propriedade, voltaram, amanhã é só trazer umas xerox do meu documento e pronto, chave já tá com a gente, se nós quiser podemos mudar amanhã até, disse Beto.
Fomos embora, resolveram parar num bar da esquina, tomar uma pra comemorar disse Beto, ficaram no balcão bebendo, eu peguei uma gini e fiquei tomando sentado na mureta fora, só vendo o movimento que ali era grande, seu Aroeira veio, confio em ti garotão disse e piscou, a noite falo com ele respondi, depois que janta Beto fica mais bonzinho, ele riu e voltou pra dentro, Beto fez sinal prá mim entrar tb, entrei, fiquei ouvindo eles conversando, depois duma meia hora fomos embora, na Oficina só estavam Preá e Claudionor esperando eles chegarem pra fechá-la, lek fez comida de sobra hj, tão convidados pra jantarem aqui, ele que ponha água no feijão e se vire falou Beto rindo.
Entrei em casa na frente, meu véio tava no quarto já mas de porta encostada, fiquei ajeitando a comida ele veio perto de mim, tava de cueca e regata só, perdeu juízo de vez neném me disse, na hora do nosso acerto de contas não quero choro nem vela, tá achando que é homem, vai sofrer como homem e voltou pro quarto.
Pessoal chegou, já vieram com um monte de cervejas e um litrão de caldo de cana pra mim, ficaram lá fora proseando e bebericando, eu na cozinha, Beto entrou, tava fritando bifes eu, tem bastante perguntou-me, tem falei, ele cortou os que já tavam fritos, então frita mais me disse, esses vão pro tira gosto, quer ajuda falou, não eu disse, tou só fazendo mais arroz, já já vou lá ouvir as palhaçadas de vcs, apaguei o fogo do arroz fui lá pra fora, papo era só putarias do Claudionor e seu Aroeira, eu nem prestava atenção, tinha dois vasos enormes jogados no quintal desde que eu mudei com meu pai pra lá, vou pedir pro Seu Manoel me dar esses vasos, vão ficar bonitos lá na outra casa falei, pedir pra que disse Claudionor, nós joga na perua e leva embora uai, pra que seu Manoel vai querer esses vasos véios, lek tá certo disse Beto, num é dele, tem que pedir sim, ficaram lá conversando e bebendo, tou ali no portão falei, quando quiserem jantar, avisem, sossega o rabo aqui rebateu Beto, perdeu o que no portão, não perdi nada mas posso achar né, respondi rindo, vai lá então, mais tarde te mostro o que tu vai achar sem vergonha, saidinho demais hj hen, sentei de novo mas nem liguei, muita coisa que Beto dizia eu nem ligava, já conhecia o danado.
Vi que tão cedo ninguém ia jantar, fui tomar banho, voltei, continuavam na prosa, ô cheirinho baum lek disse Claudionor, obrigado respondi, continuaram na conversa, fiquei só ouvindo as peripécias dos doidos, era cada história
Manhã correu tranquila, muita coisa pra fazer mas tinha tempo de sobra, onze e meia quando Beto entrou pra dar uma sapeada, tudo pronto estava pro almoço do Seu Manoel, o doce de abóbora da sobremesa já tava na panela fechadinho desde a véspera, ah lek danado me disse, já tirando um pedação de bacalhau da panela, baum demais lek, se sobrar leva um pouco lá pra tua mãe, resolveu juntar as três mesinhas que tinha lá fora no quintal, ae come todo mundo junto falou, voltou pra oficina, logo depois fecharam ela e veio todo mundo junto almoçar, correu tudo na paz, graças à Deus tava tudo no ponto, comeram até se esbaldarem, fiquei feliz lógico, fiz prá isso mesmo né, Beto levou o panelão de doce pra mesa, colocou bem na frente do Claudionor, come vagabundo, come até entalar disse, tá bom Oliveira, agora traz pros outros, essa panelinha é toda minha falou Claudionor, todo mundo caiu no riso, vá gostar de doce assim nos inferno, disse Murilo mas dava gosto ver Claudionor comendo, pior que nunca engordava o danado, separei um pote de bacalhau e doce pro seu Manoel levar pra esposa dele, ficou feliz ele pela lembrança, lek danado me disse depois Beto, nada mais justo, esse almoço tirando o doce, foi tudo patrocinado por ele, quase na hora de voltarem pra oficina seu Manoel entrou na cozinha, da porta me chamou, vem cá meu netinho, fui lá, ele sem falar nada, tirou uma corrente com pingente de N.Sra de Fátima do bolso da calça e pôs no meu pescoço, não embrulhei pq não é nova nem é presente meu garoto, pra mim é uma transferência, gosto muito de vc, esses olhos pretos teus e esse jeito alegre lembram meu Zequinha todo, quem é Zequinha perguntei-lhe, um anjo que passou na minha vida, viveu comigo doze anos só, depois Deus levou pra Ele, era meu único filho homem, não sabia que o Sr tinha filho falei, tinha e tenho, tá sempre no meu peito, quando olho pra vc, parece que tou vendo ele, o condutor da carroça de leite atropelou ele, bateu a cabeça numa rocha que ficava à beira da via e ali mesmo morreu, ao menos não sofreu, minha esposa nunca mais teve saúde depois disso, tava com os olhos marejados seu Manoel coitado, meus sentimentos eu disse, ele alisou minha cabeça, já faz tempo isso meu garoto, foi lá no meu Portugal, a guerra tinha acabado há pouco, lá se foram 28 anos, tivesse aqui hj ele estaria com 40 anos redondo, use sempre com zelo e carinho essa jóia dele, quando eu também for ao encontro dele, lembre tb com carinho deste veio safado aqui que te gosta tanto, obrigado seu Manoel falei, vou cuidar com carinho, sempre, obrigado por esse presente de Natal, não é presente filho, seu presente virá depois e voltamos