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Eu e Beto, um fim de semana gostoso e cheio de revelações

4475 palavras | 12 |4.05
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Acordei com Beto acendendo a luz do quarto e todo suado, tava se despindo e já trocando a cueca, achei que já era manhã, ia levantando Ele falou, vai aonde doidinho? fazer o café, respondi, deita bebê, num é nem 3 hs ainda, dá prá tu dormir muito disse Ele rindo.
Bem queria dormir mais mesmo, me acomodei de novo na cama, Ele se deitou suado e sem apagar a luz, vai dormir no claro eu disse, danado alisou minha barriga, quem disse que vamos dormir tão rápido bebê falou o sem vergonha com segundas intenções prá variar, tava ruim o baile lhe perguntei, não bebê, tava bom até demais, muié de monte, mas me deu vontade de vir prá casa e ficar com meu safadinho, só isso, tava falando devagarinho e baixo meu Beto, sempre me deixava vermelho quando falava assim, senti a mão dele entrando na minha samba canção e apertando minha bunda com vontade, tu tá até com a mão suada Nego eu disse, eu sei bebê falou Ele, tomei banho não, deu preguiça, só troquei de cueca, tu vai tomar vitamina dum porquinho hj, mamar saco e pau suado, queria dormir de novo eu disse, e vai continuou Ele, depois que eu te encher a goela de vitamina tu dorme todo quentinho por dentro, alisando meus cabelos bem devagar Ele empurrou meu rosto prá cueca dele, dá o trato que o Papai merece minha criança, num voltei cedo do baile só prá dormir não disse o safado com aquela voz de quem não ia receber um não de minha boca.
Posso apagar a luz Nego, lhe disse, não meu lekinho, gosto de ver esses olhinhos de carvão teus me olhando enquanto me chamega todo, esse rostinho corado feito pimentão, me dá muito tesão meu lekinho, vai, começa, mostra pro Pai que tu é todo dele, tem que ter vergonha de mim não, safado aqui sou Eu, tu só faz o que eu mando bebê, vai, tira a minha cueca e enxuga minhas bolas com essa bokinha gostosa, tão peludonas igual tu gosta, abaixou a cueca até a piroca e o sacão ficar de fora, eu com a boca fui descendo ela até seus pés.
Fui subindo aquele corpão de novo lambendo tudo, cada dia meu Beto engrossava mais aquelas pernonas e os coxão cheio de músculos, quando eu abaixava os olhos, ele pegava meu queixo e levantava prá olhar prá Ele dizendo, tem que ter vergonha do teu Homem não lek, tá fazendo nada de errado, só agradando Ele.
Chameguei do jeito que Ele gostava, lambendo as virilhas, engolindo as bolas que estavam peludinhas, brincando com elas dentro da boca um tempão, Beto tava mais safado nessa noite, gemia os ai mamãe com os olhos se revirando feito louco, isso meu lek, continua essa delícia pro Pai, continua que tá gostoso demais.me dizia, acarinhei as bolas dele bem gostoso, depois subi o pirocão bem devagar com a língua e abocanhei ele quase inteiro, ah safado, vou te matar danado gemeu Ele enquanto forçava minha cabeça prá engolir a piroca toda, chega engasguei com a danada durassa na boca, Ele nem ae, continuava segurando minha cabeça, eu quase sem ar fiquei rodeando a piroca com minha língua, sentia até a pele do saco dele na boca, tava malvado meu doce Beto, continuou segurando minha cabeça, levantava ela um pouco e socava a rola com força dentro da minha boca, continuou assim até gozar e me encharcar com aquele leitão gostoso e quente dele, quando libertou minha cabeça, o leitão mesmo eu tendo engolido bastante, saia ainda por minha boca uma parte escorrendo pescoço abaixo, Ele passou os dedos e me enfiou na boca prá eu lamber o resto, depois mandou eu sugar a porra que tava grudada em seus pentelhos gota a gota, deixei tudo limpinho como Ele gostava, acabei e continuei com a cabeça deitada por cima da piroca e saco dele, tava cansado eu acho rs.
Ah meu lekinho bom disse-me alisando meu rosto com os dedos, teu Nego foi malvado hj né, de vez em quando gosto de te castigar mas sempre com carinho, machuco não, sei até onde tu guenta meu tranco, vamos dormir agora, dá prá tu descansar bastante ainda, fui prá minha posição de nanar, só senti a força do coxão e do braço dele me prendendo, beijou minha nuca, antes que eu esqueça bebê, tá de parabéns hj, se comportou direitinho, viu como é né, dá pra conversar a vontade com qualquer um mas sem dar intimidade nenhuma, vamos dormir, se eu não levantar antes, me chama às dez hs, sim Nego respondi e cai no sono.
Acordei, corpão do Nego colado no meu, quentinho todo, dava até dó de acordar Ele prá me levantar mas a gente só dormia assim, bom que Beto acordava e dormia rapidinho de novo, chamei Ele, me soltou, vai lá safado disse, capricha no meu cuscuz, me vesti e fui prá cozinha cuidar das coisas, eram sete e pouco ainda.
