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O Vizinho Militar 27 – “Faz a minha mão de pica”

5497 palavras | 3 |4.17
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O militar me levou pro futebol com os amigos e depois todo suado me levou pro banheiro do bar.

Tive que dar o braço a torcer e concordar que um carro quase sempre ajuda a adiantar a vida de alguma forma. Podemos sair mais tarde para o trabalho e adiantar alguma coisa ainda cedo, também chegamos mais cedo e conseguimos organizar algo quando ainda é dia. Nessa nova rotina Jonas teve mais tempo livre aos finais de semana e voltou com o futebol que vivia faltando. No começo achava que não faria diferença para ele a minha recusa em ir junto, mas vi lá pelo quarto convite que Jonas fazia questão que eu participe pelo menos um pouco da sua vida fora do interior do nosso apartamento.

Não que seja claustrofóbico permanecer no nosso escurinho. Pelo contrário. Eu adoro passar muitas horas dos nossos dias livres deitado sobre o corpo grandão dele medindo cada espaço, decorando cada mancha, cada marquinha, beijando e sentindo o cheiro da pele lavada ou suja do nosso sexo. Eu adoro tudo que faço junto dele aqui dentro de casa, mas às vezes é bom sair do nosso mundo.

O domingo chegou e nos preparamos cedo. Era dia de uma pelada. Eu sempre dou risadas quando ele usa o termo.

“Uma hora você vai deixar de rir das minhas coisas” ele brigou terminando de fechar a bolsa com as chuteiras e o meião.

“Não tô rindo de você, nem do seu futebol, é que eu acho engraçado essas coisas de hétero. Pelada!” Eu repeti rindo.

“Gay joga futebol, lindo.”

“E joga muito bem. Você entendeu o que eu quis dizer. Certeza que foi um hétero que cunhou esse termo.”

“Não duvido” ele respondeu perto de mim na porta. Chegou mansinho demais. Quer agrado.

Juntei minhas mãos na cintura grossa sentindo o tecido fino e liso da camisa de time dele, contornei com os dedos para as costas duvidando que uma pele possa ser tão quente ainda nas primeiras horas da manhã e ele me procurou para um beijo dizendo apertado entre os dentes que eu deveria me comportar.

Sabia que o aviso não era somente sobre olhar demais para outros homens e outros corpos que não fosse o dele, mas para o fato de que poucos amigos de Jonas já sabiam sobre nós.

“Só uma olhadinha pode?”

“Nenhuma” ele foi categórico nisso. Me beijou de novo e riu.

“Sério mesmo, Jonas? Não posso olhar?” Era certa a minha cara de bravo.

“Porra, tem uns craques lá” ele começou se explicando. “Tu vai achar os caras batedor de bola aí já deu pra mim.” E terminou rindo.

Aquelas mãos que ainda sentiam como as costas do meu militar eram quentes foram descendo pelo quadril e em um segundo estavam na virilha. Apertei o volume exagerado que faz, senti o macio das bolas, o áspero dos pelos nascendo sob a cueca e apalpei o corpo mole da pica dele.

“Não troco isso aqui por jogador nenhum” eu disse.

“É assim que eu gosto” brincou finalmente.