lá pro quintal, eita que o lek fez seu Manoel chorar lá dentro disse Preá, de saudade boa Sr Preá, momentos felizes, vamos trabalhar pq vcs tem contas prá pagar e eu também, Oliveira, quero que providencie uma cobertura pra por neste quintal, lugar vc escolhe, uns 4 m por 4 m é o suficiente, veja alguém pra fazer, se não achar vá até a Casa Nova York, lá eles fazem sob medida e entregam aqui, mande me cobrarem na oficina, até sexta da outra semana tem que tar aqui, o presente do meu menino não pode ficar na chuva, precisa de presente mais nenhum não Seu Manoel eu disse, meu garotão, fui mão de vaca a vida inteira, quanta coisa aquele menino me pediu e não dei pq achava caro, só Deus e minha Virgem de Fátima sabem o quanto me arrependo por isso, vamos trabalhar peãozada falou e saiu, lek, esconde doce pra mim senão Assis come tudinho, me disse Claudionor antes de ir, eu ri, Beto ficou, bora safado, vou te ajudar na arrumação aqui, depois vamos pra nossa véia, te quero descansado de noite, com dorzinha hehe, arrumamos as coisas, Beto olhou pra corrente, lek danado, encantou até seu Manoel, jóia bonita da porra, era do filhinho dele que morreu, nunca soube que seu Manoel teve filho disse Beto, já faz muito tempo, tb não sabia, ele me disse quando me colocou a corrente, nossa disse Beto, tenho que pedir perdão à Deus pelos maus pensamentos meus com Seu Manoel, Assis sempre via doçura nele contigo, eu só via o que não prestava, pois peça mesmo falei, ele vê em mim o filhinho, não vê safadeza não.
Arrumamos quase tudo, separei umas coisas pra levar pra minha mãe, depois na hora de ir coloquei a bermuda azul que Beto gostava, camiseta branca, corrente por cima, nossa lek, tá igual filho de milionário, bonito demais safado, sai sozinho por ae sim, depois que eu morrer tá, hj vou fazer boyzinho rico chorar na piroca, se prepara, saimos, entrei na Oficina pro seu Manoel ver eu arrumado com a corrente, uiui Luciano falou, que lindeza, lindeza vai ser minha mão na tua cara safado falou Beto, seu Manoel me olhou, ô mlk, meu dodói lá no Céu tá feliz, o que era dele tá em boas mãos, fomos embora, Beto resolveu entrar na Casa Nova York pra ver o negócio do toldo, fiquei na porta, nossa lek, é muito caro me disse ao sair, fechei não, amanhã cedo falo com seu Manoel, fomos embora, no ônibus Beto falou, alegra essa carinha lek, cadê o sorriso, tou com vergonha e medo respondi, não precisa ter nenhuma coisa nem outra bebê, papo meu com tua mãe foi longo, ela não aceitou a situação fácil não, foi muita lábia minha, muita explicação que dei, ela sabe o que fez, vai brigar contigo não, relaxa.
Chegamos em casa, a véia tava abatida mas ficou feliz em me ver, tinha.ninguém lá, só ela e o Caçulinha de 5 anos, abriu os potes que tinha levado, xerou, hum, coisa tá boa, aprendeu direitinho meu menino, mlk é danado mãe Beto disse à ela, caprichoso pra tudo, eu sei disse ela, sempre foi, caprichoso e trabalhador, cuide bem dessa jóia minha, falar em jóia filho, quem deu essa corrente linda com essa N.Sra maravilhosa à vc, foi seu Manoel falei, dono lá da Oficina, ganhei hj, que Deus abençoe esse homem disse ela, adoça a boca do meu filho, adoça a minha também, trouxe um bolo e café pra mesa, comam pouco, já já vcs vão ver Olindina, fiz outro pra vcs tomarem café com ela, quem é Olindina Beto perguntou, vizinha da segunda casa depois desta, amiga de longos anos, mãe de santo nas poucas hs livres que tem, desabafei com ela ontem, quer ver vcs dois lá, conversa foi longa, um chororô só, dos treis, já era umas 7 hs, meu irmão chegou do serviço, viu que estávamos em conversa séria ali, ia saindo de novo, desde o dia das coisas feias lá em casa ele tinha sumido, nem Beto nem eu tínhamos o visto mais, Beto disse alto à ele, espera ai rapaz, foge não, quero um particular contigo, de homem prá homem, pediu licença à minha mãe e foram lá pro fundo do quintal, deu uns dez minutos voltaram, Beto tava calmo mas meu irmão de mulato, tava é branco de palidez, amanhã teu mano vai almoçar lá com nós lek, capricha e faz o que ele gosta, fomos lá pra Dona Olindina, levando o outro bolo à ela, tua mãe achou que aqui tb não tinha bolo é, fiz tb mas esse de queijo dela, tento, tento mas não sai igual não, fomos pra sala dela que tb era um local dos atendimentos religiosos dela, tinha um pano branco no chão, ela mandou a gente se ajoelhar nele, ficou lá por perto ajeitando umas coisas, colocou um turbante branco na cabeça, sempre conversando com nós, ela era assim mesmo, não parava nunca, puxou uma cadeira, sentou na nossa frente e começou a falar pro Beto, conheço esse menino desde os dois dias de nascido quando veio da maternidade, vc é um homão rapaz, bonito, forte, sei que não falta quem lhe queira por ae, pq tá com esse menino tão querido por todos aqui do bairro, gosto do danado Dona, é todo diferente de mim, talvez seja por isso, trabalho bastante mas meu pensamento tá sempre onde ele está, vida difícil espera vcs lá na frente disse ela, vai suportar? Sou Homem Dona, tenho muitos defeitos mas não fujo de problemas não, suporto sim, gostei da resposta disse ela, vou chamar, aliás já chamei, uma entidade amiga pra conversar com vcs dois, levantou, colocou uma garrafa de champagne e um maço de cigarros já aberto em cima da cadeira, ficou