De abusado a abusador 1

Esta é uma obra de ficção baseada em fatos reais. Pessoas e nomes foram trocados.

Bem por onde começo? Meu nome é Marlon. Cresci num bairro de periferia, criado por mãe solteira, as coisas eram difíceis. Não conheci meu pai, minha mãe tinha que trabalhar o dia inteiro, tinha uma tia que morava perto meio que cuidava de mim, mas no geral ficava a maior parte do dia sozinho em casa. Eu nunca gostei muito de coisa de menino, jogar bola e afins, gostava de jogar queimado e brincar de elástico com as meninas e isso, desde de muito cedo, rendeu preconceito. Uma das meninas com quem eu brincava, a Jéssica, tinha um irmão mais velho, o Juninho, eles moravam na mesma rua que eu, o pai deles era pedreiro a mãe cozinheira, o Juninho sempre implicou comigo, me chamava de gay. Nem sabia o que era ser um gay, mas já fui informado de pequeno que eu era um. O Juninho tinha um amigo, o Anderson, que sempre acompanhava o Juninho nas brincadeiras de mal gosto e se divertiam me humilhando, eles eram adolescentes já e eu era criancinha boba, tinha medo dos dois. Bem nessa época estreou aquele filme da Disney: Bambi, pronto, estava feito, fui apelidado de bambi. As brincadeiras foram passando de ofensas para coisas mais pesadas, eles me enconhavam na rua, na cara dura, me davam dedada no cu por cima da roupa, me faziam chorar, uma vez um me segurou e o outro baixou minhas calças pra vê minha bunda, fiquei morrendo de vergonha, assim que via os dois corria pra casa, criei pânico. Eles gritavam: corre bambi, corre viadinho. Certo dia, minha mãe voltando do trabalho, me viu brincando na rua com as meninas, tomei maior esporro, ela falou que aquilo era errado, que eu era homem e que não devia mais brincar com as meninas. Parei de sair e comecei a ficar só em casa, com o meu sumiço o Juninho deve ter achado estranho e ficou me pastorado durante o dia pra vê se eu aparecia. Um dia, na volta da escola, estudava de manhã, ele me viu e correu atrás de mim, ele me pegou na rua e fez o de sempre, me chamou de viadinho, bambi, me deu dedada e falou que ainda ia comer meu cu pra eu deixar de ser gay. Com muito custo consegui fugir dele nesse dia. Passei a dar a volta por outra rua pra evitar passar na frente da casa dele, pra vê se fugia, não teve jeito, ele me achava e era cada vez pior, enquanyo eu não chorasse é importasse não parava. Ele colou a mão na minha calça do uniforme e enfiou o dedo dentro do meu cu doeu pra caramba eu dei um grito tão grande que ele me soltou, acho que foi ali que ele percebeu que não podia me atacar na rua sem chamar atenção. Foi aí que o pior aconteceu, um dia eu estava chegando em casa, já com medo, quando estava bem próximo do portão ele apareceu, penso que deve ter se escondido pra me emboscar, porque eu não vi ele chegando, só quando era tarde demais, ele entrou comigo dentro da minha própria casa, pois sabia que ali eu ficava só e que minha mãe só chegava a noitinha. Ele me levou pros fundos e lá me bateu, mandou eu ficar quieto, até hoje não consigo falar direito o que aconteceu, mas ali ele me estrupou. Tenho alguns flash do que aconteceu, lembro dele tirando a roupa, naquele momento não fazia ideia do que ia acontecer, a adrenalina e o medo eram tão grandes que eu não conseguia pensar. Ele me virou, me encostou no muro, tirou minha roupa. Lembro da dor e de pedir socorro, não acredito que os vizinhos não ouviram aquilo, eu chorava, eu gritava, mas ninguém veio. Não sei quanto tempo aquilo durou, mas pareceu uma eternidade. O Juninho acabou com meu cu, com a minha dignidade, sentia dor no meu rabo e na minha barriga também, uma dor dentro, como cólica, ele cutucou fundo dentro de mim. Me sentia envergonhado por ter sido comido por um cara, nem pensei em contar pra minha mãe, achei que ela ia brigar comigo. Que humilhação agora eu era de fato um gay.

Avalie esse conto:

(Média: 4,35 de 23 votos)