A verdade é que o time mais parece dois do que um só. Uma parte do grupo chegou junto em três carros contando com o meu e a outra chegou por outro lado do campo e já deixaram as coisas por lá assim que se trocaram ali mesmo pela beira. O lugar não tem uma estrutura oficial e muito menos algum tipo de conforto, mas tem uma arquibancada em concreto, uma área verde ao redor com muitos conjuntos fixos de banco e mesa em concreto e uma grande novinha ao redor do campo. Vi que o pessoal encostou com algumas mulheres e umas crianças acompanhando, mas aqueles que vieram com Jonas não carregavam ninguém. O galego me apresentou Murilo, um magrelo alto de pele alvinha e barba cheia. Olhos fundos de um tom marrom escuro, pelos negros ao longo dos braços e das pernas, cabelo curto sem corte específico, padrão, peito e barriga secos. Nada definido. O pé é enorme, as canelas extremamente finas, mas ele é simpático e sorri mostrando os dentes perfeitos. Tem 34, mas não aparenta tanto a idade. Trocou de roupa ali mesmo por trás da porta aberta do carro depois que pegou a camiseta que usariam com José, o mais velho do grupo. Tem 43 e disse que não pretende sair para essas peladas por muito tempo. Os outros brincaram que ele está ali porque é quem banca tudo depois da partida e ele riu orgulhoso de ser visto assim. É um coroa simpático, alto, pouco pelo no corpo, barriga aparecendo. O nariz é torto, a sobrancelha grossa demais, a boca aparenta ser grudenta e ele deve gastar o vidro do perfume de uma vez só porque o cheiro dele era forte. Cheiro de homem mesmo, de galã. Olhei umas duas vezes para ter certeza de que eu não estava atraído por ele. Não estava. No seu carro importado trouxe Rafa e Kelvin. Foram apresentados assim como os mais novos e sobrinhos do coroa. Dois garotões de vinte e pouco.

Boa saúde exalando, corpo definido de academia, rosto simétrico. Perfeitos. Rafa é negro e sua pele brilha de um jeito bonito sob o sol. Kelvin é de um galego quase no tom de Jonas, só que mais acastanhado. Simpáticos, sorridentes, sedutores. As camisas penduradas nos ombros, as entradas fazendo os olhares descerem por suas virilhas, barrigas definidas, tudo neles é jovial e muito interessante. Do tipo exato que corre com marra, que estufa o peito ao cabecear, que pula alto e aterriza em pose. Olhei demais e Jonas chegou por trás beijando discretamente a minha nuca. Ninguém viu.

“Eles já sabem que são bonitos, não precisa dizer com esse seu olhar de cachorro faminto.”

Eu gargalhei e girei meu corpo querendo encostar no meu homem, mas ali eu era um amigo próximo demais, como já deviam ter lido nossa relação. Sobrou flagrar como os mamilos de Jonas estavam durinhos e apontando na camisa.

“O que é isso?”

Ele olhou os próprios mamilos e riu.

“Tesão” sussurrou.

“Por mim?” Eu quis me exibir, mas não tinha espaço pra isso, então restou fazer a famosa carinha pidona.

“Sempre por você” ele foi rápido.

“Vai lá, faz um gol pra mim, termina logo isso e vem pra me comer.”

“Fala mais alto, eles não escutaram.” Disse em tom de bronca, mas ainda sorria desconcertado.

“Termina e vem me comer” repeti um pouco mais alto.

Ele saiu rápido, trocando as pernas e coçando a cabeça em claro tom de desconcerto e muita excitação. Olhou umas duas vezes no caminho pra mim e sorria me fazendo querer entrar naquele campo, saltar para o seu peito largo, cair sobre a grama mal cuidada e foder ali mesmo como dois pervertidos inconsequentes.

Cláudio chegou no terceiro carro e era o mais brincalhão. Baixinho, pele avermelhada, queimada, olhos brincalhões, corpo normal de um homem que em outro momento na vida foi definido. Barba ralinha, calção grande demais para as pernas curtas, chuteira colorida, cabelo despenteado. Tomou duas cervejas antes de cair no campo com os outros caras e das dezenas de brincadeiras que fez pelo menos 70% delas podem ser consideradas tóxicas o suficiente, por isso não ouso transcrever. O resto do grupo ficou tão pouco tempo sob a sombra da árvore onde estacionamos que sequer merecem uma descrição simpática da minha parte. As mulheres foram sentar nas cadeiras de um bar que fica na lateral do campo e as crianças ficaram pelas sombras das árvores, nos bancos de concreto. Recusei rápido o convite para me juntar a elas e provavelmente criei ainda mais suspense ao fazer isso.

