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Beto, contando sua história, usando e abusando de mim e eu adorando

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Passou uns minutos, ele levantou, foi pelado até umas árvores próximas, começou a arrancar muitos galhos, era forte meu Beto, arrancava os galhos como se tivesse colhendo uma flor, vou apanhar com os galhos pensei já com medo, ele veio, jogou os matos na beira do trilho e foi buscar outra leva, voltou, olhou pra mim, fica com medo não bebê me disse, vou te machucar não, vou é te amamentar olhando a vila lá embaixo.
Fez uma espécie de cama com os galhos no meio do trilho, foi no rio, se lavou na água fria, saiu, enxugou as jóias na toalha, se deitou sobre os matos de pernas escancaradas, com uma mão segurava um trilho, a outra me chamava com o indicador dizendo, vemmmmmmm.
Eu não podia falar nada, mas tava louco de vontade de sentir as bolas, a piroca, o gosto do meu Dono em minha boca mesmo, fui, deitei tb sobre o mato entre os pernão dele e fui fazendo o que era minha obrigação, oferecer prazeres ao meu Homem, ao meu Macho e meu Amor.
Comecei lambendo as solas dos pés, enxugando seus dedos com a língua, danado jã se contorcia de cara, fui pras canelas grossas sempre lambendo, beijando e subindo lentamente indo de encontro ao tesouro que meu homem tinha guardado entre suas coxas grossas e fortes, que minha boca já conhecia tão bem.
Nas coxas estacionei minha cabeça e sem pressa as fiquei lambendo, sentindo aquele gostinho maravilhoso das carnes do meu Beto, beijando, mordiscando, o xerinho bom das bolas que massageavam meu nariz me chamaram para engoli-las, mordisca-las, chupá-las, elas não aguentavam esperar mais, nem Beto que já puxava minha cabeça de encontro à elas, nem eu que quando nelas estava, me entregava todo à ele, sabia que quanto mais caprichasse ali, mas gostoso e forte seria meu prêmio, o leite quentinho, grosso do meu Macho do qual eu amava tanto a textura e o sabor.
Olhei pra ele, aquele sorriso de menino encravado naquela cara séria de homem brabo olhando pra mim, me endoidaram, pulei e abocanhei as duas juntas, feito lagartixa engolindo uma borboletinha distraída, ai mamãe ele gemeu, vou matar esse mlk hj, ai mamãe, lá embaixo vou matar na porrada, aí mamãe, ai mamãe, olha o que ele faz comigo, a cabeça dele ia lenta dum lado pro outro, os olhos olhavam pro seu bebê com gula, a piroca dura lá pra cima do umbigo pulsava forte, sabia que seria a próxima a receber aquela boca dedicada que hj não tinha pressa nenhuma, ia saborear ela toda lentamente pra ficar sentindo o sabor na boca o resto da tarde, feito um chiclete sabor Macho, meu amor ia gritar muito hj, ah se ia.
Brinquei com os bolões até não poder mais, escalava eles com a língua, com os beiços massageando o saco do meu Homem, fazia as bolas brincarem escorregando em minha língua, ele já não aguentava mais, me puxou pra danada agitada na fila do prazer, fiquei sem pressa nenhuma degustando aquela cabeça gostosa, rosada, lambendo, circulando minha boca nela, aí mamãe, ai mamãe, esse meu bebê me mata mamãe, ai mamãe, como é bom isso, ele sussurrava baixinho agora.
Fui descendo até o talo daquela gostosura, engasgava mas não parava, subia de novo, minha língua ficava feito redemoinho, girando na cabecinha, descia de novo línguando ela toda, ele respirava já ofegante, os olhos revirando, eu sentia o prazer dele e meu prêmio chegando, segurou firme minha cabeça com as duas mãos forçando ela pra baixo, os ai mamãe agora eram altos, fazendo eco nas águas do riacho e nas árvores da floresta, gozou todos os jatos gemendo e segurando minha cabeça na raiz da piroca, meu líquido aguardado e precioso pulava direto na minha garganta, sentia ele escorrendo pra baixo por ela, ele largou minha cabeça, ficou alisando meus cabelos, tava saciado meu Nego, eu tb estava, tinha cumprido meu dever com zelo e gosto e muito prazer tb.
Ficamos deitados naqueles galhos uns instantes, lá em cima o trenzinho vinha descendo, Seu Júlio com a sirene ligada no máximo anunciando pra vila que as delícias gostosas que ele trazia estavam chegando, minha delícia tava ali, do meu lado e dentro de mim, levantamos, nos vestimos rapidinho, Beto jogou os galhos no riacho transparente, desciamos felizes quando Júnior e seu pai passaram acenando para nós, acenamos de volta e descemos, Beto segurava no meu ombro apertando forte, vou te bater hj mlk, tá muito safado, vou te cobrir na porrada, tu vai ver, me disse rindo.
Chegamos na vila, entra, ajuda Dona Ermínia lá com o café minha cabritinha, o Bodão vai lá pegar nossas coisas no trenzinho, entrei, Dona Ermínia tava com pão recheado fresquinho no forno, logo chegou Beto e Seu Júlio trazendo as compras da casa e óbvio, cerveja do Beto, ali era lugar de trabalho, não havia bar nem mercearia, quando algo acabava numa casa, era no vizinho que iam pegar emprestado, mas era difícil acontecer isso, fins de semana muitos operários iam pra cidade e voltavam abarrotado de compras.
Seu Júlio não quis ficar pro café, tou esperando vcs lá mais tarde nos disse, deixo tua garapa pronta rapazinho, vão mesmo, Júnior tá esperando vc lá também.
Tomamos café, Beto olhou prá janela, teremos chuva parece hj lek, ae não tem fogueira, todo mundo pra cama cedo, vai tomar teu banho pra gente ir lá em Júlio, nada de esganaçao com a garapa hen, se tomar mais de dois copos, te rasgo na cinta na volta.
Ele tb tomou banho, pôs cerveja na geladeira, saímos lá pro Seu Júlio, ficamos lá até quase escurecer, voltamos, caia uma garoinha fininha, não dava nem pra molhar, entramos, fui ajudar Dona Ermínia com a janta, Beto ficou na sala com Seu Bráulio vendo tv, um som no volume máximo pra Seu Bráulio conseguir ouvir alguma coisa.
Beto entrou na cozinha pra pegar uma cerveja, eu tava batendo bife no martelinho pra temperar e fritar depois, ficou me olhando, que foi Nego perguntei, nada, olhando pro meu safado só, já tá até mais corado, bundinha mais gostosa ainda prã mim, fiquei vermelho como sempre, isso bebê, fica vermelhinho que te arrasto lá pro quarto antes da janta, tu sabe que teu Papai aqui não nega fogo, capricha ae e mete cebola nesses bifes, qq coisa berra mééééé que eu venho disse rindo.
