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Pedrinho na boléia 7

4526 palavras | 26 |4.55
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Pedrinho caminhava distraído, desviando do lixo e dos buracos da rua empoeirada que o levava até sua casa. Na mochila pesada, carregava os presentes e o dinheiro que conseguira com a ajuda de seu novo amigo. Mas a verdade é que seus pensamentos permaneceram com ele na boléia daquele caminhão vermelho. Suas pernas ainda estavam um pouco moles devido ao que sentira há pouco. A imagem daquele bigode preto em sua virilha e a sensação daquela boca quente massageando seu pintinho o fizeram estremecer novamente. Seu pequeno pênis deu sinal de vida e apertou a frente da cuequinha azul do Superman. Sexo. Agora sabia o que aquela palavrinha curta significava e entendia por que aquilo era tão importante para os adultos.

(Olá pessoal, agradeço os comentários do conto anterior. Que bom que está fazendo sentido para vocês. Não deixem de comentar, avaliar e dar as opiniões de vocês. Isso é o que me motiva a tirar essa estória da cabeça e escrever para vocês. Acreditem, dá um trabalho danado. Não deixem de ler os capítulos anteriores. Toda a estória está conectada. Nesse capítulo, começamos a temperada 2 de Pedrinho e Tonhão. Nele começo a apresentar e explorar outros personagens importantes para a trama. Aos que estão sedentos por sexo, já aviso: esse capítulo NÃO tem sexo entre os personagens. Isso mesmo, sensual, não sexual. Só para os fortes. Aos ansiosos: a hora vai chegar. Não se constrói uma casa sólida pelo telhado. Divirtam-se)

Quando se deu conta, estava diante da porta de madeira descascada de sua casa, um barraco pequeno e simples de 3 cômodos, onde morava com sua mãe. Foi então que realidade bateu em seu ombro e Pedrinho sentiu medo. Nunca havia dormido fora de casa. Não sabia qual seria a reação dela. Com a mão na maçaneta, ensaiou mais uma vez, mentalmente, as desculpas e explicações que havia combinado com Tonho.

Quando a porta se abriu, a casa estava em silêncio. Com passos cuidadosos, Pedrinho checou a cozinha, os dois quartos e o pequeno banheiro. Sua mãe não estava em casa e tudo parecia exatamente igual havia deixado. Se apressou para guardar a revistinha em um furo na parte de baixo do forro do colchão e as roupas novas no guarda-roupas velho que dividia com a mãe. Colocou todo o dinheiro que havia ganhado em um pote de metal vazio localizado no armário da cozinha, onde guardavam suas economias.

Decidiu não sair para brincar na rua naquele dia e esperar a mãe chegar. À tarde, quando sentiu fome, comeu o resto do hamburguer e as batatas murchas que havia trazido. Mesmo frios, ainda estavam deliciosos. Foi somente no final do dia, quando já começava a escurecer, que a porta da casa se abriu, de repente. A mulher que surge era jovem, 24 anos, tinha cabelos castanhos longos e presos, usava um vestido comprido, cor-de-rosa, já meio desbotado. Tinha feições maltratadas pela vida e pelos maus hábitos que adicionavam a sua fisionomia vários anos a mais. À distância e com medo, Pedrinho diz um tímido “Oi mãe”. Ela não responde, coloca as 3 sacolas que trazia consigo sobre a mesa e começa a retirar alguns mantimentos, guardando-os no armário da cozinha. Ao final, abre o pote de metal para guardar o troco.

Olha para dentro do pote. Olha diretamente para Pedrinho, pela primeira vez desde que chegou. “De onde veio esse dinheiro, Pedro?”. O menino abaixa os faróis verdes e diz “Eu achei na rua, estava em uma sacola, num terreno cheio de mato”. “Alguém viu você pegar esse dinheiro?”, ela pergunta. Pedrinho sacode a cabeça negativamente. A mulher enfia a mão dentro do pote e sente as notas com os dedos. Em seu rosto, brota um sorriso que há muito não se via. Ela então se aproxima e agarra o menino pela orelha, levantando-o da cadeira. Barulhos de tapas e choro se seguem. “Eu já te falei pra você nunca pegar nada que não é seu!” diz ela antes de sair para o banheiro. Apesar das dores, Pedrinho se sentia aliviado. A mãe parecia ter acreditado em sua história. E também parecia não tê-lo castigado por haver dormido fora de casa. “Teria ela percebido sua ausência?”, se perguntou em meio às lágrimas.

