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anjos inocentes 11

2104 palavras | 16 |4.46
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≠≠≠ aos olhos do Thiago≠≠≠
Tudo o que eu queria era pedir perdão, más ele não aceitou, eu tinha batido no Guilherme, eu estava péssimo e me sentindo muito arrasado e ele caído no chão com seu nariz sangrando, como eu fui capas de fazer uma coisa dessas, sai correndo da sua casa aos gritos dele que me expulsava de lá, o Júlio veio atrás de mim e me disse que tudo ia ficar bem, más não ia, eu machuquei meu amigo más era eu que estava sentindo a dor, acordei no outro dia péssimo, quando veio à lembrança a minha mente do meu punho o acertando eu me desabei em um choro longo e profundo.
—filho, filho, vai ficar tudo bem, a mãe do Guilherme veio falar comigo ontem, você já estava dormindo, eu já sei de tudo o que aconteceu.
—eu bati nele mãe, eu me sinto a pior pessoa do mundo – eu dizia chorando.
—calma filho, tudo vai se resolver.
—eu bati no Guilherme mãe, eu não queria, foi um acidente.
—eu sei filho, se acalma eu vou ficar com você, a mamãe não vai trabalhar hoje.
—eu não quero ir para a escola mãe, por favor, hoje não.
—claro filho, a mamãe entende, agora feche os olhos e durma mais um pouquinho, vai te acalmar.
Assim eu fiz, eu encostei a minha cabeça no colo da minha mãe que afagava os meus cabelos bagunçados que agora já não estavam mais pontudos para cima como eu gostava de usar, logo o sono foi abafando o meu choro, adormeci e não vi mais o tempo passar.
A minha mãe me acordou chamando para almoçar, más eu não tinha fome, eu não tinha vontade de nada, só encostei minha cabeça no travesseiro e dormi de-novo.
— Acorda filho, acorda – minha mãe chamava.
—só me deixa aqui mãe, eu nunca mais quero sair desta cama – eu disse passando a mão sobre meus olhos que já começavam a lacrimejar novamente.
—o Júlio está aqui Thiago, ele veio te levar para conversar com o Guilherme.
—sério mãe? Sério?
—sim filho, más primeiro tome um banho, você está péssimo e fedendo.
aff….. tomei o banho mais rápido que pude, só demorei um pouco para ajeitar meu cabelo e deixar eles bem pontudinhos para cima como eu sempre gosto que fiquem, terminei e fui falar com o Júlio.
—oi Júlio.
—oi Thiago, o Guilherme e o Gustavo querem conversar com você lá na pracinha.
—será que eles vão me perdoar pelo que eu fiz? – eu disse muito triste.
—não sei, más aposto que sim.
Assim que chegamos lá eu os vi de longe terminando de chupar um sorvete, me bateu um sentimento de vergonha e tristeza ao velos, eu só abaixei minha cabeça e fomos nos aproximando deles.
—sentem se ai com agente – o Gustavo pediu gentilmente para mim.
—e ai Thiago, tem alguma coisa a dizer – Guilherme me perguntou.
—eu sinto muito, eu não queria ter feito aquilo, eu fui um idiota e estraguei tudo, eu também sinto muito por ter te ofendido Gustavo, eu estou muito arrependido e não sei se vocês vão me perdoar – eu disse e não aguentei e comecei a chorar.
—hei! calma, Thiago – Guilherme disse e veio me abraçar.
Eu o abracei de volta, minhas lagrimas molhavam a sua camiseta, o Júlio e o Gustavo também nos abraçaram juntos.
—eu sou um idiota – eu dizia e chorava muito – eu não mereço a amizade de vocês.
—você merece sim Thiago, a gente te ama, você é nosso amigo e nós te perdoamos, esquece o que aconteceu e vamos seguir em frente.
O nosso abraço durou muito tempo, eu me sentia aliviado por eles terem me perdoados, más aquela triste lembrança não saia do meu pensamento, eu ainda me sentia culpado, eles percebendo como eu me sentia me consolavam e era reconfortante, e passado todo esse momento de emoção, nós esticamos nossos braços de encontro um ao outro fazendo com que uma mão ficasse por cima uma da outra e as levantamos rápidas e demos o nosso grito de guerra bem alto e sorrindo….UM POR TODOS E TODOS POR UM… nos sentamos novamente e ficamos ali conversando, veio uma moça vendendo sorvete.
—vou pagar um sorvete para a gente comemorar esse momento especial– Gustavo disse a chamando.
—os dois pombinhos querem mais sorvetes – ela disse ao Gustavo e olhando para o Guilherme.
Na hora caiu a minha ficha, como eu pude ser tão burro, estava na minha frente o tempo todo, o jeito que eles se olhavam, como se abraçavam, sempre juntos quando eu os encontravam, e ainda aquela moça os chamando de dois pombinhos, eles eram gays….meu melhor amigo era gay, eu não podia acreditar nisto, meu amigo era gay e eu não podia aceitar, isso é errado, uma pessoa não pode ficar com outra do mesmo sexo.
—há não….vocês? vocês dois?….não…não…não é possível….vocês são gays? Você Guilherme, nosso melhor amigo…. você é gay….droga, droga – eu disse e sai correndo.