Na sala tavam os dois irmãos nos sofás sem camisas mas de calça e tudo, uns corpão bonitos os danados tinham, fui cuidar das coisas sem fazer barulho, iam dormir pelo menos até a escandalosa da Leuzinha acordar lá nos fundos e vir tomar café rs.
Fiz o de sempre, café, sanduíches e cuscuz, deixei Toddy com leite na jarra do liquidificador prá bater depois sem acordar ninguém, Vânia e Alberto levantaram sem fazer barulho como sempre, tomaram banho e vieram prá cozinha pro café, logo Leuzinha chegou tb, por milagre deu bom dia baixinho, tá doente perguntou Alberto, não Querido disse ela mas dois bonitão desses na sala, dá até dó de acordar, ah descarada disse Alberto rindo, queria ver tu falar isso com Preá aqui com nós, ah, achar homem bonito num é pecado disse ela rindo tb, mas que meu Preazinho não são, quem riu foi eu, comparar Erick e Júlio César com Preá nem tinha cabimento, os dois eram bonitos demais, ri mlk me falou Alberto, se eu contar pro Pai dessa tua risadinha tu sabe que a cinta dele estala no teu lombo né, oxi, num falei nada respondi, num precisa falar garotão, Pai aqui na mesa tu num ia dar risadinha nenhuma né, lógico que não ia pensei, pelo menos uns cascudos eu ia levar logo cedo.
Leuzinha acabou de tomar café já chamou Vânia prá ir lá em Dona Guilhermina fofocar, estava ficando entalada, roxa disse ela, sem poder falar alto ali dentro, Alberto foi lá prá fora conversar com Preá e Seu Aroeira, lavei as louças e fiquei quietinho na cozinha bebericando café, todo mundo dormindo ainda, almoço era com Andreza que não tinha chegado ainda, eu que não ia fazer barulho, não queria acordar ninguém, até Leuzinha tinha ficado em silêncio, que dirá eu.
Alberto entrou depois, que hs o Pai mandou chamar ele me perguntou, às dez respondi, então risadinha disse ele, são dez e dez já, faz teu serviço direito não que tu conhece o Homem né, eita que nem tinha visto a hora passar.
Entrei no quarto, aquele corpão lindo tava num sono gostoso na penumbra, dava dó até de acordar mas o Nego era chato, se não chamasse, Ele ficava é brabo comigo, sentei na beirada da cama, alisei os cabelos dele, hora de levantar Nego lhe disse, abriu os olhos, que hs são minha riqueza, já vi que tava de bom humor meu Beto me chamando de riqueza logo cedinho, o pintão duro feito pedra, como sempre, dez e dez, Itinho já chegou disse Ele colocando minha mão na piroca dura, inda não respondi, que silêncio é esse que tá esta casa hj bebê ? Alberto tá lá fora, Vânia e Leuzinha tão lá em Dona Guilhermina, resto tá tudo dormindo ainda, apertou minha mão na piroca dele dizendo, se prepara que a noite ela quer serviço completo safado, levantou-se e foi pelado pro banho, só tinha homem na casa mesmo, levei short e camiseta prá Ele, coloquei no banquinho na porta do banheiro e fui esquentar o cuscuz dele, saiu do banho, deu bom dia pro pessoal lá fora e sentou esfomeado como sempre, enchi o pratão dele, nem sei pq mais acordei com fome hj meu safadinho disse-me rindo, milagre né respondi rindo tb, senta prá me fazer companhia me disse, sentei, Alberto entrou, sentou com a gente, é Pai disse, o risadinha quase perde a hora de te chamar hj, risadinha pq filhão ? perguntou Beto, ah Pai continuei o xato, Dona Leuzinha hj chegou aqui na cozinha quietinha feito uma freira, disse que os bonitão na sala mereciam dormir até tarde, chamou nós tudo de feio, mlk concordou com ela, ah Leuzinha sem vergonha disse Beto, bem vi que não ouvi nenhuma vez hj os berros dela, agora o mlk pode até achar os safados bonitos, tem problema não, mais que Eu ele não acha né rapazinho, por meu pivete ponho mãos e piroca no fogo filhão, continuou, alisando meu queixo, ah, meu Beto bem humorado era outra coisa, ficava bonzinho de tudoooooo.
Os irmãos levantaram, foram tomar banho, pega toalha limpa pra eles lek falou Beto, peguei, Beto levou prá eles no banheiro de fora, sentaram pro café só de bermuda os dois lindos depois, Itinho e Andreza chegaram com as crianças e trouxeram meu irmão de nove aninhos que estudava na mesma classe de Guilherme, o mais velho de Andreza, mais olha que surpresa boa esse garotão aqui em casa disse Beto, adorava meu maninho o danado, dizia que era bom de bola feito Ele, bate o Toddy e dá com rocambole pros meninos lek, mandou Beto enquanto Itinho e Alberto esvaziavam o carro lá fora, tinham trazido comida prá uma semana acho, os três se acabando na mesa de tanto comer, seus fdp disse Andreza, os três já comeram e muito antes de sair de casa, é assim mesmo Andreza, criança gosta de doce, recusam nunca não, né artilheiro falou Beto alisando a cabeça do meu mano, aquele ali era tímido, se não colocasse as coisas prá ele comer, ficava com fome mas não pedia nada não, em casa nós fomos tudo criado assim.