Naquela noite, após o banho, a mãe vestiu uma roupa de festa e saiu para o baile funk, deixando o menino sozinho em casa novamente. Em seu quarto, sabendo que a mãe demoraria a chegar, Pedrinho resolveu folhear a revistinha que seu amigo Tonho havia lhe presenteado. Em suas páginas (algumas estranhamente coladas), fotos de homens enormes, fortes e peludos, e também outros mais jovens, magrinhos e sem pelos. Todos pelados, fazendo aquilo. Sexo. Pedrinho reparava em seus corpos e seus pintos enormes. Os mais jovens recebiam aqueles membros gigantes inteirinhos em suas bocas e em suas bundas. “Eram muito grandes, como aquilo era possível?”, pensava impressionado. Seu pintinho ficou duro e Pedrinho resolveu tentar brincar com ele, como Tonho havia ensinado. Queria muito sentir aquilo de novo. Abaixou a cuequinha e começou a esfregar o pauzinho entre os dedos. Era uma sensação gostosa, mas Pedrinho não conseguiu chegar ao clímax e acabou desistindo da punhetinha após alguns minutos.

No dia seguinte, Pedrinho foi brincar na rua com seus amigos. Já não sentia nenhuma dor ou desconforto devido aos eventos passados na parada de caminhões. Ao chegar em casa, viu a dispensa e a geladeira cheias como nunca. Porém, todo o dinheiro na lata metálica havia desaparecido.

A pergunta da mãe sobre as roupas novas nunca veio. Na verdade, poucas palavras eram trocadas entre os dois. Nada fora do comum. Todas as noites, ela saia de casa depois de voltar do trabalho. Chegava tarde, cambaleante, e ia direto para a cama.

Pedrinho contava os dias para encontrar seu amigo novamente. Sentia falta de sua companhia, da atenção recebida e de seus carinhos. Pensava em tudo que havia acontecido na semana anterior. Nas coisas que havia feito com os outros homens. A maioria das experiências não foram prazerosas para Pedrinho. Mas, de acordo com o amigo, ele não precisava fazer aquilo de novo e isso o tranquilizava.

Certo dia, Pedrinho encontrou as duas notas de 50 reais no bolso da bermuda. Recordou como havia conquistado aquele dinheiro diante do mictório e o gosto ruim voltou a aparecer em sua boca. Gastou parte do dinheiro para comprar refrigerante para seus amigos após as partidas de futebol no final da tarde. Com outra parte do dinheiro, resolveu ir até a padaria do Seu Joaquim, um senhor português que falava com sotaque engraçado, e comprou 2 daqueles doces maravilhosos que enfeitavam a vitrine. Sem perceber, seus olhos se fixaram nos contornos da calça, na região entre as pernas daquele homem, que parecia não usar cuecas. “Como seria seu pinto? Seria grande como os homens da revistinha? Será que gostava de fazer sexo também?” pensava enquanto saboreava os deliciosos doces.

Curioso, Pedrinho passou a observar a virilha de outros homens. Seus amiguinhos não pareciam ter nada lá embaixo, mas os adultos sim. Perdido em seus pensamentos, imaginava como seriam pelados. Gostava de pensar aquelas coisas. Às vezes seu próprio pintinho ficava duro. Foi exatamente isso que aconteceu enquanto cortava os cabelinhos no barbeiro do bairro. O homem, da mesma idade de Tonho, parecia esfregar de propósito aquela protuberância em seu braço enquanto cortava. Pedrinho não se movia e, embaixo daquele pano, apertava o próprio pintinho duro.

Sim, algo havia mudado em Pedrinho após aquelas experiências. Apesar da pouca idade, a descoberta do sexo havia levado sua inocência embora para sempre.

