#

Quando a semana acabar – Parte 2

1944 palavras | 7 |3.54
Por

Eu e meu vizinho Theo ficamos juntos em meu apartamento durante uma semana, enquanto seus pais viajavam. E essa foi a semana mais divertida e emocionante da minha nova vida solo.

Segunda de manhã, meu vizinho Theo veio em casa. Seus pais iam sair numa viagem e me ofereci pra tomar conta dele. Theo ficou muito animado, pois fazia tempo que queria passar um tempo comigo, então foi a oportunidade perfeita.

Assim que entramos, ele já foi logo atrás de Joline, minha gata, que estava deitada no braço do sofá.

– Oi Jô! – disse ele, fazendo um carinho na orelha dela.

Theo adorava a Jô, pois nunca teve um bichinho. Quando ele vinha em casa, sempre brincava com ela com um pedaço de barbante. Jô é um tanto quieta, igual a mim, mas do Theo ela gosta. Nós dois temos muito em comum.

– Você já comeu, Theo?
– Já.
– Ok. Pode deixar sua mochila no meu quarto, se quiser.
– Tá – e foi guardar a mochila.

– Mu? Posso tirar o tênis?
– Claro – respondi enquanto pegava a ração da Jô.

Theo sentou no sofá e ficou acariciando ela. Ele me lembrava muito meu irmão caçula, que inclusive não via há um tempo, desde que me mudei. Agora só encontro com a família de vez em quando. Mas sempre recebo mensagens no grupo, e eles me visitam quando dá.

– Depois eu posso jogar no seu computador? – perguntou Theo.
– Claro, pode sim – respondi.

Na verdade era um notebook. Eu uso pra trabalho também, mas como não saio muito de casa até poderia comprar um computador mesmo. Mas acho que prefiro algo mais portátil mesmo. Nele tenho alguns jogos legais, mais o que Theo mais gosta é League of Legends. É um jogo bem atual, apesar de tudo. Como Theo tem um Xbox ele joga outras coisas, mas esse em particular, ele adorou. Como é um jogo exclusivo de PC, ele só pode jogar aqui, pois o único computador da casa dele é um laptop que seu Carlos usa pra trabalhar, então Theo não meche nele. Ele ficou fascinado quando mostrei o jogo, pois nunca tinha jogado um moba antes, que é pura estratégia, e fiquei de passar algumas dicas…
Depois de alimentar a Jô, nos ajustamos na mesa da cozinha e ficamos jogando. Aliás, ele jogava e eu dava alguns comandos. Ele via alguns videos na internet, então não era tão iniciante, e com minhas dicas, ele á estava melhorando. Nós nos divertíamos muito fazendo isso, eu estava até pensando em comprar um notebook pra ele de aniversário, pois não tinha como jogarmos juntos no mesmo. Quem conhece o jogo sabe bem como é. Ele gostava mais dos atiradores, chamados ADCs. “É que nem no Fortinite”, disse ele. Como eu jogo principalmente de Suporte, que é uma classe que ajuda os atiradores, então seriamos uma boa dupla. Só não quis contar nada ainda. Seria surpresa.

Depois de uma horas jogando, já estava escurecendo.

– É! Venci mais uma! – comemorou no final da partida.
– Boa – respondi – Você tá ficando muito bom nisso. Daqui a pouco tá melhor do que eu.
– Ah não, Mu. Você é muito melhor que eu – disse ele, dando uma risada.

– Ó, já são 5:30. Melhor você ir tomar banho, antes que esfrie – disse a ele.
– Tá, tô indo.

Theo se levantou, foi até meu quarto pegar suas roupas e se dirigiu até o banheiro, que era logo ao lado.

– Consegue se virar sozinho aí? – perguntei.
– Aham – respondeu, fechando a porta.

