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Lembranças

1932 palavras | 2 |4.13
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Lembranças longínquas que as brumas do tempo não apagam.

Não conheci meu pai e lembro muito bem das dificuldades que minha mãe teve para me criar.

Mesmo tão nova, eu também me lembro de como a vida dela melhorou quando começou a namorar meu padrasto.

A nossa vida melhorou.

Nos mudamos para uma casa maior, embora mais distante e isolada. Nossa alimentação melhorou, nosso vestuário, nossas condições de vida. Eu agora tinha um quarto só para mim. Tinha os brinquedos que eu queria.

Minha mãe não precisava mais se desdobrar em dois empregos, implorando ajuda para cuidarem de mim enquanto ela precisava obter recursos para nos manter. Ela agora não precisava de emprego nenhum, passava os dias comigo enquanto meu abastado padrasto nos dava uma vida de conforto e até luxos.

Foram anos bons. Anos felizes. E eu era grata a ele. Minha mãe era grata a ele. Às vezes eu escutava eles conversando baixinho, como se eu não pudesse escutar. Eu entendia algumas palavras. Trechos e frases. “Ainda não”. “Ela é muito nova”. “Espera mais um pouco”. “Eu vou cumprir o combinado”.

Para os meus ouvidos inocentes era apenas uma conversa adulta e eu não precisava entender. E o tempo passou.

Minha mãe estava muito feliz, sabe? Eu lembrava, quando era bem pequena, da infelicidade e tristeza dela. A vida dela agora tinha cores, embora as vezes ela me olhasse de uma maneira que eu não compreendia. Um olhar distante, diferente, quase como se não me visse, como se olhasse através de mim e enxergasse outra coisa logo atrás.

Mas ela estava feliz, muito feliz, e eu era mesmo muito grata ao meu padrasto. Aceitei com naturalidade ele se aproximar de mim. Afetuoso, gentil, compreensivo e atencioso, sempre querendo saber de mim, do meu dia. Generoso, ele me tratava como uma princesa, me dava mimos, presentes, eu me sentia a menina mais feliz do mundo.

Achei natural passar mais tempo com ele, mesmo quando minha mãe saía para fazer compras e ficava o dia todo fora de casa. Ele me sentava no colo e eu me sentia bem. Nunca tive um pai para me dar colo, e agora eu tinha um colo para chamar de pai.

Eu me sentia bem, mesmo quando algo parecia um pouco fora do normal. Havia algo no colo dele que me cutucava, mas eu estava bem, e ele era o outro adulto, além de minha mãe, que eu amava. Os afagos dele também tinham que ser naturais para mim, mesmo quando saíam dos meus cabelos ou rosto e chegavam no meu peito liso, por baixo de minhas roupas, ou nas minhas pernas, que ele tanto gostava de expor me fazendo vestir roupas curtas ou erguendo meu vestido.

Eu era grata a ele e queria que ele continuasse me amando. Era o que eu pensava quando ele me deixava descalça e me colocava em pé no sofá, e deslizava as mãos dele por todo o meu corpo enquanto dizia que me amava. Escutar aquilo era a senha para ser obediente e deixar que ele me tocasse de formas que nem minha mãe me tocava, apertando minha bunda e até passando a mão por dentro da minha calcinha, tanto na frente quanto atrás.

Minha mãe chegava em casa e me abraçava e beijava meu rosto, e perguntava se eu tinha me comportado. Ele era só elogios para mim. “Ela é um anjo, se comportou direitinho e me deixou muito feliz”.

Mamãe me olhava e dizia que também estava feliz. Portanto, eu não tinha opção. Tinha que estar feliz também.

E eles conversavam baixinho, mas não tão baixinho quanto pensavam. Eu conseguia escutar algumas coisas, especialmente quando fingia que dormia com o rosto no colo de mamãe.

“Tire o dia novamente amanhã. Quero passar o dia com ela de novo. Pegue um dos carros e faça uma pequena viagem. Divirta-se”.

Minha mãe ria baixinho e respondia: “Vou levar algumas amigas e será tudo por sua conta”.

“Justo. Você sabe que está realizando meu maior sonho”.

“Lembre-se do que combinamos”.

“Não vou passar dos limites”.

Não era ruim ficar sozinha com ele. Pelo contrário. Era verão e ele armava uma piscina de plástico no quintal espaçoso. A piscina não era grande, mas eu era pequena, portanto era enorme pra mim.

Ele não tirava os olhos de mim enquanto eu brincava na água, vestindo um biquini minúsculo. Ele era atencioso e me amava, eu não podia, sequer devia, pensar de outra forma.

Ele entrava também na piscina, e eu ainda não entendia o que era que ele guardava dentro da sunga que fazia tanto volume. Achava até engraçado. A gente brincava de lutinha, ele me agarrava, com gentileza e carinho, e me alisava. Eu sentia aquela coisa na sunga encostar na minha bunda, pernas, costas, braços, mas não queria perguntar o que era. Não queria saber.

Dei uma risadinha misturada com um gritinho quando, por acidente, a parte de cima do meu biquini saiu nas mãos dele. Eu não tinha malícia nem qualquer coisa no peito além de mamilos. Não tentei me cobrir, não sentia vergonha. Achei natural quando ele sugeriu que eu continua sem aquela parte.

Continuamos brincando. Mesmo tão nova, eu percebi que ele usava a brincadeira como pretexto para tirar a parte de baixo do meu biquíni também. Eu deixei. Senti uma pontinha de vergonha mas deixei. Eu amava ele.