Quando fiquei sozinho notei que a camiseta, o tênis e as meias de Jonas estavam jogados do lado do carro denunciando um descuido que não cabe na personalidade dele e juntei suas coisas estranhando o comportamento. Devia ser a pressa em se trocar, eu pensei. Não precisei distanciar meu olhar para perceber que Murilo tinha feito o mesmo ao ver que sua camiseta ainda estava pendurada no retrovisor do seu carro. Depois de dobrar e guardar no banco mesmo as coisas de Jonas, corri e apanhei a camiseta do amigo. Tocar a suavidade do tecido me acordou para o fato de que se tratava da camiseta de outro homem. Não era a roupa do meu namorado que eu segurava naquele instante, nem a minha, mas a de outro cara. Agarrei com mais força para sentir a trama como se ao fazer isso pudesse tocar a pele do seu dono e sorri pensando no quão safado eu consigo ser às vezes.

Dali as mulheres não me viam, percebi. As crianças não se importavam comigo, é claro. Em campo ninguém quer cuidar dos carros. O terreno estava limpo para mim e era óbvio que eu faria isso. Meu corpo inteiro pedia. Virei a peça olhando que parte cobre o peito e ligeiramente levei ao nariz. Puxei o que pude do ar e senti o perfume suave e muito bom de Murilo para ficar duro imediatamente. Foi como tomar uma dose de adrenalina, como fazer uso de uma substância entorpecente ou como enxergá-lo nu e oferecido na minha frente. Delirei com o cheiro bom que ele impregna na roupa e procurei as axilas. Fiz se novo o movimento de levar ao nariz e cheirar com rapidez, mas desta vez me demorando uns segundos a mais ali. Sob a axila é onde o tecido umedece primeiro, é onde o suor gruda e empresta esse cheiro grosseiro de homem. Murilo está ali naquela parte e ele cheira perfeitamente bom. Duro, babando e completamente apaixonado no cheiro, dobro a camiseta e discretamente uso o vidro aberto do carro pela metade pra deixar a peça sobre o assento direito.

Ninguém está ali para uma partida oficial entre times rivais ou amostra de boa condição física, portanto quando há o intervalo entre um tempo e outro já tem Coca-Cola e copos esperando pelos homens sedentos. Tem água nas caixas que trouxeram, tem até barras de cereais para os moleques do time, mas os homens se dividem entre goles de refrigerante e algumas tentativas de acertar o time para virar o placar que até aquele momento favorecia os adversários. Jonas trouxe um copo cheio quando veio encostar no carro comigo e suado roçou seu braço no meu. Riu da nossa delicadeza em trocar aquele carinho e eu procurei sua mão nos mantendo escondidos dos outros.

“Não quis ir com as meninas lá pro Maranhão?”

“O que é Maranhão?” Perguntei depois do gole.

“Aquele bar, não viu quando foram?”

“Ah, o bar. Eu recusei. Não me senti íntimo o suficiente. São mulheres, elas querem trocar figurinhas.”

Ele fez cara de quem tinha entendido.

“Gostou dos feiosos?” Perguntou finalmente olhando o campo e inventando desdém.

Eu ri.

“Você não se aguenta. Estava doido pra perguntar.”

“Mas é claro” ele gargalhou, então.

Melhorei minha postura, colei uma mão no queixo como quem observa e apontei com o olhar para cada um dos homens que citava.

“Aquele barbudo ali, nossa…”

“Carlin. Se abrir a boca você muda de ideia.”

“Tem bafo?”

Jonas riu.

“Não, meu ursinho. É machista pra caralho. Um bosta metido a elite, mas no fim não passa de gigolô fodido na vida.”

“Nossa, não. Credo.” Olhei para outro lado do grupo dos caras ao redor do cooler de bebidas. “O tatuadinho é fofo.”

“Ele é mesmo” e até sorriu demais ao concordar. “Os país são italianos. O nome dele é Daniele, mas aqui prefere ser chamado de Dani.”

“Claro, no dia que o brasileiro levar as coisas mais a sério talvez ele não escute algum comentário preconceituoso sobre esse nome. Que merda, né.” Reclamei.

“Pois é…” ele deu uma pausa, mas continuou iniciando um passo para sair da minha lateral. “E os riquinhos bonitinhos? Nada?” Ao sair deixou um sorriso que agora era mais brincalhão e menos implicante, porém.