Quinta-feira chegou. Pedrinho acordou animado e tomou um belo banho antes de sair de casa. Se lembrou de lavar o pintinho como o amigo havia ensinado. Escolheu, entre as roupas novas, as mais bonitas. Queria estar bem arrumado e limpinho para o encontro. Sua mãe já havia saído para o trabalho quando Pedrinho partiu, com a mochila do Bob Esponja nas costas, contendo apenas uma muda de roupas.

O dia estava nublado. O sol que castigava na semana anterior estava escondido atrás de nuvens escuras. Pedrinho caminhou apressado até chegar à cerca do estacionamento. Olhou os caminhões parados até que reconheceu o modelo vermelho que buscava. Sorriu. Com cuidado, atravessou aquela barreira e esgueirou-se na direção do caminhão de seu amigo. Mas ao chegar perto, viu que as portas estavam fechadas. Bateu na porta do motorista, mas não obteve resposta. Aparentemente, não havia ninguém ali dentro. Pedrinho ficou sem saber o que fazer. Um temor instantâneo tomou conta de seu corpinho. Se os homens maus o encontrassem certamente o forçariam a fazer coisas que não queria e o machucariam…

Foi quando ouviu vozes atrás de um caminhão azul, também enorme, estacionado logo ao lado. Caminhou nas pontas dos pés até conseguir ver quem estava ali. Um homem corpulento falava com alguém, mas seu corpo enorme bloqueava a visão do menino. Foi somente quando o outro homem respondeu que Pedrinho teve a certeza de quem era aquela voz grossa e potente. Correu na direção deles e passou pelo desconhecido antes de avistar Tonho, que estava em pé, vestindo uma calça jeans, sem camisa (como sempre), com botas de couro nos pés. De sua mão direita, saia a fumaça do cigarro aceso.

Ignorando a presença do outro homem, o menino se jogou nos braços de Tonho, que o acolheu com um abraço apertado, levantando seu corpinho do chão e largando o cigarro para evitar queimá-lo.

“Hey, Pedrinho. Pensei que você não viria”, disse o homem em seu ouvido. “Eu vim, estava com saudades, tio Tonho”, responde. “Eu também, moleque” confessa o adulto. Pedrinho sentia novamente o cheiro conhecido daquele homem. Seus braços apertavam seu corpinho e entregavam a segurança e o conforto que ele tanto necessitava naquele momento.

Tonho sentia aquele cheiro adocicado de menino, com a mão apoiada em seu bumbum pequeno. Com o cabelinho cortado, estava ainda mais lindinho. Sim, ele também ansiava esse reencontro. Mais de uma vez naquela última semana, seu cérebro o traiu trazendo memórias daquele menino enquanto Tonho tocava uma punheta na solidão de seu caminhão.

Aquele abraço durou mais do que seria esperado e considerado normal socialmente. Após ser colocado de volta no chão, o menino se lembrou que não estavam sozinhos.

“Esse é o Beto, um amigo de longa data. E esse é Pedrinho, o menino que te falei”.

Roberto era mais ou menos da mesma idade de Tonho, mas era mais gordo e tinha uma pança grande. Ele tirou a mão da virilha e estendeu em direção a Pedrinho, que o cumprimentou timidamente.

“Beleza Beto, agora que meu ajudante chegou, vamos pegar a estrada. Tem bastante trabalho pela frente” diz Tonho.

“Sei bem de que trabalho você está falando, Tonhão. Cuida bem desse branquinho aí, não vai estragar o brinquedo. Na próxima vez, vou querer experimentar também.” responde Beto.

“Vai sonhando”, responde Tonho. Ambos riram, mas Pedrinho não entendeu do que falavam. Será que ganharia um brinquedo de Tonho?

Antonio e Pedro caminharam de mãos dadas de volta até o caminhão vermelho. Tonho ajudou o menino subir. Sentou-se no banco do motorista e explicou. “Hoje não vamos poder ficar aqui. Tenho uma entrega urgente pra fazer. Você vem comigo e te trago de volta depois, pode ser?”

