Caminhos do coração #10

UM CONTRA TEMPO

Acordei no outro dia muito feliz, meu sorriso de orelha a orelha dizia isto, por mim eu já me levantava e saia correndo até a casa do Junior sem ao mesmo tomar o meu café da manhã, nem mesmo escovar meus dentes de tanta que era a minha ansiedade, mas me levantei e fui ao banheiro, fiz xixi e minha higiene bucal e então fui tomar o meu café da manhã, minha mãe estava na cozinha assim como a minha irmã, mas meu pai não estava.
—Cadê o meu pai, mãe?
—primeiro cumprimenta né filho, o que eu ensinei a vocês desde pequenos?
—Bom dia, mas cadê o meu pai?
—Bom dia filho, ele foi trabalhar.
—Mas hoje é domingo!
—Sim. Mas você se esqueceu que é época de colheita? …ele foi trabalhar para acabar de colher o milho da fazenda.
—e a folga dele mãe? …assim ele trabalha demais.
—assim que eles acabarem a colheita o Carlos( Carlos é o dono do armazém que o meu pai trabalha) vai dar alguns dias de folga a eles, pois aí o trabalho vai diminuir bastante, mas pense pelo lado bom, ele vai receber bem mais pois está ganhando hora extra e vocês vão ganhar aquele presen……….
—ganhar o que mãe? – eu disse assim que ela parou de falar.

—eu também quero saber mãe – disse a Clarinha que ouviu e ficou toda curiosa.
—não posso falar meus queridos…seu pai disse que vai ser surpresa.
—Que surpresa mãe? – perguntei.
—fala mãe, agora eu estou curiosa também.
—se eu falar não vai ser mais surpresa, agora parem de fazer perguntas.
—Tá bom então mãe, eu vou na casa do Júnior, me dá uns trocadinhos para eu chupar um sorvete com ele?
—Eu vou dar dinheiro pra você pagar sorvete pros outros?
—Mas ele sempre paga sorvete pra mim mãe, é justo eu pagar também.
—Tá bom eu dou, mas agora você não vai.
—Porque?
—Você acabou de acordar menino, e eu não quero ver filho meu na casa dos outros de manhã, sossegue o facho aí e depois do almoço você vai.
—há mae! …não tem nada a se fazer em casa!
—assiste televisão que o tempo passa rápido.
Me sentei no sofá e como sempre todo esparramado, minha irmã se sentou no outro e ficamos a assistir televisão, o tempo passava e chegou a hora do almoço, meu pai chegou e almoçou junto com nós e logo retornou ao trabalho.

Eu estava bem tranquilo indo à casa do Júnior quando eu vi o Gabriel com um monte de meninos, alguns bons amigos outros nem tanto.
—olha lá o Zezinho – disse o Gabriel se aproximando, confesso que fiquei tenso, pois do Gabriel pode se esperar tudo.
—o que você quer de mim, Gabriel?
—relaxa Zezinho, só quero chamar você para jogar bola com nós, o Severino liberou um horário pra gente lá no campo.
—acho que não estou afim, deixa pra outro dia.
—ih eu sabia, bem que eu falei que ele não ia – disse outro Elias.
—você tem razão – disse o Gabriel – esse ai só pode ser bicha para não gostar de futebol – ele disse e os garotos começaram a rir.
—quem você esta chamando de bicha seu otário?
—você.
—eu não sou viado?
—então bora jogar? Prova que você não é porque é só viadinhos que não gostam de futebol.
—não tenho que provar nada! …mas faço questão de jogar só pra ver vocês perderem, vou chamar o Júnior e o Pedro e encontro vocês lá no campo.
—é o que vamos ver …vai chamar aqueles dois mas não demora – disse o Gabriel.

Fui correndo chamar o Júnior e o Pedro e num piscar de olho já estávamos em campo com os times formados.
—Vamos lá gente, vamos ganhar desses otários, não podemos perder, não hoje – eu disse a eles na rodinha em que formamos.
O jogo começou bem acirrado com marcações firmes para ambos aos lados, como eu e o Pedro estávamos jogando de atacante, um menino passou a bola para o Pedro, eu sai em disparada em direção ao gol do adversário a espera do passe que o Pedro dessa vês fez certinho, dominei a bola no pé e fui em direção ao gol, o goleiro saiu em direção minha e no momento que ele se jogou na frente da bola para pega-la eu consegui limpar puxando a bola de lado e muito calmamente a chutei que foi rolando para o gol.

—GOLLLLLLLLLL …É GOL CARALHO – eu gritei em comemoração.
—não valeu – disse o Gabriel.
—Claro que valeu!
—Você estava em posição de impedimento.
—eu não estava Gabriel …não roube e saiba perder!
—quer saber? …você não vai mais jogar.
—você chamou ele Gabriel, e eu vi ele marcar o gol e

realmente não estava em posição de impedimento …ele vai jogar sim ou quem vai parar sou eu – disse outro garoto que

também era babaca, mas ali neste momento ele estava sendo justo o que me deixou bem surpreso com a sua reação.
—tá …que seja então – disse o Gabriel me olhando com uma cara de bravo de espantar qualquer um.

E o jogo continuou, por incrível que pareça fizemos mais um gol, mas nossa alegria não durou muito, o time adversário virou o jogo e o pior não foi perder, foi ter que aguentar eles tirar onda da gente.

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