Jantamos, tv tava com imagem ruim, é sempre assim quando fecha o tempo gritou Dona Ermínia, hj fico sem ver Rute e Raquel, eu tb gosto de assistir falei pra ela, principalmente quando ele mete os tapão na Raquel e ela voa longe, ela riu, ê muié safada né filho, Beto coçava a cabeça vendo nós dois conversar sem gritos, chegou perto de mim, cuidado bebê, olha que qq dia faço tu virar Raquel e te jogo longe tb falou rindo.
Os véinhos foram deitar, vamos pra cama tb lek, teu Beto tem história mais triste pra te contar, as de ontem foi só aperitivo, tempo tava meio friozinho, ele deitou de cueca e camiseta, eu coloquei samba canção só, põe camiseta lek pra não pegar friagem disse Ele, coloquei e deitamos, era nem nove hs aínda.
Ele meteu a boca em meu cangote, obrigado meu rapazinho, os bifão tavam muito bom, faz a beringela na Sexta tá, já aviso ao Júlio amanhã, tá bom Nego, faço sim respondi.
Ele continuou com a boca no cangote, enfiou uma mão por baixo da camiseta e ficou acariciando minha barriga, tá barrigudinho hj meu bebê falou, se engordar muito te troco pelo loirinho, fico com ele e te dou pra Claudionor e Aroeira se lambuzarem, eu ri mas preocupado, Seu Aroeira andava cheio de graça comigo, tava até cum medo da conversa dele na volta, mal sabia eu que lá em casa tava tudo trançado já entre ele e Luciano, deixa esse tal loirinho comigo respondi ao Beto, se um dia eu ver ele, faço um patê com pasta Zélio pra ele comer com torradinhas, ô Loko bebê, tu quer matar o rapaz disse ele rindo.
Me puxou pro peitão dele, então lek, eu tava lá preso, nem ae pra vida aqui fora, com família nem me preocupava, naquele fim de mundo, tv quase não existia, jornal era só pra embrulhar as carnes e outras coisas, nunca iam saber que eu tava vendo o sol nascer quadrado aqui em SP, eu achava que era assim, achei errado meu lekinho bom, era tudo tão diferente do que eu pensava, falou quase chorando já, eu sou um monstro bebê, se não sou, já fui, é a mesma coisa, tenho muito pecado pra pagar, muitos mesmo.
Lá na cadeia minha maldade aumentava cada vez mais e minha fama nas bocadas do mal lá fora, tb já tinha chegado, entrou no Carandiru, caiu nas mãos de Betão, é homem mais não diziam nas quebradas.
Eu continuava prosperando, tinha gente lá dentro e até família de preso que conseguiam reclamar com o Diretor do Betão Mercador, mas ele e os guardas percebiam que cela que tinha fêmea, o Dono e até os outros presos eram mais sossegados, arrumavam encrenca não, os carcereiros tinham sua parte tb no negócio, minha atividade tava praticamente legalizada ali dentro, numa semana eu aprontava três peças, até quatro pra venda, mudei a natureza até de homem casado lá fora, homem que tinha idade pra ser meu Pai, teve um de quase quarenta anos que oito duma cela compraram em conjunto, já pensou, ser descabaçado véio já por oito bandidos, na cadeia lek, que não falta é putão preso mas esses ae só mendigo lá dentro quer, eles vivem separados, nem água no bebedouro podem tomar, tudo deles é separado, mas ex macho que nunca chupou piroca, esses os caras quer, tão limpos se fala lá dentro.
Um dia meu colega na cela, conseguiu uma peça grande de carne seca pra nós, comida boa agora não faltava pra nós, dinheiro tinha pra tudo, às custas da desgraça dos outros, eu tava no chão dando um castigo num rapaz meio rebelde, alguns davam trabalho pra virar mulherzinha, o Gerente falou, ó tu aqui Beto, deixei o lixo lá, fui olhar, Notícias Populares o Jornal ou coisa assim, tava eu todo arrebentado numa foto grande, embaixo dizia, meu pai me ensinou a matar, fiquei revoltado, dentro um jornalista falava que tinha me entrevistado no Presídio, nunca vi essa raça na vida lek e pode acreditar no teu Beto bebê, nunca roubei uma casca de pão de ninguém, tb nunca matei ninguém, muito menos meu Pai tb matou, ah jornalista fdp, esse eu pensava, mataria sim.
Só quando sai da cadeia que soube quão conhecido eu tava lá fora, estuprador, ladrão, assassino, cúmplice do Luz Vermelha que nunca vi na vida, esse jornal de merda tinha destruído tudo que eu amava na vida lek, não me tinha sobrado nada.
A tal revolução chegou, comecaram a aparecer uns presos diferentes, uns caras estudados, viviam com livros, jornal nas mãos, os advogados deles não conversavam lá na sala certa não, entravam e conversavam no pátio no meio de nós.
Fazia tempo que eu pedia um advogado na administração, enrolavam, enrolavam e nunca aparecia nenhum.
Um dia tomei coragem, de mãos prá trás e cabeça baixa, era a postura exigida pelos carcereiros pra gente conversar com gente que não era lixo como nós, com licença disse ao advogado lá na roda com os presos estudados, fale cidadão, cidadão lek, quanto tempo não ouvia essa palavra, ali nós era só fdp, malaco, verme, imundo, lixo, nós até esquecia que era gente as vezes.
Expliquei minha situação à Ele, ô rapaz, pelo que vc tá falando, vc nem devia ter sido preso, assinou a confissão no escuro sem ler, não atuo nessa área não, mas vou te mandar um advogado jovem mas de futuro promissor, é italiano mas naturalizado brasileiro, Carleon o nome dele, agradeci e sai andando de costas, as duas mãos pra frente, era o código de postura dos homens lá dentro.
Passaram meses, nada desse advogado aparecer, já tinha aceitado meu destino, talvez morrer ali, ir pra ala dos indigentes no cemitério, nada demais, eu merecia isso.
O tempo foi passando, um dia Pedrão, era traficante dos grandes, dominava mesmo preso toda a área de Cotia e região, assaltava bancos tb, casa caiu, pegou doze anos, me chamou pruma conversa na cela dele, fui lá, cela do cara era um hotel, de tudo tinha, cama das boas, geladeira, fogão de verdade, tapete, até whisky me ofereceu.
