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anjos inocentes 33

2469 palavras | 5 |3.67
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Meu pai estava muito bravo e fora de si, ele me puxava segurando forte o meu braço me machucando, e então ele me jogou no chão com força ao entrarmos em casa.

—calma Antônio, assim você vai machucar o menino – minha mãe que estava em casa disse ao meu pai.
—calma nada irene, você estava certa, esse moleque imprestável estava mesmo de safadeza com o filho do Francisco.
—isso é mentira, quem contou isso a vocês?
—mentira é o caralho Júlio, eu vi quando cheguei lá, você pensa que eu sou besta?
—quem nos contou foi a Bianca filho, ela me ligou e falou tudo, ela disse que viu você beijando o Thiago na boca lá na porta da casa dele – disse a minha mãe.
—eu tive que sair do meu serviço mais cedo só pra ver se era verdade mesmo essa servengonhice, infelizmente eu confirmei que sim.
—há, más aquela filha da p…da Bianca vai se ver comigo.
—cala a boca Júlio, quem esta bem encrencado aqui é você.
—tá bem pai , eu confesso, eu gosto dele, estamos namorando, não vejo nada de errado nisto – eu disse firme enfrentando ele.
—o que foi que você disse menino?
—é isso mesmo pai, eu e ele se gostamos e vamos ficar juntos.
—não fala assim com seu pai filho – disse a minha mãe.
—eu não ligo mãe, ele pode até me deixar de castigo que eu não vou deixar de gostar do Thiago, eu sou gay mesmo e assumo.
—CALA A BOCA JULIO, filho meu não tem que gostar de homem, e você vai levar bem mais que um castigo para aprender – meu pai disse já tirando o seu cinto.
—você não vai bater no menino Antônio, eu não vou deixar.
—eu vou dar uma surra nele sim irene, esse moleque tem que apanhar para saber que isto não esta certo, não aceito viado na minha família.

Meu pai disse e começou a me bater, minha mãe o tentava segurar, más era inútil, as cintadas atingiam forte todo o meu corpo.

—toma Júlio, pra você aprender – ele dizia e me batia sem dó.
—AI AI PAI …PARA POR FAVOR, ESTA ME MACHUCANDO.
—PARA ANTONIO, VAI MATAR O MENINO, ELE É SEU FILHO, NÃO FAZ ISSO COM ELE PELO AMOR DE DEUS – dizia minha mãe desesperada.
—já ta bom, isso foi pra você tomar juízo Júlio, depois que você ficou grandinho eu nunca mais te bati, más hoje você mereceu.
—eu te odeio pai, te odeio – eu disse chorando sentindo minha pele ardendo de tanta dor.
—há ..você quer apanhar mais né?
—PARA COM ISSO ANTONIO, VOCE NÃO VAI BATER NELE MAIS, O MENINO NÃO TEM CULPA DE SER ASSIM – minha mãe disse brava pra ele.
—sai da frente irene, esse moleque apanhou pouco ainda.
—não Antônio, nele você não vai bater mais, se quiser bater nele vai ter que bater em mim primeiro – minha mãe disse entrando na frente.
—HÁÁÁÁ QUE ODIO QUE EU ESTOU DE VOCE JULIO, sorte a sua que tua mãe esta aqui para te proteger – eu vou sair e beber um pouco, tenho que pensar o que eu vou fazer com você, depois eu vou lá na casa do Francisco, quero conversar com ele.

Meu pai disse e passou a sua mão sobre a mesa derrubando tudo o que tinha em cima, ele estava descontrolado de tanta que era a sua raiva.