Eu ri acompanhando com o olhar o caminho que o meu galego fez até os amigos e perto dele Murilo se virou para tocar os seus ombros. Um toque amigável e isso foi nítido, mas menos simpático e mais desafiador foi o olhar que ele lançou sobre as costas de Jonas em minha direção. Terminou com um sorriso que não se dizia amigo, mas parecia tentar me provocar. Eu não entendi imediatamente o que aquilo de fato significou, mas quando ele virou o corpo que até ali estava de lado e ficou de frente para mim ao mesmo tempo em que levantava a camiseta encenando precisar secar algum suor no queixo foi que entendi. Respirei fundo, engoli com força o último gole do copo e pisquei rápido tentando tirar os meus olhos da aglomeração de pentelhos escuros que ele me mostrava saindo do cós do calção ao erguer a camisa. Desejei duas coisas: que ele fosse respeitoso e me deixasse desviar o olhar antes que Jonas me flagrasse e que ao contrário disso fosse completamente pervertido e descesse mais o short com a intenção de me presentear com mais da sua virilha pentelhuda.

Murilo me libertou de sua armadilha quando Jonas voltou sua própria atenção para o amigo e comentou qualquer coisa aparentemente sobre a partida até ali. Ainda me olhou algumas vezes bem rápido, mas nada de sorrisos, nada de outro tom. Sabia mentir. Típico.

Iniciaram outro tempo e o papo surtiu efeito. Foram dois gols que resultaram na vitória do time de Jonas. Comemoram todos em um bolo de homens suados no meio do campo e ao final exibiam sorrisos e gritos eufóricos. Na real nunca parece só uma pelada, sempre tem um significado maior de companheirismo e confraternização que eu não tinha atendido até chegarmos ao final. Murilo finalmente ousou chegar perto para me cumprimentar querendo ouvir que foi um bom jogo e eu disse isso olhando fundo nos seus olhos. Jonas anunciou que eles pretendiam esticar por ali no bar de um amigo e queria que eu fosse.

“Vai ser legal, vamos. É só a gente mesmo” Murilo disse ao se intrometer.

“Nem banho vocês vão tomar” perguntei. Até fiz o princípio de uma cara de nojo. Encenação, é claro.

“E precisa?” Murilo tomou a frente de novo. “Como se esse monte de macho se importasse com isso. É só duas cervejas.”

“Bora!” Eu disse logo. Jonas comemorou.

Cada um no seu carro e eu no nosso com a mão colada na coxa grudenta do meu militar. Ele comentava sobre a partida, falava cansado que estava animado comigo ali, mas eu não tirava meus olhos da sua boca vermelha.

“Encosta” eu ordenei. “Me beija aqui.”

Jonas riu, mas obedeceu. Encostou onde deu, virou o peito pra mim e sua língua veio primeiro. Chupei com raiva, com muito desejo e muita força. Um beijo grudento, suado, cheiroso e muito quente. Suspirei sendo sugado pela boca do meu homem, gemi um pouquinho quando alisei seu peito duro por causa do esforço correndo e ele se apressou em alisar as minhas coxas por dentro do short que eu estava usando. Um carro buzinou quando passou por nós e rimos sem precisar parar o beijo.

“Que saudade” eu ouvi.

“Como eu amo esse beijo” grunhi em resposta. “E essa língua” disse depois de chupá-la. “E esse queixo” disse apertando no meio do beijo. “E se peito” falei apertando o mamilo com a outra mão. “E esse cheiro.”

“Te comeria assim.”

“Suado e grudento?” Perguntei olhando a boca dele babada mais de pertinho. Respirava fundo, mas queria mais daquele carinho.

“Aham. Te comeria assim todo suado e ainda te faria rebolar com minha cueca enfiada na boca.”

“Me come! O que te impede?” Grunhi de novo com a boca entreaberta. “Me beija mais.”

Nos grudamos de novo enquanto terminava de sentir a camisa molhada de suor do meu militar. Ele disse ainda entre nossos lábios apertados que não estava segurando o tesão, que ia explodir. Respondi que é assim nesse estado que eu gosto dele.