Então Mercador, tou com um desafeto meu aqui, entrou faz pouco tempo, podia ter matado ele já, mas não, tenho coisa melhor pra ele, quero ele pra minha mulher, baton, vestidinho e tudo vai usar, Pedrão era um cabra grande, maior que teu pai e Assis lek, negão gordão mesmo.
E então perguntei, preço não me interessa, quero que tu prepare a mocinha pra mim disse ele, quem é perguntei, Douglas Matador respondeu, porra eu sabia quem era, um cara bem maior que eu, uns cem quilos ou mais, forte e macho, pra derrubar a fera, eu ia precisar de sorte, só força ele tinha tb, mas eu era doido, dez mil chutei, era dinheiro que dava pra ele comprar muitos escravos ali, nem pestanejou Pedrão, tá contratado me disse, as pregas eu vou estourar complementou.
Fiquei pensando, que o cabra fez pra ele eu não sei, mas coisa boa não foi, vingança dele ia ser das boas, cabrão macho daquele virar mulherzinha do Negão inimigo, se desse tudo certo, fdp ia preferir a morte.
Cabra é macho Pedrão, tou pegando essa tarefa pq sou doido e quero dinheiro, no braço vou ter dificuldade prá derrubar o danado, tu manda aqui, tem mais facilidades que eu, arruma uma garrafa de whisky prá mim e um sonífero desses de farmácia, é só pra derrubar, depois de imobilizado, resto eu garanto, do meu nó ninguém se solta, bixo é gigante mas grandão também sente dor, as vezes mais que um fraquinho, pagamento quero metade quando o safado já tiver no meu domínio, outra metade quando tu for buscar a mercadoria, vou te entregar a coisa bem avariada, de boa ele não vai se entregar não, mete bronca ele me respondeu, pode quebrar sem dó, aquilo ali vai ser mulherzinha minha só não, vai com o tempo ser estourado por todo o pavilhão.
Sai, fui direto pro pátio, Pedrão disse que mais tardar dois dias, sonífero tava na minha mão, ele tava lá no pátio, bicho devia ser comedor, moreno bem claro, quase branco, barbichinha no queixo, 1,90 por ae, uns 110 kilos ou mais, fina estampa tinha o cara, dez mil de pagamento, podia ser o macho que fosse, ia beber minha porra e muitas vezes, me acheguei na rodinha que ele tava, ia me enturmar, todo mundo ali sabia quem eu era, mas o danado com aquela massa toda, nunca ia nem pensar que poderia ser uma das minhas presas, foi fácil pegar ‘ amizade ‘, de cara já fui inventando umas histórias de desafeto morto por mim, bixo começou a soltar o verbo comigo, cara legal tu Douglas, disse à ele, vai pegar quantos anos tu acha, sei lá respondeu, menos de 18 não é, tou com 26, antes dos 44 sair, só fugindo mesmo, é foda né, penas muito altas falei, por dentro pensando, fdp tinha que pegar é cem anos, mas na mão de Pedrão e sua gangue, um dia pra ele ia ser como se fosse um ano, dia seguinte papeamos de novo, perguntei se curtia uns whiskão, porra, me amarro respondeu, blz falei, amanhã se tu quiser, nós toma uns lá no meu cafofo, blz respondeu ele.
Dia seguinte logo cedo, um pau mandado de Pedrão foi me levar o whisky e o sonífero, falei pro Gerentão, próxima mamada tua vai ser dada por Douglas Matador, tu tá doido respondeu, boto minha rola naquela boca nunca, cabra é macho, arranca nos dentes e engole depois.
Naquele dia não tinha banho de sol, ficávamos tudo de jaula aberta mas dentro dos corredores, porta externa ficava na tranca, dia seguinte segui pro pátio, danado tava lá, todo sorrisos com uma turma, encostei, whisky tá de pé falei, se quiser vamos lá, ô se quero respondeu, desde que entrei aqui, só tomei álcool com laranja, o copo de plastico com o sonífero dele, já tava lá esperando, era só virar o whiskão e esperar o danado fazer efeito.
Chegamos, enchi o copo dele, coloquei meia dose prá mim, sentei na borda do beliche, ele numa cadeira na minha frente e ficamos papeando, gerentão tinha corrido com medo, não tinha dito à ele nada do novo método de trabalho, em cadeia quanto menos se fala, melhor.
No segundo copo o danado começou a piscar esquisito, sonífero já tava agindo, ficou meio cabreiro, tentou ir embora, levantou, deu dois passos e se estatelou no chão, era minha hora de agir e rápido, meti corda nos pulsos pra trás, juntei os pés nos pulsos e finalizei o trampo, esse deixei vestido, no momento certo eu rasgava as roupas dele.
Arrastei pro colchonete no chão atrás do lençol, fdp era pesado até arrastando, amordacei não, queria ver a reação do macho quando acordasse, qualquer coisa quebrava os dentes dele com o porrete, ia comer a própria língua de dor o safado.
Puxei a cadeira pro lado, fiquei vigiando a presa, gerentão entrou, nem acreditou no que viu, porra, tu é doido mesmo cabra falou.
Duas hs depois safado abriu os olhos inda meio tonto, olhou pra nós, hora que levantar daqui mato os dois falou com ódio e fazendo força pra se livrar das amarras, rasguei a camiseta dele, bicho era só músculos igual eu, abre a boca verme, ae ele fechou mais, meti o porrete no peito dele com toda minha força, bixo quase desmaia, levantei pra dar outra no mesmo lugar, a presa eu já tinha colocado de lado no colchão, ele abriu a boca, meti os pedaços da camisa dentro da boca e passei a corda, grandão era meu agora, não tinha como escapar mais do destino, vá buscar Pedrão pedi ao gerente, bixo quando ouviu a palavra Pedrão se debateu feito doido no chão, os olhos queriam falar o que a boca não podia, achou que ia virar presunto.
Pedrão veio, já me pagou o devido, meteu o pezão na cabeça do verme, minha mulherzinha falou, nossa noite de núpcias tá chegando, virgenzinha, vai usar calcinha branca, foi falando com ele e alisando a piroca, danado já tava no desespero pedindo pra morte vir buscá-lo antes.
Quantos dias Mercador, pra mim vir buscar minha mulher me perguntou, amanhã te falo Pedrão, vou ver o comportamento dele hj depois que quebrar o braço dele e meter isqueiro no saco, de manhã já sei se o cabra é macho mesmo, no chão o verme olhava pra mim já aterrorizado, sabia minha fama, já mostrava o medo nos olhos.
Pedrão saiu, rasguei a roupa toda do lixo, agora tava nu de tudo, era homão o danado, era, quando saísse das minhas mãos com braço quebrado e saco queimado, já ia tar uma mocinha obediente e comportada indo de encontro ao Negão dela.