≠≠≠≠

—vamos Guilherme, pousar lá na minha casa hoje? – Gustavo insistia para mim ir.
—a não sei não Gustavo, eu já pousei lá ontem, assim seu pai não vai gostar.
—aff …meu pai não liga, ele até gosta que você vai pousar lá, ele disse que vai pedir pizza para nós, vamos, vai ser legal.
—tá ..más vou esperar a minha mãe chegar primeiro.
—há … manda mensagem pra ela avisan………………………………
—GUILHERMEEEEEEEEE …GUILHERMEEEEEEEEE
—pela vos é o Thiago – Gustavo disse.
—é ele mesmo, eu esqueci de destrancar a porta.
—só pela gritaria ele e o Júlio ainda não se entenderam, esses dois se amam más são igual gato e cachorro.
—e sobra para nós ter que aconselhar esses dois – eu disse meio que rindo.
—GUILHERMEEEEEE …ABRE A PORTA LOGOOOOOOO
—JÁ VOU THIAGO ….pronto, pra que todo esse escândalo na porta da minha casa?

Eu disse más me assustei ao ver o jeito que ele estava, parecia estar em pânico, o menino tremia dos pés a cabeça, ele estava pálido e suava demais.

—meu deus Thiago, vem, vamos entrar .. o que foi que aconteceu?
—ferrou Guilherme …ferrou muito.
—aconteceu alguma coisa de grave Thiago? – Gustavo perguntou.
—aconteceu sim, uma tragédia.
—como assim Thiago? você esta me assustando – eu disse.
—o pai do Júlio descobriu tudo.
—DEUS DO CEU …como ele foi descobrir? – eu disse.
—eu ainda não sei, más desconfio que só pode ser a Bianca que contou.
—a Bianca? – eu perguntei.
—sim, hoje mais cedo eu tive a impressão de estar sendo observado, acho que foi ela e me viu beijando o Júlio, más não tenho certeza ao certo.
—há más se foi ela, aquela piranha vai se ver comigo – eu disse bravo.
—PARA GUILHERME, a situação é mais grave do que se pode pensar, o pai do Júlio estava furioso e saiu arrastando ele pelos cabelos lá da minha casa, eu tentei impedir más não consegui, e o pior que ele vai falar com meus pais também.
—meninos. Eu já cheguei – disse a minha mãe chegando do seu serviço e nos pegando ali naquela situação.
—O QUE FOI QUE ACONTECEU MENINOS?
—eu posso contar para minha mãe Thiago?
—foda-se, por mim pode contar, já não tem mais o que fazer mesmo – Thiago disse dando de ombros.
—o Thiago e o Júlio são gays mãe, eles estão namorando.
—O QUE?! …VOCES DOIS TAMBEM?
—sim dona rose, más não conte para ninguém, e neste momento aconteceu algo de muito ruim, estamos encrencados.
—isso é muito pra minha cabeça …preciso tomar uma agua – disse a minha mãe espantada enchendo um copo de agua do filtro com suas mãos tremendo.

Explicamos tudo o que estava acontecendo a minha mãe, más pouco ela podia fazer, eu e o Gustavo também estávamos muitos sentidos e preocupados com eles, más não tinha nada a se fazer também, a não ser torcer para que tudo desse certo, más o único problema que eu via nisto tudo era os pai do Júlio, pois o mesmo não aceitava o seu filho ser gay, já estava tarde e os pais do Thiago ligaram para ele preocupado onde ele estaria, minha mãe o levou embora, pouco tempo depois ela voltou, eu e o Gustavo queríamos ir juntos más ela não deixou.

≠≠≠≠

— vai filho, nos conte logo o que esta acontecendo e pare de chorar – meu pai disse preocupado se sentando ao meu lado e minha mãe se sentou do outro.
—eu vou contar, más por favor não fiquem bravos comigo.
—fala logo de uma vês Thiago – minha mãe disse.
—é que …que.. eu sou g………………………..
—FRANCISCOOOO – era o vos do pai do Júlio furioso chamando pelo meu pai no portão da nossa casa.
—não vai pai, ele esta muito bravo – eu disse desesperado.
—o que foi que você aprontou Thiago?
—eu vou contar tudo pai, más não vai lá – eu disse o segurando.
—solta o meu braço Thiago, eu vou lá ver o que ele quer.

Por mais que tentei segurar o meu pai, não teve jeito, mesmo assim ele foi, coitada da minha mãe, ela estava aflita para saber o que estava acontecendo, ela e eu fomos juntos com o meu pai, porem ficamos de longe.

