Descobertas da vida – O voo do beija-flor

Alan descobre o prazer da masturbação, mas algo o deixa intrigado. Na busca por respostas, descobre às respostas para suas inquietações.

Ao entrar no quarto havia um cheirinho do spray e da roupa de cama limpinha. Se eu me deitasse agora dormiria até o final da tarde, então depressa fui ao banheiro. A água quentinha escorria pelo meu corpo, fechei os olhos e me veio a cena do Jairo me cutucando, um sensação de arrepio percorreu meu corpo, eu passava o sabão pelo pescoço, descia pelo peito, quando cheguei no meu pau ele estava rijo, eu ri me lembrando do Jairo o chamando de beija-flor, mas nem era tão pequeno assim.

Comecei a massageá-lo, era um sensação gostosa, então senti uma contração na entrada do ânus que me fez levar a mão até lá, eu não entendia, mas estava muito bom tocar naquela região. Eu acelerei a massagem no pau que ficava mais duro, o meu corpo parecia que viajava na imaginação.

Eu me vi sentado no colo dele de frente, olhava para o teto enquanto sentia-o beijar meu pescoço, os nossos corpos colados, a barba dele roçando, de repente ele levanta minha blusa, eu começo a achar estranho
-Você vai ser meu, meu putinho
Como assim ele não me chamava assim, mas aquilo soou excitante. Eu olho para ele, mas não era ele. Na verdade era o Luís.
-Deixa, por favor, eu entrar em você. Olhe como meu pau está.
Meu ânus piscava sem parar e o corpo tremia, mas o que ele dizia sobre entrar em mim não entendia.
-O que você está querendo, Luís?
Eu sinto sua mão acariciando minha bunda
-Luis não pode tocar aí, que meu, huum
Eu estava de costa e sinto ele baixar minha roupa, sua mão percorria todo meu corpo.
-O que você está fazendo? É muito bom
-Eu sempre quis você, eu sempre quis

Eu aumentava o ritmo da punheta, meu corpo se contrai de uma forma mais intensa e uma sensação de prazer explode, sinto algo quente nas minhas mãos, abro os olhos e tem algo branco gosmento nas minhas mãos. Ainda atordoado aproximo aquilo do meu nariz, nossa o cheiro forte de água sanitária, eu lavo minhas mãos depressa.

Termino o banho, pego o celular e pesquiso:
” Gosma branca com cheiro de água sanitária saiu do meu pau”, cliquei nas imagens. Aprendi sobre o que era sêmen, ejaculação, prazer, mas o que me deixou boquiaberto foi a parte que falava “Sexo anal”: O sexo anal é realizado tanto por casais heterossexuais quando por casais homossexuais, consiste na busca do prazer pela penetração do pênis no orifício anal ou alguns objetos como pênis sintético…

Eu pesquisava mais e mais coisas. Então, os garotos que me chamavam de viadinho, na verdade me chamavam de homossexual, o Michael falava aquilo de comer meu cu, então existe esse tipo de relação. Eu não acreditava naquilo que eu lia, então o que eu sentia pelo Jairo, nós dois éramos gays. Quando o Jairo me cutucou e gostei estava sentido prazer, por isso meu pau ficou duro. E quando eu li que a sementinha que a vovó dizia que o papai colocou mamãe era o semenzinho dele dentro da vagina na hora do sexo. Eram muitas informações, não sei quanto tempo se passou. Eu estava na parte que dizia: O que é chuca?. Fui interrompido por batidas na porta
-Querido, vamos almoçar. Já está ficando fria a comida.
-Tô indo, jô. Obrigado