Gerente foi cuidar da comida, peguei o isqueiro e comecei a mostrar quem mandava, os olhos dele querendo falar pedindo misericórdia, depois que fritar teus grãos deixo tu falar mocinha falei à ele, por enquanto bokinha fechada, Betão gosta de trabalhar no silêncio.
Passei o isqueiro em volta das bolas, o xero de pentelho queimado empestiava o ar, os olhos pedindo clemência, coisa que naqueles dias eu não tinha, meti o isqueiro debaixo das bolas uns segundos, as lágrimas do danado saiam feito cascatas, olho dizia que ele já tava querendo negociar comigo, procurar uma alternativa pra parar de sofrer, eu só tinha uma a oferecer, virar fêmea e fêmea muito obediente, tava sendo muito bem pago prá isso.
Tirei a mordaça dele, porrete na minha mão, ele respirou aliviado por uns instantes, porra Betão, Pedrão não, vai me matar ele, Pedrão não, me vende pra outro cara, tu já tá pago por ele malaco, com o tempo tu cuida bem dele, capricha na mamada, na hora de levar piroca tb, ele pode até ficar mais bonzinho contigo, começou a soluçar, de machão aquilo só tinha o corpo, tava se entregando muito fácil pro meu gosto, amordacei de novo, deixei lá, mais tarde ia ajeitar o braço dele pra levar porrete e sentei pra almoçar.
Depois de descansar um pouco, fui dar uma analisada na presa, olhei bem, já tinha mudado bastante a fisionomia, mais conformado parecia, ajeitei firme a mordaça, pedi pro Gerentão segurar o braço esquerdo dele bem esticado, já tava mesmo mas queria que segurasse firme pra dar uma cassetada só e resolver o problema, meti o porrete acima do cotovelo e pronto, num lugar já tava quebrado, bixo suava em bicas mas não desmaiou não.
Depois de uma hora, sentei na cabeça dele e tirei a mordaça, então Macho que me diz agora perguntei, vou te matar fdp respondeu, fêmea mal educada lhe disse, vamos prá uma nova aula agora, puxei a cabeça dele pra fora do colchão, rosto agora no cimento, esquentei bem um garfo no fogareiro, apertei a goela dele até a língua sair pra fora e lhe disse, não tenta por a língua pra dentro após o que vou fazer agora feminha, senão vai rasgar ela toda, vai precisar muito dela pra agradar teu macho Pedrão, segurei a danada esticando no chão e cravei o garfo nela segurando firme, ele foi no inferno e ficou, o sangue escorria, ele relaxou o corpo e ficou imóvel embaixo de mim, dei uns minutos, tirei o garfo, vai me matar quando boneca perguntei, ele com muita dificuldade respondeu num tom quase inaudível, tou pronto, pode me entregar, guento mais sofrer não, com língua machucada e inchada mesmo fiz ele chupar à mim e o Gerente depois, tava resignado, entregue, no dia seguinte tava nas mãos do proprietário, o Matador não ia matar mais ninguém, o dinheiro dessa vez ganhei fácil.
Eu estremeci de pavor ao lado do Beto, ele me alisou, pega medo de mim não meu lek, isso é passado mas você tinha o direito de saber.
Ficou quieto uns minutos, dinheiro amaldiçoado vai todo embora, Deus dá valor a dinheiro honesto, suado, quase tudo que ganhei coloquei nas mãos de Cipó e sua mulher, era um ex preso que eu tinha certeza ser de confiança, quando sai do Presídio no ano seguinte, ele e a mulher tinham virado pó, sumiram com todo meu dinheiro, me disseram que tinham voltado pro Piauí.
Pois é lek, minha maldade não me serviu prá nada, um dia apareceu uma Sra gorda lá pra me visitar, não conhecia, no local de visitas ela me disse que o filho, um rapaz bonito, tinha acabado de chegar ali pra cumprir pena, disse o nome, eu não tinha a menor idéia de quem fosse, perguntou quanto eu queria pra deixar ele no sossego, Muié chegou do nada, falei o preço mesmo sem saber quem era.
Ela se agachou num canto, abriu as pernas e tirou um canudão de dentro da vagina, olha meu filho me falou, seu dinheiro está aqui, use prá drogas ou prá que vc quiser, sou kardecista, eu nem sabia o que era isso bebê, ela continuou, vc é um menino, deve ter mãe em algum lugar, não tou lhe jogando praga não filho, se vc tá fazendo isso e eu passando por isso, nosso Senhor lá em cima tem os seus motivos, eu só peço à Ele que sua mãe nunca passe um tikinho da vergonha que eu tou passando agora, de ter que tirar de dentro do lugar mais sagrado duma mulher na frente de um menino que podia ser meu filho, dinheiro pra salvar um ser que eu gerei e cuidei com muito amor, saia daqui um dia rapaz e seja um homem honesto e feliz, é o mesmo que desejo pro meu filho, se virou pra sair, da porta me disse, adeus moço, em minhas orações estarei sempre pedindo luz pra vc, ela foi embora lek, eu fiquei ali paralisado, de repente uma estranha tinha tirado lá do meu fundo,o pouco de humano que ainda me restava, tinha um garotão amarrado lá na cela me aguardando, entrei, soltei ele, vá embora rapaz lhe disse, ele colocou a roupa e saiu dali como se não acreditasse no que tinha ouvido, foi a primeira noite naquele inferno que eu passei toda chorando mas com uma paz na alma que eu nem lembrava que existia mais, aquela Sra não salvou os outros que iriam penar em minha mão, ela salvou à mim da destruíção completa que me aguardava, tem gente boa aínda no mundo meu Lek, graças à Deus tem muitas ainda, depois desse dia, pastei muito, sofri frio e fome mas jurei que nunca mais ia fazer mal prá ninguém nesta vida, devo isso à Deus e à Ela.
Depois de muito tempo o tal advogado Carleon apareceu, era um rapaz novo ainda, lhe contei tudo e ele disse o mesmo que o outro advogado, que eu nem deveria ter sido preso, que ia me levar pra liberdade sim.
Conseguiu mas demorou lek, só no ano seguinte sai, depois de ter pegado uma tísica que quase me matou ali, lá fora olhei prá trás, ergui o punho, morro de fome gritei, mas nunca mais volto prum inferno desses.
Sai andando, ficava até tonto com o movimento de tantos carros, doido prá ver a festa que a família ia fazer quando eu chegasse, depois de quatro anos, arrumei um quarto de pensão ali perto mesmo na Vila Guilherme, só pretendia ficar um ou dois dias, entrei no quarto, tomei um banho morno depois de tanto tempo, me joguei na cama, durmi até de noite, levantei e fui procurar um lugar pruma janta decente, dia seguinte ia logo cedinho no tal São Miguel Paulista na casa de Cipó, buscar minha dinheirama que tava com ele, depois comprar uns panos pra mim e minha família, comprar minha passagem e me mandar pra minha Mossoró, que saudades daquele povo, de vender meus melões e abacaxis na estrada.