Andreza foi até o muro e gritou, Vânia, Leuzinha, Dona Guilhermina, a loira linda e louca chegou, venham prá atualizar as notícias da semana, entrou dizendo, e vcs dois, têm vergonha de já vir se enfiando e dormindo na casa dos outros não é, soubesse que vcs tavam aqui, tinha vindo é ontem tb, a casa lá tava uma chatice só, Erick e Júlio César caíram na gargalhada, pode não disse Júlio, tu é cagoeta Mana, depois vai contar tudo prá minha muié, conto mesmo falou Andreza, trouxa ela que deixa marido safado dormir fora de casa, eu no lugar dela já tinha arrancado teu bilau na peixeira, ai Andreza, senti a dor agora falou Beto rindo, prá que tanta maldade, quando cortar quero ver mãe disse Luizinho, ah pivetinho atentado era o danado.
Leuzinha chegou com Vânia, a gritaria começou, Miguel e Luciano levantaram tb, Andreza tinha trazido duas galinhas vivas e duas tainhas enormes já limpas pro almoço, aiai disse Beto, vou matar as galinhas lá no tanque mas o lek não vai comer que eu sei, as galinhas tem penas e o mlk tem é pena delas, come nem na porrada, vai comer peixe hj, vou comer é muita batata recheada eu disse, com arroz e feijão tu come safado, pura come nenhuma não, aliás continuou Beto, feijão e arroz deixa pro lek fazer, nem a mãe dele faz arroz e feijão igual não, vou acender o fogo a lenha já já lek, faz nosso feijão lá e foi lá prá fora matar as pobrezinhas, eu morria de dó, comia as bichinhas nada, nem me pagando.
Luciano e Miguel tomando café, as três muié na piazona fazendo os rango, os mlks correram pro pebolim, a casa tava do jeito que Beto gostava, uma farra só.
Edvaldo chegou depois com Willians e Wanderley, Wantuil tava no quartel disse o Pai, revoltado mas estava falou rindo, eu tava colocando as carnes e temperos no feijão, deixe faltar nada pro meu artilheirinho me disse Beto, tu sabe que ele é vergonhoso, não pede nada, aliás, igualzinho tu e todo mundo lá na Mãe e bem ou mal é de criança assim que eu gosto meu safadinho, tá bom Patrão, respondi, Ele voltou lá prá junto do pessoal, tava uma farra animada, conversa alta e cachaça rolando, mas o olho de zelo sempre em cima de mim, Beto dava mole no que era dele não.
E o almoço saiu bom apesar das galinhas assassinadas por Beto, eu fiz só o arroz e feijão, Andreza fez as galinhas ensopadas com quiabo e as tainhas recheadas além dum monte de batatas recheadas que estavam divinas, foi minha salvação, me entupi de peixe e batatas pq das galinhas não quis nem ver o cheiro, fiz meu prato e fui comer na sala junto com meu irmão, lógico que Beto foi me pregar um sermão, te ponho na linha rapazinho, tu vai parar com essa frescura de não comer bixo que tu vê vivo, qq dia te faço comer galinha até crua, tu vai ver disse Ele, pegar o rabo de tatu do Clemente emprestado, quero ver se esse inhehen teu com comida não acaba, eu nem dei trela, até ri, comida tava era boa e desse rabo de tatu Beto volta e meia falava, Luciano ria e me dizia, nem esquenta lek, rabo de tatu Beto tem coragem não, dói mais que um soco bem dado.
Tava o povo acabando de almoçar Régis apareceu com meia caixa de Antarcticas, semana de pagamento disse, grana só deu prá meia, sentou na mesa e comeu com eles, tava na praia com a noiva falou Ele, eita que a surra foi boa disse Andreza rindo, voltou pq gostou, ele riu dizendo, nem apanhei, corri prá cá logo no começo da briga.
Todo mundo almoçou, louça era com as muié disse Andreza, achei foi bom, tava com uma preguiça, sentei lá fora com a homarada, Alberto pegou o violão e começou a animar a tarde, Dona Guilhermina tinha almoçado com a gente, correu prá roda, danada gostava de cantar, Seu Orlando tb mas tava trabalhando o coitado prá variar.
E pegaram os baldes, panelas, até Beto tava batucando num balde, meu Nego tava mudado, todo mundo reparava, na rua era sempre a mesma cara fechada de sempre mas em casa gargalhava, contava causos, parecia tar feliz meu grandão.
E a tarde corria alegre até que Alberto resolveu cantar o Pau de Arara, danado cantava bem mas essa música deixava o povo triste, aqueles homens de casa tirando Luciano que veio de caronas em muitos caminhões cortando estradas Brasil afora, todos tinham penado nos paus de arara em diferentes épocas até chegarem, ficavam num silêncio quando Alberto levantava a voz quase berrando no final, eu penei, penei mas aqui cheguei.
