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Menino da Roça 03

792 palavras | 6 |4.82
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Mal tinha acabado de despejar seu leite na garganta de Ricardinho, e o som do galope do cavalo se fazia ouvir no entorno do curral. Romualdo subiu sua calça, limpou o canto da boca e o queixo da criança e, enquanto tentava disfarçar os vestígios da mamada daquele rostinho vermelho de tanto levar rolada de macho, reforçava o combinado com Ricardinho. “Pode ficar tranquilo, viu! Dessa vez não vou contar nada para o seu pai. Mas vou precisar mais vezes dessa sua boquinha gostosa, visse?” . A criança assentiu com a cabeça, enquanto ouvia o pai gritar-lhe o nome: “Ricardinho, ocê tá aí?”
“Tô sim, pai”, apareceu correndo a criança em frente ao pai, ressabiada. Olhou descofiada para o rosto do pai, um homem de porte mediado, moreno claro, perto dos 40 anos, cabelos ainda pretos e volumosos.
“Eita, mas tava chorando de novo? Tá vermelho feito um pimentão”.
“Ele estranhou chegar da escola e não encontrar a mãe, seu Jão. Mas ficamos de prosa aqui, não é mesmo Ricardinho? Esse menino é muito bonzinho, nem parece criança. Nunca vai dar motivo pra levar uma surra”, falou o peão, olhando nos olhos de Ricardinho.
João não entendeu muito bem o comentário do peão, mas no fundo ficava irritado com comentários que ressaltavam as qualidades da criança: muito bonzinho, muito inteligente, muito educado pra um menino da roça. Ricardinho era sensível demais, chorava por qualquer coisa, e o problema não era que ele ” nem parecia criança”: ele não parecia um menino. Nem fisicamente, nem no comportamento. Era muito delicado, e isso deixava o vaqueiro intrigado.
“Bora pra casa tomar um banho, que sua mãe deve chegar logo e não vai querer te ver nessa sujeira. Brigado Romualdo, por cuidar aí do meu menino”.
“Que isso, seu Jão, gosto demais de conversar com Ricardinho. Até a hora da Janta”.
Pai e filho desceram para a casa da família sem conversarem. Ricardinho processava o que tinha acabado de vivenciar, e ainda sentia o gosto da porra em sua garganta, que estava irritada depois de tanta estocada. Pigarreava de tempos em tempos, mas o pai nem notava. Estava imerso em seus pensamentos sobre o filho tão diferente dos outros moleques.
Chegaram em casa, e João foi logo dizendo: “Direto pro banheiro, Ricardinho! Só vai ligar a TV quando estiver de banho tomado”.
A criança foi naturalmente, sem reclamar. Bebeu água no lavatório mesmo, tentando limpar glote e tirar o incômodo que sentia.
João foi até a cozinha, que cheirava à comida pronta. O jantar tinha sido preparado antecipadamente, caso houvesse algum atraso no retorno da esposa, Diná.

No banheiro, Ricardinho tirou seu uniforme, e quando se abaixava para passae a cuequinha pelos pés, seu pai abre a porta e dá de cara com aquela bundinha gorda abertinha, com o pequeno furo rosa para o alto.
“MMMas ainda não abriu esse chuveiro?” Gaguejou João ao ver aquela cena tão, tão… gostosa. Ficou ali paralisado por segundos, quando percebeu que o filho, naquela posição, olhou olhava nos olhos parecendo le seus pensamentos.

O pai entra no banheiro e abre o chuveiro, enquanto Ricardinho se ergue e vai pra de baixo da água. “Ai pai, tá fria!”, a criança se sacode fugindo da água indo de encontro ao corpo do pai, e o abraça. Sente que pau de João está volumoso, repetindo a cena de meia hora atrás, com Romualdo. O pai foi logo desatando a criança de si e ralhou com ela: “Mas tá me molhando todo, muleque! Vai desmanchar por conta de água gelada?”. O menino fitava o rosto do pai, que fitava o olho do filho, constrangido e confuso. Parecia que o filho conseguia ler seus pensamentos nada paternais, que atormentavam a mente, mas também fazia reagir o corpo.
O menino dá dois passos para trás e entra debaixo da água, que já caia morna sobre a cabeça. “Desculpa pai, não queria te machucar “.
Ricardinho sentiu o pau duro do pai, e não entendia o porquê de tê-lo machucado também.
“Mas não tô machucado, tô é todo molhado!”. O pai se reajusta enquanto o filho se ensaboa, e vai saindo do banheiro deixando pegadas embarreadas da botina pelo chão. Resolve tirar o calçado, e vê que o melhor é já tirar a calça molhada para não fazer bagunça pela casa.
Ao se preparar para sair do banheiro, de camiseta e cueca, ouve a pergunta do filho: “Pai, você vai tomar banho comigo?”

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6 Comentários

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  • Responder Gente q isso ID:2t950flb80n

    Cade a parte 2? Saiu do 1 para o 3.

  • Responder B.Ozinho ID:8ef6vikoi9

    Aiiiiiii caralhooooooo!!!!!!!!!!

    QUE CONTO BOM DE SE LER !

  • Responder pretto ID:1eqr69iahyra

    maravilhoso, ansioso pela continuacao quero que o papai tire o cabacinho do filho, parabens para o escritor, obrigao.

  • Responder Greg ID:jsj36y43c3r

    Humm tô vendo que o pai bruto vai tbm provar da boquinha do filho… Ou será da bundinha???

    • pretto ID:1eqr69iahyra

      estou torcendo que isso aconteca kkkk, adoro esta tema de pai com filho(a)

  • Responder Daikin ID:sf38e2qgue0

    Isso tá muito bom!!