Uma fila de homens se formou para ir no banheiro, mas Jonas e Murilo espertos esperaram que fossem primeiro. Aquela bagunça de homens apressados era em vão. Pedimos cervejas, uns petiscos pra acompanhar. Murilo foi primeiro e me olhou demorado demais quando levantou. Eu tremi e fingi que sua provocação não me causava absolutamente nada. Jonas foi quando o amigo voltou. Esse, antes de sentar, passou pelo balcão me olhando de longe, pegou um Trident, caminhou balançando as pernas de forma que a sua rola virou um pêndulo pesado entre elas e o calção não impediu a movimentação. Sentou, me esticou a mão me oferecendo o que comprou e olhou minha boca por um instante.

“Gostou do cheiro?” Não era do chiclete que falava e eu sabia pelos tantos olhares que ele tinha me flagrado com sua camiseta. Eu sabia disso.

“Nada demais” respondi seco.

“Como será que tá agora?” Perguntou alisando o próprio peito pra mostrar que mesmo trocando de camiseta, aquela que eu tinha cheirado já estava molhada pelo suor que insistia desprender do corpo. O tecido claro guardava marcas dele ao redor dos mamilos, numa linha que acompanha o pescoço e embaixo das mangas, as axilas.

Eu engoli seco de novo e senti um calor descer pelo meio das costas chegando até o meio molhado da bunda. Como se fosse possível, Murilo fazia meu cu experimentar uma fisgada.

“Agora é outra coisa.” Eu quase gemi.

“Jonas te faz cheirar as roupas dele?” Quase cuspiu pra falar. Babava mais que eu.

“Eu lavo tudo, então digamos que sim.”

Vi quando suas mãos foram para debaixo da mesa. Eu faria aquele homem gozar ali mesmo.

“Mas as cuecas…” eu continuei.

“O que tem as cuecas?” Murilo sussurrou implorando. Apertava a rola por cima do calção. Dava pra ver que fazia isso.

“As cuecas ele faz questão de esfregar na minha cara. Adora quando cheiro tudo.”

“Cheira tudo?” Sussurrou de novo. Babava mais.

“Ele me faz engolir. E faz isso do avesso, sabe? Ali onde fica mais molhado, onde a cabeça do pau tá roçando… ele esfrega aquilo no meu nariz, me faz lamber.” Olhei fundo nos olhos, entreabri os lábios e disse num gemido só pra ele que: “eu adoro isso!”

Deu pra ver que eu tinha feito Murilo gozar na cueca porque ele fechou os olhos e apertou os lábios por longos segundos. Tinha mais suor agora escorrendo pela testa graúda dele e o rosto estava vermelho como se tivesse recém terminado a partida de futebol. Jonas apontou na saída do banheiro e Murilo se endireitou na cadeira inteiramente desconcertado. Não sabia se erguia os ombros, se relaxava, se tossia, se respirada fundo. Eu ri quando vi a cena e tentei imaginar como o pau estava agora embaixo daquele monte de tecido suado. Grudento, muito provavelmente, mas também cheiroso e quente

“Tá bem, Murilão?” Jonas perguntou sério quando foi sentado entre nós dois.

“Eu ja ia perguntar isso” atravessei a conversa cênico.

“Calor da porra” ele disse secando a festa. “Tá achando, não?”

“Tô suave. Agorinha estava morno, mas agora tô suave.” Jonas respondeu se ajeitando.

“Eu tô achando quente” respondi olhando fundo nos olhos de Jonas.

“Tá?” Foi ele que babou dessa vez.

“Aham” quase gemi em resposta dando uma passada de mão sobre o meu próprio peitoral. “Tá bem quente agora, não sei o que foi.”

Ele mordeu o lábio inferior, me olhou como que ali sentado fosse uma presa, engrandeceu o peito, enlargueceu os ombros, enrijeceu o queixo e falou grosso em ordem.

“Você ainda não foi no banheiro.”