Mas Leuzinha tava na roda, quebrava qq silêncio a danada, eita que Aroeira véio tá prá chorar, disse ela, ele riu enxugando os olhos e disse, Gonzagão machuca nós com essa música, é muita lembrança que vem na cuca, maioria muito ruins, Sr tá aqui há bastante tempo né seu Aroeira disse Andreza, ponha tempo nisso, lá se vão quase 50 anos moça disse Ele, cheguei aqui em 25, nossa, Sr tá véio falou Andreza rindo, como era naquele tempo, puxado continuou Ele, pobre tinha moleza não, esse negócio de férias, hora de almoço e dias de folga nem existia, nós vivia é prá ralar mesmo, mas tinham coisas boas tb, as amizades eram de verdade, não faltava comida nunca, coisa que lá no Sertão comer dependia da sorte, e o Sr veio recomendado aqui prá cidade continuou Andreza, Seu Aroeira riu, tinha nada disso não moça, nós subia no pau de arara, no meu caso foi quinze dias num caminhão bem véio, nós só sabia que tava indo prum lugar que não faltava trabalho nem comida, eu tava homem feito já nos meus dezessete anos, tinha sobrevivido a anos e anos de seca, tinha medo de nada não, que viesse era lucro.
Ê Aroeira, imagino que tu teve foi medo sim quando o pau de arara se enfiou na Anchieta prá descer a serra falou Claudionor, Anchieta que nada disse Seu Aroeira, naquele tempo só tinha a estrada velha, era um lamaçal só, nós descia era no trem, trabalhei na construção da Anchieta, meu Pai diz que morreu foi muita gente nisso disse Régis, bote gente nisso rapaz, tinha vez que os engenheiros erravam o cálculo da massa, desabava tudo com 50 até 100 peão em cima, nós só via os amigos voar prá baixo, morria todo mundo, tinha socorro nenhum não e nem enterro, lá caiam lá ficavam, meu Deus que coisa horrível falou Andreza, e de noite vcs vinham prá cidade dormir, nada, nós andava duas hs pelo mato até o Magnólia prá comer e descansar, que é isso, Magnólia continuou curiosa perguntando Andreza, era hotel, restaurante de luxo, cocheira prás carruagem,coisa pros ricaços mesmo, ah então de noite vcs tinham vida de rei né disse Leuzinha, não minha linda disse ele, nós comia um sopão com pão e escolhia se queria dormir no relento ou com os cavalos no cocho, eu mesmo dormia no coxo, tinha menos pernilongos por causa do cocô dos bichos, lembro do xerinho inté hj, eita Aroeira disse Beto, eu achando que só eu tinha sofrido nesta terra, sabe de nada Beto falou ele, sofrimento era quando o pau de arara chegava lá perto da Estação da Luz, nós tudo sujo, fedido, vinha uns carniceiro, falavam com a gente com nojo e levavam os homens lá prá dentro da estação, nós tinha que ficar tudo pelado lá num banheirão, sem banho sem nada, até nossos traseiros abriam com as mãos e olhavam, era uma vergonha danada, depois separavam a gente em grupos, tudo pelado ainda, entrava uns homem com cara de rico e de longe iam separando a gente e mandando nós se vestir, prá cada cabeça que eles escolhiam os homens que levaram a gente ganhavam um pagamento, nossa, era tipo escravo disse Andreza, quase igual, diferença só era que eu não era preto, e depois Seu Aroeira, como foi, botaram eu e outros num vagão do trem e viemos parar no Valongo, nós ia trabalhar carregando sacas de café, outras turmas iam prás fazendas do interior colher o ouro negro como diziam na época, só sei que fomos a pé pruma casa lá no Bairro Chinês, ae sim, deram sabão, tomamos banho, fomos prum salão todo mofado e mortos de fome, duas pretas vinham com um caldeirão de sopa com batatas e carne de porco além de muito pão, enchiam nossas tigelas, nós comia como se nunca tivessemos visto comida, eu mesmo num comia nada fazia uns três dias, as nega sabia parece, enchiam nossas tigelas sem miséria, fiquei foi contente, pessoal lá no norte mentia não, nós ia ter comida e ainda ganhar dinheiro, eu tava no céu.
Comi tanto que mal guentava andar, ae levaram a gente prum quarto grandão, já tinha é muito homem lá, era lamparinas de querosene prá todo lado, era uns engradado que servia de cama, ia do chão até quase o telhado, uns quinze cms só separavam um do outro, os maís novos feito eu, deitava com a cara quase nas telha de zinco, tinha colchão não, botei minha mala de couro feito travesseiro, deitei na madeira dura e dormi na mesma hora, ia prá dezesseis dias que eu mal sabia o que era dormir de verdade, só abri o olho quando ouvi a gritaria de um homem negão na porta, levantem, senão ficam sem café, eram cinco da manhã, inté cinco e meia era hora de banho prá quem quisesse, depois café, às seis nós tinha que tar no batente.
E foi assim minha chegada nesta terra, carregando saco de café direto e reto, pagamento era semanal, depois da segunda semana a gente tinha que sair da casa, dar vaga pros que chegavam,