Quatro hs da manhã tava de pé, me informei com a dona da pensão como chegar nesse São Miguel, era um trem e dois ônibus pra chegar lá, parei numa padaria pra tomar café, via os rapazes conversando, festa tava uma brasa móra, garotas papo firme de monte, enquanto eu tava preso a Jovem Guarda nascia mudando hábitos e costumes do povo..
Cheguei nesse tal São Miguel, era só mato, poucas casas e muitos bares, andei, andei até chegar na rua dele, vizinha me disse que tinham ido de volta pro Piauí, ela nem sabia a cidade, minha cabeça tava diferente lek, nem liguei pro meu dinheiro roubado, queria é minha família, minhas comidas lá de casa, tirar leite das vacas, uma vida de verdade, tinha um pouco de dinheiro comigo, dava prá comprar passagem, presentes e chegar sossegado lá no meu RN.
Saí de SP numa quarta às cinco da manhã, cheguei lá domingo cedinho, cidade continuava quase igual a quando eu saí, desci do ônibus no bar de Ismael que fazia as vezes de rodoviária também, ele tava abrindo o bar, entrei, ô Ismael véio, como está perguntei, nem me olhou nem me respondeu, será que arrumo algum carro pra me levar até em casa perguntei, tb não me respondeu, lá fora, os poucos carros que tinham vindo pra feira, todos me responderam que não podiam me levar não, um povo do outro lado da rua tavam olhando e apontando pra mim, pensei, quer saber, vou é a pé, não sou aleijado, piquei mula pra casa, tava passando em frente duma casa já saindo da cidade, na varanda tava uma folha de jornal como que plastificada na parede com minha foto de quando fui preso, eu todo arrebentado, embaixo da foto os dizeres, nasci pro crime, e eu pensando que ninguém ali nunca ia saber dessa parte da minha vida, segui andando, quando entrei na estrada rural que me levaria em casa, começou a passar por mim gente de carro, lambreta, bicicleta, caminhão, eu sabia que aquele povo, muitos que eram meus amigos no passado estavam indo pra minha casa, não iam perder por nada, a chegada do filho amaldiçoado ao seu antigo lar, eu seguia em frente, não cheguei até ali prá dar meia volta já quase na porta de casa.
Quando cheguei no trevo onde virando à esquerda, já se via a minha casa lá ao fundo, uns cem metros após a porteira, tinha os veículos e um monte de gente, até crianças parados lá, não sabia o que me esperava mas segui em frente, na porteira, já do lado de fora tavam os homens da família, meu Pai mesmo ao longe se via o quanto estava debilitado, meus três irmãos mais dois primos e Afrânio sobrinho, o da transportadora que tu viu, Afrânio Pai, meu irmão preferido não tava junto, todos com porrete, cabos de enxada nas mãos, as porretadas que dei nos infelizes no presídio eu ia sentir agora a dor, meu pai gritava à eles, não deixem o peste vivo, não errem uma paulada.
Cheguei bem perto deles, o ódio estampado nos rostos, ajoelhei no chão de terra, só tive tempo de falar, perdão e as pauladas começaram, abaixei o rosto pra me proteger e fiquei parado sentindo as dores que vinham em cascata das pancadas, uma após a outra, minha hora tinha chegado pensei, ali onde eu menos esperava, Satanás viria me buscar pra prestar conta dos meus atos, sentia meu sangue quente escorrendo pelo rosto, só conseguia falar perdão, mais nada.
Nossa Beto, interrompi, pq não correu nem reagiu, eu já era temente à Deus bebê, não ia levantar a mão pro meu pai nem minha família, sabia que tava colhendo o que plantei e fugir meu lek, teu Beto sabe que é isso não, se nós erra, temos que encarar o que vir e pagar por nossos erros.
Eu já tava entregue no chão, só aguardando o descanso da morte chegar, ouvi uns berros muito altos de alguém chegando, matar ficou pra Deus meus irmãos, por nosso Senhor, parem, deixem o rapaz viver, matar ficou pra Deus.
As pancadas cessaram, levantei um pouco o rosto do chão, eles tavam de costas indo de volta em direção à casa, fiquei ali sem forças olhando, sabia que nunca mais poderia entrar ali nesta vida meu lek bom, foi o castigo que Deus me reservou, a sina, esta cruz de chumbo que carrego, que só não me pesa quando tou contigo em nossa casa, lá ela some, graças à Deus.
O homem que me socorreu era um pastor novo na cidade, não conhecia não, volte pronde veio meu irmão, se regenere, os ladrões foram perdoados na hora derradeira, vc tb vai ser disse, e foi embora, levantei cambaleando, o sacolão que levava cheio de presentes joguei pra trás da porteira e fui, todo ensanguentado, embora.
Passei pelo povo de cabeça baixa e segui o caminho da cidade, eles vinham me acompanhando devagar, ae Betão, diz pra nós, o crime compensa?, Abre o jogo, quantos tu matou lá em SP? Cada um gritava uma coisa, eu seguia andando devagar, eles do lado na estrada, vinham tirando sarro, gargalhando, mundo é podre bebê.
Na estrada tinha a casa de Seu Januário, de longe vi ele de pé em frente, uma sede eu estava, mais um pra me amaldiçoar pensei, quando passei defronte à ele de cabeça baixa, ouvi, entre Beto, sente um pouco e tome uma água, pra pegar fôlego pra chegar na cidade, no alpendre tinha uma cadeira, sentei, ele trouxe uma cabaça com água, tomei ela quase toda.
Pra onde vc vai me perguntou, vou voltar lá prá onde estava, fora aqui, é o único lugar do mundo que conheço respondi, boa sorte lá Beto, não odeie nunca sua família, comeram o pão que Satanás amassou, podiam ter te perdoado tudo mas a morte de Afrânio e Adalberto em cadeira de aleijado foi muito pra teu pai, num guentou o golpe não, Afrânio tá morto então perguntei, sim respondeu ele, o jornal lá de SP veio aqui entrevistar o povo num dia, amanhecendo o dia seguinte, o leiteiro tava pondo as garrafas nas portas das casas, foi o primeiro que viu Afrânio pendurado lá na seringueira da praça com um palmo de língua pra fora, era muita vergonha pra ele o povo apontando o dedo à ele por onde passava, preferiu ir embora.