Pedrinho consentiu com um aceno de cabeça e um sorriso banguela no rosto. Estava contente por estar ali naquele caminhão mais uma vez, com seu amigo.

Pedrinho colocou o cinto de segurança e logo ouviu os roncos do motor e sentiu o balanço do caminhão deixando a inércia no terreno irregular.

“E aí Pedrinho, me conta como foi a sua semana. Você não contou nada pra sua mãe, não né?”

Pedrinho se apressou para contar o que havia acontecido em casa e o que havia dito a sua mãe. Contou que a mãe havia comprado mantimentos para casa e não havia sobrado nenhum dinheiro. Contou sobre as brincadeiras com os amigos e sobre os doces que havia comprado na padaria.

“Falando nisso, você tá com fome? Minha esposa fez uma coisa especial pra eu trazer e acho que você vai gostar. Está naquela vasilha ali” diz Tonho.

Já passava da hora do almoço e Pedrinho estava com fome, não como a primeira vez, mas ainda assim, com a barriguinha vazia. Pegou a vasilha e abriu. “Bolo de cenoura com cobertura de chocolate.” explicou Tonho. Os olhinho de Pedro brilharam, parecia delicioso. Ele pegou um pedaço e logo começou a comer. Estava muito bom mesmo. Após devorar 3 pedaços, Pedrinho começa a lamber os dedos sujos de chocolate. Tonho desvia os olhares da direção e assiste aquela cena. O menino lambia os dedinhos e os chupava fazendo barulho. “Que delícia hein” diz Tonho ajeitando algo na altura da cintura.

“Tem um refrigerante pra você lá atrás na geladeira, se quiser pegar”. Antonio ajudou o menino a se soltar do cinto. Assistiu aquela bundinha escalar o banco para, logo em seguida, voltar com uma latinha nas mãos. “Abre pra mim, tio Tonho?”.

Pedrinho saboreava o refrigerante geladinho enquanto conversavam. Durante a viagem, falaram sobre os amigos de Pedrinho, o que ele gostava de fazer, a escola (estava de férias), a mãe etc. O menino, apesar de muito tímido, parecia bem a vontade com Tonho.

“E aí, viu a revistinha que te dei?” pergunta o caminhoneiro.

Pedrinho se lembra na hora. Cora e balança a cabeça afirmativamente.

“Gostou?” questiona Tonho novamente. Pedrinho dá um sorriso envergonhado e balança a cabeça para cima e para baixo novamente.

“Conta pra mim o que você viu” diz Tonho, tentando tirar alguma coisa daquele menino. Pedrinho ri, mas não fala nada.

“Pode falar, não precisa ter vergonha”, incentiva o adulto.

“Tinha vários homens. Eles estavam fazendo aquilo…”

“Aquilo o que?” pergunta o caminhoneiro, se fazendo de desentendido.

“Sexo”, responde Pedrinho quase sussurrando aquela palavra proibida.

“Ah espertinho, e como eles faziam?” questiona Tonho. Pedrinho engasga mas depois de alguns segundos dispara:

“Eles colocavam o pinto na boca e na bunda dos outros homens. Tinham o pinto grandão”, responde e esconde o rosto com as mãos.

“Hey, não precisa ter vergonha. E você acha que eles estavam gostando?”

O menino sacode a cabeça afirmativamente.

“Sim, sexo é muito bom. E conta pra mim, você brincou com seu pintinho?” pergunta o homem fazendo o gesto de punheta com a mão.

Pedrinho escondeu a cara novamente, mas balançou a cabeça, confirmando. De fato, havia batido uma punhetinha desajeitada em 3 ocasiões, mas sem conseguir atingir o orgasmo.

“Ah, safadinho! Não precisa ficar com vergonha, se esqueceu que eu que te ensinei? É gostoso né?”

“É… mas quando você fez em mim, foi muito melhor” responde o menino, ainda tímido.

“Uhm, talvez precisemos revisar essa lição depois… Você quer perguntar alguma coisa pra mim do que viu, ou qualquer outra coisa?”