Apesar de ter um irmão mais velho, e eu, que é quase igual, Theo ainda era um pouco tímido com isso. Porém, ele compartilhava algumas coisas às vezes. Já me contou sobre a vez que ele quase beijou uma colega de sala; quando viu uma moça no vestiário de uma loja; e até quando perdeu o calção na piscina. Então, nós temos uma certa intimidade pra contar essas coisas, mas respeito a privacidade dele.
Mas naquela hora, tive uma ideia que iria colocar tudo isso a prova…
Não sei por que, mas naquele momento, resolvi ver alguns “videos” no notebook. Já que Theo estava no banheiro, eu teria uns minutos sozinho. Então, coloquei num site X e comecei a rolar o feed, como quem não quer nada. Não costumo me masturbar sempre, mas é quase um hábito. Até porque, um solteiro que não tem ninguém além de um gato consigo, as vezes quer se divertir um pouco. Sempre fui cauteloso, e nunca me envolvi com ninguém que não fosse de confiança. Por isso, os pouquíssimos relacionamentos que tive foram todos com conhecidos ou amigos.
Não chega a ser um vício, pois sou controlado, apesar de ter uma libido um tanto aguçada, se é que posso dizer isso, hahaha. E como sou praticamente bissexual, nem me importo muito. Digo isso, pois não tive muitas relações amorosas, e as que tive não eram sexuais. Pelo menos, a maioria não era. E quando era, era online. Parece um pouco chato pra quem ouve, mas até que é divertido.
Cliquei em um video qualquer e fiquei assistindo. Nem lembro direito qual era, mas durante esse tempo, acho que a Jô tinha derrubado algo no outro cômodo, pois lembro de ouvir algo caindo. Me levantei e fui lá ver, e realmente, ela tinha esbarrado no pacote de ração que deixei no balcão. Acho que queria comer mais. Quem tem bicho sabe, não pode desgrudar o olho que já fazem bagunça. Tive que pegar tudo do chão e colocar de volta no pacote. Aquilo foi tão chato que até esqueci do video, mas o que aconteceu em seguida até me arrepiou. Quando terminei de recolher tudo e guardar o pacote de ração, notei a porta do banheiro aberta e a luz apagada. “Hum, Theo já terminou”, pensei comigo. Mas, quando volto para a cozinha…

Lá estava ele, em frente ao computador olhando o video, só com a toalha envolta no corpo. Sabe quando os pelinhos da nuca arrepiam e todo o corpo gela? Foi justo o que senti. Minha reação foi quase imediata, mas pareceu demorar séculos.

– Theo… Já saiu? – falei rapidamente.
– Mu?! Ah… Já acabei – disse ele, virando rápido pra mim.

Claramente peguei ele de surpresa também.

– Foi mal – disse ele – Não quis xeretar.
– Ah, de boa – tentei disfarçar.

– Você, tá com fome? Se quiser posso pedir uma pizza pra gente? – falei.
– Oba, eu quero!
– Ok. Vai se vestir, que já vou ligar lá.
– Oh, tá bom – respondeu ele indo até meu quarto.

Deu pra sentir aquele clima estranho. “Aff, sou um completo imbecil”, pensei. “Deixar um video pornô ligado com uma criança por perto…”. Tudo bem, Theo não é uma criancinha, ele tem doze anos, aquilo não devia ser nada estranho pra ele. Mas, mesmo assim… Sabe quando bate aquela culpa? Tentei esquecer e fui pedir a bendita pizza.

Quando ele saiu do quarto, estava usando um pijama. Era bem bonito. Tinha uns desenhos de heróis nele, acho que eram os Vingadores. Ele pegou o celular e sentou-se no sofá.

– Eu pedi de frango com catupiry? Tudo bem?
– Nossa! – exclamou – É a minha favorita… Como você sabia?
– Sério? É minha também – respondi surpreso.
– Aham. Sempre peço essa quando meu pai compra.
– Legal – eu disse.

Bom, tudo já estava normalizado. Ao menos, era o que eu esperava.

Depois de uns vinte minutos, o entregador chegou. Theo já estava sentado, ansioso. Coloquei a bandeja sobre a mesa e cortei a pizza. O cheiro estava ótimo. Theo até revirou os olhos. Botei um pedaço pra mim e um pra ele. Ele pegou os talheres, colocou um pouco de ketchup e mandou ver. Algo que gosto nele é a educação. Theo nunca fez bagunça enquanto comia, digo porque já almocei na casa dele algumas vezes. Ele sempre foi arrumadinho. Mas claro, sem aquelas frescuras. Coloquei um desenho pra nós assistirmos enquanto comíamos. Ele ria sem parar e estávamos nos divertindo muito.

