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Parte 07 – Vizinhança Boa Bagual

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#INTERRACIAL Lembranças sempre são boas #INTERRACIAL

SalomaoS

Parte 07 – Vizinhança Boa Bagual

Temos a fantástica capacidade de reviver o passado e reconstruir se necessário. Lembranças positivas sempre são bem vindas assim como todas experiências vividas possuem inestimável valor. Obrigado por acompanhar : )

Nesses dias de hoje, o tempo nosso está pra lá de apressado. Estamos em pleno Agosto e o frio só pode estar passeando lãh pras bandas orientais… verão no inverno… viro um verdadeiro entrevero esse mundão de Deus. Varrendo o pátio pensativo numa manhã dessas antes de começar a escrever esse conto, por vezes me encontro rindo sozinho. Conversar sozinho já é normal e meus pais nem estranham mais, só que risada começou a ser uma novidade mais rotineira. Por muito quando estou revirando causos da infância tenho nítida impressão que algo sempre criava nossas artes, alguma peripécia buêna pra aprontar junto com a grande turma.
No Agosto a canela da índia exibe sua maravilhosa florada, me agrada sentir o perfume forte que fica no entorno dela. Observando um dos conjuntos de pequenas flores encontro um Louva-Deus bem verde, acredito que era um filhotão pelo tamanho. Por pura sorte o encontrei em meio a densa folhada imóvel, só esperando umas das milhares de abelhas faceiras atrás do pólen e néctar pousar. Me chamou atenção quando uma jatai, pequenina abelha sem ferrão se aproximou de uma flor, com atenção agora redobrada o Louva-Deus se posiciona e o bote certeiro acerta. Fiquei vendo a cena. Foi sorte do Louva-Deus conseguir o café da manhã ou má-sorte daquela pequenina jatai entre tantas centenas?
Muitas vezes somos presenteados com uma oportunidade semelhante estar na borda de um circulo, tudo depende de onde se está posicionado e conforme o movimento junto o ponto de vista é transformado. Por vezes temos que buscar a paciência e confrontar no olho negro da gateada nosso destino traçado ou escolhido por acaso.

O namorico com Dircila ajudou na aproximação com a piazada tri massa da rua e junto dessa mistura boas amizades nasceram por rica causalidade. Se encontrava uma montuera de gurisada de tudo que é idade. Quase uma seleção natural se fazia entre os mais velhos por volta dos dezesseis anos podendo se observar semelhança a uma alcateia de lobos, sempre vai existir aquele que se coloca pela força e de alguma maneira os outros o respeitam. A segunda leva eram os chamados café com leite, nome da turma mais nova e que possuíam algumas vantagens nas brincadeiras, geralmente por volta dos dez anos mais ou menos, idade da Dorinha e companhia. Gurisada é gurisada e tive sorte de entrar nesse rebuliço no meio do caminho, não era baixinho oque se tornava difícil alguém fazer alguma má criação pra comigo, chamado de bulling hoje em dia. Ahhh… no nosso tempo era pesado dos escambáu e não tinha isso de choramingo… quando recebia um apelido, se o guri ficasse bravo dai mesmo que pegava forte e não tinha vez, me lembro uma ocasião boba que um guri da rua foi passar pomada por alguma razão qualquer e logo depois precisou de novo. Pronto! tacaram o apelido de pomada e pegou, até hoje atende pelo bobo apelido.

Minha mãe dizia que eu era muito puro e inocente. Recordo a falta da malandragem no ouvir à malícia sussurrada, dos toques e insinuações explícitas que passavam por mim igual coro no cebo. Não conseguia perceber os sutis gestos e falas ousadas que ouvia principalmente das mulheres e gurias, por muito imaturo e ingênuo é verdade. Sorte que estava com o sexo a flor da pele muito mais vivo e vibrante por conta da Dircila confiar e se entregar a esse sincero neglinho que voz fala, ela também era e ainda hoje continua muito quente. Seu jeito tímido de bochechas rosadas, mãnhá acanhada e voz mansa… ahhh meu bagual, vou te dizer pra ti… a guria é um verdadeiro demônio em pelagem de anjo… Mais bah! mais parece uma fornalha da Maria Fumaça, quando abre a tampa da caldeira que se vê as labaredas fulgurosas saltando pra todo lado e devorando tudo que tóca.

Por varias vezes quando conseguia ir na cidade depois do trabalho, me vejo caminhando na rua embusca das casas que eram nossos pontos de encontro, sempre tinha os lugares que a piazada se reunia pra tramar alguma traquinagem. Lembro de um desses como se estivesse lá nesse exato momento, a casa da vó Títa, chamada de vó por sua idade já avançada e como mera formalidade de expressar respeito. Aquela casa era tri afude, o terreno aberto e muito espaçoso sem grades ou qualquer tipo de muro com gramado bonito e jardim sempre muito arrumado. Na frente onde a gurisada costumava se reunir o meio fio servia de cadeira e as árvores como arquibancadas. No limite do pátio com a calçada existiam três grandes árvores, eu não sei o nome, produz umas bolinhas azul/rochiada bem pequena e em cachopa, tem a folha verde escura -costumo ver muita aracuã nelas-. Ao pé duas toiceiras de azaléia bem roseada, como era bonita e não dava valor, hoje é raro encontrar variedade igual aquela flor cultivada com tanto carinho, de um rosa muito marcado e lindo.
A casa construída toda em madeira antiga, com revestimento de mata junta para evitar que o denso frio do inverno arrepiasse as canelas, na lateral o banheiro de alvenaria com comprida varanda de um vermelho pesado bem puxado pro rubro, toda casa era quase da mesma cor, parecia um marrom tingido no vinho, algo desse tipo. Nos fundos existia um pé de bergamota tangerina de cor bem laranja mesmo, uma senhora goiabeira possível ser tão ou mais velha que a própria vó Títa e costiando aqui perto da casa uma bonita árvore de guabirova, frutinha amarela pequena que quase não se encontra mais na volta.
A vó Títa geralmente tava por casa, pensando hoje; ela era aposentada e pelo que sabia por cima… o marido à tinha abandonado fazia tempo… tipo aquelas histórias tristes que não é o lugar aqui contar. Quando a turma tava ali pela frente, demonstrava gostar dessa festividade e fulia. Da sua maneira e jeito participava fazendo pipoca com melado junto mate doce pros café com leite, geralmente as gurias da idade da Dorinha eram quem mais aproveitavam essa rica iguaria. Quando juntava também os mais velhos ela fazia bolinho de chuva, pura delícia, me lavava comendo. Não consigo entender como hoje posso comer o bolinho que for, tenho dela como melhor e ainda sem encontrar igual. Passando por esses dias na rua se vê uma casa moderna construída sobre a dela, parece que a enxergo sentada na cadeira de palha, com as pernas cruzadas tomando um chimarrão, bem tranqüila na cumprida varanda da casa, no peito o calorzinho pulsa com saudade.