Pedrinho pondera por alguns instantes. “Como eles conseguem…? Não dói?”

Tonho sabia a que o menino se referia. “Você quer dizer, como eles conseguem levar rola?” O menino sacode a cabeça, tímido, sem olhar diretamente para Tonho. “É tudo uma questão de treino e costume. No começo, pode até doer um pouquinho, mas depois ambos gostam e sentem prazer.”

Pedrinho pensa por alguns instantes. Sim, todos pareciam contentes nas fotos. “Igual o que eu senti quando você fez em mim?”

“Isso mesmo, Pedrinho. Igualzinho. E eu também gostarei de fazer aquilo com você” e colocando a mão na boca, como para contar um segredo. “Eu até melei a cueca naquele dia” e ri.

Pedrinho riu também. Aquilo parecia engraçado, embora não entendesse 100% o que significava.

Aquela conversa havia despertado o pintinho de Pedro que dava sinais de vida na cuequinha. Após alguns instantes, o menino pergunta “Tio Tonho, a gente pode fazer aquilo de novo?”

Antonio olha para o lado e vê Pedrinho com a mão na virilha, segurando alguma coisa com a mão do lado de fora do shorts.

“Umm, safadinho. Vou pensar sobre nisso. Agora, tira essa mão daí, estamos quase chegando” diz Tonho enquanto ajustava alguma coisa dura na própria calça. Pedrinho sorriu, ele sabia o que era aquilo.

Uns 5 minutos depois, o caminhão vermelho entra em um galpão um tanto escuro e estaciona de ré em frente a uma plataforma, e ao lado de outros caminhões. Tonho desliga o motor, se vira para Pedro e diz “Agora vem a parte chata, esperar a minha vez e ajudar a descarregar as caixas. Tem bastante caminhão esperando, acho que vai demorar um pouco. Enquanto isso, vai brincar no parquinho ali na frente. Tem um monte de crianças lá brincando”.

Tonho e Pedro estavam na periferia de uma cidade grande. O bairro era tranquilo e na frente do depósito havia um parquinho com alguns brinquedos e um pequeno campinho de futebol.

Pedrinho analisou aquela ideia. Não conhecia aquelas crianças. E também não conhecia aquele lugar. E se Tonho fosse embora e esquecesse ele ali? Tonho havia pegado um papel no painel do caminhão e saído. Logo, voltou e abriu a porta do passageiro.

“Acho melhor eu esperar aqui, tio Tonho”, diz Pedrinho. “Que nada! Vamos, desce”, responde Tonho. Havia uma autoridade natural na voz daquele homem sobre o menino que, mesmo contrariado, obedece.

Homem e menino caminham lado a lado, cruzam a rua vazia e chegam no parquinho. Era um local bem bonito, cheio de árvores, flores e com vários brinquedos. Pedrinho se surpreende e, enquanto observa as crianças correndo e brincando, sente sua camiseta sendo erguida, para depois passar por sua cabeça e braços levantados. Na sequência, aquelas mãos fortes levantam sua perninha e retiram o tênis e a meia. Pedrinho se escorava no tronco do homem para não cair. Em seguida, o movimento se repete com a outra perna e logo os dois pés de Pedrinho estão nus e tocam a grama. Um tapinha de leve no bumbum se segue. “Vai brincar, quando terminar eu venho te chamar para irmos embora”, diz Tonho antes de sair, levando sua camisetinha no ombro e o tênis na mão.

Tímido, Pedrinho caminha até o balanço, se senta sozinho e começa a balançar devagar, enquanto observa as brincadeiras dos outros meninos. Alguns minutos depois, escuta “Posso te empurrar?” Pedrinho olha para o lado e vê um outro menino, mais ou menos da mesma idade que ele. Ele acena e o menino complementa “Mas depois você vai ter que me empurrar também”. Pedro sacode a cabeça e o novo amigo começa a empurrar o balanço, fazendo-o ganhar altura. Ambos riem e se divertem. Alguns minutos depois, o menino diz “Minha vez”. Pedrinho espera a velocidade diminuir e termina de parar o balanço com os pés. Pedrinho vai até o balanço ao lado onde o amiguinho já o esperava sentado e começa a empurrá-lo. “Mais alto”, gritava o menino. Ambos riam. A brincadeira de balançar se repete mais algumas vezes. Cansados, ambos sentam lado a lado nos balanços.

