anjos inocentes 21

O aniversario do Guilherme ontem foi muito top, muito bem organizado, o local muito grande e bonito foi uma grande festa, tirando o embaraçoso momento que eu passei com o Thiago eu me diverti muito, e por falar em Thiago, eu não ainda não acredito que ele me beijou e se declarou pra mim, eu me sinto tão confuso ao mesmo tempo muito surpreso e sentido em saber que ele gosta de mim más do que um amigo, ainda não da para acreditar, más aquele beijo mexeu muito comigo e como mexeu …o que esta acontecendo comigo? Será que eu sou gay? Será que eu gosto dele e não quero admitir para mim mesmo? …há que droga, eu não sei o que pensar, tudo esta uma bagunça na minha cabeça.
—oi mãe – eu disse ao chegar à cozinha onde ela estava com meu pai.
—oi filho, tem pãozinho em cima da mesa e café com leite – ela disse me dando um beijo na testa.
—isso é hora de acordar garoto? já é mais de dez horas da manhã, e você não vai me cumprimentar não? – meu pai disse me olhando para mim serio.
—oi pra você também pai – eu disse não lhe dando muita atenção enchendo o meu copo de café com leite.
—deixa o menino Antônio, ele está cansado da festa de ontem – disse minha mãe me defendendo.
Meu pai se chama Antônio, ele tem 48 anos, é um homem bem trabalhador, más é muito gastador, ele gasta muito com bebidas e jogos, ele não é uma pessoa ruim, más é bem sistemático e rabugento, típicos daqueles coroas chato, más no fundo eu sei que ele tem um bom coração, eu não o odeio, pelo contrario, eu o amo, más as vezes ele pega muito pesado comigo.

Minha mãe já é mais amável, ela tem 46 anos, é uma mulher judiada pelo tempo e pelo trabalho, más não deixa de ser uma boa mulher e mãe, ela se chama irene, eu a amo demais, ela é minha deusa, minha rainha e meu alicerce, eu também tenho um irmão …sim, eu tenho um irmão mais velho chamado júnior, ele tem 26 anos e se casou com quase vinte anos, quando sua namorada ficou gravida, hoje meu sobrinho está com seis anos e se chama Vitor, ele é uma gracinha, muito fofinho, um encanto de menino, más os vemos poucas vezes ao ano por ele morar na cidade de Maringá que também é no paraná.

—estou saindo – eu disse após tomar meu café.

Hoje já era domingo e eu estava indo na casa do Thiago, precisava conversar mais com ele, más me senti mal pelo que aconteceu ontem e fiquei com vergonha, então resolvi ir na casa do Guilherme, más vi o Gustavo de longe indo pra lá, resolvi voltar pra não atrapalha-los, decidi enviar uma mensagem para a Bianca.
—oi Bianca.
—oi Júlio.
—o que você esta fazendo? Eu perguntei.
—no momento nada.
—quero te ver – eu pedi.
—tá, a gente se encontra lá na pracinha.
—lá não, prefiro em outro lugar.
—más por que? lá é tão gostoso.
—eu sei, eu só não quero ir lá.
—más Júlio, todo mundo gosta de ir lá no final de semana para namorar, é um lugar tão relaxante e romântico.
—eu sei, más é que o Guilherme, o Gustavo ou o Thiago podem chegar lá e nos ver.
—aff …e o que que tem eles nos verem juntos?
—não tem nada de mais, eu só não quero que eles saibam ainda.
—você está com vergonha de mim Júlio?
—claro que não Bianca …é que eu sou tímido, só me de alguns dias e eu mesmo vou contar pra eles.
—tá ..tudo bem, vamos lá na barraquinha do seu zé então, assim você aproveita e me paga um caldo de cana bem geladinho e um pastel bem gostoso.
—tá ..pode ser, eu te encontro lá – eu respondi.
A barraquinha do seu zé é um lugar bem gostoso também, ela fica no final do nosso bairro, lá tem um enorme pé de santa barbara onde ele coloca aquelas mesas juntos com as cadeiras de plástico para as pessoas sentarem e desfrutar de um belo caldo de cana e um delicioso pastel curtindo uma sombra bem refrescante acompanhada de uma agradável brisa, más o problema é que eu gastei todo meu dinheiro no presente do Guilherme, e agora só me restava voltar rápido lá na minha casa e pedir para a minha mãe, o problema também é que ela já tinha me dado dinheiro pra inteirar no presente do Guilherme, agora era torcer pra ela me dar mais ou eu estaria bem ferrado. Assim que eu cheguei em casa pra minha infelicidade o meu pai ainda estava lá.
—ué filho, já voltou tão rápido – disse minha mãe.
—sim mãe, é que eu preciso te pedir um favorzinho.
—não é dinheiro não né filho, por que se for eu não tenho mais.
—na verdade é mãe, eu preciso muito, só hoje por favor, depois eu faço qualquer coisa que a senhora me mandar.
—você devia tomar vergonha na cara filho, um cavalão desse tamanho ainda pedindo dinheiro pra mãe, eu quando tinha a sua idade, eu não pedia dinheiro pro meus pais, eu já trabalhava e tinha o meu próprio dinheiro – disse meu pai.