Sai correndo como nunca corri e enquanto eu corria eu chorava de tristeza, me escondi em baixo de uma ponte que tinha ali por perto, não queria ser perturbado ou que eles me achassem….droga, quando tudo estava dando certo me aparece essa! Quando cheguei em casa já estava escuro, minha mãe brigou comigo por ficar até tarde na rua, ela também perguntou se tinha dado certo com meus amigos, eu disse que não, não queria falar o motivo, então só falei que a gente ainda não tinha se entendido, ela ficou muito triste, más disse que era para mim dar tempo ao tempo, e o pior é que quando eu estava deitado na minha cama tentando pegar no sono, sem querer ficava imaginando os dois transando e meu pinto ficava duro…droga Thiago, para de ficar pensando nessas coisas, não vê que isso é errado, más a imagem deles não saia da minha cabeça assim como a do Júlio também, é errado, eu falava pra mim mesmo…no outro dia eu encontrei o Guilherme e o Júlio tentando falar comigo na escola, imagino que eles estavam desesperados com medo que eu fosse falar alguma coisa, más eu não sou esse monstro que eles estavam pensando, eu estava com muita raiva deles, incluindo o Júlio, más nem por isso eu ia revelar um segredo que não era meu. Simplesmente os ignorei e segui o meu caminho.
Enfim…alguns dias se passaram, eu nunca mais falei com eles apesar de eles sempre tentarem falar comigo, más eu sempre me esquivava e saia não querendo conversa, faltava pouco dias para o aniversario do Guilherme, eu sabia a data do aniversario dele e do Júlio, meu pai estava de folga hoje sentado na sala assistindo a um jogo da seleção brasileira, eu me sentei ao seu lado muito triste e deprimido, eu agora estava sozinho, não tinha mais a companhia dos meus amigos, principalmente do Júlio que era muito importante para mim, queria que ao menos ele estivesse aqui ao meu lado, meu pai percebeu a minha tristeza.
—o que foi filho? Porque dessa tristeza?
—não é nada pai.
—é por causa dos seus amigos não é?
—não pai, não é.
—é sim filho, eu te conheço, você não sabe mentir.
—é pai, a gente ainda estamos brigados sim.
—Depois de todo esse tempo vocês ainda não se entenderam?
—não pai, ainda não.
—tem mais coisas por trás desta historia não tem?
—é pai, na verdade sim, más eu não posso contar.
—e por que não filho? me conte vai.
—é que é um segredo deles, e eu não posso falar.
—más filho, se esse é o motivo da briga de vocês pode me contar, se é um segredo deles eu prometo que não vou contar para ninguém também, confia em mim, eu sou seu pai e ninguém melhor do que eu para te aconselhar.
—o Guilherme e aquele loirinho lá pai, eles são gays – eu disse muito triste.
—hum! Então é isso, esse é o motivo da briga de vocês? – meu pai disse após pensar um pouco passando a sua mão por sobre o seu queixo.
—é pai, eu não posso aceitar isso, é errado.
—certo! E quem te falou que é errado?
—hã? …Não entendi pai! – eu o respondi meio confuso.
—é filho, se você acha que isso é errado é por que alguém te falou! Não é mesmo?
—não pai, ninguém me falou.
—então você deduziu isso sozinho?
—sim pai, por que é o que eu acredito.
—certo! Sabe filho, o que eu acho que você está sentindo ai dentro desse coraçãozinho seu ai é chamado de preconceito.
—eu não tenho preconceito pai?
—e você sabe o que significa preconceito filho?
—preconceito é tudo igual pai, e eu não tenho isso.
—preconceito filho, é o ato de julgar e descriminar as pessoas por sua aparência, suas atitudes e suas escolhas, e é o que você está fazendo com seus amigos.
—más pai! Ser gay não é errado?
—tá vendo filho, isso que você chama de errado eu chamo de preconceito – ele disse e continuou.
Olha filho, quando duas pessoas se amam muito é por que esse amor já é abençoado por deus independente se são do mesmo sexo ou não e é de vontade dele que essas pessoas nunca se separem, eu conheço algumas pessoas tanto mulheres como homens e eles são gays, são ótimas pessoas, são bons amigos, se você ama os seus amigos não deixe essa amizade morrer ou você vai se arrepender amargamente para o resto da sua vida.
—pai!
—sim filho.
—eu até posso aceitar eles serem gays, más se eu for amigos deles e andarmos juntos as pessoas não vão dizer que eu sou gay também? – eu lhe perguntei após refletir um pouco sobre suas palavras.
—da onde você tirou isso filho? Claro que não, se alguém achar isso é por que essas pessoas estarão sendo tão preconceituosas assim como você está sendo agora.
As palavras do meu pai tocaram fundo o meu coração, ele abriu a minha mente neste assunto tão complicado e agora eu estava arrependido de todo o mal que eu cometi com meus amigos, eu percebi que quem estava errado nesta historia toda era eu, eu fui mesquinho, intolerante e burro, eu os julguei por preconceito como disse o meu pai, más e agora! Eles já me perdoaram uma vez, será que me perdoariam mais uma?
—tira essas bobagens da cabeça filho, e vai logo fazer as pazes com seus amigos – minha mãe que escutou nossa conversa disse se sentando no sofá ao lado do meu pai o abraçando.
—não sei se meus amigos vão me perdoar – eu disse arrependido de todo o mal que causei a eles.
—vão sim filho, seja sincero e abra seu coração a eles, o resto deixa por conta de Deus e ele enviara um anjo para te ajudar – meu pai me disse.
— Obrigado pai e mãe – eu disse lhe dando um beijo em seus rostos.
Sai em disparada correndo como nunca rumo à casa do Guilherme, tudo que eu queria era o seu perdão, assim como o do Gustavo e do Júlio… quando eu me aproximei eu vi a porta aberta, minhas mãos e pernas tremiam, me aproximei mais e vi eles sentados na mesa tomando sorvete, a alegria deles era contagiante, o medo e a vergonha foram tomando conta de mim, pensei em sair correndo o mais rápido possível dali, mais alguém me segurava, era como se um anjo me segurasse firme e não me deixasse ir, vai Thiago, coragem, eu dizia pra mim mesmo…eu respirei fundo contei até três e dei duas batidinhas na porta.