“Meu nome é Mateus”, diz o menino loirinho, de cabelos encaracolados e branquinho, que vestia somente um shorts preto, curtinho.

“Meu nome é Pedro”, diz cumprimentando o amigo com um aperto de mãos.

“Você não mora aqui, né?” pergunta Mateus.

“Não, estou aqui só de passagem” responde Pedrinho enquanto confere o caminhão vermelho estacionado no galpão do outro lado da rua.

“Ele é seu pai?”, pergunta Mateus.

“Oi?”, responde Pedrinho.

“Aquele homem que estava com você, é seu pai?”, questiona novamente Mateus.

Pedrinho não responde imediatamente. Poderia dizer que aquele homem era apenas um amigo. Aquela era a verdade. Mas o amiguinho não precisava saber… Poderia dizer que era um tio. Tio Tonho. Mas resolveu apenas confirmar.

“É”. Queria que aquela mentira se tornasse verdade. E repetiu “É meu pai”.

Na sequência, Mateus apresentou Pedro a seus amigos. Um deles tinha uma bola e decidiram jogar futebol no campinho ao lado. Time dos com camisas versus time dos sem camisas, um clássico. Mateus e Pedrinho jogavam juntos no mesmo time. Apesar das nuvens que ainda tampavam o sol, fazia bastante calor.

Depois de uma hora de espera e mais uns 30 minutos ajudando no descarregamento, Tonho, cansado, foi chamar Pedrinho. Quando chegou, viu que os meninos jogavam futebol. Logo identificou Pedrinho, o menor e mais magricela do time dos sem camisas. Ficou alguns minutos observando aqueles meninos correndo atrás da bola. Viu 3 lances de Pedrinho e se surpreendeu com a habilidade do menino. Apesar do tamanho, o menino era bom. Corria, tocava a bola e se esquivava da marcação dos moleques maiores facilmente. No último lance, quase fez um gol, mas o zagueiro tirou a bola na linha.

O jogo terminou empatado, mas vários meninos vieram cumprimentar Pedrinho. Tonho continuou observando aqueles meninos suados se abraçando, com seus peitinhos nus, até que Pedrinho o viu e veio correndo em sua direção. “Tio Tonho!”

“Hey, hey, hey… nem pense nisso. Você está todo suado!”

O menino desacelerou e parou em frente ao homem, sem saber o que fazer. Tonho então se abaixa e diz:

“Estou brincando, estou suado também. Vem aqui!”

Pedrinho abriu um sorriso enorme e jogou seus bracinhos ao redor do pescoço de Tonho, colando sua carinha na dele.

Mesmo grudando de tão suado, seu cheirinho continuava delicioso. Pedrinho sentiu o odor forte que exalava de Tonho. Era como se estivesse concentrado. Não achava aquele cheiro ruim. Pelo contrário, era estranho, mas bom.

“Você me viu jogando, tio Tonho?” pergunta o menino.

“Vi sim, você leva jeito para o futebol hein, já é um mini craque”. Pedrinho se sentiu feliz e orgulhoso com o elogio.

Foi então que olharam para o lado e lá estava Mateus.

“Ele não é o seu pai? Porque você está chamando ele de ‘tio’ agora?”

Pedrinho não responde e olha para baixo. Tonho olha para ambos, confuso, e diz, tentando quebrar a tensão “Não vai me apresentar seu amigo?”

“Eu sou o Mateus”, se adianta o menino.

“Eu sou o Antonio…” o menino esperava uma continuação para aquela frase, que nunca veio. O homem então passa a mão nos cabelinhos loiros de Mateus e diz “Está todo suado também”. Tira duas garrafinhas de suco de laranja de uma sacola e entrega para os dois meninos.