Eu já tava destruído, fiquei mais ainda bebê, agradeci pela água e fui embora, agora tu sabe pq prá meu sobrinho, eu e Satanás somos a mesma coisa.
Nossa Beto, que coisa triste falei alisando ele, ele pôs a mão no meu rosto, tem paciência comigo meu lekinho, esse monstro aqui já passou muita coisa ruim nesta vida, as vezes a gente desconta as coisas em quem a gente gosta mais, mas esta mão aqui no teu rostinho que já te bateu, fdp que encostar um dedo na minha criança, se fode nela bebê, se arrepende do dia em que veio ao mundo.
E ele continuava contando, cheguei na cidade, fiquei isolado lá num banco da praça, não limpei sangue do rosto nem falei com ninguém, fiquei esperando o ônibus da tardinha que ia prá Natal, de lá eu comprava passagem de volta aqui prã São Paulo.
Só tinha passagem pro dia seguinte, comprei, ainda tinha uns trocados no bolso que dava pruma pensão barata, era que mais tinha ali, entrei na pensão e no espelho do banheiro fui ver os estragos, eu peladão, onde olhava via os roxos das pauladas, rosto graças à Deus tinha sangue mas era das pancadas na cabeça, fiquei bem uma hora ou mais na água morna do chuveiro pra sair a imundície do corpo, doía tudo, cabeça ardia prá caraio mas depois fiquei melhor, olhei pra cama e me joguei nela, tinha que acordar cedo, deixei a cortina aberta, lá 5 da manhã é como se fosse 9 aqui, sol chega cedo praquelas bandas.
Cedinho levante, tomei café num bar fulero lá, as 7 hs tava dentro do ônibus, mais quatro ou cinco dias de estrada ruim prá chegar aqui.
Cheguei numa Sexta feira, quatro dias na estrada, minhas costas ardiam, ir pra onde pensava eu, vinte anos, cara de 25 ou mais, essas rugas que tu gosta de alisar tanto já nos olhos, cabeça de 35, coração de cem já, voltar pra cá resolvi, era único lugar do mundo que eu conhecia fora minha Mossoró, peguei o trem e dinheiro já era, só sobrou uns níqueis no bolso, ia chegar aqui do mesmo jeito de quatro anos antes, única diferença era que tinha roupas, mochila minha nunca mais fdp nenhum levava não.
Desci no Valongo, era hora de almoço já, dinheiro pra isso eu não tinha, sai andando, olhei lá pra cima, vi a capela da padroeira, nunca tinha ido lá, subi aquele monte de escadas, fiquei um pouco olhando a cidade, o cais lá de cima, ô Nossa Sra do Monte, me guie pra mim arrumar um emprego, um canto, que minha vida seja diferente desta vez falava à ela e aos ventos, entrei na capela, não tinha ninguém, me ajoelhei lá na frente e repetia em silêncio e chorando a mesma coisa, ô minha Santinha, me mate de fome mas não deixe eu destruir a vida de mais ninguém, só voltei pra esse mundo ao escurecer quando uma Sra jovem ainda encostou a mão no meu ombro dizendo, moço, tenho que fechar a igreja, levantei meio tonto, mas vc rezou hen moço ela me disse, muito pecado Dona carrego, podia rezar mil anos e não ia pagar eles todos, não tem pecado que Deus não perdoe Rapaz disse Ela, tomara Dona respondi.
Desci a via sacra toda, bem ali na rua que te conheci, onde trabalho até hj, olhei prum lado, pro outro, vou dormir aonde pensei, lá pro lado da mãe, nem pensar, o boy do tráfico, o assassino, o fazedor de anjos, o comparsa do Luz Vermelha, tanta coisa que aquele jornal maldito inventou sobre mim, era pisar lá e ser linchado feito Judas, fui andando pra praia, quatro anos depois eu estava no mesmo lugar daqueles dias, do mesmo jeito, sem lugar prá dormir e sem dinheiro nem prum prato de arroz.
Voltei a dormir nas soleiras em cima de jornal e papelão bebê, fui vendendo tênis, sapato, roupa a preço de banana, só pra comer uns pão com banha, acabou tudo, lá tava eu com a roupa do corpo de novo, muitas vezes olhava praqueles chapéu de sol na praia lek e pensava, tão fácil, só arrumar um pedaço de corda e pronto, vou fazer companhia pro irmão Afrânio que matei, vc não matou ele Beto eu interrompi falando, matei sim bebê, não fosse minha maldade, ele tava vivo até hj me respondeu.
E assim foi passando o tempo bebê, emprego só arrumava as três, quatro da manhã, ia pras feiras ajudar a montar barraca, carregar as mercadorias, me davam frutas, uns trocados, os dias eram tudo igual, andar, andar intè cansaço bater pra dormir nas calçadas, era um inferno que nunca acabava, verão era muriçoca que não deixava dormir, no frio era o chão gelado, muitas noites deixava de comer prá tomar pinga, danada esquentava a gente, dava pra dormir um pouco, eu era um lixo humano de novo.
Foi nessa época que conheci Alberto, pensa num mlk assustado bebê, danado tinha medo até da sombra, orfanato, educandário a vida inteira, de repente se vê jogado nas ruas, preto ainda, foi bom ter conhecido ele, mesmo fudido eu tinha alguém que precisava de mim, virei pai, ele me fez mais bem, do que eu pra ele.
Ele alisou minha barriga por dentro da camiseta, já pensou se fosse tu no lugar do Alberto bebê, eu ia tar morando feliz nas ruas inté hj disse rindo, vai que eu gostasse falei brincando, vira a boca prá lá meu lekinho, tu devia tar com cinco, seis anos nesse tempo, tá cansado dorme, depois eu vou contando aos poucos minha desgraça toda, não eu disse, tou é curioso.
Pois é, Alberto tinha ofício de carpinteiro que ensinaram no Educandário à ele, arrumei serviço pra ele numa carpintaria lá na Pedro Lessa, ganhava pouco mas o patrão deixava ele dormir lá dentro em cima das madeiras, eu continuava nas ruas, quando a fome apertava eu ia lá pra ele pagar uma bóia pra mim, matou minha fome muitas vezes aquele preto safado, por isso mando tu encher sacolas de comida pra eles quando vão embora sabe.
Um dia de noite lá na praia, eu tava andando num desespero danado, só pensava em coisa ruim, me afogar, veneno de rato essas coisas, de longe eu vi aquele povo de branco acendendo velas praquela Santa que na minha terra nem existia e aqui o povo tinha tanta fé, eu tb tinha aprendido a crer nessa nossa Mãe Iemanjá amada, cheguei perto deles, tavam passando pipoca num homem magro, tão magro que de lado parece que sumia, ajoelhei na areia há uns dez metros deles, pus a testa no chão e comecei a rezar, pedindo que a grande Mãe me abrisse os caminhos.