Minha turma foi toda prá casa de Dona Marilde lá no pé do morro do Pacheco, ae sim, tinha colchão de palha prá nós dormir, foi um tempo até bom esse.
Nossa Seu Aroeira, Sr tem é muitas histórias, quando der vá contando prá gente, disse Andreza, nesta casa todo mundo tem história entrou Luciano na conversa quase chorando, eu as vezes penso que minha vida é toda uma mentira quando ouço o nome Assis, meu nome não é esse não, veja lá o que vc vai falar disse Beto à ele olhando pro chão, chega Beto continuou Ele, eu sei que tu sabe, sem querer vc me chamou pelo nome de verdade outro dia na Oficina, o lek não te contou que eu sei, tu deve ter lido nos cadernos dele, tenho até dó dele que me chama dum nome quando tá só eu e ele e de outro quando tem gente perto, mas é isso gente, bem ou mal vcs são minha família nesta casa, mais Beto e Miguel mas considero vcs como Família sim.
E Luciano continuou passando aqueles olhos verdes lindos por todos ali, como diz Beto, eu sou um cidadão lá de Ingazeira nos confins do Pernambuco, cheguei aqui meninão ainda, meu nome é Luciano, o Assis veio de algum defunto acho, foi Lindinha, uma coroa que me tirou da rua prá ser homem dela que arrumou esses documentos de Assis, no papel vou ser sempre esse Assis, mas por favor, me chamem agora de Luciano, fui batizado com esse nome, fez-se um silêncio mas Dona Edileuza tava lá, abriu o bocão e falou, ó meu Preazinho, aproveita e fala teu nome tb pro povo, eu acho até bonito teu nome, Preá levantou-se brabo da cadeira, deixe de ser abestada Leuzinha, me chamo Preá falou quase gritando, eita pensei, num é hj que vou saber o nome de Preá, prá desanuviar as conversas Dona Guilhermina começou a cantar Índia ao som do violão, o povo continuou virando as cachaças, eu corri pros meus cadernos, não podia esquecer de nada que tinha sido dito ali.
Depois, sai do quarto, fui lá prá trás, o Domingo continuava animado apesar das histórias tristes, Seu Clemente chegou, comeu uns tira gosto e se enfiou lá na casa de Seu Aroeira com ele, depois saíram os dois animados, Seu Aroeira todo arrumado, vamo ali resolver um negócio depois voltamos disseram, se for do cabrinha não me deixem de fora não falou Claudionor, os dois sairam, eu entrei prá dar lanche pro meu irmão e a meninada lá no pebolim.
Voltei lá prá fora, a mulekada continuava jogando pebolim, só paravam quando os parafusos do coitado soltavam e os bonequinhos caiam, lá ia Beto arrumar, inda bem que Beto não se estressava, preferia os mlks lá dentro mesmo.
Fiquei conversando com Miguel na ponta da mesa, o assunto nosso principal era o livro que ele tinha trazido prá mim, Eu e o Governador, fora as palhaçadas dele comigo tbm, o olhar de ‘zelo’ de Beto não saia de cima da gente, dizia que confiava em mim mas não confiava em quem falava comigo, não adiantava nada rs.
A noite caiu, Andreza resolveu ir embora cedo, dor de cabeça estava disse ela, cachaça isso sim falou Itinho, danada misturava tudo, não duvidei, lá foi ela embora com meu irmão e sua troupe, os dois irmãos ficaram prá jantar, iam pegar a barca junto com Leuzinha depois, Erick não mas Júlio César tava bem alterado, jantou olhando prá mim com olhos de fogo o sem vergonha, inda bem que Beto percebeu mas não disse nada depois.
Pessoal foi partindo, Miguel saiu junto com Luciano pro baile, aos domingos depois do baile ele subia prá sua casa lá no morro Nova Cintra, às vezes aparecia no meio da semana outras não, ae só via ele na Sexta feira seguinte.
Como sempre, Alberto e Vânia ficaram até o fim, Edvaldo deu carona prá eles até a subida do Jabaquara e foi todo mundo embora, agora na casa era só eu e Beto como quase todo final de domingo, ele foi tomar banho enquanto eu ajeitava a baguncinha na cozinha, saiu do banho só de cueca, a coisa dura grossa e grande enchia ela, vai tomar teu banho rapazinho me disse alisando a piroca, tou num soninho brabo hj, eu bem sabia o sono dele onde tava, noites de Domingo não tinha como eu escapar, Beto deitava e rolava com a gente sozinhos em casa, sai do banho, entrei no quarto de samba canção, ele de cueca na cama deitado me comendo com os olhos, tira a samba canção e se joga meu lekinho, teu doce Beto tá com apetite e muito, aiai, ver Beto sem apetite prá coisa era missão impossível, ainda tentei escapar, amanhã é a missa Nego, ele riu dizendo, ah mlk safadinho meu, missa é amanhã, hj tu vai comungar sim mas engolindo minha piroca malandrinho, vem, Pai quer gritar ai mamãe e muito, cai de boca gostoso, eu como sempre obedeci lógico, era meu dia de dormir todo assadinho por dentro.