de costas pra nós uns instantes, deu uma estremecida, quando se virou parecia até outra pessoa, não sei se era pq estávamos ajoelhados no chão, parecia até tar mais alta, ficou andando de um lado pro outro na nossa frente, olhava mais pro Beto que pra mim, pegou um galho de erva que tava numa mesa próxima, bateu nas costas e cabeça do Beto com ele, Beto estremeceu, bateu em mim depois tb e disse, Macho é de Ogum com Iemanjá, vc tem Iemanjá e Oxum atrás, na frente, guerreiro forte, Ogum dele obedece ao seu Santo rapaz, vão ter brigas feias pela vida, passou a mão na testa do Beto, ele estremeceu de novo, tudo bem moço ela perguntou, tou mole Dona, esquisito, normal Rapaz, teu Santo quer descer, menino é Ogã, tá sentindo nada, vc recebe Rapaz falou ao Beto, não é obrigado a seguir religião, se não gosta fale depois com a dona aqui da casa, ela tira esse dom de vc, se gosta ela te doutrina e vc segue no caminho que Ogum te reserva,
Sim Sra disse Beto, me sirva o champanhe e acenda um cigarro bonitão, não fumo Dona, Zíngara meu nome rapaz, mandei vc acender o cigarro, quem fuma sou Eu, Beto levantou, abriu o champanhe, encheu a taça, acendeu o cigarro e entregou à Ela, ajoelhe de novo disse Ela, ele olhou pra mim com cara de medo, se ajoelhou, ela deu a taça na minha mão, mandou eu tomar um gole, tomei, devolvi a taça, ela tomou um golinho, tem passado muito apuro né rapaz, sim falei, vai passar mais ainda disse ela, veio bom vc nesta vida mas já fez muita coisa errada em outra, tá pagando, a lei do retorno como chamam aqui e deu uma gargalhada, aquele grandão que te castiga sempre, foi destruído por vc há uns cem anos atrás, podia te perdoar, vcs desceram pra isso mas ele preferiu seguir o tal olho por olho, se prepare, vai sofrer muito ainda na mão pesada dele, deixo não Beto falou, vc é forte Rapaz, teu Ogum te protege muito mas vc não é infalível disse ao Beto, aliás vc e o grandão tem muita coisa em comum, brigam, brigam mas podiam ser amigos até, vcs já foram na outra vida, os dois gostam de ter pela força, dominar, prender o outro, tou mentindo Rapaz perguntou, não disse Beto mas tou melhorando Sra, hj sou um homem muito melhor que já fui, eu sei disse ela, Zíngara vê o passado, o hj e o futuro, deu uma gargalhada e falou alto, Betão o Mercador, Beto começou a soluçar alto, por favor Sra, fale nada disso aqui não, tou pra contar pro meu bebê isso faz tempo já, só não acho a coragem, eu sei disse ela mas vai ter que contar, se outro contar vc tá lascado, vou contar sim disse Ele, pediu mais champanhe e cigarro, Beto serviu ela, ajoelhou de novo, ela fez a mesma coisa, deu a volta por trás de nós gargalhando, Betão o quebra ossos gritou, por favor Dona disse Beto, sossegue rapaz, falo nada não mas é bom causar dor no outro né, se fosse teus ossos, ia gostar? Não Dona, então, se coloque no lugar do outro Rapaz, eu mudei Dona, essas coisas já fazem dez anos, eu sei disse ela, esse menino gosta de você de verdade, ele já sabe que vai viver preso, sem liberdade pra nada, sabe disse Beto, ele sabe como sou, escondo dele não, vc sabe mesmo menino me perguntou, acho que sei Dona respondi, sabe das surras que ele vai te dar, faço isso não Dona, já jurei pra mãe dele nunca por um dedo nele, rapaz, homem não é ser perfeito, tou vendo esse menino arrebentado chegando num hospital, não vou fazer isso nunca Dona, não assusta meu lek, imploro, não tou assustando ele rapaz, tou só informando, pior que vc gosta dele e muito, sei disso ela respondeu, mas sangue ferve, vc não pensa e ataca, faço isso não Dona, vou me policiar, pensar muito antes de fazer as coisas, pois pense rapaz, pense mesmo, é pro bem dele e seu tb, bem, o que vim fazer aqui tá feito, o que os guardiões me permitiram falar, falei, que todos eles abençoem vocês e lhe dê paciência Rapaz, menino tb tem gênio forte, tenha paciência, vc tem experiência de vida, ele não, então pense por vcs dois, inté quem sabe outro dia, vou-me, ficou de costas pra nós, se sacudiu, quando virou tava uma Dona Olindina meia tonta, Beto segurou ela, logo tava normal de novo, que hs são perguntou, 09.25 Beto respondeu, eita que conversa foi longa hen, espero que tenha sido proveitosa, foi sim disse Beto, chorar eu sei que ela te fez, os olhos chega tão inchados, fez sim Beto disse mas só me falou verdades, ela pegou dois patuás, deu um pra mim, outro ao Beto, sempre que puderem, andem com eles, é proteção pra vcs, quem te deu essa corrente, se chama Seu Manoel falei, trate sempre bem ele, um dia vai te tirar duma enrascada grande, só ele vai ter o dindim pra te ajudar, vamos comer meu bolo, tomar café, janta não fiz, sentamos, um bolo gostoso de mandioca, Beto agradeceu e falou, a mulher disse que eu tenho umas coisas de santo pra ver, eu poderia vir aqui outra hora, disse ela que a Sra pode resolver, pode meu filho, aos domingos vc joga bola no campo, quando quiser venha depois do jogo, é dia dos erês, bom pra resolver essas coisas, Zíngara tá aqui no meu ouvido, falar pra vc que essa dor no peito que tu carrega vai ser resolvida, que vc vai falar com a pessoa que tu tanto quer, ô Dona, como eu queria mas ela tá errada, essa alegria nesta vida tenho mais não, Zíngara nunca fala o que não vê meu filho, tenha fé, esse menino é que vai fazer vc ter essa alegria, ele nem conhece ela Dona, eu não sei de nada filho, Zíngara que tá falando, boa noite pra vcs e paciência um com o outro, vão precisar.