Eu não terminei de ler, um filme passou pela minha cabeça, agora eu compreendia muitas coisas. Eles não queriam me contar talvez para deixar as coisas acontecerem naturalmente. Eu ainda estava de pau duro, mas agora pensando no Jairo que sensação diferente como se o espelho agora refletisse melhor, eu penteava meus cabelos e me achava tão atraente no espelho. Decidi mandar mensagem para ele.
-Oi, meu gatinho
-Oi, amor
-Eu só mandei mensagem para dizer que te amo, viu. Agora eu sei o que é isso que sinto.
-Por essa eu não esperava, eu tbm te amo, branquelo
– Eu hoje estava no banho e lembrei de você chamando meu pau de beija-flor hahaha
-É que é pequeno ainda, mas vai crescer igual ao meu
-O seu é grande?
– Alan, por que tá perguntando isso agora?
– Ah, é que fiquei curioso?
– Ele tem 17 cm, vida
-Nuuu, mais da metade de uma régua? E isso cabe
– Hein, do que você tá falando, leque?
– Se cabe no meu…atrás de mim
– Onde você aprendeu tudo isso?
-Não precisa me esconder, eu li tudo na internet depois que pesquisei sobre sêmen
– Amor, você foi procurar na internet, tá lendo ao menos um site confiável. Espere, por que você pesquisou sobre esperma?
– É que eu hoje ejaculei pela primeira vez, eu tava no banho e me toquei, daí deu tesão, aprendi sobre isso hoje, então eu bati punheta, aprendi o nome e depois ejaculei.
-Nooossa, mano, você ejaculou? É sério? Saiu um líquido branco?
– Sim, meu lindo. Eu estava pensando em você sarrando em mim

Eu não quis falar a parte do Luís, Jairo ficaria chateado. Então, falei tudo que senti colocando ele como o outro protagonista da cena.
-Vida, cê louco? Tô aqui de pau duraço, vou ter que bater uma pensando em você.
– Que lindo,você me chamou de vida
– Hehehe, foi. Mas, deixe eu te falar. Sexo com penetração nós não vamos fazer agora tá certo, tudo no seu tempo.
-E tem como a gente controlar o que sente?
-Você vai aprender, eu bato punheta todo dia pensando nessa sua bundinha arrebitada. Pensa que é fácil, já faz mais de 3 meses. Nunca percebeu que eu sempre estou de pau duro perto de ti.
-Eu nunca tinha prestado muita atenção, só naquele dia na piscina.
-Tá vendo, tudo tem seu tempo, a gente pode fazer outras coisas que dos gostosas, você tbm viu?
-Eu vi que tem sexo oral? Cunete?
-Man, você leu tudo isso. Você vai aprendendo, cê vai ver. Eu tô aqui cheio de tesão. Mas, tenho que ir, levei um sermão daqueles da mãe. O Pai viajou, tive sorte.
-Espero que fiquei bem, quando a gente pode se ver.
-Acho que na quints, tô suspenso estes dias, você vai ficar aí com seu pai
-Ô, gatinho. Já tô com saudades. Queria você aqui
-Nooossa, vida você tá falando igual a mim manhoso, tá me deixando maluco aqui.

Ele envia uma foto de visualização única. Ele estava com short de futebol, dava para ver marcada à esquerda o cano grosso dele. Nossa, eu tive aquela sensação de piscada anal
-Envie uma sua vida?
Eu enviei e ele mandou um áudio rindo alto.
-Do que você tá rindo, seu chato?
-Vida, nada não, achei engraçado. Era da parte de trás, mas deixa para lá. Tudo no seu tempo
– Antes tivesse pedido foto da minha bunda hahaha
– Nam, eu me precipitei, tenho que ir, beijo te amo
– Eu tbm vou já almoçar, beijo grande, eu te amo, gatinho

Assim que desliguei me senti culpado por ter pensado Luís na masturbação. Melhor ficar quieto. Desci para almoçar com a Jô, o snowflake, Shitzu do papai, correu em mina direção, ele tinha voltado do banho cheiroso e com gravatinha.
-Iti, qui coisi lindi, eita vem cá dá um abraço.
Agarrei-o e dei muitos beijos naquela bola de pelos fofinha. A Jô o pegou e mandou eu lavar as mãos para almoçar. Finalmente comi, já eram quase uma da tarde. Escutei a porta se abrindo. Era o meu pai
-Mesmo na hora pai, venha comer
Ele se senta no sofá com feição exausta. Eu me levanto
-Não precisa, filho, termine o seu almoço.
-Ah, papai, imagina.
Eu tinha o costume de tirar os sapatos dele puxando até cair para trás pela força. Eu no chão,olhando para ele. Ele me puxa e me dá um abraço.
-Nossa,papai. O senhor está suado
-Tô fedido, né?
-Tá não, tá só suado.
Eu puxo o lenço do seu blazer dele e enxugo um pouco do suor.
-Tava com o ar desligado, nossa pai?
-Estava, filhão. Eu me senti mal e abri as janelas.
-Ainda com isso? Já procurou o médico?
-Já ele disse que vou ficar bem, muito trabalho.
-É o senhor só pensa nisso.
Ele pega e me puxa para sentar no seu colo só que eu fico de frente para ele com as perna para o lado. Na mesma hora me veio a cena da punheta. Ele me abraçava apertado e falava meio abafado por nossas bochechas estarem coladas.
-Esse seu carinho cura tudo.
Eu senti algo embaixo, mas não tinha dado sinal de vida. Eu senti esquisito então o soltei. Eu tinha ficado vermelho de vergonha por ter pensado naquilo com meu pai.
-Nossa, ficou vermelho filho, foi de tanto te apertar.
-Foi, papai, foi
-Vamos almoçar, tô faminto
Ele almoçou comigo, conversamos muito sobre o vovô. Ele perguntou se estava tudo bem com o Jairo. Eu senti falta da tia Leonor
-Papai, cadê a tia Leonor. Ela sempre está em casa.
-Filho, eu e a Leonor não estamos mais juntos. Ela foi embora tem 15 dias.
-Ah, papai, por isso o senhor tá assim?
– Eu não tinha condições de te ver nesse estado. Ela era gente boa, mas eu não era bom para ela.
-Em que sentindo?
-Coisas de adulto?