Gostava do entrevero e brincadeiras na volta que se faziam melhor ainda durante a noite, ahh sim! Uma das figuras principais era o Catito, puchado pra mulato com no máximo 1,60m, careca lustrada e meio gordo, bastante gente fina e expichado era ele mesmo. Quando largava do trabalho já boquiando a noite muitas vezes seu rumo era jantar na vó Títa, não tinha tempo ruim… o trilho dele era certo. Se passava pela frente da casa e sentisse bom cheiro de bóia, podia aposta que o Catito lógo-lógo tava batendo ponto. Gurisada tudo medonha e ligeira nós enchia o saco dele até não puder mais só de xaropisse mesmo. Tinha costume de deixando a porta sempre aberta durante o tempo que rangüiáva e nós na frente só no bico, o quarto dela era nos fundo da casa com fácil acesso lateral pelo pátio e quando eles fechavam a porta o nosso fuzuê por tamanho aguardo era certo.
Só de madeira as paredes, os gemidos sem resistência soavam tão claro e perfeito que nossas risadas e imitações se faziam sonoras pelo escuro pátio, certamente ouviam também com mesma clareza. Tão certo quanto a noite que cobria nossas cabeças eram os gritos enfurecidos do Catito:

“Ohh gurizada do caramba, vão durmi o praguedo…”
“Vou mata um mundícia hoje… to avisando!”
“Vão catá coquinho gambazada do cacilda…”

Claro que não ficava sem resposta, toda turma geralmente mais de cinco começava em sincronia de ilustre orquestra bater com as mãos nas tabuas da parede gerando um barulho tão alto dentro do pequeno quarto que se conseguia ouvir da estrada. O ápice da sinfonía se concretizava no momento em que negãozinho saiá só de cueca enfurecido com alguma coisa na mão, ou vassoura, chinela, corda, cadeira, lenha, chaleira, pedaço de cano…. a fúria era tamanha que não importava oque via pela frente, saia juntando nos tropeços qualquer coisa com clara intenção de nos acertar e de preferência levar o pia de bosta pro além.
Nós empacamos alguma transa dele com a vó Títa. Penso hoje se caso algum de nós daquela grande piazada que ela tratava tão bem, se em algum dos diversos convites alguém entrasse pra comer o doce sagû de vinho na cozinha aquecida pelo fogão a lenha, se ela também iria dar de sobremesa à tão saborosa uva passa que o Catito comia com tanto gosto. Não sei dizer ao certo se nos convidava de forma sutil ou é pura impressão visto com os olhos de hoje; Por vezes ela gostava de se abanar com a blusa e por muito mostrava em flash os caídos seios, talvez fosse desajeitada… sem a intenção ou malícia, vai sabe né.

Situação parecida por assim dizer acontecia na casa esverdeada, um dos meus conhecidos de infância que muitas vezes a reunião se firmava por lá. Quando a gurisada comprava alguma coisa o fuzuê era certo e por vezes na estação das frutas; angá, jabuticaba, butiá, carambola, goiaba, áraça, bergamota, laranja, ameixa néspera….. o piquiniqui tinha lugar certo ou nas muitas atividades como pescaria nos banhados, caçar de bodoque, comer x e tomar refri, mexer nas bicicletas se fazia tudo na casa do Marcos, filho da tia Clarise e do Tônho caminhoneiro. Não sei oque ela fazia da vida e pouco me importava com isso, chegando lá ela sempre tava revuando tipo urubu. Um tanto austera, xingava do jeito meio estridente quando não do agrado algum guri incomodava ou sujava algum tréco da casa, com jeitão muito particular uma mãezona e tanto pra todos. Me lembro dela nesse tempo uma mulher de normal beleza, cabelos mudavam de cor conforme humor, por vezes eram castanhos, depois pretos, loiros e por ai adiante, cada semana uma novidade e gostava de mantêr o rosto bonito assim com o corpo.

Uma das vezes fizemos uma baita comilança de melancia, foi uma verdadeira festa. Recolhendo vaquinha entre todos compramos do caminhão que passava três munáias. O Marcos como sempre mais metido cortou elas que se rachavam sozinhas, de um vermelho vivo cada um podia comer a vontade. Depois de feito o banquete, no canto da casa pelo lado de fora moquiada por algumas plantas me lavei na torneira. Da turma eu era um dos poucos que fumava com frequência, a maioria só em festas ou escondido, era tido como coisa de gente grande, queriam fazer bafo ou se mostrar pras gurias. Na casa branca do vizinho de baixo um pequeno muro de blocos de cimento servia de rumo entre os terrenos com algumas flores pequenas enfeitando a divisa. Tinha meu acento reservado naquele lado, acomodado ali bem tranqüilito acendi meu digestivo. Me afastava de propósito para não incomodar principalmente os café com leite que muitas vezes reclamavam do forte cheiro, mais que justo esse respeito.
Tia Clarise sempre participava de tudo que era feito, parecia uma garça no banhado, não deixava passar nada. Sentada na varandinha onde também comia sua melancia, ao levantar-se para jogar fora a casca me vê mais afastado e nisso se encaminha na minha direção pelo cuidado gramado. Meio estabanada se senta do meu lado perto mesmo, conseguia sentir o fofinho do braço dela no meu. Meio de lua tinha esse comportamento com todo mundo, normalmente receptiva e bastante simpática. Não tenho nada a reclamar…. não mesmo.

– Oi Sandrinho, tava boa a melancia? – sorridente olhando a gurisada
– Oi tia… báh, melancia tava tri boa mesmo. – bato algumas vezes na barriga
– Que ótimo! vendedor garantiu a doçura… he hehe… é… me da um pitinho? – fala meio tímida, acanhada sobre o pedido repentino
– Hum… é…. claro tia.. sem problema.
Me levanto e procuro a carteira nos bolsos, ao encontrar coloco meu cigarro na boca. Abrindo a carteira separo um e alcanço na direção dela. Engraçado ver que ela pega como se estivesse fazendo algo errado, meio acanháda tipo inibida, parecia que fazia aquilo escondida de alguém. Ela o coloca na boca e com o esqueiro aceso na sua frente segura minha mão querendo manter a chama parada, aceso traga com vontade e como posso explicar… ela se satisfaz tragando-o e quando solta a fumaça relaxa o corpo sentado, parecia que um elefante tinha saído de suas costas. Intrigada fica olhando pro cigarro entre o dedos:

