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A lagoa – Parte 1

1898 palavras | 3 |4.58
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Um grupo de garotos de 12 anos decidem cabular aula e convidam o novo integrante do grupo pra nadar numa lagoa.

ATENÇAO: Conto longo, dividido em várias partes e nessa primeira não acontece nada explícito. São memórias reais e a primeira parte é só pra ambientar.

Tudo aconteceu no início dos anos 2000: aquela época era realmente única. As maravilhas da Internet estavam se tornando acessíveis, mas as crianças ainda brincavam na rua. Não era tão seguro como a algumas décadas atrás, mas ainda não era tão perigoso como é hoje e foi durante esse tempo que vivi minha infância e Início da adolescência.

Eu era um garoto de 12 anos meio gordinho e baixinho, um tanto nerd e infantil pra minha idade. De cabelos pretos meio que em formato de tigela, olhar sério e marrento, moreno com a pele um pouco queimada do sol. Não era bonito e nem feio e apesar de ter 12 anos, parecia ser mais novo. Diferente das outras crianças, eu tinha acesso a um computador que ganhei de aniversário da minha mãe naquele mesmo ano como forma de compensar mais uma das muitas vezes que nos mudamos de casa naquele período, dessa vez finalmente pra nossa casa própria. Eu passava o dia no computador jogando em emuladores e quando eu não estava jogando, estava assistindo TV ou brincando com meus brinquedos. Na escola, eu tirava boas notas e me juntava com outros garotos nerds pra falar dos desenhos que passavam na TV.

Talvez por passar muito tempo sem sair de casa, minha mãe começou a ficar preocupada e decidiu que compraria uma bicicleta para mim. Eu sempre quis ter uma bicicleta! Quase todo garoto de 12 anos desejava ter uma. Ia muito além de uma simples posse, ter uma bicicleta naquela época era quase um respiro de liberdade já que te permitia ir mais longe de casa pra brincar com outras crianças. A bicicleta também veio no período certo, ja que eu não conhecia nenhuma criança no bairro além de uns poucos colegas de escola.

Assim que peguei a bicicleta, comecei a explorar o meu novo bairro! Era tudo muito novo e haviam várias crianças novas pra conhecer e brincar, mas foi apenas na escola que eu conheci meu grupo de amigos mais próximos. Ter uma bicicleta me tornou mais popular. Quase todo garoto tinha, mas eram meio surradas e a minha era nova e apenas minha enquanto outras garotos e garotas geralmente tinham uma pra dividir com a família. Isso me abriu a possibilidade de fazer amizade com novos meninos que estavam fora da minha bolha de nerdice. Minha turma era basicamente composta de garotos um pouco mais velhos, a maioria tinha 13 ou 14 anos. A primeira nova amizade que fiz foi com um garoto chamado Assis. Ele também tinha 12 anos e tinhamos a mesma altura, mas ele era um pouco mais magro. Ele era negro de cabelos igualmente negros. Ele usava gel no cabelo pra deixar espetado e tinha uma bicicleta surrada e pequena. Assis logo notou que eu tinha uma bicicleta nova e se aproximou de mim na hora da saida:

– Bike maneira! É sua? – ele disse enquanto tirava o cadeado da própria bicicleta.
– Sim! Ganhei de aniversário!
– Legal! Quer dar uma volta pelo bairro comigo e meus amigo?
– Eu não sei… minha mãe tá me esperando em casa e a gente nem saiu mais cedo…
– Deixa de ser cabaço cara! – Aquela foi a primeira vez que ouvi aquela expressão: cabaço. O que aquilo significava? Sei lá!
– Tá bom, mas vou seguir vocês só até eu chegar em casa – disse pra ele enquanto montava em minha bike.
– tá bom então!

Saindo do colégio, encontrei com os amigos dele. Todos estudávamos na escola, mas tínhamos idades e estudávamos em turmas diferentes. Assis era o único que estudava comigo.

Eu não sabia, mas iriamos formar um grupo que iria manter amizade pelos próximos dois anos. Esse grupo era composto por Tiago, o mais velho. Ele tinha 15 anos e estava na oitava série. Era branco, magro de olhos castanhos e cabelos bem curtos além de ser bem alto. Eric, era um garoto gordinho de 13 anos. Ele gostava de usar boné e tinha tinha personalidade forte, meio encrenqueiro além de seu irmão mais velho ser dono de uma locadora de vídeo game apenas uma rua antes da minha casa e a maior do bairro (tive uma história com esse irmão, mas fica pra um próximo conto). Também tinha o Jaime que era um garoto de 13 anos forte e alto pra idade dele. Ele era branco, costumava pentear os cabelos para trás e nem sempre ia pra escola de bicicleta, mas ainda sim saia conosco de carona na garupa do Eric e morava em uma igreja. O pai dele era pastor. Haviam outros dois garotos, mas eles não são importantes. Eram meio que esporádicos no grupo, as vezes eles saiam conosco, mas eram garotos problemáticos envolvidos em gangues e tentávamos evitar andar com eles.

Logo ficamos amigos e eu andava com eles de bicicleta pra todo lado. Tive um leve choque de realidade entretanto ao conhece-los: eles eram garotos que já eram beeem mais sexualizados! Viviam fazendo piada de duplo sentido, falando sobre bater punheta e sonhando em comer as meninas da escola. E eu? Era como eles diziam, um cabaço que só pensava em desenho. Não sabia nem como bater punheta ainda, apesar de ouvir eles usando essa palavra o tempo inteiro! Eu fingia que sabia o significado, mas não fazia ideia do que era. Eles também tinham certas brincadeiras sexuais entre si. Ficavam pegando um no pau do outro, passavam a mão no pau e depois esfregavam na cara de alguém, se alguém se abaixasse pra pegar algo, era quase certo que ia tomar uma dedada! Eu obviamente era sempre o trouxa que caia em tudo. O Tiago por ser o mais velho, quase sempre era quem começava a brincadeira.