Um homem como Jonas não demora em se colocar duro. Não é humano como faz isso. Parece mágica. Consegue ser tão rápido quanto o próprio pensamento. Consegue ser tão sujo quanto o chão imundo do banheiro que entro e que se coloca logo depois de mim fechando a porta atras de si. É possível que tenha atravessado as mesas já com o calção inchado, porque me olha e aponta para baixo mostrando o que infla e pulsa.

“Não se envergonha de fazer um pai de família gozar na mesa de um bar?” Responde enfiando a mãozona dentro da roupa. Está respirando fundo e quando faz isso o peito sobre e desce. É uma fera.

“Tá muito na cara?” Encosto na pia atrás de mim acuado, preso, mas sempre ciente do poder que exerço sobre Jonas.

“Conheço de longe a cara de um macho que acabou de gozar. O que você fez?” Soa ameaçador de longe. Só de longe.

“Eu disse a verdade.”

“Cospe ela pra mim.” Ordena dessa jeito. É um bruto.

“Que eu adoro o seu cheiro.” Falo isso numa patolada pelo pau que o meu short aponta. Jonas olha, mas ele quer minha cara. Gosta dos meus olhos quando falo dele. “Eu disse que a sua cueca…”

“O que tem a minha cueca?” Dois passos adiante e falta pouco para eu sentir de fato o cheiro de que estou prestes a falar. A mão ainda dentro do calção está sendo impregnada pelo perfume que o saco quente guardou até ali.

“Eu disse que o cheiro dela é o meu perfume preferido. O cheiro que eu quero sentir pelo resto dos meus dias. O cheiro de macho, do meu macho. Cheiro do tesão que eu te faço sentir por mim, do nosso sexo…E eu vi ele se tocando lá embaixo enquanto me ouvia, então dei ao carinha lá um minutinho de puro tesão.” Mais um passo dado e eu paro de falar para me derramar em desejo por um peito quase colado no meu que infla, engrandece ao ponto de tentar rasgar o tecido buscando minha língua.

“Quer esse cheiro agora?”

“Eu sempre quero.”

“Pede, então.” Ordena outra vez.

“Sua mão.” Suspiro sofrido. Realmente estou sofrendo. “Eu quero o seu cheiro.”

E antes que eu termine de falar ele está finalmente colado ao meu corpo, mas somente uma de suas mãos viaja para as minhas costas e se aperta entre a pia gelada e a minha bunda quente, porque a outra, a que estava enfiada até o pulso dentro do calção, viaja ao meu nariz e se aperta contra o meu rosto tirando o meu ar e me obrigando a aspirar com força o único oxigênio entre os dedos. O cheiro é forte e quente, impregna meu queixo e me faz abrir a boca para lamber a pele grossa dos dedos que me calam. Cheiro característico de saco suado, cheiro de pica quando baba e se demora presa la embaixo. Um cheiro molhado, grudento, ácido. Meu perfume preferido.

O acesso é fácil la atrás e enquanto me sufoca com sua gigantesca mão esquerda, com a direita cava minhas nádegas e acessa cheio de marra o meu cu. Me penetra abrindo espaço entre suor e quentura, me faz ficar nas pontas dos pés para que seja mais fácil se encaixar em mim e eu rebolo para terminar de cravar. Faço isso como uma presa minúscula que pousa às garras de um felino. Afunda a mão em mim grudando seu rosto na lateral do meu num abraço feroz e animalesco. Se curva e mexe o corpo como se estivesse se penetrando inteiro em mim, mas só sua mão está fazendo o serviço. Ao meu corpo não importa se são os dedos, se é a língua dura ou a vara grossa que se enfia, a sensação é sempre diferente, sempre única e em todas as vezes me faz delirar como se uma nova droga ocupasse minha corrente sanguínea. Me agarro aos ombros agigantados e cravo meus dedos no tecido e na pele molhada por já estar mole sob os braços largos do meu homem e precisar dele para me manter em pé. Me deixa respirar quando anúncio um gemido por plena falta de ar, mas não me larga o queixo. A mão me aperta e machuca a minha bochecha, ainda me faz experimentar o cheiro e o gosto da virilha.

“Eu quero gozar” solto gemendo.

“Bate uma pra gente” ele também geme enfiado no meu pescoço agora.