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12 Comentários

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  • Responder Francisco ID:g3jga5oij

    Olá amigo!!! KD esses contos maravilhosos? Como vc está? Espero que bem, não some amigo como me transporto com seus relatos. Abraço.

    • Marcus ID:19p2lvrzj

      Aqui tudo bem Querido. Obrigado pelo carinho. Postei hj. Bom dia

  • Responder Francisco ID:g3jga5oij

    Show!!! Só não demora com o próximo.Abraços.

    • Marcus ID:19p2lvrzj

      Obrigado pelo carinho. Postei hj. Bom dia.

  • Responder Bsb novinho ID:1dlwssbenlbb

    Que saudade desse conto

    • Marcus ID:19p2lvrzj

      Postei hj. Bom dia Querido.

  • Responder Henrique ID:gsv3mjphj

    Marcus que saudades eu estava do conto, não demora pra postar não por favor

    • Marcus ID:19p2lvrzj

      Postei hj. Bom dia Querido. Abraço.

  • Responder Marcelo ID:46kpj3z08r9

    Tava sentindo muita falta, não demore a postar

    • Marcus ID:19p2lvrzj

      Postei hj. Bom dia Querido. Um abraço.

  • Responder Neyney ID:81rs3ybhrj

    Nossa, finalmente. Tava com saudade das histórias.❤

    • Marcus ID:19p2lvrzj

      Postei hj. Bom dia Querido. Grande abraço.