Não tinha outro jeito a não ser falar a verdade, ou eles não me dariam o dinheiro e eu iria passar uma vergonha muito maior com a Bianca …HÁÁÁ QUE SACO NAMORAR.
—por favor, eu preciso muito ….é..é, que eu …vo… vou me encontrar com uma garota, depois desta vez eu não peço mais, eu juro – eu disse vermelho de vergonha.
—EU OUVI BEM! …meu filhão vai se encontrar com uma menina? – meu pai disse abrindo um grande sorriso – se for assim toma – ele disse tirando cinquenta reais da carteira e me dando me deixando muito surpreso com sua atitude.
—muito obrigado pai – eu disse feliz e surpreso.
—filho! Que história é essa de garota, você vai ter que me contar isso direito – minha mãe disse enciumada.
—mãe, eu preciso ir, já estou atrasado – eu disse tentando fugir do assunto.
—deixa o menino ir logo irene …vai lá filhão, depois vamos querer saber tudinho viu – meu pai disse todo sorridente.
Enquanto eu caminhava rápido até a barraquinha do seu zé, eu ia pensando no que o meu pai falou, em certo ponto ele estava certo, eu precisava arrumar um trabalho, já era hora de eu ter o meu próprio dinheirinho … meu pai ficou feliz quando eu disse que ia me encontrar com uma menina, era rara as vezes que ele sorria. Assim que eu cheguei na barraquinha eu já fui avistando a Bianca sentada na cadeira com sua mão apoiada sobre a mesa parecendo estar impaciente.
—oi Bianca, já cheguei – eu disse me sentando ao seu lado.
—já era hora né Júlio – ela disse passando seu braço por meu ombro me dando um selinho rápido.
—foi mal pela demora Bianca, eu tinha deixado o dinheiro lá na minha casa e tiver que ir lá buscar.
—tá tudo bem amor – ela disse me beijou.
Enquanto eu a beijava num beijo intenso e bem gostoso me veio a minha mente o beijo que o Thiago me deu …que droga Júlio …tira ele da cabeça….fiquei tão confuso que neste momento eu encerrei o nosso beijo.
—o que foi Júlio? Alguma coisa de errado? – ela perguntou pensativa enquanto me olhava.
—não Bianca ..claro que não, é que eu tenho vergonha.
—aff …e o que que tem a gente se beijar em publico? …o problema sou eu? …você não gosta de mim? …é isso?
—o que?! ..não, claro que não Bianca! Eu ti amo e o problema não é você, o problema sou eu, já te falei que eu sou muito tímido.
—então você precisa perder essa timidez – ela disse e me beijou de-novo sem medo de algumas pessoas que estava ali nos verem.
—o que esse casalzinho lindo vão pedir – disse a senhora que era esposa do seu zé nos perguntado com um talão de papel e uma caneta na mão.
—pra mim, eu quero um caldo de cana sabor de abacaxi e um pastel de frango com catupiri – a Bianca lhe disse.
—eu vou querer o mesmo – eu disse para a senhora que anotava o nosso pedido e se retirando logo em seguida.
—eu estou tão feliz que estamos namorando, eu gosto muito de você Bianca – eu disse segurando a sua mão.
—eu também gosto muito de você Júlio, e eu já tinha percebido há muito tempo que você gostava de mim, seus olhares em mim o denunciavam, más você nunca tomava a iniciativa de chegar em mim, ai eu tive que tomar né.
—há Bianca, você sabe por que né – eu disse sem graça.
—sim, eu sei …você é tímido – ela disse e riu me deixando com as bochechas vermelhas.

Eu estava completamente tenso, sem saber o que falar, eu estava me sentindo sem jeito ao lado dela, e a todo momento eu batia com minhas unhas em cima da mesa.
—Júlio! Eu estou te achando meio estranho hoje, o que esta acontecendo com você?
—nada Bianca, não esta acontecendo nada.
—então fala alguma coisa ué, você esta tão calado hoje.
—esses pasteis estão demorando.
—é serio? …abriu a boca pra falar isto? Eu não estou com nenhum um pouco de pressa, até parece que você não esta gostando de ficar comigo aqui.
—hã?! …poxa Bianca, não foi isso que eu quis dizer, logico que eu gosto de ficar com você, é você que esta distorcendo o que eu estou falando.
—então explica.

Suei frio neste momento sem saber o que falar, minha única reação foi puxa-la pra mim e lhe dar um beijo bem demorado e apaixonado.

—aqui, Já esta pronto – disse a senhora colocando os caldos de cana e os pasteis em cima da mesa nos olhando estranho.

Comemos gostoso os pasteis e bebemos aquele caldo de cana geladinho, estava muito gostoso, o total da conta custou vinte e oito reais, me sobrou vinte e dois reais de troco, eu acompanhei a Bianca até próximo a sua casa.

—Vamos Júlio, meu pais saíram e vão voltar bem tarde, quero que você entre comigo.
—não Bianca, não é certo, eles não estão.
—por isso mesmo, temos a casa só pra nós.
—não Bianca, é serio mesmo, eu preciso ir, meus pais estão me esperando.
—tá …tudo bem então, amanhã a gente se vê amor – ela disse e eu vi a cara de decepção dela.

me despedi dela com um beijo bem intenso e apaixonado e então eu fui embora, quando eu estava próximo a minha casa eu vi o Thiago indo em direção a casa do Guilherme, ele parecia estar muito triste e deprimido, eu podia telo parado para conversar com ele, más não tive coragem e preferi me esconder atrás de um carro que estava estacionado ali e deixa-lo seguir sem que me viste, quando cheguei em casa o resto do meu dia não foi fácil, meu pai e minha mãe queriam saber cada detalhe sobre minha nova namorada, foi o domingo mais gostoso e ao mesmo tempo mais difícil que eu passei, já a noite na minha cama dormindo eu pensava na Bianca, más me lembrava do beijo com o Thiago ….DROGA JULIO ..O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ…….eu falava pra mim mesmo brigando com os meus pensamentos enquanto tentava pegar no sono.

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