Ao seu lado, Pedrinho observa os olhares de Tonho na direção de Mateus enquanto ele tomava seu suco. Ele conhecia aquele olhar. Era o mesmo olhar que Antonio olhava para ele, às vezes. Um sentimento começou a surgir dentro de Pedro. Algo que ele não sabia explicar. Uma mistura de medo, raiva e tristeza. Algo estava errado. Precisava sair dali, rápido.

“Vamos embora?” diz. Antonio não dá muita bola para Pedro e observa o suco escorrendo na barriguinha descoberta de Mateus. Pedro agarra a mão de Tonho e puxa ela com força. “Vamos, agora!” diz novamente, mas em voz alta.

Tonho olha para o lado e vê as feições de Pedrinho totalmente mudadas. Não entendeu nada, mas decidiu responder aos apelos do menino. Se levantou e disse “Não vai se despedir de seu amigo?”

Pedrinho, que continuava puxando a mão de Tonho, olhou para trás e disse “Tchau”, com uma carinha brava.

Mateus acenou e disse “Tchau Pedro, tchau Tonho”.

Pedrinho bufou. “Quem era ele para falar com seu amigo e chamá-lo de ‘Tonho’?” Pensou em olhar para trás e corrigi-lo “É Antonio, pra você!”, mas nada disse. Ao invés disso, continuou puxando Tonho pela mão.

“Hey, o que foi? O que você tem? Está com vontade de ir no banheiro?” Não estava, tinha feito xixi atrás de uma árvore no intervalo do jogo.

Pedrinho não respondeu, ao chegar perto do caminhão, um homem chama Tonho. “Espera aqui”, diz ele ao menino. Mesmo à distância Pedrinho pode ouvir o que o homem dizia. “Aqui está os 30% do pagamento para os gastos da volta. O resto eu deposito amanhã na sua conta.” Tonho guarda as notas na carteira e aperta a mão do homem.

Ao chegar no caminhão, o menino já esperava dentro da cabine. “Hey, já aprendeu a subir sozinho? Tem que tomar cuidado pra não cair”. O menino estava com uma carinha emburrada, fazendo bico. Tonho achou aquela carinha adorável. “Não vai me contar por que está bravo?” pergunta. Pedrinho balança a cabeça negativamente. “Ok então, quando quiser falar, pode falar”, disse Tonho, encerrando o assunto. Ele sabia bem como lidar com birras, como pai, já tinha tido várias experiências anteriores.

O caminhão saiu do galpão e logo estava na estrada novamente. Pedrinho se acalmou e após uns 15 minutos, quebrou o silêncio “Para onde vamos agora?”.

“Vou te deixar em casa”, diz Tonho calmamente.

“Não, não quero!” Pedrinho estava inconformado. Não era nem 6 da tarde. Havia feito tantos planos, trazido uma muda de roupa na mochila. Queria ficar mais tempo com o amigo.

“Ué, por quê? Foi o que combinamos, não foi?”, explica Tonho.

“Sim, mas… eu quero ficar mais tempo com você”, a voz do menino já tinha um tom de súplica.

“Mas Pedro, já vai escurecer e sua mãe vai ficar preocupada…”, explica novamente Tonho.

“Não vai não, ela nem liga! Eu trouxe roupa (mostrando a mochila), quero ficar aqui com você, igual da outra vez… Deixa, por favor!”, implora o menino.

Tonho permanece quieto por longos minutos. Algo parecia incomodá-lo enquanto o menino esperava ansioso sua resposta.

“Ok, se você quiser, pode ficar. Mas amanhã cedinho você vai pra sua casa, e sem choro dessa vez. Combinado?”

Pedrinho sorri, contente. Poderia ficar mais um tempão com seu amigo.

(Continua?)

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26 Comentários

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  • Responder Ceroulas ID:gnruj2dv2

    Calma pessoal, mandei ontem mas foi publicado agora há pouco só. Aproveitem.

  • Responder Akashi ID:gqb3ecxi9

    Mais um domingo passou sem capítulo
    Espero que chegue o próximo logo!