Entramos na minha mãe, só pra dar xau pra ela e meus irmãos, queria pq queria que a gente jantasse, quisemos nada, os dois entupidos de bolo, cuide bem de meu filho disse ao Beto, vou cuidar mãe ele respondeu, voltamos pra casa.
Chegamos em casa, Luciano doido prá saber das novidades, Beto vinha no ônibus cabisbaixo, quieto mas se animou ao chegar, resumiu a conversa lá com minha mãe, disse que passou apurado lá com Dona Olindina ou Zíngara para Luciano, então sabe das coisas ela Luciano perguntou, até demais pro meu gosto disse Beto, oba, quando tu for de novo me chama falou Luciano, fui tomar meu banho, ficaram lá conversando, voltei, continuavam na prosa na cozinha, fui pra sala, liguei a tv, tem tv no quarto lek falou Beto, sei que tem, mas queria ficar aqui com vcs um pouco, só tu lek me disse Beto, deixar de ver tv a cores pra vir assistir branco e preto, só queria entender, se for conversa particular de vcs, vou pra lá oras eu disse, não lek disse Beto, se fosse particular eu já tinha mandado zarpar, fiquei lá ouvindo mais os dois que a tv, amanhã o mano safado do lek vem aqui na hora do almoço disse Beto à Luciano, ah resolveu dar as caras o monstrinho, não Beto respondeu, eu convoquei, já peguei o pai na porrada, se quiser pego o filho tb Luciano disse, eu resolvo essa parada Assis, tou desde a volta do baile sábado com dois galhos grossos esperando ele, tomara que nem isso eu precise usar, safado é.novo ainda, pode se consertar respondeu Beto, tou te estranhando irmão Luciano falou, achei que tua ia tirar sangue do danado, vou falou Beto, se na conversa o danado não se arrepender, farei se arrepender na dureza, ah bom disse Luciano, eu só deitadinho quieto no sofá.
Passou mais uns quinze minutos Beto mandou eu deitar, vai lá, tenho assunto com o Assis do baile na sexta em particular, oba, eu vou falei, não resolvi ainda disse Beto pra mim, na sexta te falo, quero ir pow respondi, sábado tava tão legal lá, vai deitar lek disse Beto, já já vou também.
Liguei a tv, tava passando coisas da guerra lá do Vietnã, uma chatice essa guerra que nunca acabava num canal, no outro Seção Coruja, um filme chato, deixei nele mas nem tava prestando atenção, depois desliguei, fiquei no escurinho esperando o sono chegar, Beto entrou no quarto, acendeu a luz e foi tomar banho, eu já tava quase dormindo quando ele voltou, deixou a luz de fora acesa com a porta aberta, apagou a luz de dentro e se jogou na cama, tava de cueca, até estranhei mas achava ele assim mais bonito, pegou minha cabeça, pôs no peito meio úmido ainda, um xerinho bom de sabonete, dia puxado o teu hj hen bebê, mas deu tudo certo, tá bom lhe disse, tá muito cansado me perguntou, um pouco falei, não vai me perguntar nada do que aquela Dona falou lá, eu até ri, não oras, tu não gosta que fique perguntando as coisas pra tu, quando quiser vc fala, ah meu bebê, só tu mesmo pra me entender disse Ele, capricha no rango pro teu mano sem vergonha amanhã, posso pedir uma coisa falei, diz respondeu, machuca ele não, se não fosse por nisso pai capaz dele não ter feito nada daquilo não, perdoei já, perdoa tb, ficou alisando meus cabelos, aiai meu lek, tu quebra minhas pernas as vezes, acho que Deus te pôs na minha mão pra me ensinar coisas que não sei, sou ruim meu lek, por mim quebrava uns quatro ossos dele, mas depois dessa conversa lá em Dona Olindina, vou tentar melhorar, pelo menos conversar antes de espancar, isso mesmo Nego falei, vou torcer pra ser tudo só conversa, de qualquer forma bebê, hora que ele chegar vou tar aqui já, ele entrou, tu vai pra oficina, já falei pro Assis tb que a conversa é particular, depois chamo vcs pra virem almoçar, tá bom eu disse, outra coisa lek, num gostei da tua animação a respeito do baile sábado não, acostuma não, tu não tem idade praquele lugar ainda, fico lá sossegado quieto Beto, falei, atrapalho ninguém, entende uma coisa lek, se é entrada proibida pra menor, os juiz que decidem isso sabem pq né, não acostuma não, levo pra vc não ficar sozinho aqui, mas tou errado, sexta vou ver se arrumo alguém pra ficar aqui contigo, Preá talvez, ae vou sossegado, poxa Beto, me leva pow, acho divertido o povo lá, levo se vc for ficar sozinho, senão não vai não, ae te levo semana que vem, assunto encerrado, chatão falei, teu chatão sabe o que faz lek, segue a ordem da tua mãe, obedece, não perde nada com isso, tá bom respondi mas queria ver se eu pedisse pra tu não ir, te respondo disse Ele, te botava pra dormir quente de surra e ia em seguida, não seja marrento lek, minha vida é casa, oficina, casa, preciso dum relax de vez em quando porra, seja egoísta não bebê, nem combina com teu jeito isso, tá bom chato, Sr manda falei, mudando de assunto lek, como diz lá na minha terra, tava uma formosura hj hen, maior orgulho de tu safado tenho, obrigado Nego, vc tb tava lindo, tá lindo sempre, até cheio de graxa meu Beto é lindo, puxa saco disse Ele beijando minha testa, boa noite eu falei, esquece que sou teu não, me virei de lado pra ele jogar a perna em cima de mim, ele jogou e pôs a boca no meu ouvido, quero disse, tá tarde Beto, deixa pra amanhã falei, quero agora, tu num é meu? sou mas tou cansado Nego, vc não vai fazer nada bebê, trabalho é todo meu, vai só botar a perninha dentro da pia, resto é comigo, é com dorzinha hj, esqueceu o que me prometeu de manhã, não Nego falei, mas quero sentir dor hj não, tirou minha samba canção, ficou nu, me puxou pela mão, pro banheiro meu lek, aula nova hoje, prometeu tem que cumprir, vai doer só um pouquinho.