– Como pode isso ser assim Hãm? Só pode ser algum tipo de química muito forte. – continua olhando
– Hehehe… é dizem que os antigos usavam pra cultuar o invisíveis….
– Como assim que invisível? Tipo coisa de bruxa? – ela me olha intrigada
– É mais ou menos isso heehehhe… eu não sei ao certo só ouvi falar…- mostro as palma das mãos
– Dizem… que no passado as bruxas usavam ervas para se “comunicar com espíritos”… isso depois foi visto como ruim pela gurisada da época… acabaram churrascandas dai. – bato ombro
– Hum.. então quer dizer que tu me acha uma bruxa é? – começa a fazer uma espécie de cosquinha pela graça
– AH ah aha.. não…não né tia! só disse oque escutei esses dias… sei lá se é ou não. – falo me rindo
– Héhhh.. como que se diz.… existe muita coisa entre o céu e a terra que nossa vã filosofia consegue imaginar … mais ou menos isso não é? – fala com graça
– Hahaha.. nem sei tia… nem sei oque tu está falando não. – olho pra ela rindo sem entender nada

– Hehe…. deixa pra lá… sabe…. Hũmm…. mudando de assunto. – coloca a mão aberta direita na minha coxa
– Tu sempre foi o mais quieto da turma né… faz algum tempo que percebi isso. – faz carinho leve que dá para sentir o apertar dos dedos
– Esse teu jeito mais calado me faz lembrar de alguém… sabe.- tira a mão e se inclina pra perto da minha orelha esquerda
– Posso te contar um segredo… tu não conta pra ninguém? – fala baixinho no pé do ouvido
– Sim.. sim.. tia pode falar sim! – balanço a cabeça confirmando o desejo pelo desconhecido
– Tu me faz lembrar um homem que me visitava aqui em casa. – usa voz doce em sussurro
– OQUÊ???? – disparo sem perceber
– SHIiiihh… shiiiii.. fala baixo…… – confere o cigarro e da sua ultima tragada
– Quando o Tônho tá viajando e ele viaja bastante…. me sinto muito, muito sozinha sabe..… as vezes ele fica fora semanas… – estica o pescoço procurando por alguém
– Dai sabe né… tu se parece muito com ele… só que menor… rsrsrsss… – vira-se pra mim e com a mão direita começa passar no meu cabelo, fazendo um xámego
– He he ehe.. tia .. é… hûm… Rhûm Rhûm…. – começo a me mexer parecendo com formiga no saco

Ela percebe que fiquei totalmente sem jeito e abre um grande sorriso. Devagar tira a mão e continua bem sentada, me olha com uns olhão grande. Na boca percebo o sorriso de malícia que se mostra entre aberto, típico do desejo em querer experimentar o proibido. Era eu e uma lébra correndo no campo aberto com uma baita águia atrás, se parar o bicho pega se ficar o bicho come.

– Sabe.. na quarta de tarde o Marcos têm escolinha de futebol… e… tu faz escolinha também?
– Ahh.. escolinha? Não, não tia… geralmente trabalho com o pai no haras* na parte de tarde. – me sento em cima das mãos, não sei porque faço isso quando to nervoso
– Hum.. tu pode faltar né… não pode? Será que o Genásio deixa se tu pedir com jeitinho? – fala esboçando um sorriso de maldade digno de fotografia
– É.. hehehe.. nem sei não Tia… é q…. – me interrompe
– E como vai teu pai falando nisso? Ele está bem?….. É….. hihihi têm mais um cigarrinho? – fala com um sorriso piqueno, meio que se encolhe no pedido
– É… hum…. tenho sim…..

Algumas risadas altas começam a disparar em meio aos gritos, se levantando rápida para conferir o possível início da bagunça, pega ligeira o cigarro no mesmo pé que agradece caminhando em direção a turma reunida na frente da casa. Fico sentado observando o movimento e todo aquele carnaval. Várias vezes no final da melancia quando a barriga tava cheia e todo mundo satisfeito, uma guerra era quase inevitável. Mistura de pedaços espremidos na cabeça mais o calor gerava uma meléca, um grude que só piorava quando escorria nuca abaixo e juntava no meio das costas e barriga, a camisa virava uma segunda pele e aquela melêra se não lavasse o corpo todo era uma verdadeira cóla. Com alguns gritos, firma a paz juntando todas fatias devoradas e jogando-as atrás das altas e volumosas plantas que estão na divisa com o outro vizinho, essas não serviam mais como munição da impiedosa tropa. Sempre que conseguia me afastava de propósito, os relatos são de pura experiência em caminhar todo trecho de volta pra casa mais grudado que suvaco no busão.

Ela retorna se rindo, gostava muito daquela anarquia e algazarra da piazada, todos ali eram e hoje continuam como boa gente, cada um na sua vida seguindo o reto caminho. Parada na minha frente de propósito se vira e pede se sua bunda está suja, do nada… vestindo uma justa calça, ainda dá aquela reboladinha malandra olhando por cima do ombro… -vô te fala, que bundão lindo! eu era feliz e não sabia- como de se esperar fico olhando meio que em choque sem reação só com gaguejadas dizendo que não…
Usando minha coxa como apoio, se senta esparramada. Olha com aquele sorriso aberto e com a mão faz o sinal do esqueiro, estabanado procuro no bolso e de pronto realizo seu pedido. Ela faz sentir mais o aperto distribuído por minha coxa, usa os dedos em tipo massagem thailandesa ou sei lá oque era aquele trem, parecem enormes e pesadas patas de lioa em cima do franzino gatinho. Se ajeita confortavelmente no desconfortável murinho, mantêm a mão na minha coxa e continua à conversa como se nada estivesse acontecendo naquela ensolarada tarde.

– Tu acabou não falando como está o Gená… – pergunta me encarando
– Ahhh…. o pai vai bem sim tia.. sempre daquele jeitão dele de sempre… – falo acuado
– Hũm… heehehe… o Gená é muito bom… gosto muito dele… gente boa.
– Tu conhece meu pai tia? – expresso surpresa na novidade
– Claro! eu e Tônho quando possível vamos nas jantas do Piquete, sempre encontro tua mãe também, Graci é um amor de pessoa, gosto muito dela. – fala olhando na direção da casa, observando a gurisada agitada
– Ahh sim.. o pai é bem ativo nas festas do Piquete, sempre ajudando a patronagem.
– Hũmm…. é bem ativo mesmo hum Rhum…. então.. estamos combinados? – me pergunta sorrindo
– É.. hehehe… tenho que ver com o pai tia….
– Tu gosta de bolo de cenoura com cobertura de chocolate?
– Bah! gosto muito.
– Ótimo.. me avisa antes de vir que faço pra ti, pode ser?
– É… é.. tia.. vamos ver dai he he….vou conversar com ele. – o olhar dela me desconcerta de imediato

A turma começa se movimentar juntando as bicicletas, outros correndo um atrás do outro, certamente vamos ir fazer alguma coisa e de pronto me ajeito também, desconfortável pela conversa repentina e muito estranha logo me despeço levantando. Ela se põem de pé vendo a debandada em direção à rua.

