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Inferno na solitária, a criação de um monstro

2040 palavras | 11 |3.89
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Então lek, assim que a porta da solitária fechou, ficou uma escuridão total lá dentro, tinha uma janelinha minúscula duns 20 cm bem lá no alto, só pra entrar ar creio, luz não entrava nada.
Fiquei sentado no chão, parei até de pensar pra tentar não enlouquecer ali, depois de um tempo senti coisas passando sobre meus pés, ratos com certeza percebi, comecei a ficar mexendo os pés sem parar, ô Deus, me leva, mesmo que eu vá pro inferno, me leve, lá não pode ser pior que aqui eu falava repetindo sem parar.
Os ratos pelos meus movimentos, sumiram mas eu sabia que se vacilasse, voltariam.
Não enxergava nada de nada, levantei, andei até a parede e sentei apoiado nela, eu tava todo machucado, com sede mas sabia que não adiantava eu pensar nisso, água e pão, só dali três dias, dormir nem pensar, ratos iam me comer vivo, dia seguinte sono, fome, sede e vontade de ir ao banheiro apertaram, fui tateando as paredes pra ver se tinha banheiro ali, nada de nada, única coisa que topei foi um balde, no mínimo tenho que fazer minhas necessidades nele pensei, mas cadê água, papel, já tava ficando louco e nem 24 hs haviam passado, tateei até a porta e comecei a bater com força, depois duma meia hora acho, alguém gritou lá fora, se bater mais uma vez, fica sem água e comida por mais um dia, preciso ir só banheiro Sr eu disse, use o balde respondeu, mas sem água e papel continuei, se vira disse ele, cadeia não é hotel não e foi embora.
Fiquei o dia todo me segurando, verter mijo não consegui prender, foi no balde, no chão, o cheiro começou a ficar forte, mais um dia sem dormir, de manhã achei que ia ficar louco bebê, tava delirando, vendo luzes na minha frente, ouvi vozes e a porta se abrindo, aproveitei a claridade que surgiu e olhei pra cela inteira, era uns três metros por três, única coisa fora eu ali, era o balde, dois carcereiros da porta mesmo jogaram uma garrafinha de meio litro de água e dois pão no chão, até amanhã disseram, falei chorando, por misericórdia, me deixem ir ao banheiro, suplico, me deixem, eles riram, tem o balde ae lixo, quer luxo, tem que pagar um deles falou, pago quando sair meus Srs, blz, vai ao banheiro quando sair, bateram a porta, ouvi os passos deles se afastando, peguei os dois pães, pus na barriga por dentro da camiseta, tomei um dedinho de água pra economizar e fiquei mastigando uns pedaços de pão.
Não consegui me segurar mais, três dias sem obrar, tateei até o balde e fiz nele, tirei a cueca, me limpei mais ou menos com ela, nossa Nego eu falei, como tu aguentou isso, não sei meu Lek, eu não sei.
O xero naquele cubículo não dava mais pra aguentar, eu prendia a respiração o máximo que conseguia, me fiz de doente, nada amolecia o coração dos guardas, eu cada vez mais pensava, dinheiro, pra sobreviver neste inferno, preciso de dinheiro, muito dinheiro.
Os dias foram passando, quase impossível respirar mais, o balde encheu, agora eu obrava no chão, não eram mais só ratos, varejeiras voavam em volta de mim, já tinha usado a camiseta e a calça pra me limpar, eu tava nu há dias jã, nossa Beto falei, agora tu sabe bebê, pq tanto te encho o saco com limpeza, qualquer grãozinho de areia no chão dentro de casa que vejo, minha mente volta naquele inferno.
Um dia a porta abriu, eram quatro guardas, minha barba dava pra fazer peruca de mulher já, da porta com um mangueirão eles deram jatos d’água tão fortes em mim que queimava minha pele, mandaram eu sair e me deram outra roupa, 30 dias se foram verme sujo um deles disse, no próximo apronto serão 60 dias.
Sai com a vista cega pela luz, árdia os olhos, me levaram prum outro pavilhão, na cadeia não existem amigos bebê, mas quando tu sai da solitária, sei lã, há um certo respeito contigo, um negócio sem nome, um oferece cigarro, outro um doce, outro tesoura e gilete pro cabelo e barba, tem muitos que saem direto pro Juqueri, um hospital de doido, eu tava tão exausto, tão sujo, me joguei no chão e desmaiei dois dias e duas noites sem abrir os olhos.
Quantos anos tu tem rapaz me perguntaram quando acordei, dezoito acho respondi, eles riram, num sabe mais a idade, fraqueza disseram, um deles me enfiou uma garrafinha na boca, mel com pinga de laranja falou, engole que te faz bem, um de longe falou, cabra é novo mas é macho, quebrou os dois ovo de Pai Sansão, ah, é esse o danado, achei que tinham matado, tentaram mas o cabra é sangue ruim, quis morrer não.
Deixaram eu usar o banheiro, me deram até um toco de sabão pra eu me banhar, fiquei mais disposto, nesse dia comi a comida azeda da cadeia e comi com gosto, quando entrei no refeitório, só ouvia, é Betão, o Boy do Tráfico, estourador de ovos de fdp.
Um rapaz sentou do meu lado, se ofereceu pra fazer minha barba e cortar meu cabelo, tenho um tostão não falei, sem problema disse ele, quando tiver, vc me paga em cigarros, dou valor a macho que não vira fêmea.
Cara fez minha barba, acertou meu cabelo, me trouxe um espelhinho, ae vi essas rugas que tu gosta tanto lek, nasceram lá na solitária as danadas, passei a mão nelas, agora gosto mais ainda lhe disse, meu lekinho bom falou ele, vou continuar, comecei, vou até onde tu aguentar