Mandou-me levantar uma perna e por o pé dentro da pia, vou cair Nego falei, cai não, te seguro, relaxa disse Ele, fica olhando pro espelho do armarinho, vai ver a felicidades na cara do teu Beto, encostou a piroca, foi forçando, mal entrou a cabeça, ele empurrou tudo de vez, gritei, tapou minha boca com a mão direita enquanto com a esquerda segurava minha cintura, chorar pode meu safado, gritar não, tb não dói tanto assim, começou a ir e vir dentro de mim, doía além da conta daquele jeito, pelo espelho eu via a cara feliz dele enquanto mordia minhas orelhas e pescoço, chega Beto, tou aguentando não, relaxa pro Papai bebê, se entrega, se começar com inhehen, te deixo com esse pezinho na pia até raiar o dia e continuou, demorou muito pra gozar, quando gozou e saiu de dentro de mim, eu tava me sentindo todo assado por dentro, tirou minha perna de dentro da pia, passou a mão nos meus olhos, chorão demais hj lek, primeira vez é assim mesmo, logo tu acostuma, fomos pro quarto, deitei, quero mais fazer desse jeito não Nego eu disse, pôs minha cabeça no peito, eu faço tu querer meu lek, já fica combinado assim, as quartas é sempre com dorzinha, uma vez por semana acho que mereço né, agora dorme, tou com sono tb, dormi com a cabeça no peito dele mas demorei a pegar no sono, tava todo ardido por dentro, só não fui deitar lá na sala pq não queria deixar ele bravo mas não tinha gostado nada dessa noite não.
Acordei, Beto tava acordado já mas deitado ainda, bom dia meu bebê disse, bom dia safado respondi, capricha num café forte falou ele,dia hj promete e riu, preparado prá mudança perguntou, nem conheço essa casa respondi, vai conhecer, se der conhece hoje ainda, eu gosto daqui Nego falei, tb gosto disse ele, mas longe do teu pai tudo ficará melhor, se prepara lek, a casa tá uma imundície só, mas nós te ajuda, dois dias danada já fica habitável, quero passar Natal lá já.
Fui prá cozinha, Luciano deitado e acordado como sempre, fiz café, coloquei água pro cuscuz no fogo, ele levantou, mlk hj tá com cara boa não, tou sim, impressão tua falei, tomamos café, fiz cuscuz, meu pai levantou tb, sentou com a gente, Beto entrou já de macacão pro trabalho, animado pro trampo hj hen Beto disse Luciano, tenho que tar né, problema pra resolver na hora do almoço, a tardinha vou levar o lek pra ver a casa lá, negócio do toldo pra resolver, a noite tou é morto.
Com a casa não precisa se preocupar falou meu Pai, pensei, não por mim mas pelo meu filho, vou lá pra trás e vcs vem aqui pra frente ok, esse lek longe de mim vai acabar é levando porrada ou coisa pior, meu Sr disse Beto, meu lek nunca levou porrada nesta casa, minha não né, leva na outra tb não, sei explicar as coisas pra ele na moral, pode ficar com a casa aqui toda pro Sr, chama seu filho pra lhe fazer companhia, ele vem hj aqui aliás, se é assim que querem disse meu Pai, será, mas que é do homem o bixo não come, olhou pra mim, quando tu abrir a geladeira lá neném e sentir falta das coisas que tu gosta, vai dar valor ao teu pai, relaxa lek disse Beto olhando pra mim, dia que acontecer isso eu não tou mais nesse mundo, põe mais cuscuz pro teu Beto, num é qualquer um que me tira a fome não, meu pai levantou, olhou pra mim, pensa bem na besteira que tu vai fazer neném, saiba que vai pagar um preço muito alto por isso, relaxa meu bebê disse Beto, semana que vem tu num vai mais ouvir essa coisa, vai tar no paraíso ou não me chamo Beto.
Meu Pai saiu, Beto e Luciano foram pra oficina, capricha no rango lek, onze e meia eu venho, tu vai pra oficina, vou esperar teu irmão sozinho aqui, me disse Beto antes de saírem.
Liguei a tv, tinha canal nenhum no ar ainda, desliguei, liguei o som e fui cuidar das coisas.
Onze e meia chegou Beto, abriu as panelas, hummmm, negócio tá baum, vai lá pra oficina, depois te chamo, bate no meu irmão não pedi, só vai apanhar se puxou o pai, ae vai apanhar muito, mas vou tentar ficar só na conversa, esquenta não lek, tou calmo hj.
Fiquei lá na oficina com o povo, esperando Beto vir me chamar, quando meu irmão passou na porta nem me viu, fingi não vê-lo tb.
Passou mais de uma hora, Beto veio até a porta da oficina e fez sinal prá Luciano e eu irmos almoçar, passou a mão na minha cabeça dizendo, tudo resolvido garotão, como vc queria, entramos, meu irmão tava na mesa, cabeça baixa, perdão mano, errei mas vamos ser amigos de agora em diante disse, já tava perdoado respondi.
Almoço tava bom e correu tranquilo, Beto falou ao meu mano que íamos mudar e com certeza ele ia ser convidado pra morar ali, oba, eu quero respondeu, então garotão, vá aprendendo a se virar disse Beto, teu mano não vai tar mais aqui pra fazer as coisas não, se quiser molezinha vai ter que andar duas quadras até a nova casa, creio que vai ser mais fácil eu andar as duas quadras falou meu irmão.
Beto não comentou nada da conversa, tb não perguntei, ele não gostava de tar respondendo perguntas mesmo, quando queria falava e ponto final.