“Me come mais forte.”

“Mais?” Ele pergunta.

“Mais forte” respondo mesmo não conseguindo mais discernir com quantos dedos me fode.

“Eu vou te machucar.”

“Faz isso” eu digo em grunhido.

“Mais?” Ele se curva, se estica, se afunda e me parece que todos os dedos estão me abrindo. Lá embaixo eu roço nossas picas por cima do tecido. Consigo nos fazer gozar assim.

“Caralho, Jonas. Vai… Porra!” Resmungo, mas não arredo. “Cospe. Mela mais.”

Acata o que digo e tira os dedos por um segundo para cuspir todos os eles e ouço quando cheira a própria mão. Delira com o que desprende do meu corpo, seja o cheiro, o suor, meu leite. Qualquer coisa minha enlouquece e enfurece o meu homem. A dor duplica quando me penetra de novo, mas eu quero. Digo que quero. Ele se afunda, me abre mais e alarga o que já é suficientemente aberto. Me coloca mais de lado, me deixa empinado, me pede para continuar apertando nossas rolas e geme que meu cu é uma delicia.

“Aí, seu gostoso. É exatamente aí” digo quando ele atinge o ponto mais doloroso dentro de mim. “Agora me fode. Me come com sua mão. Faz como se fosse a pica.”

“Assim? Quer ser fodido assim, seu safado?” Meu suor e a saliva dele ajudam os dedos molhados nos movimentos. Entra, se afunda, depois sai e sente as paredes largas do meu cu. Volta, penetra e roda me fazendo morder os lábios para não soltar um grito.

“Vai, continua assim, Jonas. Sua mão tá todinha dentro.”

“Fala baixo. Ainda estamos no banheiro, esqueceu disso?”

“Não sei gemer baixo” respondi bravo. “Para de falar e me arregaça.”

“Te foder e arregaçar é minha especialidade, seu safado. Quer assim?”

O barulho que resulta da mão dele enfiada na minha bunda é o mesmo que faz o saco quando bate na minha em consequência da pica estar enfiada até o talo.

“Assim eu vou gozar.”

“É gostoso até na mão. Caralho!” Ele fala todo safado.

“Vai me fazer gozar, Jonas.”

“Você é uma delícia de comer de qualquer jeito. Faz a minha mão de pica. Como pode?”

Eu quero rir, mas estou sofrendo no tesão e suspirando pesado pra não gemer alto.

“Esse cu ainda vai me dar muito prazer na vida. Olha como molha…” e se afunda. “Olha como se abre pra mim. Cachorro!”

Lá embaixo estou quase gozando na minha cueca. Não tiro pra fora, não preciso. Ele também está no ponto. Sinto porque pulsa e incha mais. Está molhando o calção.

“Me faz gozar gostoso na cueca. Me faz molhar tudo. Em casa… Caralho. Em casa você vai lamber o estrago que fez.”

Ele para de falar porque eu estou gozando e quando gozo me mexo inteiro fazendo os dedos dele escorregarem da minha bunda. Então me agarra, me beija, tira minha mão do seu calção, junta nossas picas e faz doer o meu saco quando gruda em mim com movimentos como se estivesse penetrando, como se estivesse inteiro enfiado dentro de mim. Afunda a cara em meu pescoço suado e geme qualquer coisa ali. Ele goza tremendo. Goza sendo amparado por meu peito. Goza quase em choro, suspirando alto como bicho, curvado como um gigante. Ri da forma como eu preciso lhe segurar e emoldura o meu corpo com os seus braços fortes e trêmulos ao segurar na pia. A porta leva duas batidas pelo lado de fora e ele resmunga com o rosto caído em meus ombros.

“A gente tá fodido” diz.

Eu me recomponho, lavo o rosto, arrumo os cabelos suados e tento encaixar minha pica na cueca de forma que pareça normal a ereção. Jonas não consegue esconder a vermelhidão no rosto e nem se importa, na verdade. Ri quando vai abrir a porta e encontra três homens lá fora. Eu ando torto, me apoio na pia porque a bunda dói e escuto a explicação mais óbvia que poderia ter sido dada.