De repente senti uma mão no ombro e alguém falando, isso filho reze, não há nada neste mundo pedido com fé que Mãe Iemanjá não atenda.
Fazia tanto tempo que gente não encostava a mão em mim lek que me deu soluçeira de tanto que chorei, eu tou tão cansado desta vida Sr, tou tão cansado falei, nem sabia quem era que falava comigo.
Levantei do chão, o Homem era o magrelo que tavam esfregando pipoca nenê, é rapaz me falou, eu aqui pra morrer pedindo saúde e vc, cheio de saúde, pedindo pra morrer, faça isso não rapaz, a vida é um presente, vc mora aonde, na rua Sr respondi, e sua família, tão no RN respondi, que vc sabe fazer de trabalho rapaz continuou a perguntar, respondi que infelizmente eu só entendia de plantação, manejo de gado essas coisas, mas tava disposto à qualquer trabalho, lavar banheiros etc, eu queria sair das ruas.
Ele mandou eu ir na oficina de refrigeração dele no dia seguinte de manhã, dia clareou eu já tava lá esperando a chegada dele, Seu Jurandir o nome dele bebê, um santo, tudo que sei da minha profissão, aprendi com ele
Deixou eu dormir numa caminha que tinha lá, comida a única filha dele levava todo dia no almoço, cada dia um prato melhor, coitado dava duas garfadas sô, resto era tudo meu, o câncer estava devorando os pulmões dele, mesmo assim ele fumava ainda.
Depois de três meses ele começou a piorar, a família o internou e venderam a oficina prum Sr alemão, ele tinha filhos, ia trabalhar com eles, precisava de mim não, dinheiro que eu tinha não dava prum mês de pensão, voltei pras ruas, pras feiras, tava com quase 22 anos, não via mais esperança pra mim não.
Num dia de domingo na feira da Glicério, tava zanzando esperando a hora de desmontarem as barracas, um rapaz me reconheceu, vc não é Oliveira, que trabalhava com o falecido Seu Jurandir, que Deus o tenha, um santo homem, não sabia que tinha falecido não, respondi, sou eu mesmo, mas rapaz, pq vc tá nessa situação disse ele, já bati em tudo que é lugar prá arrumar serviço respondi, mas sem residência fixa ninguém quer.
Você já foi na maior oficina de refrigeração da cidade, a do Seu Manoel, lá no centro, não conheço respondi, ele me disse onde era, pois vá lá falou, véio é casca grossa, gênio forte, mas se for com tua cara, te deixa entrar na casa dele e até sentar na mesa pra almoçar com ele, vc não vai ser o primeiro que ele tira das ruas não, vá lá, vou amanhã cedo respondi, obrigado.
E foi assim meu lek, que cheguei lá em Seu Manoel, fudido, sem dinheiro pra comprar um pão no bolso, e deu certo né Nego eu disse, deu bebê, que aquele teu avô viu em mim não sei, mas no dia que pisei lá, já comecei a trabalhar, ele parecia tar aliviado de ter desabafado as coisas comigo, pôs minha mão lá e só disse isso, quero tu de novo lek, mesmo tu sofrendo, quero.
Só abaixou minha samba canção e a cueca dele, nós dois de camiseta, me levantou meio de joelhos na cama, entrou com a danada no que já tava estourado por ele mesmo, entrou num golpe só, a dor me rasgava, meio que gritei, ele não deu trela, naquela hora ele sabia que eu era sua propriedade, que mesmo com dor eu ia saciá-lo, conhecia sua fêmea, socou sem dó, atrás de mim ele dava ré no corpo até a piroca quase sair e socava forte de novo, eu com a cabeça apoiada no colchão, uma mão ele deixava alisando meu rosto, o outro braço ele enlaçava minha cintura com tanta força que minha pelvis doía, tava definitivamente mostrando pra seu lekinho quem mandava, me parecia que o Mercador tinha ressuscitado, a presa agora era eu e não pra venda, graças à Deus era pra consumo próprio, exclusivo dele, contar pra ele de mim e de Luciano agora pra mim era passado, era um segredo que eu teria que guardar pra sempre, eu sentia não só a força física dele me dominando por inteiro, sentia a força da mente tb, meu Doce Beto era um guerreiro, daqueles homens escolhidos que entram em guerra pra vencer, eu não aguentaria um soco sequer daquele Macho em fúria, só um e eu estaria no cemitério, ele continuava socando, eu gemia com o rosto no colchão, ele sabia que eu tava com dor e não parava um segundo, eu me abria inteiro pra ele, aquele belo Macho meu merecia, tinha enfrentado Inúmeras batalhas pra chegar ali, merecia o prazer dos Deuses e sua feminha tava ali prá cumprir suas obrigações com seu Dono, quantas vezes por dia ele quisesse, meu único limite era o prazer dele, fizesse o que fizesse, esse prazer tava garantido.
Ele já tinha se lambuzado comigo de dia, sabia segurar seu prazer, só me restava ficar ali, aberto pra ele até o prazer do meu Nego chegar, podia pedir pra ele parar, mais não quis, ele sabia bem o que tava se passando comigo, pelos gemidos e sussurros dele, sabia que estava adorando, que ia me agradecer depois, deixei ele dar ré e entrar de novo enquanto ele quis, beijava a mão dele em meu rosto, me escancarava todo pra ele, queria nota um milhão desta vez, apesar do tempo fresquinho, nossos suores se misturavam, a camiseta dele e a minha empapadas, aí Beto meu doce Beto eu dizia, ah meu lekinho, minha fêmea gostosa saia da boca dele, quando jã tava exausto e eu também, ele desabou enquanto sua delícia jorrava quente dentro do seu mlk dedicado que agora remexia o bumbum pra ele saber que o filhinho tava feliz em agradar seu Papai, sempre estaria.
Ficou deitado agora do meu lado, respirando ofegante pela boca, ah meu safadinho, sabia que tava doendo mas tb sabia que tu ia deixar teu Papai se lambuzar e se fartar, ah meu mlk corajoso do Papai, se continuar assim, Domingo eu volto sem barriguinha nenhuma pra casa, te adoro safado, com essa carinha de bebê que guenta o Pai, que segura o rojão, que faz tudo pra ver ele Feliz me disse ofegante.
Passou um tempo, bora tomar banho nós dois lek, depois troca esse lençol, tamos tudo ensopado me disse.
Entramos no banho, pegou o chuveirinho e ficou me molhando feito duas crianças, depois me beijou longamente debaixo do chuveiro, tá muito safado bebê, safado e gostoso, vou te cobrir de porrada qualquer hora, pra tu continuar assim, me falou com aquele sorriso que me deixava zonzo.