Beto mal almoçou, saiu, ia ver o negócio do toldo pra entregarem já no outro endereço, à tardinha vamos lá lek me disse antes de sair, tá bom falei.
Luciano deitou um pouco no sofá, descansar meia horinha falou, meu Pai veio pro almoço, cara nada boa, servi ele, disse baixinho, tá trocando quem te deu tudo por dois vagabundos, sabe disso né, nem respondi, Beto podia ser tudo mas vagabundo, jamais, Luciano idem.
Meu Pai ficou enrolando depois do almoço, Luciano no sofá ficou, não arredou pé enquanto ele não saiu, levantou pra voltar à oficina, diga à Claudionor que tem pudim se ele quiser, venha, acha que o Formigão não vai querer respondeu, dois minutos a draga tá aqui e saiu.
Logo Claudionor veio mesmo, sentou, coloquei um pedação de pudim e café pra Ele, como sempre, se acabou, ô lek, dá pra escrever uma carta hj lá pros meus no Piauí, faz tempo não dou notícias, dá lógico respondi, obrigado disse, vou lá acabar um negócio e já venho, posso pedir outro favor, diga falei, quem queria pedir mesmo é Aroeira, mas tá sem coragem, eita que o favor é sério falei, é sim disse Ele, lá na casa que vc vai ver hoje, eu já fui, tem uma bela meia água atrás, dois quartos, sala, cozinha, banheiro e tudo, eu sei falei, ouvi Seu Aroeira falando disso ao Beto, então, nós não guenta mais a imundície da pensão, queríamos morar lá, rachar o aluguel essas coisas, e pq não fala direto com Beto eu disse, tu sabe como Beto é lek respondeu, bixo é amigo mas é enjoado pras coisas, depois que tu ver a casa hj, se tu gostar de lá e achar que nós não atrapalha nada, fala com Ele, bixo é durão mas contigo se derrete todo, vai dizer não pra tu que eu sei, tá bom respondi, tomara que tu esteja certo, senão vou levar é um tabefe bem dado, ele riu, leva não lek, por isso leva não, voltou pra oficina, fui cuidar das coisas.
Claudionor voltou depois pra mim escrever a carta dele, foi embora, a tarde correu rápida, umas cinco hs Beto veio, põe bermuda e vamos lá ver se tu gosta do barraco, fomos eu, ele, Luciano e Aroeira, era perto, numa Avenida mesmo, ônibus e trólebus passavam sem parar, Aroeira abriu a porta, um casarão grande, tudo gigante, duas salas, três quartos, cozinha, banheiros, tb tudo numa imundície só, casa fechada há muito tempo mas eu gostei, apesar do trabalhão que ia ser sumir com aquela sujeira toda, quando Seu Aroeira abriu a porta dos fundos, ae me encantei, tinha um alpendre pequeno com banheiro e um fogão de lenha das antigas, saindo do alpendre, um quintal grande cheio de árvores e passarinhos, chão de terra, do lado a edícula que Claudionor falou, fiquei apaixonado pelo quintal, e ae Lek, tem coragem perguntou Beto, de sobra respondi, olha que vamos fechar agora rebateu ele, depois tu não pode mais se arrepender, fecha eu disse, vou sentir saudades da oficina mas fecha, sente não disse ele, de vez em quando te levo lá.
Fiquei olhando a casa com Luciano, Beto e Aroeira foram lá na mulher que tava responsável pela propriedade, voltaram, amanhã é só trazer umas xerox do meu documento e pronto, chave já tá com a gente, se nós quiser podemos mudar amanhã até, disse Beto.
Fomos embora, resolveram parar num bar da esquina, tomar uma pra comemorar disse Beto, ficaram no balcão bebendo, eu peguei uma gini e fiquei tomando sentado na mureta fora, só vendo o movimento que ali era grande, seu Aroeira veio, confio em ti garotão disse e piscou, a noite falo com ele respondi, depois que janta Beto fica mais bonzinho, ele riu e voltou pra dentro, Beto fez sinal prá mim entrar tb, entrei, fiquei ouvindo eles conversando, depois duma meia hora fomos embora, na Oficina só estavam Preá e Claudionor esperando eles chegarem pra fechá-la, lek fez comida de sobra hj, tão convidados pra jantarem aqui, ele que ponha água no feijão e se vire falou Beto rindo.
Entrei em casa na frente, meu véio tava no quarto já mas de porta encostada, fiquei ajeitando a comida ele veio perto de mim, tava de cueca e regata só, perdeu juízo de vez neném me disse, na hora do nosso acerto de contas não quero choro nem vela, tá achando que é homem, vai sofrer como homem e voltou pro quarto.
Pessoal chegou, já vieram com um monte de cervejas e um litrão de caldo de cana pra mim, ficaram lá fora proseando e bebericando, eu na cozinha, Beto entrou, tava fritando bifes eu, tem bastante perguntou-me, tem falei, ele cortou os que já tavam fritos, então frita mais me disse, esses vão pro tira gosto, quer ajuda falou, não eu disse, tou só fazendo mais arroz, já já vou lá ouvir as palhaçadas de vcs, apaguei o fogo do arroz fui lá pra fora, papo era só putarias do Claudionor e seu Aroeira, eu nem prestava atenção, tinha dois vasos enormes jogados no quintal desde que eu mudei com meu pai pra lá, vou pedir pro Seu Manoel me dar esses vasos, vão ficar bonitos lá na outra casa falei, pedir pra que disse Claudionor, nós joga na perua e leva embora uai, pra que seu Manoel vai querer esses vasos véios, lek tá certo disse Beto, num é dele, tem que pedir sim, ficaram lá conversando e bebendo, tou ali no portão falei, quando quiserem jantar, avisem, sossega o rabo aqui rebateu Beto, perdeu o que no portão, não perdi nada mas posso achar né, respondi rindo, vai lá então, mais tarde te mostro o que tu vai achar sem vergonha, saidinho demais hj hen, sentei de novo mas nem liguei, muita coisa que Beto dizia eu nem ligava, já conhecia o danado.