“O moleque tava passando mal aqui, porra. Vomitou tudo. Caralho, espera aí.”

“Mas ele bebeu foi nada, uai.” Cláudio retruca.

“Queria dizer não…” Jonas abaixa o tom de voz quase em segredo. “Essa carne aí tá boa, não. Acho que foi isso. Vou passar na farmácia e comprar qualquer coisa assim pro estômago. Acho que ele tá de boa agora.”

“Ai, caralho.” Dou um passo e quero gemer. Não sei se perceberam meu andar torto. “Vomitei, tô novo.” Brinco.

Cláudio, Jonas e os outros deram gargalham. Seco o suor, pisco para Jonas e Murilo chega depois com uma mancha suspeita no calção. Eu sei o que é aquilo, mas se passa fácil como suor. Jonas entrega umas notas para ele, diz que é pra ajudar na cerveja e pergunta se eu consigo ir sozinho. Os outros caras foram na frente. Eu chego perto porque quero falar mais próximo do ouvido dele.

“Você me comeu, não me aleijou.”

Jonas gargalha de novo, aperta meu ombro, ousa apertar minha cintura, olha suspeito para a nossa virilha e avisa.

“Bora sair daqui agora. A porra vai vazar e melar tudo.”

Não nos despedimos de todos, nem temos pressa pra isso. Nossa pressa é em entrar no carro, sair dali entre risos e alguns gemidos meus de reclamação por ter sido fodido no seco. Algumas vezes ele se estica dentro do carro e olhando a pista me pede um beijo rápido. Me cede a língua rapidinho para uma chupada enquanto sussurra que sou o mais safado.

Eu sei disso. Quero dizer que sei, mas toda vez que ele sussurra na minha cara todas as verdades eu só quero agradecer por ter nele todos os homens que eu gosto de excitar. Eu tenho o fofo que me beija apressado por causa da saudade, eu tenho o fetichista que se excita ao ouvir que o seu cheiro é perfume pra mim, eu tenho o safado que segura a porra na cueca pra me fazer lamber quando chegar em casa e tenho o apaixonado que mira os meus olhos com os seus cheios de um brilho lindo de flagrar. Jonas é uma multidão de homens. Não é humano. Em tudo que faz e de todas as formas que me mantém interessado, é divino. É monstruoso.

É perfeito.

Já em casa e no passo de iniciar os degraus da escada sinto uma fisgada no cu que de tão forte me obrigar a parar e usar a parede como apoio. Jonas que já estava degraus acima volta correndo e me olha preocupado. Sabe que exagerou, que foi além, mas também sabe que fez porque era como eu queria. Então faz o que só ele poderia fazer por um ursinho como eu: se curva para conseguir apoiar um dos braços atrás dos meus joelhos e com o outro apoia minhas costas. Me carrega escada acima com absurda facilidade e delicadeza. Em casa me deita e pede para olhar o estrago. Sangra um pouco, ele diz, e até as paredes do meu rabo estão avermelhadas. Me faz carinho enquanto me tira a roupa e cuida do meu corpo abusado no banho. É cuidadoso, gentil e me beija abaixado enquanto reclamo das ardências.

“Te machuquei.” Ele reclama meio triste quando um dos muitos beijos termina.

“Eu gostei” respondo.

“Mas dói” insistiu.

“Doeria mais não ter você, por exemplo.”

O militar gosta tanto do que ouve sair da minha boca que me abraça apertado todo molhado e dá um meio giro com o meu corpo no ar entre sorrisos e confissões de um amor fácil.

É isso: amar esse grandão é fácil, mas é deliciosamente doloroso.

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3 Comentários

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  • Responder Luiz ID:dlns5khrd

    Murilo vi passar a pica no ursinho

  • Responder Novinho Potiguar ID:gp1eytkhl

    Bota ele para fazer um a3. Pode ser com o cara que eles fizer por último, ou até mesmo um dos amigos dele… foca interessante.

    • Ursão Puto ID:fx71s2rhj

      Doido na safadeza deles, né? 😀