Fui recuperando meu peso, saí da solitária magrelo bebê e sempre pensando num jeito de como arrumar dinheiro pra escapar daquele inferno.
Numa manhã acordei num tesão danado, pensei, inté eu queria uma feminha hj, danado ia ver o que era bom prá tosse, no banho bati duas bronhas matutando, na hora do banho de sol, fiquei olhando uns novinhos por ali, pq não eu pensei, sou forte, bom de briga, mãos de marreta, pq não pegar uns amigos do alheio desses, arrumar um canto prá doutrinar na porrada, usar, deixar bem mansinhos e vender pros que querem uma mulherzinha, tem como pagar e não querem correr o risco do fdp Sansão.
No mesmo dia fui falar com Lobisomem, um quarentão dum olho só, era o chefe do pavilhão onde eu estava, na porta da cela pedi licença, ele já gritou, se não for pra me dar lucro vaza, pode ser que o Sr aprove minha idéia, se aprovar, seu lucro vem rápido, pois entre quebra ovos, me explica o que tá querendo.
Falei tudo de a à z, ele coçou a cabeça, e que falta pra você empreender esse negócio, pra mim é muita coisa, pro Sr é nada, só preciso de cordas pra amarrar os lalau mais ajeitados e uma cela com certa privacidade pra poder trabalhar na moita e em paz, pros métodos que vou usar só preciso de força nos braços e pernas, isso não me falta.
Ele coçou a cabeça de novo, tenho uma cela assim mas meu gerente tá lã, teria que ser cela prá vcs dois usarem, sem problema respondi, separo meu espaço com um lençol no meio, e se as fêmeas fizerem muito xabu disse ele, faço dormir, amordaço, nessa parte me garanto
Vai cobrar quanto pelas mercadorias perguntou ele, ponho o preço lá em cima, quem pechinchar menos leva, só entregarei produto testado e com garantia, não gostou, devolve que ae quebro os ossos pro cara aprender quem é Betão
Então Betão disse ele, vamos fazer um teste com dois do seu agrado, tenho meus colaboradores pra dividir o pagamento, quero setenta por cento da venda, muito falei, pago sessenta por cento, quarenta é meu, coçou a cabeça, fechou, vamos pro teste, pegou a pinga de laranja, pôs em dois copos, um brinde à nossa sociedade e meu novo ramo de negócio.
Me levou na cela do gerente dele, pode mudar hj se quiser me disse, amanhã cedinho o carcereiro te traz um rolo de cordas, blz, amanhã na hora do banho de sol já vou arrastar um pra cá, um moreno ajeitado com cara de mole eu respondi.
Já durmi e bem na cela nova, local mais tranquilo, só dois na cela, dinheiro compra tudo aqui, eu vou conseguir o meu agora pensei.
Dia seguinte, hora do banho de sol, fiquei no encalço do moreninho claro e bundudo, onde ia, ia atrás, ele olhava pra trás, percebi que tava com medo, ótimo sinal, acelerei o passo, segurei o braço dele, qual artigo perguntei, assalto à mão armada respondeu, ladrão, são os que quero mesmo pensei, vêm comigo no banheiro, tenho um negócio bom pra te oferecer lhe disse, o trouxa me seguiu facinho, chegando lã, levei ele prum canto longe, quantos anos tem garotão, 23 me respondeu, achava que era mais novo o safado, mas sem problema, ia ser meu primeiro produto pra vender, vem comigo até minha cela lhe falei, vou não me respondeu, eu ri, dei-lhe um pontapé no baço e esperei, sabia que precisava duns três minutos pra ele conseguir levantar do chão, pow cara disse ele, nem te conheço, nunca te fiz nada, me deixa na paz pow, falou ainda no chão, quando levantou, dei-lhe um soco bem forte no estômago, caiu de novo já chorando, tá bom, tá bom, eu vou me disse mesmo sem ar ainda, mais fácil do que eu esperava pensei, me segue, olhando pro chão disse à ele, se tentar correr, meus soquinhos vão ser na cara e saí andando.
Cheguei na cela com ele, o outro tava no banho de sol, o rolo de cordas tava lá no chão, tirei o colchão dum beliche sem uso, levei pro canto, fiquei de pé e disse à ele, fica pelado pra mim analisar o material, pow cara, tu num vai contar pra ninguém que me comeu né, me perguntou, não respondi, tira a roupa imbecil, não vou falar de novo, tirou a roupa envergonhado, olhei a frente, pau pequeno, olhei as costas, bundinha cheinha, pele das costas macia, pouco pelo nas pernas, tem as pregas do cu todas perguntei, fiz troca troca quando era mlk, não sei, fica de quatro mandei, abri o rabo dele, tava lacradinho, pensei, depois resolvo se rasgo ele ou vendo por preço melhor como virgem, mandei deitar no colchão, amarrei mãos pra traz, juntei a corda amarrando mãos e pés juntos, bem forte igual gado, enfiei a cueca dele na boca, amordaçei bem e deixei lá pelado, se comporta rapaz, quietinho, vou pro banho de sol de novo, quando eu voltar nós continua a conversa, amanhã cedo nós pega tuas coisas na tua cela, vai passar uns dias aqui comigo lhe disse e voltei pro pátio.
Fiquei lá olhando o movimento, vi no mínimo uns quatro candidatos à futuras fêmeas, próximo ia ser um loirinho magrinho, bonito o safado, em mãos de negão ia me dar um bom lucro, já ofereci o que nem tinha doutrinado ainda lá amarrado na cela pruns caras como virgem, se não pintasse nenhum interessado até o fim do dia, ia entregar o produto já descabaçado, mês e meio sem foder, o ladrão ia chorar na minha piroca, e muito.
Não falei nada mas já tava assustado, preferi ficar quietinho aguardando o resto do que ele ia me dizer.