Ele nem sonhava que já tinha aprendido muita coisa de adulto lendo na internet. Meu pai trocava de namorada constantemente. Ele parecia ser tão gente fina, gentil, educado e muito parceiro. Deve ser isso dele trabalhar muito, não tem quem aguente.
-Pai, tire um tempo para o senhor descansar
-Tempo e dinheiro filho, tempo é dinheiro
-Saúde não tem preço, papai. Aliás, tem sim. Se perdê-la gasta bastante
– Nossa, meu moleque tá crescendo. Dando conselho desse tipo ao papai.
-Eu vi na televisão que as pessoas que trabalham assim como o senhor adoece bastante, é preciso ter uma vida meia acelerada
-Verdade, meu filho. O papai vai ver o que pode fazer para desestressar.
-Já seeei, tarde de cinema em casa com pipoca e bastante chocolate
– Ótima ideia, vou tomar um banho e a gente vai assistir.
-No seu quarto, por favor, por favorzinho
-Sim, claro. Agora que não tenho ninguém o quarto é todo seu

Terminamos o almoço e sai para o quintal. A jô estava lendo uma revista numa poltrona.
-Jô, não almoçou conosco?
-Não querido, hoje como mais cedo. Estou de dieta devido uns problemas nesse meu coração velhinho.
-Não diga isso, seu coração está forte como um touro.
-Que saudades de você, vem cá.

Eu deitei ao seu lado, coloquei a cabeça em suas pernas. Ela alisava meus cabelos.
-Você está tão crescido, nem parece aquele pititico que eu vi nascer
-Falando em nascer. Fale sobre minha mãe e o meu pai, Jô.
-Já falamos tanto, querido. O que você quer saber
-Será que ele só amou minha mãe, ele não para quieto com ninguém
-De onde você tirou isso, sabe lá o que é amor?
-Eu não sou inocente, Jô. Amor é quando a gente quer estar com a pessoa, o coração acelera por estar com ela, a pessoa faz sexo.
-Menino, onde você aprendeu todas essas coisas?
– Jô, eu tô apaixonado, sabia?
– Meu querido, você é tão jovenzinho. Como fala em paixão assim
– Depois te conto, eu quero saber dos meus pais, por favor. Como era meu pai antes de conhecer minha mãe.
-Seu pai sempre foi assim, educado, gentil, elegante. Eu até pensei que ele não era
– Não era o quê? Por que parou de falar?
-Nada não, filho, é muito cedo para você saber desses assuntos.
– Sabia que ele está adoecendo, a gente precisa fazer alguma coisa. Eu não o entendo.
-Também o percebo triste pelos recantos, e não é pela Leonor. Tem coisas que só você mesmo consegue se livrar.
-Ele hoje ficou com medo após uma senhora denunciar eu e o Jairo ao Conselho Tutelar
– O que aconteceu?
– A gente disse que era namorados
-Namooo o what? Menino, eu parei no tempo e voltei com você namorando?
– Hahaha. A gente tá se conhecendo, mas nem beijo rolou
-Huum e o que seu pai disse?
– Que sempre protegeria a gente
– Então, ele está bem com relação a vocês?
-Sim, sim. O Jairo tem medo do pai. Ele é meio machista, parece. A mãe dele, coitada, aguenta por ele eu acho.
-Filho, existe uma coisa chamada dependência emocional. Muitas mulheres e homens também acabam acreditando que não sabem viver sem aquela pessoa, por isso se sujeitam à violência doméstica.
-Deve ser isso, então. Ela tem o emprego dela, eu que não aguentaria um homem assim briguento. Se bem que o Jairo é
-Como assim ele é violento?
-Não nesse sentido, ele me respeita pacas, é que ele se irrita e parte para cima dos caras quando gozam de mim.
-Ah, filho. Você está passando por isso. Eu me lembro quando seu pai passou?
-Como assim, meu pai passou pelo quê?
-Não, nada não. Ele era marrento também, metia-se em cada confusão. Meninos são levados, né? Menos você.
-Deve ser por isso que me chamam de viadinho, no fundo eu não sou igual a eles mesmo.
-Filho, cada ser humano tem sua personalidade. Não é motivo para eles te chamarem de homossexual, isso só diz respeito a você. Eles não saem gritando que são héteros, a sociedade os permite viverem livres. As pessoas LGBTs sofrem rechaço por fugirem do padrão que a sociedade impõe como certo
-O que é LGBTs?
– Ah, é a sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis/transsexuais e o S são de simpatizantes, aquelas pessoas que os respeitam e também lutam pelos seus direitos. Assim como eu, seu pai, seu avós já sabem?
-Sim, está tudo bem.
-Tá ouvindo seu pai te chamar, vá dar carinho, ele precisa de você, seu lindo.
-Obrigado, Jô.
-De nada, querido.