A sensação de estar nua na piscina no quintal de casa, ao ar livre, com apenas o céu azul acima de nossas cabeças, era uma sensação nova pra mim. Era libertadora. Em nenhum momento tive vontade de pedir meu biquini de volta. Ele apenas jogou a peça de roupa longe, perto da porta dos fundos de casa. Eu apenas ri.

Ele me olhou dos pés à cabeça e disse que eu era linda. Ninguém nunca tinha me olhado pelada e dito que eu era linda.

“Já que você está peladinha, eu também vou ficar pelado!”

Eu observei, com meus olhos arregalados, ele remover sua sunga e jogá-la para perto do meu biquini. Ele ficou alguns instantes em pé na piscina, exibindo orgulhoso sua ereção diante de mim.

Era a primeira vez que eu via um membro. A primeira de muitas, muitas mesmo, incontáveis. Ele balançou suavemente como se tentasse me hipnotizar. Eu não conseguia formar uma opinião, mas analisei atentamente aquele longo tronco rígido, branco e com veias aparentes, e um cogumelo arroxeado na ponta que tinha uma mínuscula abertura bem na pontinha.

Parecia feio e bonito ao mesmo tempo. Esquisito e natural. Repulsivo e atraente.

Certo e errado.

“Você já tinha visto um assim, princesa?”

Instintivamente eu sabia que era errado uma menina ver um homem daquela forma, então tive pressa em responder “Não, nunca!”

“Quer ver de perto?”

Ele não esperou minha resposta e deu alguns passos na minha direção, ficando ao alcance do meu bracinho.

Lembro bem deste momento. A água fria um pouco acima dos meus joelhos. O sol quente batendo no meu corpo. O membro duro do meu padrasto bem diante de mim.

“Acha ele bonito, princesa?”

Eu não sabia o que responder. Alternava meu olhar para ele e seu membro.

“Quer tocar, sentir como que ele é?”

De novo ele não esperou minha resposta, pegou gentilmente meu braço e puxou com delicadeza. Toquei com a ponta do meu indicador a glande, mas não era o bastante pra ele. Com ternura, ele me fez pegar e envolver em meus dedos. Meus dedinhos não fechavam, faltava quase um terço da circunferência, isso eu lembro tão bem. Ele estava muito duro, quente e pulsava em minha mãozinha.

Com palavras gentis ele me fez entender que existia algo que novo que eu deveria aprender. Saímos da piscina, entramos em casa e ele me enxugou com delicadeza, sentindo cada centímetro do meu corpo, apertando minhas nádegas e alisando minha vagina.

Não nos vestimos. Andamos sem roupas pela casa. Era estranha a sensação de andar pelada pela casa ao lado do homem de minha mãe, também pelado e me conduzindo pela mão. Eu não conseguia parar de olhar seu membro balançando a cada passo que ele dava. Não era mais atraente ou repulsivo, apenas diferente e eu estava curiosa.

Estranhei também quando passamos pela porta do meu quarto e fomos até o quarto do casal. Não entendia meus sentimentos, apenas sentia que não era certo estar no quarto ou na cama de casal dele e de minha mãe, ainda mais completamente pelada e com ele também pelado.

Ele se sentou na beira da cama, abriu as pernas e me ajeitou delicadamente ali. Sentia vergonha da nossa nudez e nossa intimidade ali na cama que pertencia a ele e minha mãe. Tão próxima do membro rígido dele. Não sabia entender nem organizar meus pensamentos, mas uma parte de mim sentia que aquele membro era de minha mãe, e ele agora oferecia para mim.

Em meio a palavras de ternura e elogios carinhosos, ele me fez pegá-lo, agora com as duas mãos. Suas palavras faziam me sentir melhor, mesmo fazendo algo que eu sentia, bem no fundo do meu coração, que não estava certo. Com sua orientação gentil e afável, eu aprendi a masturbá-lo, um pouco desajeitada.

Não era ruim tocar seu órgão sexual, o ato exercia até uma certa atração, um fascínio misterioso. Eu me sentia tão pequena perto daquela longo e imponente rigidez que punhetá-lo, massageando toda a extensão de sua virilidade era até mesmo agradável e divertido.

Não estranhei seu primeiro gemido, e vieram outros. Assustei-me com sua ejaculação explosiva, jatos fortes que voaram para o alto como um chafariz que pousava nas minhas mãos, nas coxas dele e no chão. Escorreu tanto que cobriu totalmente os meus dedos.

Depois, com uma toalha, ele limpou tudo, até o chão.

O abraço que ele me deu foi tão afetuoso que me senti muito bem. Ele disse que me amava de uma forma que eu ainda não tinha escutado. Eu também o amava, não como uma mulher ama um homem, mas como uma princesa ama seu rei.

Ele me fez prometer segredo. Eu prometi. Era impossível ser diferente.

Minha mãe voltou a noite, e parecia um pouco mais preocupada comigo do que de costume. Ela me deu banho e perguntou como foi meu dia.

Estranhei quando ela perguntou se tínhamos brincado de algo diferente. Tive medo. Era pra ser segredo. Será que ela desconfiava?

Paralisada de medo, não consegui responder. Ela perguntou se tinha acontecido algo que era segredo.

Ingênua, confirmei.

Ela sorriu enquanto me enxugava.

“Segredos são importantes”, ela disse. “Devemos sempre guardar nossos segredos, está bem?”

Eu sorri de volta. Tinha a certeza que ela não sabia de nada, mas entendia que eu deveria guardar segredo.

E isso foi só o começo.

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2 Comentários

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  • Responder Rafaella ID:7xbyxpzfi9

    Bem contado.. Obrigadinha Lady Lu!

  • Responder @Jjohn_m ID:8cipdr2hra

    sensacional