aiai, resolveram jantar depois, sentaram na mesa, Luciano fez o prato e foi pro sofá, eu já tava acabando com o litro do caldo de cana, enchi outro copo, isso, muito bem mocinho, falou Beto, vai achando que vai dormir sem jantar vai, nem falei nada, sentei com Luciano e fiquei degustando meu caldo, acabaram de jantar, foram embora os três, vi Beto mexendo nas panelas, teu prato tá na mesa lek, vai jantar, fui, ele sentou do lado, pôs muita comida falei, vai comer tudinho bebê, não tenho pressa, quando tu rapar o prato, eu tomo meu banho pra dormir respondeu.
Eu pirracento fiz igual fazia com minha mãe, pegava um grãozinho de arroz ou feijão só com o garfo, comia, pegava outro grãozinho mas vi que o danado era igual a véia, não ia desistir, comecei a comer normal, sangue ruim o teu safado mas o meu é pior disse ele, te dobro, pode demorar mas vai sempre comer o que tiver no prato, olhei pra ele, nem falei nada, essa parada ele sempre vencia mesmo.
Dei boa noite pro Luciano, fui pra cama, Beto ficou lá, dorme não safado me disse, vou tomar banho depois e vou demorar, tou cheio de graxa, me espera.
Fiquei deitado, nem tv liguei, passou um tempo, ouvi o barulho do chuveiro lá fora, uns vinte minutos depois ele entrou, pôs cueca, até estranhei, deitou, pôs minha mão no pau, minha cabeça no peito, dia bom hj o nosso lek, produtivo, bom que tu gostou da casa, se eu não gostasse ia mudar o que falei, ele riu, acha que eu ia te arrastar prum lugar que tu não gostasse bebê, ia procurar outra por aqui, han han tou podendo respondi, tá podendo é levar porrada safado, disse ele, cresce muito não que eu derrubo, seu Aroeira disse aquele dia que eles queriam ir lá pra casinha nos fundos Beto, não se mete nisso lek, coisa de adulto é adulto que resolve, deixa eles irem Nego falei, tem a entrada na lateral separada, não vão atrapalhar a gente em nada, isso envolve muita coisa bebê, deixa que isso Papai aqui que resolve, tá bom, tou só pedindo falei, pede pra mamar minha piroca que tu ganha mais, já pus cueca pra tu tirar com a bokinha, a danada tava durassa já na minha mão, vou caprichar falei pra tu ficar bonzinho com eles e deixar, sifudeu agora bebê, vai caprichar sim mas não consegue nada, agora cismei, a casa dos fundos vai ficar pra guardar as bagunças, eles que fiquem na pensão, empurrou minha cabeça pra baixo, mima teu macho, vou dormir com a piroca na tua boca hj safado, mimei mesmo, tirei a cueca até embaixo com a boca, lambi os pés, o calinho do dedinho, os dedinhos um a um, quando fui subindo e tava nos joelhos, ele já tava soltando o aí mamãe, aí mamãe, nas coxas que eu lambia mordiscando ele alisava meus cabelos já gritando aí bebê que eu adoro, safado, sem vergonha, mata o papai mata, ai mamãe, que delícia, subi pras bolas, engoli as duas de vez, fui passando a língua por baixo delas, ele apertava minha cabeça já gemendo alto, safado meu, todo meu, ai mamãe aí mamãe, aí meu lek gostoso, fica ae nas bolas, tá bom demais, aí mamãe ai mamãe, sai daí não meu safadinho, vi que ele tava gostando, acelerei a língua em volta das bolas inteiras sem tirar da boca, lambia e chupava com velocidade, ele encolhia as pernas e gemia, mlk filho da mãe, tu me paga safado, vai beber leite até se fartar hj safado, soltei as bolas, fui direto pra cabeçona, nem precisei chupar, ele empurrou minha cabeça pra baixo, soltou um ai mamãe bem alto e encheu minha boca e garganta de leite grosso, quente e gostoso como sempre, puxou minha cabeça pro rosto dele, meu safado, é por isso que o véio imundo apanha, apanha e não desiste, no lugar dele eu tb não desistia não, tu é muito safado lek, quietinho de dia, de noite vira o melhor putinho do mundo, tu tá fudido comigo lek, vai morrer na tranca, vou te dar mole não, gosto de tu Nego falei, eu sei bebê, mas vai ter mole não respondeu, pôs minha cabeça no peito de novo, alisei ele, meu doce Beto falei, isso bebê, fala sempre assim, meu doce Beto, eu adoro isso safadinho, meu doce Beto num vai me levar pra passear de noite nas lojas não, já tá tudo aberto até às dez, vou bebê, tu vê a correria que ando mas até o natal te levo sim, quero comprar dois vestidos pra minha mãe que vi na Lucy Magazine, nem sei se tão lá ainda falei, nós vamos lá bebê ver, tb vou comprar presente prá Ela e prôs teus manos, tou esperando a verba entrar, eu podia ir lá ver os vestidos de dia rapidinho Nego, ia e voltava num pé só, disse, desiste de rua sozinho bebê, teu Beto não deixa e ponto final, esquece isso de vez falou, chato eu disse, chato ou não, rua pra ti acabou lek, é meu, mando, obedece e ponto final, se não obedecer porrada emendei tirando sarro, bato em tu não lek, se desobedecer tenho castigo pior que surra pra ti, não ouse.
Levou minha cabeça pra baixo de novo, continua gostoso pra mim dormir feito anjinho meu bebê, faz eu gritar aí mamãe ai mamãe bem alto, fiquei alisando o peito dele, deixei a língua passeando pela piroca, subindo, descendo, engolindo a cabeça, depois ela toda, o aí mamãe não parava, quando gozou de novo, já tava saciado, me pôs de ladinho, jogou o pernão sobre mim me dando o nó gostoso, ah lek lek, dorme gostosinho que eu já tou quase, dormimos rapidinho.