—o que foi Antônio? Pra que esse escarcéu aqui na frente da minha casa?
—eu vim pra dizer que esse merdinha do seu filho estava de safadeza com o meu filho, esse imprestável seduziu ele – seu Antônio disse irado segurando uma garrafa de pinga na mão muito bêbado.
—O QUE?! DO QUE VOCE ESTA FALANDO ANTONIO? E TENHA MAIS RESPEITO COM O MEU FILHO – meu pai disse bravo.
—meu filho! isso é verdade? – perguntou a minha mãe.
—É VERDADE SIM, ESSE SAFADO DO SEU FILHO ESTAVA DE SERVENGONHISSE COM O MEU FILHO, VOCES PRECISAM DAR UMA LIÇÃO NELE SENÃO EU MESMO DOU – o pai do Júlio disse e veio para o meu lado entrando para dentro.
—NO MEU FILHO VOCE NÃO POE A MÃO, VAI EMBORA ANTONIO, VOCE ESTA MUITO BEBADO E JÁ ESTA PASSANDO DOS LIMITES, AMANHÃ A GENTE CONVERSA COM MAIS CALMA – meu pai disse e o segurou.

Os vizinhos começaram a sair para ver o barraco e escutar a conversa, seu Antônio jogou a garrafa no chão a quebrando e tentou dar um murro no meu pai, más ele estava muito bêbado, meu pai só se defendia e não batia nele, eu fui tentar defender o meu pai más minha mãe me segurou, após meu pai dizer que ia chamar a policia seu Antônio foi embora fazendo zigue e zague com seu carro.

—ACABOU O SHOW PESSOAL.

Meu pai disse alto para os vizinho que estavam a nos olhar e então entramos para dentro de casa, eu vi algumas daquelas pessoas rindo e ouvi alguns dizerem …o filho deles são gays, bom …com todo esse escândalo, agora era só questão de tempo para o boato se espalhar.

—vem filho, agora nos conte essa historia direito – meu pai disse dando uns tapinhas no sofá para mim me sentar ao lado dele e da minha mãe.
—você é gay filho? – perguntou a minha mãe.
—sim – eu disse olhando pra baixo muito envergonhado.
—você me surpreendeu e muito Thiago, depois daquela conversa que tivemos, sobre você dizer que ser gay era errado, eu jamais poderia esperar isso de você.
—me perdoa pai, por favor não fique bravo comigo – eu disse já começando a chorar de medo deles.
—calma filho, não estamos bravos, o que seu pai quer dizer é que você nos pegou de surpresa, se é isto que você realmente sente nós vamos te apoiar.
—sério? – eu perguntei já mais calmo, más ainda sim com muita vergonha.
—sim filho, eu já te falei que ser gay não é errado, e sim uma orientação, não podemos mandar nos nossos corações.
—obrigado pai, obrigado mãe – eu disse e os abracei.
—más filho, e enquanto ao filho do Antônio?
—eu gosto dele – eu disse baixinho.
—certo! …e há quanto tempo já estão juntos? – meu pai perguntou.
—há …acho que há um mês mais ou menos – eu disse.
—e vocês já ….? – minha mãe perguntou e eu senti um arrepio na pele, acho que devo ter ficado mais vermelho que um tomate.
—MÃÃÃÃEEEEEE!!!
—o meu bem, assim você deixa o menino constrangido – meu pai disse e começou a rir.
—tá ..ta bem, é a ultima vês que toco neste assunto, más juízo viu, não quero ver meninos adolescentes igual a vocês fazendo sexo cedo demais, vocês são muitos jovens e ainda tem muito tempo até isso acontecer.
—MÃÃÃEEEE ..eu não quero falar disso, eu tenho vergonha.
—deixa o menino bem, eles já são bem grandinhos – meu disse e ria da minha cara de constrangimento.
—olha filho, se o Júlio conseguir se resolver lá com a família dele, nós vamos apoiar você, agora vai tomar um banho, enquanto isso eu vou esquentar a janta para você, eu e o seu pai já comemos, só falta você.