– Puffff.. a sujeira sobra sempre pra quem né…
– Sandrinho… espere um pouco! – me segura pelo ombro
– Sobrou algum na caixa? – aponta pro meu bolso
– Sobrou sim tia, tem alguns ainda. – abro conferindo
– Tu me dá? – com um sorriso junta as palmas das mãos na minha frente
– Não ué…

– Ahhh… por favor vai….
– É que parei faz uns dias e agora bateu o desejo denovo… sabe…. só quero esses pra sossegar o facho… te devolvo, prometo! – mantêm o enorme sorriso na minha frente
– Ahh tia.. assim dai tu me quebra…. – entrego a caixa pra ela

– Ahhh que nada… obrigadÁÁ!… fico te devendo essa…. pensa com carinho… tá?!

Essa conversa foi uma das tantas que tive com Tia Clarise nessa época, não entendia por mais que estivesse na minha cara. Naturalmente com o tempo a ficha caiu e captei a mensagem. Tinha sorte que Dircila esfregava literalmente na minha cara porque entender as insinuações e comportamentos demandou algum tempo, possível que hoje ainda muitas passam batidas e nem perceba, existe aquele dito; por mais malandro que alguém seja sempre existe uma mulher maior! pura verdade. A aura da boa sorte anda de mão dada com a boa aventurança.

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Com a frase da professora Nádia me acompanhando igual sombra, volto pra casa pensativo e bastante intrigado. Normalmente almocei e fiz meu trabalho que durou pra menos da metade da tarde, deixo tudo organizado no puro caprixo. Choramingando pedi ao pai se me deixava ir brincar na cidade com a gurisada. Do jeitão dele aceitou meio contrariado e não esperei o segundo dito já me zarpei na pernada. No primeiro lugar como firmado hábito fui na casa da Dircila e encontrei tudo fechado, abri o portãozinho subindo as escadinhas e pela lateral passei em direção aos fundos que também a porta chaveada estava, normalmente quando sozinha deixa só a porta dos fundos aberta. Claramente abatido antes de voltar pra casa faço o caminho da rua. Vestindo o básico chinelo de dedo, uma bermuda e minha camisa que ganhei de presente da Dona Isabel passo pela frente da casa do Marcus e vendo um movimento me entro pátio a dentro. Dos três só conheço o Diego sentado na varanda, cumprimento cada um e me paro no marco da porta, Tia Clarise está olhando TV que ao me ver sorridente faz um cumprimento carinhoso.

– E daí, oque vão fazer hoje? – pergunto curioso ao Diego
– Vamos ir lá na piscininha do Genão. – indica com o braço
– Posso ir junto com vocês?
– Claro, só esperar o Marcos arrumar a mochila.

Nessa vez descobri que a gurisada já tava muito mais ligeira e pra frente doque eu imaginava. Lãh na baxada dos arvoredos do velho Genão existe ainda hoje um riachinho coisa mais boa do mundo, água limpinha e transparente. Possível caminhar nele fora a fora com alguns lugares molhando no máximo só o saco. Se quisesse vê uma piazada facera era dar uma daquelas sacas vermelha de batata/cebola. Nós removia a custura da lateral e aberto se transformava em ótima rede de pesca. Me cansei de rala os dedos no fundo pedregoso ao passar a improvisada rede na busca de capturar algum lambari, joana, cará, jundiá, cascudo, galho, folha…. era coisa mais boa do mundo, só tirava escama, buxada e passava uma água, por muitas vezes do próprio riacho e tacava na panela com banha quente… pura delícia.
Nós corria por tudo naqueles campos e ali na piscininha terminava um íngreme barranco. Na abá, bem na baixada ajudando a segurar o forte paredão com rala vegetação, se encontram distribuídas perto uma da outra cinco ou seis toiceiras de taquara, algumas parecendo verdadeiras jabulanes de tão grande quando perto, fácil datar mais de oitenta anos cada uma naquele tempo. Pelo tamanho das varas formavam uma espécie de telhado bastante fechado por cima do riacho e no chão repleto de folha secas um fofo tapete se criava ao natural completando o bonito cenário. A grande serpente do riacho passa colada ao barranco, hoje infelizmente está muito açoriado pela quantidade de areia e terra que escorreu decorrente das fortes chuvas. Naquele tempo tinha a piscininha montada para todos, com larga abertura algumas pedras colocadas em cada margem serviam de estrutura quase natural, seu Genão usava lá vez outra quando ali com os dele churrascava. Bom tempo aquele onde a gurisada não era vista como bando de baderneiros ou arruaça, não. Nós eramos tudo da volta e certamente ele conhecia nossos pais pelo nome.

A engenharia durante a construção criava mais diversão que o próprio banho quando finalizada. Com divertido trabalho dividíamos as tarefas entre todos, usando bastante entusiasmo empilhávamos uma a uma as pedras de arreia derrubadas dentro do raso riacho. Usando folhas de orelha de elefante, uma espécie de inhame com realmente grandes talos e enormes folhas existente ao longo do todo sinuoso riacho, quando esmagadas adicionávamos pouco a pouco enchendo as frestas. Se o trabalho fosse finalizado a barragem era capaz de reter uma grande quantidade da água que circulava.

Nessa vez o surpreendente aconteceu por dois motivos; primeiro descobri que a Dircila não andava com essa gurisada, ao menos se andava eu não sabia e até hoje não sei -geralmente sempre o ultimo a saber kkKKkKK-, segundo a malandragem inerente daquela gurisada medonha. Bem, como posso contar esse causo. Me recordo do acontecido mais todos detalhes na ponta do pincel… é… vou contar como tenho o quadro e dai vamos ver quais cores conseguimos.

Estava no lado de fora da barragem finalizando sua construção. Nós conseguimos montar três níveis de pedra, pela profundidade no meio da piscininha nesse nível em pé batia a água na altura do nosso peito. Marcos me ajudava a completar com folhas as frestas por onde ainda passava maior volume de água. Diego com o facão foi buscar mais algumas folhas que faltavam. Os outros dois no platozinho, na abá do barranco se formava uma pequena área plana e ali ajeitavam as bebidas dentro da bica, um poço cavado ao pé do morro, sempre com água gelada e limpa todos os dias. Se aproximando rápido da piscininha vem um deles perto de nós afoito:

– Gurisada! Eiiii gurisadaaa… Olha só quem tá vindo aquiiiiIII !!! – fala pra nós meio eufórico causando surpresa
– Láá Marcos… olha lá.. olha lá.. olha LÁ!!!! vamos lavá a báia hoje meu gurÍÍÍ!!! – indica apontando o trilho

Eu fico sem entender nada e como estava de costas pro lado de quem vinha, não enxergava o campo e naturalmente o trilho usado pra chegar até aquele fundo do arvoredo. Me viro pra minha direita e me esticando na ponta dos pés vejo duas gurias caminhando cuidadosas pelo trilho. Dessa distância não as reconheço e percebo que a da frente é mais alta e a de trás mais baixinha. O Marcos também olha pro trilho e seus olhos brilham, parecia ter visto um baú repleto de ouro, coloca a mão no meu ombro e com o rosto em pura euforia.