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16 Comentários

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  • Responder Lucas daniel ID:3eexzue66ia

    Até que enfim ele entrou e com os pais orientado tomara mesmo que ele não faça outra burrada

  • Responder paulo cesar fã boy ID:3ij0y0lj6ib

    capitulo 12 já postado ….preparem o coração.

  • Responder procura de contos bons ID:5h7kac8i

    a cada dia amando, espero q tenha mais estou louco para ler

  • Responder Saulo Batista ID:2ql0f4n42

    Parabéns estou adorando o conto é difícil comentar mais estou amando, continue.
    Abraços

  • Responder Taylor ID:81rcz4jk0i

    Eu acho que vcs deviam produzir pelo menos duas partes por dia,pq uma por dia e muito ruim,eu passo o dia todo na ansiedade

  • Responder roger ID:40vojo7ik0k

    Parabéns pelo conto( quero continuação)

  • Responder Tio BL ID:2cq8b7y0zm

    Continua

  • Responder Tio BL ID:2cq8b7y0zm

    Esse momento do Thiago e os meninos me lembrou de um semelhante a esse que tive quando tinha meus 14-15 anos. Eu fui lendo e tudo aquilo vinha a tona na minha cabeça. As lágrimas desceram a cada linha e no final tive que respirar fundo pra não desabar. @PauloCesar Fã boy desse jeito vc acaba comigo. Kkk
    Continua.

  • Responder John Deere ID:83100tbiql

    Né veado(continua com a veadagem enquanto pode,a justiça anti-veado está próxima…maricona!)
    Ass:John Deere,Matador de Veados

    • ... ID:2cq8b7y0zm

      Vai chupar um canavial de rola!

  • Responder luiz ID:dlns5khrd

    Esse conto foi chato

    • paulo cesar fã boy ID:3ij0y0lj6ib

      então luis.. esse conto eu me baseei numa historia real contado pelo personagem, todos os acontecimentos aqui foram reais que eu só dei uma encrementada contando sobre minhas palavras na minha própria escrita … todos os personagens são reais… nem tudo é um conto de fadas.

    • Nelson ID:3c793cycoij

      Luiz, talvez vc não tenha entendido o que escrevi, não tenho do que me arrepender pois nunca fui preconceituoso e nunca fugi de ninguém, inclusive a maioria dos meus namorados sempre foram mais velhos embora tenha tido alguns da minha idade. Hoje já sou um coroa sessentao e vejo não só comigo a discriminação até mesmo de outros coroas. Lamento muito essa falta de empatia que existe no próprio meio. Obrigado e um abraço.

  • Responder Nelson ID:3c793cycoij

    Amigo, parou mal, como fica meu coraçãozinho? Parabéns por abordar um assunto tão importante “preconceito” que existe de diversas formas e principalmente entre os próprios gays que discriminam, excluem e até ofendem os iguais. Hoje sou prova viva, tão desejado e disputado quando jovem agora não passo de uma sombra talvez para muitos até invisível. Obrigado pelo conto

    • luiz ID:dlns5khrd

      Nelson eu acredito que o ser humano tem varias fases na vida so é necessario sabermos viver cada uma emuma epoca certa, antes vc tinha muitos rapazes para namorar e vc por preconceito fugia disso agora se arrepende, mas ainda é tempo veja que tem uns coroas legais que estao querendo namorar da uma chance pra eles.

    • paulo cesar fã boy ID:3ij0y0lj6ib

      o fato de ser só uma sombra para Deus tem um singnificado, pois alguem vai precisar dela pra não ficar no sól…. cada um tem o seu momento, na data certa…. siga pelos caminhos de deus e ele o guiarás…