Ela me escondia algo do meu pai, eu vou descobrir, Ah, se vou. Subi as escadas e entrei no quarto, a visão de uma escultura grega só de calção fininho era meu pai. Ele estava deitado, com o braço para trás da cabeça, mostrando aqueles pelinhos da axila e do peitoral aparados. Ele batia com a outra mão me chamando para deitar. Não sentia desejo sexual pelo meu pai,o único homem além do vovô que me sentia tão próximo de encostar pele com pele era ele, o que tinha era curiosidade. Mais que depressa deitei e escorei minha cabeça em seu peito, a sensação de proteção imediata. Eu imaginei assim com o Jairo. Eu o abracei e minha mão repousou no meio do peito, eu o alisei. O filme começa, era um comédia, quando ele ria eu me balançava em seu peito. Ele passava as mãos no meu cabelo alisando o couro cabeludo. Teve uma hora que a cena era de sexo hétero, ele ia passar.
-Papai, não precisa pular, quero ver.
-Filho, filho.
-Papai, papai volte a cena

Ele colocou um punhado de pipoca na boca. Eu vidrado na TV. À medida que o homem alisava o peito da mulher e descia para a barriga, eu fazia os movimentos no meu pai sem perceber. Ele vai descendo e eu sem perceber também. Na hora que ele ia tocar e eu também.
-Ei, mocinho. Tire a mãozinha daí
– Desculpa, papai nem percebi.
-O que está acontecendo contigo.

Então, eu me viro e fico deitado de barriga para baixo olhando para ele e escorando os cotovelos na cama.
-Papai, já descobri tudo. Crianças nascem de relação sexual, homem ejacula, eu sou homossexual, pois gosto de meninos, no caso do Jairo hahaha. Eu também vi que tem sexo anal e oral.
-Calma, calma, aí. Deixe-me processar tudo isso. O Jairo tinha prometido deixar tudo no seu tempo.
-Não foi ele quem me disse foi o Google, depois que eu pensei no Jairo e no Luís, eu me masturbei e saiu semên, como não sabia o que era pesquisei. Parei na parte que para fazer sexo anal precisa fazer chuca.
-Filho, e você me conta isso tudo assim de supetão. Ele se senta na cama coçando a cabeça.
-Ah, papai já estava na hora de eu saber,por caridade. Eu nem sabia me defender, mas agora se ela falarem alguma coisa eu vou retrucar.
-Filho, não se ganha na mesma moeda.
-Tá, certo. Não tá aqui mais quem falou
– Quer dizer que meu bebê já está virando hominho
Ele começou a me dar cócegas e tentar puxar minha cueca.
-Cadê, quero ver a piroquinha, já tem pelinhos, deixe eu ver.
-Paaara pai, hahahah, ahahhhhh, nãão

Eu tentava segurar mais ele era mais forte, eu estava vermelho de tanto rir. Então, ele me solta. Dá um tapa na minha bunda e diz.
-Seu pai não aguenta mais essas brincadeiras, uffa, quer uma água.
-Aceito, obrigado. Nossa, pai machucou um pouco até o braço.