Fui muito tranquilo tomar o meu banho, apesar de toda essa vergonha dos meus pais agora saberem que sou gay, eu me sentia muito aliviado, acho que um segredo pode pesar mais do que pensamos, agora é dar tempo ao tempo e torcer para que os pais do Júlio o aceite como gay também.

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Já estava tarde e eu chorava muito, meu pai me bateu bastante, tirei minha camiseta e olhei no espelho, as marcas da surra estava por toda a minha pele, e com certeza eu sabia que iria apanhar de-novo, pois ele saiu e quando esta bêbado é muito pior.
—fica calmo filho, eu não vou deixar ele encostar mais em você – disse a minha mãe me consolando.
—eu não fiz nada de errado mãe, eu gosto dele – eu disse a ela.
—o meu filho …eu te compreendo, más gostar de garotos não é certo, você ainda é um menino novo e não sabe distinguir qual é a sua orientação sexual.
—más mãe, eu já me decidi e é isso que eu quer………………………..

Eu ia falar, más meu pai chegou muito louco abrindo com tudo a porta da casa muito bêbado e enraivecido e se sentou a mesa me olhando com uma cara de dar muito medo.

—cadê a comida irene, estou com fome – ele disse bravo.
—eu ainda não fiz Antônio, com tudo isto que aconteceu eu perdi a hora, vou fazer agora, é rapidinho.
—tudo bem, enquanto isso eu vou tomar um banho – ele disse e foi tomar banho.

Meu pai quando esta bêbado podia ser tudo, más a única pessoa que ele respeita é a minha mãe, ele nunca a tratou mal, talvez seja por que ele a ama demais, não é atoa que eles já estão juntos a quase trinta anos.

—pai – eu o chamei e ele lançou o seu olhar furioso em mim.
—filho, nem começa, deixa o seu pai em paz, amanhã nós conversa – minha mãe disse.

Meu pai virou as costa sem me dizer nada, minha mãe foi fazer a janta, atrasada más foi, eu fui para o meu quarto, custei a pegar no sono, um pouco mais tarde ouço ela me chamar para jantar, más eu não tinha fome, eu não tinha vontade de nada, só virei para o outro lado e dormi a ignorando completamente abafando o barulho do meu choro contra o travesseiro que já estava molhado com minhas lagrimas.

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5 Comentários

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  • Responder gio ID:7121w15ym2

    “um segredo pode pesar muito mais do que imaginamos”..
    eu que diga, guardei isso por mais de 20 anos.. contei pra 4 amigos por enquanto.. mas o que eu estou me sentindo bem melhor vcs não tem noção, tomei essa decisão depois de ler um comentário nesse conto falando sobre o conto “o menino de olhos verdes” depois de ler o último capítulo tomei coragem e contei pra um amigo da Bahia, depois pra um amigo de SP e por fim pra um amigo daqui da cidade, ainda é segredo estou deixando fluir

  • Responder Rodrigo ID:5h7kac8i

    ai gostar de garotos é errado e vc é novo ainda a mimimimi, aaaaa toma no cu, odio dessa frase e odio desse corno fela da puta espero q queime no fogo no inferno preconceito de merda, esse conto me deixa cada dia com mais vontade de ler mais

  • Responder leitor ID:5pmom2a8d9c

    Eu sabia que tinha sido Bianca nota mil pelo conto

  • Responder paulo cesar fã boy ID:3ij0y0lim9i

    bruno é um menino de onze anos que quando vai descobrindo as mudanças do seu corpo também vai descobrindo um sentimento muito forte pelo seu melhor amigo Elton, que também tem onze anos, ambos foram sempre amigos, cresceram juntos, Elton também sente o mesmo por seu amigo, más tudo se complica com a chegada de um primo de doze anos do bruno que veio morar junto com ele ….em breve paulo cesar fã boy estará trazendo mais um belo romance.

  • Responder Luh ID:8d5ezerk0i

    Muito bom este conto