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10 Comentários

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  • Responder Apolonio ID:gqbopwym2

    Marcus,
    Você perdeu a mão no conto. E ainda assim não acompanha os comentários do pessoal que lê. Eles podem ajudar você com um direcionamento melhor.
    Não sei qual seu intuito de publicar essa novela aqui. Se que se mortar escritor , está dando errado pois o seu português cansa bastante. Se quer se mostrar um dramaturgo de novela, está dando errado, só se aqui fosse o México e olhe lá.
    Tira um tempo fora e arruma às ideias.
    Conto é algo para ter começo meio e fim em um única narrativa. Você transformou isso numa novela de leitura e não está agradando muito com essa promessa de sofrimento sem fim. Nem a Maria do Bairro era assim.

  • Responder Matla ID:bk9cmozrc

    Gosto da pArte da dor. Quando coloca pra machucar haha

  • Responder Lex75 ID:5vaq00tfi9

    Se eu fosse o pai dele,esse Beto já tinha virado mulherzinha, pois eu capava ele.

  • Responder Baby Boy ID:fuosdrd99

    Beto tá começando a ficar igual ao pai dele, tira só dor e nenhum prazer do muleque, prende ele e trata como escravo. Pelo andar da carruagem vai ser ainda pior, até onde esse menino aguenta? Parece até síndrome de estolcomo, tá sempre arrumando desculpa pra o agressor, sempre perdoando, tem até pena do pai.
    Sinceramente, nem sei se tenho estômago pra lar mais. Comecei esperando algo melhor, até tive esperança com ozi, mas só piora e o pai ainda vai ter oportunidade de fazer ainda pior com ele. 😢

  • Responder luiz ID:dlns5khrd

    Ta bom de Brto fazer uma viagem e deixar ele com Luciano

  • Responder luiz ID:dlns5khrd

    portra essa relação do menino com Beto nao ta com nada esse menino é uma putinha tem que da o cuzinho dele para os homens que querer ele e o conto sem o Pai dele perde o tesao

  • Responder Caiçara ID:fi07cbmm4

    Me incomoda o menino sair da relação abusivo com o pai e entrar em outra com o Beto.
    Esse lance de eu mando você obedece é sem noção

    • Lex 75 ID:5vaq00tfi9

      Ok ok… bíblia.

    • Hernando ID:81rd3wnwhm

      Esse conto está mais pra master chef.

    • Jardel ID:xgnbakqm

      Ta cada vez pior.. vamos melhorar mais.. esse Beto tá muito ruim