Eu e Beto no baile, na cama, Janeiro acabou bem gostoso

Dormir nem Beto nem eu durmimos, demos apenas um coxilo e acordamos bocejando de sono os dois, era hora dele ir trabalhar já quase, foi pro banho, eu prá cozinha, Luciano tava sentado na mesa e de lá falou à Beto, perdeu a hora quase hen, noite deve ter sido boa, melhor impossível Assis, disse Beto e entrou no nosso banheiro.
Quando saiu, eu tava fritando mortadela que Luciano tinha pedido prá acompanhar seu cuscuz, frita ovo com bacon pra mim me disse, isso de mortadela no cuscuz tu sabe que não é comigo, se sei respondi, depois sentei com eles, pra alegria de Beto comi cuscuz tb rs, isso mesmo bebê, cuscuz é sustância, devia é comer todo dia falou Ele, vê se dá um coxilo hj à tarde, quarta feira tem baile e nós vamos, tu tá precisando sair um pouco e eu também, eu não tinha ido ao Baile nem uma vez neste Ano ainda e nem tinha a menor vontade de ir, mas prá não desagradar Beto, se eu não fosse sabia que ele não ia também, depois de tudo que aconteceu, me deixar sozinho ali a noite, nunca mais estaria nos planos dele, respondi, tá bom.
Saíram os dois, fechei as janelas e a porta, nunca mais deixava nada aberto quando ficava sozinho em casa, era ordem de Beto e eu preferia assim mesmo, qualquer barulho estranho me assustava e muito.
Era uma quarta feira, mesmo dia em que tinha acontecido tudo aquilo, eu não ia ficar ali sozinho mesmo, dia seguinte era o último de Janeiro, um mês terrível prá nós todos ali, não falávamos nada mas todos estávamos pedindo por um Fevereiro melhor pra nós, quando chegaram ao anoitecer quase, eu tinha dormido depois que voltaram do almoço prá Oficina, disse à Beto pra dar um coxilo, ele riu respondendo, tou cansado não bebê, a vida me ensinou à passar noites e noites em claro, teu Beto guenta tranco, eu sabia disso mas sempre ficava preocupado com o danado, gostava quando ele descansava, ninguém quis jantar, umas 9 hs fomos lá pro Baile que eu não via há muito tempo, paramos na Pastelaria que eu tb há muito tempo não ia, Beto pediu cerveja, pastéis e um sonho além de caldo de cana pra mim, rabo de porco que nos atendeu, Beto chamava ele bem alto, vem cá rabo de porco, ele ficava p da vida, dizia Beto que qualquer viado que ali entrasse ele dizia baixinho pro cara, tou com vontade de comer um rabinho de porco hj, gostava da coisa o danado, dae Beto pegava no pé dele.
Ele trouxe o pedido, é, as coisas mudam disse Luciano, quem diria Beto pedindo ‘porcarias’ pro lek mesmo sem ele pedir, mudam mesmo Assis disse Beto, errei muito com meu lek, erramos todos, tá na hora de consertar, sabendo dosar da prá agradar ele um pouco mais, Luciano riu, qq hora tou vendo tu dizer, fica em casa sozinho não mlk, vai prá praia ou bater perna na cidade, essa hora nunca chegará respondeu Beto, tu sabe muito bem por que, se sei falou Luciano, tou te zuando Beto mas é phoda, mlk paga por erro que nunca cometeu, põe phoda nisso irmão, mas é melhor prevenir, mas um susto desses, se meu lek passar, ele não acha mais os parafusos da cabeça prá por no lugar, bora pro Baile, vou dançar hj até minha meia encharcar de suor, eita, bora então disse Luciano.
No Baile ali pertinho, . movimento era o mesmo, bar embaixo lotado de gente, Beto parou prá cumprimentar uns amigos, depois subimos, Miguel já soltou da escada mesmo, passou uma cigana aqui agorinha mesmo, vá tnc tu e tua cigana falou Beto rindo, Miguel com cara de cansado mas lindo como sempre, falou prá nós que ia pra casa na saída com a gente, filar a bóia e dormir lá, não ia subir morro não, tinha vida fácil Miguel não, praticamente dois empregos, pensão pros filhos etc, não sei de onde ele tirava tanto bom humor aquele danado.
A mesinha que eu gostava tava ocupada, Miguel pediu pro moço do bar colocar outra perto dela, sentei como sempre, fiquei vendo o movimento dos doidos e doidas lá, as caras eram quase todas as mesmas, os dois mocinhos bonitos, um moreno, outro loiro que viviam fazendo sinais pra mim ir pro outro lado com eles tavam lá tb, deviam ser irmãos acho, tavam sempre juntos, o loirinho me lembrava o loirinho bonzinho de quando eu ia lá pro rio nas pescarias, nunca mais ninguém foi, mas eu sempre lembrava deles lá.
Da mesa, do outro lado via Beto virando cervejas, azucrinando as moças pra dançar, com ele e Luciano elas não recusavam nunca, além de gatões os danados eram bons de perna prá dançar, fiquei lembrando das coisas da outra casa ainda, do batom na camisa, do meu ‘pai’, foi me dando uma tristeza, vontade de voltar prá casa mas reagi, não queria chatear Beto nem ninguém, levantei, fiquei um pouco na escada olhando Miguel, prá cada um que entrava, fosse homem ou mulher ele tinha alguma graça pra dizer, eu acabava rindo, depois sentei de novo, fiquei ouvindo as músicas da Banda, o povo dançando feito louco, volta e meia vinha Beto, Luciano ou Claudionor, traziam uma Gini, sentavam um pouco, meia noite já tavam os três e quase o baile todo empapados de suor, Beto como sempre suava até na cabeça mas continuava lindo sempre, veio uma hora, quer ir embora lek perguntou, não, espero acabar o baile respondi, qq coisa me chama disse Ele e voltou pro canto onde gostava de ficar, depois a Banda tocou três músicas da Deusa direto, o povo endoidava dançando e cantando junto, eu adorava ver.