– É hoje negão, é hoje que a gente lava a báia! – entusiasmado pelo surpresa visita
– Mais quem são elas? Oque fazem aqui? – pergunto sem entender nada
– Deixa com o pai!!!… Deixa que o pai aqui sabe!!! – fala largando as folhas meio qualquer jeito escalando a borda da piscininha

Sozinho na construção fico mais curioso que golfinho defronte ao espelho pelo acontecimento tão festejado por todos, só eu não esperava isso e pela empolgação parecia que encontraram uma saracura na armadilha. Me organizo depressa e percebo que já estão as duas nas taquareras, como uma grande touceira fazia muro não enchergava elas e menos ainda conseguia escutar o primeiro contato. Usando como apoio uma taquara passo de fora pra dentro na piscininha. Se apoiar na frágil estrutura era possível causar um tamanho estrago e romper com o trabalho até ali executado.
Caminhando rente à borda com água pelos joelhos vou até conseguir clara visão olhando em direção ao platozinho e a vejo conversando animada. Com certeza uma baita guria, pelo tamanho de corpo era maior que eu, bem fofinha pra se justo. Com coxas expostas e um short jeans que faziam seu belo capo do fusca aparecer imponente, uma blusa de cor clara revelava gostosos seios cobertos pelo escuro sutiã, cabelos negros até os ombros um tanto bagunçados. Me vendo também com um sorriso na boca fala intrigada:

– Quem é tu? Nunca te vi por aqui antes…! – inicia uma aproximação
– Eu me chamo Sandro… sou…. – não termino a frase o Marcos me interrompe na mesma hora
– Ele é o Sandrinho, faz parte da turma a pouco tempo, é guri bom. – se para entre nós dois
– Hum… tem mais alguém ou só vocês aqui? – se vira olhando pros outros
– Tem o Diego que foi buscar folhas, logo volta. – fala a abraçando
– Obáá… adoro… oque tem pra beber…. Eu e Julia estamos com muitaaa sede. – retribui o abraço normalmente

Eu escuto a conversa de dentro da água e me ajeito para subir o degrau do barranco na minha frente quando olho pra cara da Julia….. PUTSSSSSSSSSS!!!!! Ela é amiga da Dircila!!!! fico petrificado olhando pra ela!!! Não pode ser! elas muitas vezes passam juntas os recreios no colégio e já havia conversado com ela de oi e talz, nada de mais… na real não à conhecia. Nem no meu sonho mais distante esperava encontrar com ela naquele matagal, me caiu os butiás tudo do bolso, lasco foi é tudo pensei comigo, ela continuava conversando com os dois piás descontraída. O Marcos foi pegar a garrafa dentro da bica abraçado na a guria e vou me subindo com a bermuda pingando água, quando chego no meio do platozinho ela me olhada no ato:

– Hum… bem molhadinho… adoroooo eheheh… prazer (beijo-beijo) Morgana. – me encosta livremente sem vergonha
– Oii.. é…. Sandro (beijo-beijo). – fui no embalo dela
– Tu é novo na turma é… Eu já não te vi em algum lugar antes? – me avaliando de baixo a cima
– É… não sei.. heheee… acho que não. – coço a cabeça com sorriso tímido
– Hum… adoro bermuda molhada… sempre mostra oque gosto… – mordendo os lábios de leve coloca o dedo na bermuda querendo puxa-lá
– HEI!!! HEI HEI EHI….OOOHHH PORRA!!! Vamos beber primeiro! PO.. acabou de chegar cacete! – grita o Marcos da bica olhando pra nós
– Ah ah ahahah.. tá bom..tá bom.. tu é muito nervosinho Marcos…. – se vira pra ele rindo, claramente brincando
– Alguém tem um crivo? – com a mão aberta ela pede olhando pra todos

Vejo que os gritos chamaram atenção da Julia e agora olha diretamente pra mim, olho de novo pra ela e bingo! Solta aquele sorrisinho levando as mãos na boca e continua me olhando…. Pronto! ólho pra ela e certo que meu rosto mostra desespero, meus olhos gritam sabendo do certo desfecho! A primeira coisa é ela contar pra Dircila independente do que eu fizer ali… tenho certeza que Dircila vai saber assim que chegar na cidade…
Aquela fração de segundo passou e Morgana continuava pedindo quem tinha crivo, a gurisada tava se fazendo pra dá porque escondido fumavam só que lá de vez outra, claramente não curtiam quem filava. Eu disse que tinha, ela bateu algumas palmas e meio que fez um deboche dos outros, fui na minha camisa e embrulhada nela retirei meu pacote, me levantei e ao meu lado tava sorridente, quando entrego me rouba um rápido selinho, foi bem aquele selinho no ato da “inocência”. A cara do Marcos nitidamente agora vermelha de raiva logo começou “Dai não né Morgana, não se passa pô, acabou de chegar…. porra..” ela rindo não deu bola, eu com um sorriso aberto e tri bobo acendi a chama pra ela que saiu meio dançando sozinha.

Não fazia ideia de onde aquela guria tinha saído mais eu estava gostando afuzél dela. Foi no Marcos e pegou o copo de mexido, mistura de suco de limão, açúcar e alguma cachaça barata, legítima caipira improvisada. Eu fiquei de pé sem saber oque fazer, a Julia conversava com os dois guris mais não tirava o olho de mim, o Marcos tava igual cachorro no rabo da Morgana. Aparecendo aqui no campo o Diego volta da empreitada das folhas fazendo um tendél, com gritos pedia onde tava a gurisada, tinham deixado ele na mão! bando de relaxado! aquilo não era bagunça!

– Vem relaxar aqui junto com nós, deixa isso pra lá…. não se atucana… – Morgana animada o recepciona
– Ihhh Óláá… não é que tu veio mesmo guria! apostei que ia nos deixar na mão de novo aHaHHAaha. – da pra ver o sorriso de longe
– Eu te falei não falei. – mostra o copo em brinde pra ele

Pelo oque entendi, o Diego tinha intimado a Morgana e algumas vezes deu pra trás só que dessa vez ela trouxe uma amiga para vir junto. Desse modo conseguindo coragem pra encarar o único caminho certo e muito por elas desejado. Morgana demonstra ser a mais velha do que todos ali, o Diego tinha dezesseis, ou outros entre quinze e quatorze, eu era o mais novo e mais perdido, pelo visto como se posicionavam na volta das gurias esse entrevero não foi o primeiro. Observava intrigado os beijos intensos que o Marcos dava nela, os guris beijavam a Julia um de cada vez e ela se mostrava muito mais acanhada e tímida. Morgana já não, olhando eles parecia que em qualquer momento um fosse engolir o outro por tamanho pega e solta. Diego vêm avido barranco a cima, deixou as folhas com o afiado facão no campo do outro lado e se juntou ao dois, grudada pelos braços do Marcos, colocando seu rosto de lado beija Diego com a mesma intensidade. Eu to mais animado que narrador no canal do boi.

