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Os Viadões

742 palavras | 3 |4.74
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Mais um dia capinando quintal alheio em troca de 500 Réis, às vezes 400, outras 300. Escola? Que é isso? Enxada, um quilômetro para buscar água… e homofobia.

No interior era assim. Andou um pouco “estranho”:

  — ihhh! Viado!

Eu era trabalhador como meus três irmãos e quatro irmãs. Mas eu também era “desviado”. Tinha um primo branco como eu, um pouco mais baixo, olhos verdes. Mamei muito aquela rola branca de tom creme. Segundo ele, quando transava com as garotas próximas da sua casa, a gala estava quase extinta, pois eu roubava quase tudo. Mas não é sobre ele que quero narrar.

Meu pai era um homem típico. Tinha vezes que passava dois dias sem tomar banho para dar prioridade aos filhos. Sofria em silêncio, uma vez o flagrei chorando, mas não fui consolá-lo. Começaram os boatos de que eu era gay. Tia contou para fulana que contou para cicrana e assim foi indo. Me viram andando com um conhecido e tiraram conclusões precipitadas. Meu pai soube.

  — Zélio, teu pai tá desconfiado.

  — ai mãe, o que eu faço agora?!

  — diz pra ele que tu é homi! A não ser que tu…

Minha mãe sacou. Rato na ratoeira, a solução era esperar ele me espancar com o que estivesse mais próximo, era assim quando baitola era descoberto, por que seria diferente comigo, mesmo meu pai sendo mais calminho que a maioria?

  — Zélio, vem cá!

Eu estava no quintal, refletindo. Localizei sua voz ao porão. Uma lamparina acesa iluminava uma maca velha cuja existência eu nem lembrava mais. De costas para mim, em um banco de madeira, disse com uma impressionante paciência:

  — deita aí.

Apreensivo, deitei na maca. Ele se levantou, virou-se e vi duas cordas que chegavam ao chão. Levantei-me assustado.

  — o que o senhor vai fazer?

  — por que tu não espera pra ver?

  — pai, eu já tentei mudar, mas não consegui. É melhor me expulsar de casa de uma vez, porque me batendo, chegaria uma hora que me mataria, pois eu nunca vou virar homem.

  — deixa eu te amarrar e tu vai ver o que eu vou fazer.

Com os olhos lacrimejantes, observei melhor o local, incluindo ele. Um homem de uma cor marrom café, corpo malhado por causa de tanto esforço, mesma altura que a minha. Não estava com uma aparência assustadora. Cedi e deitei, com menos medo. Ele amarrou minhas mãos na maca, no mesmo ritmo lento com o qual faz a maioria de suas atividades. Trancou a porta.

  — filho, eu nunca imaginei que… — interrompeu, limpando a garganta.

Sem raiva e com hesitação, tocou no meu ombro.

  — por que tem que ser assim. Eu não te criei pra isso. Meu pai não me criou pra isso.

“Por que ele tá falando sobre o vô”. Durante meus pensamentos, tocou meu peito.

  — a gente é criado pra ser macho. Ser macho — destacou as duas últimas palavras.

Exprimia como se reclamasse da pobreza ou da fome, não da minha homossexualidade. Com a mão rígida, desceu até minha barriga. Depois, quase à minha virilha.

  — pai, não tô entendendo.

  — tu recebeu essa maldição de mim.

Abriu minha braguilha e acariciou.

  — pai! — enfatizei com baixa intensidade, sentindo o toque grosso dos calos da mão esquerda.

Sem poder evitar, ficou ereto aos poucos. Em uns vinte ou trinta segundos, tirou minha calça e começou a punhetar.

  — eu não imaginava, painho.

  — é assim.

Batendo cada vez mais forte, pôs a boca. Até então eu era virgem de boquete, era uma sensação diferenciada. Uma quentura que dava calafrios.

  — a semente do mal que tá em mim brotou em tu.

Dizia frases assim e voltava à rola. Cobriu a glande com a pele e chupou, descobrindo logo após. Lambia a cabeça devagar e depois freneticamente, punhetando ao mesmo tempo. Fiz um esforço tremendo nas pregas para não ejacular, maior até que meu esforço pra gemer baixo. Em uns dois minutos, cheguei no meu limite. Como fiquei cinco dias sem gozar, saíram quatro jatadas.

  — desculpa eu não avisar.

Saiu do porão. Retornou trazendo uma faca e cortou as cordas, indo embora em seguida. Nunca mais conversamos sobre.

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3 Comentários

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  • Responder Eu ID:bf9drkvv99

    Ok ok

  • Responder WAKARIMASHITA ID:gp1fvfw2h

    Jurava que o final ia ser horrivel.

  • Responder Lex 75 ID:5vaq00tfi9

    Estranho…