Voltamos pra cama, colocou minha cabeça no peito, achei que íamos dormir mas ele voltou a falar.
Então meu safado, dia seguinte cedinho eu tava na porta da oficina, primeiro a chegar foi Seu Manoel, ele abriu a fechadura, levantei a porta pra ele, quem é vc me perguntou, alguém que gosta e precisa muito trabalhar eu respondi, ah rapaz, já tou cheio de incompetentes aqui, que de diferente vc tem pra achar que merece que eu te contrate, não sei Sr, respondi, só posso lhe dizer que tou na penúria total, sem casa, sem comer nada desde ontem no almoço, mas vontade de trabalhar não me falta, tenho horário pra entrar e sair não, me dê uma chance, não precisa me pagar nada de início, basta uma refeição, eu mostro pro Sr que sei fazer muita coisa nesse seu ramo, bem rapaz, segunda feira, tenho muita coisa pra resolver quando chego, se quiser esperar pra conversar comigo, sente ali naquela cadeira, já aviso que vai demorar, eu aguardo Sr, eu preciso trabalhar, eu aguardo, respondi.
Fiquei sentado lá rezando prá eu ter sorte dele me contratar, ele foi lá pro fundo, depois o primeiro que chegou foi Cláudio, o gerente que alugou a casa lá pro teu véio, deu bom dia e foi fazer café, depois chegou Cunha, foi pros afazeres dele, uma meia hora depois chegou Claudionor e Aroeira com um saco de pão e mortadela, foram lá pra onde tava o café e ficaram comendo, ninguém me ofereceu, fiquei lá quieto.
Passava o tempo, nada de Seu Manoel me chamar ou vir conversar comigo, já tava cansado de tar sentado, levantei, tavam lá os três se batendo pra consertar um balcão frigorífico velho, fiquei olhando sem dizer nada.
Chegou hora de almoço, eu morto de fome, veio uma mulher de bicicleta com três marmitas pra eles, Seu Manoel nada, eu já tava desistindo e ir embora, Aroeira perguntou se eu tava servido, não, obrigado falei.
Depois Cunha perguntou tb, respondi a mesma coisa, ele riu, ah rapaz, quem é que tá na pior e uma hora dessa não tá com fome, come a minha, eu me viro na pastelaria depois, Cunha me ganhou na mesma hora, me atraquei na marmita, só não comi o alumínio pq era duro, eita diaxo que uma alma se salvou hj, falou Aroeira, que fome é essa garoto, não comia desde ontem no almoço, respondi sem jeito.
Seu Manoel enfim apareceu, tava saindo pra almoçar na casa dele, eita, tu tá aqui ainda rapaz me disse, Sr me mandou esperar, fiquei aguardando, vc tem experiência no ramo me perguntou, trabalhei só três meses nisso mas aprendi muita coisa Sr, onde trabalhou, em uma oficina pequena no Canal 1 respondi, do Seu Jurandir, ah, conheci o falecido disse ele, respeitado no ramo, mas no momento rapaz, já tou com esses três aqui, não preciso de mais ninguém, dinheiro meu dá em árvore não, agradeci pela atenção e falei ao Cunha, obrigado pelo almoço viu, ó, esse balcão ae que vcs tão mexendo, pode ter certeza que é gaz vazando, Seu Manoel caiu na gargalhada, ê rapaz, já vi que tu não conhece nada de refrigeração, já botaram gás ae que dava para encher dez geladeiras e nada disse ele, é que tá vazando por baixo, difícil perceber mesmo falei, tchau pra vcs, e fui embora.
Tava quase lá no túnel, veio Claudionor atrás de mim gritando, ei rapaz, Seu Manoel pediu pra vc voltar lá na oficina, capaz de te contratar.
Voltei com ele, tinha nada a perder mesmo, chegando lá Seu Manoel falou, desculpe pela minha risada rapaz, mas vc tava certo, apontou pruma geladeira, tão se batendo nela tb há uns dias já, ache o defeito e tá contratado, coloquei ela na tomada, nada de funcionar, é o motor acho falei, já foi colocado três motor aí e nada, então só pode ser o relê, trocaram motor mas o relê não, ele foi lá dentro, voltou com um relê na mão, pois troque então me disse, troquei, pus na tomada, danada ligou, respirei aliviado, ela liga rapaz, só que não gela disse ele, vou atrasar meu almoço, sente ae uns vinte minutos, se gelar te dou o emprego.
Fiquei lá parado, de repente Cunha gritou, gelando Seu Manoel, pode contratar o moço, fiquei numa felicidade danada lek, será que agora volto a ser gente de novo pensava.
Só ae que perguntou meu nome, Claudio ele gritou, ele veio, acerte as coisas com esse rapaz, é nosso técnico senior agora, nunca tinha ouvido essa palavra, perguntei o que era, técnico encarregado vc respondeu Cláudio, toda peça que entrar passa primeiro na sua mão, pra orçamento e tals, pode começar agora já falou Seu Manoel, que vergonha pra vcs três disse aos outros, dias se batendo, o rapaz chega e em minutos faz o diagnóstico e conserta, saiu pra almoçar.
Pois é lek, minha sina de rua tinha acabado, ganhei um bom emprego e seis anos depois um mlk teimoso que ainda vai levar muita porrada minha completou rindo.
Poxa Beto, que legal, legal é tu safado, me disse, agora desses anos prá cá, até te conhecer, falo nada não, foi só baile e putaria, ciumento como tu é, melhor saber de nada mesmoooooo.
Jogou o pernão em mim, dormi rindo, eu que sou o ciumento, ah Beto, meu doce e safado Beto

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7 Comentários

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  • Responder Fael boquinha de veludo ID:1daic2ct0i

    Cara este vc pegou pesado feio me forçou a chorar não foi por baixo não espero que o betão esteja com com você eu espero que estejam felizes

  • Responder Francisco ID:g3jga5oij

    Como sempre show!!! Não esqueça que o Luciano tbm tem de contar a vida dele. Muito bom continue assim . Parabéns!!!!

    • Marcus ID:19p2lvrzj

      A história de Luciano já foi contada aqui. Abraços Querido. Boa noite.

  • Responder pevteem ID:1dai0tev9c

    resumo e uma merda

  • Responder Sla ID:2ql0ptfzj

    Amando a história, ainda tenho esperança que o Lek não vai dar pro aroeira e nem pro Luciano dnv

  • Responder Tio Nando ID:8d5qf7zb0d

    Essa istoria chata tá rendendo