Diego demonstra imensa Alegria que salta aos olhos e vêm em minha direção me pegando pelo braço que estava cruzado sobre a barriga dizendo “vem cá negão, deixa eu te apresentar ela melhor”. O platozinho é uma área aberta no tamanho de uma pequena sala, permite deixar todos muito próximos debaixo daquelas compridas taquaras. Separando com o braço direito o apaixonado beijo dos dois que continuam se olhando enquanto os sentidos vão retornando, me segurando com a mão esquerda usa de um firme empurrão para me colocar de frente a frente com a sedenta Morgana.
A guria me olha penetrando minha alma no mais fundo preto da jabuticaba, ela está tomada por um ar de luxuria…. safadeza! com um sorriso malicioso que só aquela maldade possui… me invade por inteiro, iniciá um beijo com desejo sem igual, suas mãos macias passam pelo meu corpo e eu faço o mesmo. Diante essa guria novamente me vejo como pequeno aluno e ela experiente professora, nossas línguas se tocam e muitas vezes ela à suga com gosto enquanto eu a puxo mais junto do meu corpo, ficamos nesse delicioso beijo um longo tempo até o Marcos cortar meu barato. Quando separados ólho pra ela que me encara parecendo um galo de rinha, me olhava compenetrada nitidamente querendo meu coração.

– Não é pra engolir o piá! Vai com calma po. – Marcos fala com semblante sério
– HahAhahAh… eu estou calma… né. – parece um touro de arena sorrindo pra mim

– Ahh… essa piscininha já está ótima, olha lá…. está perfeita. – Diego anuncia pra todos
– Essa água não tá muito gelada não Diego? BrûhũUH… não gosto de água gelada… tu sabe!

– Relaxa guria, nós te esquentamos Ahahahahahha… – fala Marco preparando um mexido
– Harãmm… pela animação do Sandro…. Húmm. – pisca pra mim e vai junto do Marcos

Volto pro meu lugar onde deixei minha roupa e ali fico, claramente meu dingão pulsa vivo bem vivo animado com tamanha excitação que estou sentido por aquela guria surpreendente, o jeito desinibido dela me faz olhar todos seus movimentos. Julia do outro lado a cada pouco que à percebo fica me encarando sem dizer nada. Com o chamado amigável se junta a Morgana no lado da bica aceitando um copo de mexido. Vejo os piás animados retirando suas roupas e pendurando nas taquaras, algum reclama preocupado se viesse vaca do campo podia acabar comendo sua camisa emquanto conversa com o Diego que manda ele desencanar, outro escutando com atenção procurava um taquara mais alta praa pendurar. Diego rindo deles deixou no chão mesmo sem demonstrar qualquer preocupação caminhando pra piscininha. Todos só queriam a fogosa morena e Eu… bem… eu também!

Com tamanha adrenalina acendo um cigarro e começo perceber o ambiente que tava se mostrando na minha frente. O combinado parecia uma guria para cada dois e o Marcos nitidamente não queria perder o posto dele pra mim, o Diego que conseguiu as priquitas tinha seu lugar de destaque. A Julia eu conhecia e ela conhecia Dircila e mesmo se quisesse não iria rolar nada. Minha cabeça era toda e totalmente voltada em entrar forte na Morgana com toda minha energia só que também não queria briga, nessa época até hoje se posso evitar… evito. Naturalmente por razões várias tive desavenças algumas vezes mais nada sério e naquele tempo não pensava em brigar ou qualquer coisa do tipo. Mais é aquele dito: Do um boi pra não entra e uma boiada pra não sair.
Os três então dentro da água de arreganho entre eles, Marcos se pela em dois toques e entra de pulo na piscininha. Ficam de zuera oque é normal, observo a disputa de força para saber quem consegue dar caldinho em quem, bem de boa. Continuo no meu lugar parecendo uma árvore plantada olhando as brincadeira sem demonstrar muita reação.

– Vamos Negão, tá esperando oque? Quer ser comido pelo touro é aahahaha?… vem logo! – grita Diego chamando com a mão

Olhando acanhado pro meu lado esquerdo na direção da bica ao pé do ingrime barrando vejo as duas me olhando diretamente, chego a ter aqueles tremelique… me observam atentamente com sorrisos discretos enquanto bebem o mexido. Novamente engulo seco e depois da ultima tragada começo a tirar a bermuda, abaixo toda ela virando minha bunda pro mato, tiro dos pés e levanto ela na frente do meu não mais tão duro dingão, de pronto escuto um “vamos porra, não se acanhe caralho” e vejo que todos estão me olhando e rindo.
Respiro fundo e penduro a bermuda num galho logo atrás e deixo à mostra o dingão solto ao vento, ólho pras gurias que mostram uma cara bonita de se ver. Gostei bastante do sentimento daqueles olhares diretos sem disfarce e mesmo sendo o mais novo da gurisada meu dingão meio mole tava na disputa de tamanho com os outros. Aquele dia foi o início que me rendeu bons frutos mais pra frente. De pé no chão fui caminhando devagar e não olhei mais pra gurias, descendo o pequeno degrau até a piscininha com risadas da piazada, entro na água e ali me fico, logo as duas se postam em pé no barranco.

– Ihhh… e agora gurizes, vão se cumer entre vocês é? É pra nós olhar e dar uma nota? – fala Morgana rindo deboxada pra todos
– Teu cú! Entre já aqui ou vamos te puxar na marra… é isso oque tu qué? – Diego rebate com tom de ameaça em brincadeira
– É que sou tímida… tu sabe né… não vou ficar pelada nesse mato sujo….éca…. cheio de cobras. – se espremendo com os braços e junto rindo

– Pega aqui na cobrona vai hahahaah – balança o tico mole tipo giroscópio
– Essa coisinha piquinininha… é mais uma minhoca desmilingüida – fala Julia ríspida ao Marcos
– Aéé… coloca a boca e asópra! é tipo bixiguinha… dai tu vai ver o tamanho! Vamo porra! – Marcos intimá Julia com calor na voz batendo na água

– Ha ah ah ahhh.. vamos Morgana…. vem guria, vamos brincar um pouco. – Diego amenizar com fala mança

Ela faz um charme mostrando um pouquinho da língua e ele de imediato começa a empurra aguá com a mão que é acompanhado pelos outros, com tamanho volume d’água são molhadas dos pés à cabeça e aos berros se afastam da borda. Julia muito acanhada removeu só o top mostrando pequenos seios que os escondia com o braço claramente desconfortável. Morgana com um sorriso largo no rosto braveja algumas palavras pra turma e deixando o copo vazio no chão começa um tipo strip tease improvisado. Acabo ficando muito na borda e tive que me esticar pra enchergava melhor ela retirando a blusa e junto o sutiã que permitiu os macios seios respirarem aos sonoros assovios da gurisada. Considerando a idade tinha seios m a r a vi lhosos! um belo e farto par de mamas com bicos marrons, revela agora também o delicioso corpo gordinho que o exibe contente. Com rebolados pra turma remove o short mostrando uma minuscula mata, muito menos que a Nádia é verdade, servia de complemento ao capo do fusca que ela exibia ao pendurar suas roupas em uma taquara por perto.