Ele e o Eric tinham uma dinâmica muito única. Hoje em dia desconfio que eles eram namorados ou ao menos se pegavam escondido. Constantemente o Eric, que tinha bicicleta, deixava o Jaime usar a dele e ia de carona com o Tiago. A bicicleta do Tiago não tinha garupa, então o Eric ia sentado no ferro que fica em frente ao assento. Ele vivia reclamando que tava com o cu doendo de tanto andar ali (e claro que todo mundo zuava ele).

Logo chegou o verão e as férias e eu saia quase todo dia com eles pra explorar. Minha mae não gostava muito, especialmente do Tiago por que ele era mais velho, mas deixava eu ir mesmo assim pra evitar que eu me isolasse em casa na frente do computador. Eles foram algumas poucas vezes em casa, mas minha mãe nunca soube tratar eles bem, então eles não queriam voltar lá. Especialmente o Tiago, que parece que mantinha algum rancor vindo dela e que logo começou a se direcionar pra mim…

Em um desses dias no verão, fazia um baita sol e o dia estava refrescante e ventilado. Peguei minha bicicleta e encontrei os meninos na saida do bairro:

– Vamo nadar na lagoa? – Disse Assis. Como eu e Assis tinhamos a mesma idade e tamanho, eramos mais próximos.
– Que lagoa? – Perguntei confuso
– Tinha que ser o cabaço mesmo! – Disse Tiago em tom de deboche – Descendo aqui a rodovia tem uma lagoa que passa bem do lado dela! A gente sempre vai lá pescar ou nadar.
– É, mas achei que fosse segredo! Por que ta chamando ele pra vir? A mae dele não vai deixar mesmo – Eric disse meio irritado

Nessa hora eu senti o clima ficar meio esquisito. Jaime, como sempre permanecia quieto na bike de Eric e percebi ele esboçar um sorriso malicioso:

– Não sei, eu nem tenho roupa de banho e se eu voltar pra pegar em casa, minha mãe não vai deixar eu sair mais – Eu disse pressentindo que não era uma boa ideia.
– Ue, toma banho pelado igual a gente! – Disse Assis
– Não se preocupa, a gente não vai comer teu cu não! – Disse Jaime ainda mantendo a malícia daquele sorriso.
– Ou talvez a gente coma! – Disse Assis e logo todos estavam rindo.
– Comer cu? O que é isso? – Eu disse na maior inocência já esperando ser zoado, mas eles apenas deram uma risadinha.
– É um cabaço mesmo! Isso que da ficar vendo muito desenho e batendo pouca punheta – Disse Tiago

Eric parecia meio inquieto e chamou Tiago pra conversar enquanto eu mostrava umas cartinhas de Yugi Oh pro Jaime, mas na real eu só tava fingindo estar interessado nas cartas e tentava escutar a conversa dos dois:

– O que voces tão fazendo? Essa lagoa era nosso segredo! – Eric disse meio irritado
– Que segredo o que? Todo mundo do bairro sabe onde é! – Tiago respondeu
– Vocês querem que esse cara vá? Ele não entende nada, vai voltar chorando de lá e contar tudo pra mãe dele! – disse Eric
– Não vai nada, so a gente fazer com carinho, devagar…. igual foi contigo – Tiago falou enquanto apalpou a bunda de Eric que reagiu dando um pulo pra tras e falando um sonoro “SAI FORA!” que chamou a atenção do grupo todo.
– E então? Tu vai? Disse Jaime – Para um filho de pastor, ele estava bem animado com a ideia de nadar pelado com outros garotos.

Não senti confiança e achei o papo esquisito, então decidi não ir:

-Melhor não, mas podem ir, eu volto pra casa pra jogar no meu computador
Todos eles montaram na bike e foram embora, menos Assis que ficou ali parado um pouco e segurou meu braço antes que eu pudesse ir embora:

– Vamo lá cara! Deixa de ser otario! Vai ser legal!
– Eu não! Eles disseram que iam comer meu cu, não sei o que é isso, mas não parece bom! – Não iria admitir isso na frente dos outros, mas o Assis e eu eramos mais próximos.
– Hahaha eles estavam brincando! Ainda que comessem, tu nem sabe o que é e tá aí de frescura!
– Não quero saber!
– Vamo lá! Prometo que vai ser legal!

Pensei um pouco e demorei a responder e o Assis subiu na bike e começou a ir embora. Pensei um pouco mais, o dia estava realmente ótimo pra nadar então mudei de ideia

– Espera! Tá bom! Eu vou!

Montei na bike e pedalei rapidamente pra alcançar o grupo. Confesso que a possibilidade de nadar pelado, mesmo pra alguém tão inocente como eu, era de alguma forma excitante e meu pau ficou durinho enquanto pedalava ao lado de Assis…

(CONTINUA)

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3 Comentários

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  • Responder Paulinho ID:on913yi8ri

    Eu tinha 16 a e sempre levava uns meninos mais novinho pra nadar no rio,e sempre dava um jeito de afastar deles com um menino que gostava de pica e comia gostoso o cuzinho dele

  • Responder putinhwo de Curitiba ID:7xbywvk98i

    delícia, mal posso esperar pra ver ele levando rola no cuzinho 🤤🥵

  • Responder Luiz ID:3v6otnnr6ic

    O moleque vai voltar com o cu aberto era bom que tivesse uns meninos maiores ja de pentelhos para ele gostar mais