Ele correu e todo dengoso me pegou igual se pega um neném.
-Chegue, nenemzinho do papai, foi onde que machucou
– Aqui no meu braço

Ele beijou o meu braço
-Aqui na mão

Ele beijou a mão e seguiu beijando onde doia, igual quando eu era criança para ver se passava. Depois me colocou no chão, eu sem querer olhei para o seu calção
-Acho que o passarinho quer fugir da gaiola
-Respeita seu pai, moleque
-Não disse nada, ficou com desejo da mulher do filme, né?
-Para com essa intimidade. Acabou o assunto, vá para seu quarto que eu vou dormir um sono
-Mas a pipoca nem acabou
-Leve e assista lá.
-Não, eu terminar o filme aqui
-Tá bom, então vou cochilar e quando terminar você desliga e vai se deitar.
-Tá certo.

A gente se deitou, porém eu não me escorei nele, ele virou para o outro lado e eu fiquei olhando as costas linda dele, o trapézio bem definido e o tríceps nossa estufando do braço. De repente uma notificação no celular.
– E aí, Alanzin, blz. É o Luís

Ah, não acredito. No estado que eu estava pelo sentimento, vem justamente ele falar comigo.
-Oi, Luís. Tudo bem?
– Comigo, tá sim. Ei, não quer vir aqui para a piscina, é no mesmo prédio no seu pai, festa do Fê, lembra dele. Olha quem está aqui?

A Laura e o Fernando, primo deles, estava com ele na foto que me enviou, para piorar ele sem camisa mostrando aqueles pelinhos ruivos.

Fernando nem se fala, eu lembrei ele sempre ficava de olho em mim como se me julgasse. Ele era um magrelo, quase não tinha pelos, só mais nas pernas, bigode fininho e cabelinho na régua, tinha uma mala daquelas no short Tactel. Aqueles olhos verdes fuzilando e um jeito meio debochado que lembrava meu gatinho

Controle-se, Alan. O que está acontecendo contigo? Seu compromisso é com Jairo, mas que compromisso ele nem me pediu em namoro. Havia vozes na minha cabeça, eu me sentia diferente, desinibido e com outra ereção. Não entendia os pensamentos nos meninos, só queria a todo custo ir lá.

-Meu pai acabou de dormir, não tenho como pedir a ele. Vocês vão demorar?
– Até o sol baixar
-Beleza, vou ver o que faço.

Um áudio foi enviado, eu coloco no ouvido
– Ei, branquinho, cole aqui. Tamos tomando uns refri, tem churrasco

Logo o dono da festa me chamando, eu criei coragem e chamei o papai.
-Papai, pai, ô pai
-Hum
-Posso ir à festa na piscina na casa do Fê no andar de baixo, Luís e Laura estão lá?
– Humm
– Papai, eu posso.

Ele se vira com cara seria
-Poxa, filho. Não gosto seu me acorde?
-Só vou passar um tempinho lá, posso.
-Tá, mas tenha cuidado “esse é irmão desse”

Era só o que me faltava, meu pai fazendo o gesto com o dedo apontando para os olhos. Como se eu fizesse algo errado. Eu só de ruim imitei a Chiquinha do Chaves quando o seu madruga dava dinheiro a ela
-Obrigado, paizinho lindo, meu amor
– Tá, tá, agora vá e me deixe dormir

Segui para o meu quarto, abri o guarda-roupa, mas aquelas roupas pareciam muito infantis. Que droga, eu não queria chegar lá vindo do Jardim de infância. A Jô deve ter ouvido a minha barulheira
-O que é isso, menino?
-Eu vou lá na piscina, e não encontro nenhuma roupa que me sirva
-Ahh, seu pai havia comprado algumas. Estão dobradinhas na aérea de serviço.
– Eu te amo, sua linda

Meu pai havia comprado roupas mais adolescentes para mim. Eu adorei, não tinha exatamente short de piscina, mas tinha um de tecido branco, coloquei uma camisa azul clara de algodão com botões e uma sandália de praia.

Eu me sentia muito confiante e com auto-estima mais elevada, realmente aprender sobre minha sexualidade mudou a maneira de enxergar o mundo.

Bom final de semana a todos

Beijos, Deleite

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