Baile parou as duas, era o horário mesmo, a gente sempre descia uns dez minutos depois, era mais sossegado prá sair, Beto parou prá saideira no bar embaixo esperando Miguel, ele saiu já dizendo, têm comida lá lek, tou virado de fome, tem respondi, lá eu esquento, tem que dar é fria prá esse pé rapado falou Beto, sai cadeeiro véio disse Miguel, era sempre assim aqueles dois, era bom, me faziam rir e muito.
Beto e Luciano quiseram comer tb, do jeito que dançavam, apetite depois não faltava, enquanto eu esquentava os rango, foram tomar banho, come um pouco tb lek disse Beto, um sonho e um caldo nao alimenta não, quero não respondi, ah mlk continuou, tá vendo quando falo, come as porcarias depois não quer jantar, come um bife e salada pelo menos, quero não eu disse de novo, ê teimosia braba lek, continuou, mas não quer, não quer né, tou bonzinho hj, de manhã não coma não pra ver, tivesse outro sonho aqui tu comia que eu sei, lógico falei rindo, ele riu tb, tá abusado hen safado, vai folgando comigo pra tu ver, foi todo mundo deitar, tomei um banho rápido prá tirar a catinga de cigarro do baile e deitei tb, Beto já tava quase no sono, jogou a pernona em mim, abraçou minha barriga, bora nanar bebê, eu tava sem sono nenhum, tinha dormido à tarde, boa noite Nego falei, bons sonhos meu bebê respondeu, tem muito serviço aqui amanhã, hj já né, não respondi, só comida e as coisas de sempre, legal então, tu vai pra Oficina comigo, quero ir não Beto eu disse, não quer mais vai bebê disse Ele, o povo gosta de tu lá com nós, já falei, tu num tem que ter vergonha de nada cabeça dura, vai ir sim, fico cismado com tu direto e reto aqui sozinho, tá bom então eu falei, ele dormiu logo, eu fiquei acordado bastante tempo ainda, sentindo a respiração dele, seu calor, mesmo sem dormir era bom tar ali juntinho dele.
De manhã, depois do café saímos todos juntos, Miguel foi pro trabalho dele, era perto da Oficina tb, chegamos lá, Beto abriu, Murilo e Seu Manoel não tinham chegado ainda, dos outros três tb nem o cheiro, deviam tar tudo dormindo lá nos fundos e nós nem percebemos.
Beto e Luciano começaram o batente, eu fui fazer o café de sempre, Seu Manoel e Murilo chegaram depois, a mesma alegria de sempre comigo, precisamos comer seu bacalhau rapazinho, vamos marcar me perguntou, quando o Sr quiser, respondi.
Fiquei lá com eles, manhã passou voando, Luciano deu a ideia da gente almoçar por ali mesmo, prefiro pão com ovo do mlk do que qualquer almoço sujo por aqui, hummmm falou Luciano, antigamente comia era de marmita, lógico, não ia morrer de fome e não tinha quem fizesse nem casa pra fazer porra, agora tenho.
Entramos em casa, tinha quase tudo pronto, só fiz um arrozinho, salada e bife acebolado e tava tudo muito gostoso, depois voltei prá oficina com eles, tarde passou rápida tb, Beto e Luciano foram dar um coxilo assim que chegamos enquanto eu preparava nossa janta, tomei banho depois, os dois continuavam dormindo ainda, liguei a tv baixinho, fiquei assistindo, Mulheres de Areia tava nos capítulos finais, eu gostava de ver, levantaram depois, foram tomar banho, fui esquentar a comida, feijão tava frio já.
Jantamos, quem foi dormir foi Eu, tinha dormido quase nada de noite, quando Beto deitou acordei, ele começou a roçar o queixo em meu cangote, tou com sono Nego eu disse, faz isso não bebê malvado, vamo, brincar só um pouquinho, deixa teu doce Beto feliz, depois tu nana, se eu não deixasse eu não ia dormir do mesmo jeito, ele ia ficar insistindo como sempre, alisei seu peito, agora sim meu safadinho falou já arriando minha samba canção e tateando minha entrada, coisinha gostosa do Pai me disse, enjôo nunca disso, eu tbm não falei baixinho, suas unhas subiram minha coluna acima suavemente, sem arranhar, eu senti aqueles calafrios gostosos por todo meu corpo e meu doce Beto foi invadindo com calma aquilo que sempre seria dele, todo dele, eu tava todo abertinho pro meu Homem, rebolava gostoso prá Ele, ficamos assim muito tempo, nem ele tinha pressa, nem eu, era bom nós um ouvindo os gemidos e sussurros do outro, um acarinhando o outro, e a primeira madrugada de fevereiro foi de doação, um entregue ao outro, foi só uma que ele deu, mas longa e gostosa, ficou satisfeito e depois dormimos, na minha boca naquela madrugada, só entrou sua língua morna, doce feito Ele, dormi feito neném nos braços dele, coisa que há dias não conseguia, os pesadelos sumiram, só vieram sonhos, um mais lindo que o outro, em todos meu doce Beto estava, tão lindo quanto estava ali do meu lado, comigo em seu braço, os dois dormindo feito anjos.

Avalie esse conto:

(Média: 4,52 de 21 votos)