    • Pervedro ID:h80s3frqm

      O CNN geralmente só libera o conto no dia seguinte ao que você posta. Se ele mandou no domingo, o provável é que saia hoje, segunda.
      O horário depende, o CNN libera novos contos 2 vezes por dia.

  • Responder Aracaju ID:1ewoyk6kb7ji

    Kd mano o restante da história?

  • Responder Ceroulas ID:gnruj2dv2

    5000 palavras já escritas, Ainda trabalhando. Nos vemos domingo!

    • Jota ID:830wykanqm

      Ai sim amigo!!! No aguardo aqui

    • Mateus ID:81rdsxsd9b

      E aí, sai hoje?

  • Responder Aracaju ID:1ewoyk6kb7ji

    O cara parou de escrever. Conto perfeito, mas pra fazer isso, seria melhor nem ter começado!

  • Responder PutoRN ID:41ih37wrd99

    Ansioso pela continuação

  • Responder Baby ID:muirj5rzl

    cadê a continuação?

  • Responder Angel ID:ona2nn2hr9

    Queria ver esse moleque cheio de gala no cu e na boca. Faz ele ir ao ponto dos motoristas e ser abusado por vários e quem sabe ele se vicia

  • Responder JP ID:830wykanqm

    Melhor conto do site, não desanima, ansioso pela continuação!

  • Responder Aracaju ID:1ewoyk6kb7ji

    Cara, vc é um escritor nato, de talento, estou adorando a história, continue. Passei a semana toda esperando chegar domingo para ler o próximo capítulo. Um pena que não consegiu. Mas veja aí se consegue um tempinho pra postar antes do próximo domingo kkk. Ah e não mude a história, pelas críticas negativas, sua mente é brilhante e o conto está perfeito!

  • Responder Ceroulas ID:gnruj2dv2

    Olá pessoal, passando para avisar que não vou publicar um novo capítulo hoje. Infelizmente não tive tempo para escrever essa semana. Aos que criticaram a falta de sexo, mesmo depois de ter avisado no início, tenho só uma coisa a dizer. Não leiam. Sério. Esse conto não é pra vcs. E vcs não são obrigados a ler o que não gostam. Ao que disse que enrolei muito, segue uma versão reduzida pra vc. Tonho comeu Pedrinho. O menino foi embora e nunca mais se viram. Satisfeito?

    • Fongmarley ID:1css5qarekvj

      Amigo, a história é sua, se você se deixar levar por críticas, vai parar qualquer projeto no meio do caminho. O conto está maravilhoso! Segue com sua ideia e continua encantando aqueles que, como eu, estão maravilhados com a sua escrita. Provavelmente essa série é uma das melhores do site. Não desanima.

  • Responder Fongmarley ID:1css5qarekvj

    Eu curti bastante. Doido pela continuação.

  • Responder Adimy ID:g3jmh5zrb

    Como disse infelizmente está fugindo um pouco do contexto do sexo
    Só não pode ficar insistindo que tem que ter uma história do dia a dia pois no dia a dia também tem sexo .

  • Responder Greg ID:1dezpthdvggo

    Continua sim! Quero saber como foi a segunda vez do Pedrinho com o Tonho. Espero que o menino tenha sentido a rola do amigo dessa vez.

  • Responder Uuyyuicc ID:8310092hra

    Enrolou muito. Vamos prós finalmente logo olha o chat ZAP ae pessoal.

  • Responder Fernando Nunes ID:8kqvo5or44

    Quero continuação. Tá muito bom

    • Angel ID:ona2nn2hr9

      Tbm quero

  • Responder Tio BL ID:6nzrkvhpvds

    Tá com cara que Tonho já passou a mandioca nesse Matheuszinho ou tá doido pra passar.
    Continua

  • Responder . ID:81rfhyx2zj

    Chama aí no tele: arquesz

  • Responder Flavinho7F ID:y2qyl9skt7d

    Amei esse capítulo, que venha mais!!

  • Responder Passivo Ssa ID:1dak515yv1

    Ansioso pelos próximos contos

  • Responder Nelson ID:8cio2sam9k

    Lindo. Ele ficou com ciúmes de Tonho.