Por sorte fiquei na borda e ao descer me pede ajuda para entrar na água, segurando sua mão esquerda ela busca apoio também no barranco. Ao entrar fica no mesmo lugar com água pela cintura, consigo sentir o calor do seu corpo e com um passada de mão inesperada fez só um confere no meu dingão que semelhante à mágica faz desperta do breve sono. Com cuidado caminha um pouco e se joga de peito ao meio da piscininha se banhando por completo e a gurisada sem perder tempo já chega na volta dela.
Com o atual nível é possível dar pé no meio oque faz os três se envolverem parecendo uma dança, ela se deixa dominar e aos beijos se entrega. De imediato um dos pias vêm e manda eu sair do caminho pra ele descer a Julia, sem alternativa me vou na borda oposta e fico ali olhando com exclusividade toda pegação dos três. Morgana faz tróca-tróca de guri, quando beija Marcos têm Diego nas suas costas com beijos e mordidas. Com as mãos dentro da água é possíveis imaginar correndo livre por todos os lugares, muitas vezes ela joga a cabeça pra trás em gostosos gemidos e junto puxando com força o cabelo de algum dos dois que à faz gemer com mais intensidade. Meu dingão tá só a ameixa roxa, sinto o pulsar dele tão forte igual do meu coração.

Julia fica se enrolando pra entrar na água dizendo que não quer, vestindo ainda seus shorts se mantêm afastada. Os dois claramente atucanadados saltam pra fora d’água “foda-se!! ou vai ou racha” um fala pro outro. De frente aos dois ela não mostra nem um tipo de resistência… só não parecia tão a vontade igual Morgana. Minha posição com visão de todos permite acompanhar o bom entrevero. Percebo que a gurisada dentro da água começa se movimentar em direção da outra borda, sentados aguardam Morgana que os olhava, pela maneira como os três se divertem dando risadas… a pura pegação é bonita e muito exitante quando livre.

Meu dingão tava alto pro céu, foi engraçado quando o Marcos olhou pra mim e disse “Êêêtáa porraaa… óÓó lá!” isso chamou a atenção de Morgana no mesmo instante, se virou e quando viu a ameixa soltou um delicioso gemido com os lábios, sua língua os molhava com prazer. O desejo vivo nos olhos dela pareciam espelhos dos meus. Com um sorriso solto ela da atenção ao Diego que à está chamando. Os dois sentados com as pernas abertas e com o duros dingos na mão, ela não perdeu tempo e começou boquetiando um emquanto batia punheta no outro em contínuo rodizio. Os guris lá em cima arretando a Julia que parecia não querer dar de jeito nem um, ainda com os shorts caminhava de uma lado pro outro tipo fugindo. E eu tava como? Com o Dingão estálando entreverado nas bocas kkkk.

Depois de um longo tempo Morgana se virou e veio caminhando dentro da água pro meu lado, esticando a mão me chama dizendo “vêm… neglinho… vêm.”, arregalei os olhão e depois de abrir um largo sorriso estiquei a mão pra ela que me puxou pra dentro da água. Agora com nossos corpos encostados nos beijamos e ela começa mexer com gosto no meu dingão. Rindo enquanto me olha, segurando pelo dingão me levou junto com ela devolta. Fiquei ao seu lado enquanto continuava de novo chupando com vontade os piás. Pegando minha mão à coloca na boca da sua bucetinha indicando querer movimentos de cima pra baixo que fiz me mordendo todo e em pouco tempo já estava usando a esquerda junto e foi a primeira vez que invadi um cuzinho, foi incrível devo admitir!
Com a direita já fazendo como conseguia, usando o indicador da esquerda fui tatiando em busca daquele buraquinho. Conforme passava o dedo sentia meio que um apertar, clara reação ao toque e muito curioso comecei de leve à forçar, logo a ponta entrou e ela fez aquele “fffhsssss” com os lábios me olhando de canto de olho, sabia que tinha acertado o ponto gostoso. Passando meu dingão na sua bunda, vez outra ela deixava de masturbar em cima e dava uma pegada forte em baixo. Estava completamente encantado por aquela deliciosa guria.
Ficamos algum tempo e o Marcos muito afoito começou a botar pressão pra ela ir na parte mais rasa, foi oque rolou. Mandou eu me afastar que fiz sem retruca e fiquei no meio da piscininha olhando eles, perto da barragem o nível chegava pouco menos dos joelhos. Em pé Diego na frente dela que o chupava com gosto e atrás o Marcos inquieto se ajeitava no botar. O piá muito afobado não durou muito tempo e se gozou todo, com um sorriso facero saiu de trás dela e passando por dentro da água subiu as pedras seguindo pra bica. Diego fez ela se acocar e começou passar água, antes de se ajeitar melhor na posição desejada ela me olha com um olhar provocante:

– Vem cá Sandro, fica em pé aqui vêm. – usando a mão indicando o lugar
– Aproveita Negão! aproveita que é tudo nosso e nada deles. – Diego facerito passando água na priquita

Meio acanhado me vou na direção dela e logo a água já está à baixo da cintura e largando um gemido gostoso “hũmmmmm” me olhando espera de boca aberta. Na frente dela nem precisei fazer nada de imediato começou me chupar deliciosamente; que boca… que lábio…. que língua… a cada embalo eu via estrelas, ela foi a primeira a fazer esse lance de engolir todo meu dingão. A guria fazia com maestria… preciso ser justo. Um momento fora do contexto, enquanto o Diego botava com pura vontade ele olha pra mim e estica sua mão, nos cumprimentamos com entusiasmo! ali penso que firmamos nossa amizade que dura até os dias de hoje. Levou um bom tempo não sei precisar quanto e ele também gozou com alguns uros próximo do ouvido dela, jogou uma água e deu um tapa com força na bunda, passou por nós sorridente enquanto ela se levanta e me fala rosto no rosto:

– Agora é tua vez neglinho, te quero todo dentro de mim… tá? – com olhão mãnhoso em puro desejo

Esqueci foi é tudo, áAHhh… foda-se!! não quis saber de mais nada, eu só via aquela gostosa fofinha na minha frente e quando falou com aquela mãnhá… ahhhh….me ganhou sem precisar, perdi o racional e fiquei em puro instinto do mais selvagem animal. Ela se ajeitou em confortável maneira e repeti o ritual da passagem de água. Antes de começar mordi sua bunda e pelos gostosos e baixo gemidos mostrou gostar e com o dingão na mão passei de baixo pra cima algumas vezes até encaixar… ahhhhhh meu amigo!!! aquele vulcão em erupção só me fazia querer bota e bota, bota valendo, botar cada vez mais… e conforme botava escutava uns gemidinhos vindo dela e aquelas olhadas em puro prazer, ahhhh… não tive dúvida, agarrei o cabelo dela puxando tipo égua:

– Ahhhh É assiM que TU gosta É!?!! – falei em puro instinto
– Simm… meu gostoso.. assim!

Puxei com mais força o cabelo dela que à curvou buscando apoio nas taquaras, fiz a chincha com as pernas que a fez ir pra frente obrigando-a ficar mais reta quase em L com a deliciosa bunda arrebitada, segurando o cabelo continuava botando direto, só enchergava aquela deliciosa na minha frente e o desejo crescente em escutar os gemidos que escapavam de sua boca aos montes. Claramente dominada, eu estava me sentindo o maior cuiudo de todos naquele espetácular momento. Soltei seu cabelo e mantive a segurando forte na cintura que me ajudava em nosso delicioso movimento. Agarrando seus seios, mordia suas costas em toda parte que conseguia. Investi mais alguns tapas na bunda depois de soltar os grandes seios, era bonito o vermelho nítido marcado. Durou um bom tempo aquela transa entre nós dois.
Ao sentir o crescente calor surgindo do prazeroso gozo me esqueci foi é tudo conforme acontecia, só apertava as mãos na cintura dela e me babando todo tremi com vontade no mais fundo que conseguia. Pronto!! Tudo nosso nada deles e que sensação…. fiquei grudado um tempo até tira o dingão exausto e abatido, com o coro meia cabeça olhava pra ele feliz que se babava de alegria. Morgana com as pernas meio tremulas busca se senta na borda da piscininha e permanece ali meio exausta.

Pergunto se quer uma água e responde sim, subo o barranco num pulo e juntando o copo dela vou pra bica. Bem… a piazada me encara de um jeito pesado, o Marcos parecia claramente enfurecido comigo, o piá já vestido e com os braços cruzados não me disse uma única palavra. Diego sentado bebendo seu mexido e fumando um cigarrinho só esticou a mão novamente em cordial cumprimento que retribui com a mesma intensidade apertando forte. Me abaixei na bica completando o copo com água e no levantar olho pra Julia emburrada e os outros dois mais distantes. Fazia um pesado silencio e muito menos eu queria quebrar. Volto rápido e Morgana aceita à água com bonito sorriso, fico de frente pra ela dentro da piscininha, pergunto se está bem e diz que precisa esperar mais um pouco. Me pede ajuda pra levantar e prontamente realizo, com mau jeito começa caminhar se apoiando em mim. No platozinho se para sozinha e meio que estrala as costas em prazeroso alongamento.

– Que cara azeda é essa Marcos? Aconteceu alguma coisa? Não curtiu não? – se vira em direção a Julia
– Ué.. ué.. ué… e vocês três aí… não acredito que ficaram chupando bala… AhahAhahAHah.
– Ó.. fiz um mexido que pra ti. – Diego se levanta e entrega o copo pra ela

– Sandro, consegue um crivo pra mim? – me pede encostando no meu peito e com um largo sorriso
– Claro, alguém mais quer? – falo meio alto olhando pra todos e não tenho retorno

Vou até minha camisa que está no chão bastante amontoada. Me agacho ajuntando a carteira e quando levanto não percebo que Morgana me acompanhou e de surpresa me abraça por trás, passando a mão esquerda pelo meu peito… desce pra barriga e por ultimo segura meu dinguinho agora mole:

– Foi uma delícia…. Te quero de novo! – fala no meu ouvido passando a ponta do nariz

Me arreganho pra ela na mesma hora, pareço um gato se espreguiçando. Continua mexendo com a ponta do nariz um pouco na minha nuca, me viro abobado e ela está parada de frente pra comigo, me rindo, abro a caixa e deixo ele pegar um. Só nós dois estamos rindo e parece que escutamos uma piada que só nós entendemos. Depois de aceso traga olhando nos meus olhos e joga a fumaça pra cima, me beija e eu a beijo de volta, nos beijamos pra valer mesmo. Ela me envolve com seus braços e eu me grudo na sua cintura passando a mão com força na gostosa bunda, apertando enquanto nos beijamos intensamente. Em pouco tempo consigo escutar o Marcos furioso nos chingando que temos que voltar logo porque vai começar a ficar escuro, paramos de nos beijar com leve sorriso, não consigo entender porque me da vontade de rir.
Me oferece um gole do seu mexido que tomo fazendo cara feia, ela da mais risada com um ultimo selinho. Se vira indo em direção as roupas penduradas na taquara. Eu to bobo, visto a bermuda ainda molhada, coloco a cueca no bolso e me ajeito pra colocar a amassada camisa. O Marcos já guardou tudo que trouxe, tocou os limões na água com uma raiva expressiva, o Diego foi buscar o facão emquando os dois acompanham Marcos pelo caminho, Julia espera a Morgana se arrumar em pé com os braços cruzados ao seu lado, não me olha e pela sua expressão está muito emburrada. Tudo pronto, todo mundo arrumado voltamos pelo trilho sem falar nada, em completo silencio.
Na estrada meu caminho é contrário ao deles, me despeço do Diego e o Marcos não espera ou ao menos olha pra trás, Julia continua mais a frente e Morgana me da um tchau por baixo, sem muito estardalhaço. Me volto sólito pra casa, não penso em nada naquele momento… é muito informação pra cabeça.

Então é isso, esse foi o sétimo capítulo da história, espero que tenha gostado. Críticas,sugestões e complementos são bem vindos, vou evoluindo no decorrer das próximas histórias.

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1 comentário

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  • Responder Anônima ID:1se799zk

    Adorei!!! Fascinante como sempre! Para mim suas histórias são sempre fascinantes e adoraveis de ler. Eu poderia passar horas e horas lendo as suas histórias, os seus contos que eu não me cansaria jamais. Suas histórias são sempre admiraveis e encantadoras. Adorei também a tal da “piscininha”. Foi tão excitante e gostoso… Parabéns, é sempre muito bom, muito bom mesmo ler as suas histórias.