Passado um tempo, guardei o resto da pizza na geladeira, e voltei para o computador, pois tinha um trabalho para terminar. Naquele momento, Theo estava deitado no sofá, e como a Jô estava dormindo, ele ficou no celular vendo videos. Não demorou cinco minutos, e completamente do nada, ele vira para mim e solta:

– Mu? Você bate também?

“Queeeeeee?!” Senti um puta arrepio na hora. Foi pior do que antes. E praticamente congelei… Tudo o quue consegui dizer foi:

– Como assim?
– Você sabe… – disse ele.

– Aaah… Punheta? – perguntei, bem sem noção.
– É…
– Ah, às vezes… – respondi seco
– Oh, eu também.

Senti meu rosto esquentar na hora, mas tentei disfarçar.

– Por que a pergunta? – indaguei.
– Hmmm…

Como ele não disse nada, resolvi chutar o balde de vez. O que de mais estranho poderia ser dito?

– É por causa do video?

Ele não respondeu, apenas deu de ombros.
Naquele ponto da conversa, tudo já estava claro. Ambos sabíamos, mas resolvi ir adiante. Queria saber exatamente o que ele sabia a respeito. De repente, isso fosse só uma curiosidade dele, pois sei que os pais dele não são do tipo super protetores, diferente dos meus. Será que ele já manjava, sendo tão novo?

– Você… já viu pornô também? – perguntei com calma para não pressioná-lo.
– Ah… Às vezes – disse.
– Uuh, então você já manja safadinho? – brinquei.
– Hahaha… Acho que sim – respondeu.

Naquele momento, me senti mais aliviado. Como a piada foi de boa, acho que ele estava confortável.

– Seus pais sabem disso?
– Dã… Não, né – respondeu.
– Tá, bom, tá, bom. Era só pra ter certeza – respondi.

Mas na hora, ele se levantou rápido e me olhou…

– Você não vai contar, né?! – perguntou, com uma cara de preocupado.
– Não. Relaxa – respondi.
– Ufa… Se meu pai souber, vou ficar de castigo, certeza.
– De boa. Vai ser nosso segredo, ok?
– Ok – disse ele.

Era oficial. Éramos cúmplices agora. Mas, confesso que fiquei muito curioso… Queria saber o que mais ele sabia. É como dizem por aí: pisou no tomate, abre os dedos.

– Onde você aprendeu isso? Te ensinaram na escola?
– Mais ou menos… Ouvi uns garotos da minha sala falando disso…

“Quê?! Então ele não sabe realmente”, pensei.

– O que eles falaram? – perguntei, curioso que só.
– Eles falaram que se esfregar o pinto com as mãos você goza.

Minha garganta deu um nó… Eu nunca ouvi isso. Não de um menino desse tamanho. Eu só fui aprender sobre masturbação aos catorze anos. Mas, provavelmente, ele só acha que sabe…

– Você já gozou, Theo?

Só depois me dei conta do que perguntei. Me senti um doido. “Tá maluco?! Perguntar um negócio desses pra um menino?” Mas a resposta dele rompeu esse silencio na minha cabeça, como uma pedra atravessando uma vidraça.

– Já – disse ele, dando de ombros.

Naquele momento, algo muito estranho me ocorreu. Eu fiquei até de pau duro ao ouvir aquilo…
“Nem a pau…”, pensei comigo. “Isso é o que veremos”.

Avalie esse conto:
PéssimoRuimMédioBomExcelente
(Média: 3,54 de 39 votos)

Por #
Comente e avalie para incentivar o autor

7 Comentários

Talvez precise aguardar o comentario ser aprovado
Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos
  • Responder Anônimo ID:8d5q017b0i

    Também quero ler o restante, https://www.bellebh.com/acompanhantes-bh

  • Responder Anônimo ID:gzuyymi6p75

    quero ler o resto kkkk https://www.universitariasclub.com.br/

  • Responder Mlkaosafado_mt ID:1er9uba7gtlo

    Aguardando o restante interessante

  • Responder Carlos ID:46kphf7exij

    Tá com muito detalhe,conta as partes mais importantes.

  • Responder Anônimo ID:1d9leqnrwm6o

    Posta logo o resto, demora mto n.kkkkkk

  • Responder Diego ID:xlow04sq

    Louco pra ler o resto do conto procuro novinho pra amizade @diegobi41

    • Novinho12 ID:1el3re2gj3lb

      Que rede social?