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11 Comentários

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  • Responder Perceu ID:5pbartu1d9d

    ja fiquei preso em uma penitenciaria de segurança maxima e não vi isso que ele contou,fiquei 6anos entre fechado e semi aberto;tem a celas das monas e viado mas quem comer um temcque morar lá e nem pode dividir caneca talheres com quem não mora la

  • Responder Passivo discreto de Recif ID:41igm29o499

    Tenho vontade de fazer visitas aos presidiários, mamar suas picas e dar meu cuzinho pra eles fuderem

  • Responder Carlos ID:8d5ksplqr9

    Parei de ler no “Então Lek”

  • Responder pevteem ID:1dai0tev9c

    que merda

  • Responder Unicórnio arco-íris ID:mt9a6p7d3

    Ta chato isso cara. Volta para a vida presente. Passado se conta de um forma geral e não pontuando quadra passo. Ta chatíssimo.

  • Responder luiz ID:dlns5khrd

    Bicho eu sou fa de contos eroticos mais esse ja ruim demais essa sequecia so teve graça quando era o moleque e o pai, vc poderia fazer esse menino uma putinha mas esse namoro com Beto ja passou dos limites, viado nao fica so com um macho nao ou vc cloca o moleque para dar para varios ou eu mesmo nao leio mais seis contos, nota zero para os tres ultimos contos, nao tem como pular essa parte nao?, leva o moleque para Luciano e os outros homens da oficana comerem ele

  • Responder Dudu ID:830xxpx6v3

    Essa sequência FOI MUITO BOA quando a história girava em torno do pai abusivo e do filho submisso.

  • Responder No Errado ID:40voza5bb0j

    Continua!

  • Responder Neymar ID:5h7ekdvz

    Nesse ponto da história e ele ainda não foi capado ? Wtf

  • Responder Maymay ID:8ciprj5pv1

    Poxa, Marcus
    Sei que esse capítulo é importante pra história, mas esse episódio foi difícil de ler. Faz um resumo do que ele passou na cadeia. Tem muita coisa pra contar ainda, essa ainda é a primeira noite dos dois viajando.

  • Responder Guga ID:7121w16w43

    Esse autor se perde muito nessas histórias sem sentido. Os dois últimos capítulos são dispensáveis, chatos, arrastados e cheios de coisa besta. Que chatice… Já me incomoda a falta de pontuação, tudo confuso