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A Festa

4504 palavras | 17 |4.83
Por

Acompanhe Lucas, um menino de doze anos e sua descoberta do mundo.

Parte 1
Sexta-feira e a aula de matemática não terminava nunca. Eu já tinha desistido de
entender o que o professor estava escrevendo no quadro. Minha atenção estava toda voltada
para meu melhor amigo Rafael. Ele já tinha feito aniversário esse ano e, portanto, estava com
12. Eu ainda estava nos 11, pois meu aniversário só ia chegar daqui 3 meses.
Rafa, como eu o chamo, estava sentado na carteira à minha diagonal direita e ele estava
usando uma camiseta cavada. Eu não conseguia desgrudar os olhos daqueles bracinhos
maravilhosos. O professor deve ter falado alguma coisa engraçada na sala, pois todos
começaram a rir. Nessa hora ele voltou o olhar para mim, rindo e mostrando seus dentes
perfeitos e me passou um bilhetinho:
“ Lu, você vai na festa do Diego amanhã? ” (Não havia mencionado, mas meu nome é
Lucas e todos me chamam de Lu ou de Luquinha.)
Respondi no bilhetinho: “ Não sei, meus pais vão a um casamento amanhã e talvez eu
vá com eles. ” Ele fez uma cara de triste ao ler o bilhete e a aula continuou rolando.
Quando o sino finalmente tocou, guardei meus cadernos na mochila e fui saindo, até
ouvir o Rafa me chamar:
– Lu! Espera ai!
Ele estava terminando de guardar suas coisas e veio em minha direção.
– Vamos na festa amanhã! Todo mundo vai!
– Não sei… um amigo do meu pai vai se casar e acho que vou ser obrigado a ir.
– Pede para seu pai deixar você ir na festa! Você pode posar lá em casa!
– Tá, vou falar com ele…
– Você vai no futebol hoje?
– Vou, por que?
– Se der certo de você ir posar lá em casa, leva suas coisas que depois do treino a gente
já pode ir lá pra minha casa jogar ps4!
– Beleza, vou ver e qualquer coisa te falo.
Despedi-me dele e fui para casa. Consegui negociar com meus pais e eles aceitaram
numa boa. Eles, então, ligaram para os pais do Rafa pedindo autorização, que concordaram em
tomar conta de mim no final de semana. Fiz minha lição de casa e já estava na hora de ir para o
campinho jogar futebol. Arrumei minha mochila com tudo que precisava para passar o final de
semana fora e durante todo percurso casa-campinho minha mãe foi me perguntando se eu não
tinha esquecido nada. Na entrada do clube me despedi dela e fui de encontro com Rafa.
Ele já estava vestindo o uniforme de futebol azul, cor do nosso time, e seus cabelos loiros
dourados já estavam molhadinhos de suor e brilhando no sol. Ele estava usando seu maravilhoso
shortinho curto de futebol e suas coxas estavam a mostra.
– Oi Lu! Meus pais falaram que deu certo de você ficar para festa!
– Deu sim, haha! Vou ali me trocar, peraí!
– Ah, eu vou com você, acho que vou trocar minha chuteira, esta aqui está me
machucando.
Nós dois caminhamos para o vestiário e não tinha ninguém lá além de nós. Lá dentro,
ele pegou outra chuteira na mochila e começou a trocar. Enquanto isso eu fui trocar de roupa,
primeiro tirei a camiseta e depois fui procurar meu uniforme na mochila, quando olho para o
Rafa ele estava enxugando o suor da testa com a parte de baixo de sua camiseta, deixando à
mostra toda sua barriguinha lisinha e perfeita, dava para ver o elástico de sua cuequinha. Aquilo
me deixou maluco e me custou uma ereção instantânea. Para disfarçar, peguei meu uniforme e
fui me trocar no boxe. Eu poderia me acabar na punheta ali mesmo, mas Rafa estava me
esperando para jogar.
O jogo estava indo muito bem, estava dois a um para o nosso time e faltava uns 10
minutos para terminar. Do nada veio um garoto do outro time com a bola nos pés e deu um
chute certeiro. Eu saí correndo com todas as minhas forças e chutei a ameaça para longe do gol.
O garoto, que parecia ter seus quinze anos, veio em minha direção me xingando. Ele estava
muito bravo porque eu tinha acabado com as esperanças do seu time ganhar o jogo. Seu nome
era Hermes e ele era um garoto muito chato, dado a valentão e idiota. O treinador veio e deu
uma bronca nele. Ele disse outros nomes feios e foi embora.
Depois disso fui até onde o Rafa se encontrava. Agora ele tinha tirado a camiseta e
colocado ela no ombro. Seu corpinho de menino estava todo suadinho e ele veio em minha
direção com a mão levantada para mim bater. Bati na mão dele e depois ele me deu um daqueles
abraços de comemoração que não duram 1 segundo, infelizmente. Ele voltou a vestir a camisa
para irmos embora. No caminho de volta para a casa dele, viemos falando bobagens e besteiras
de melhores amigos.
Chegando na casa dele, mãe dele nos recebeu com bolo e suco de laranja. Já eram sete
da noite e a festa do Diego ia começar às oito e meia. A mãe do Rafa disse para a gente ir se
aprontando e tomando banho. Tínhamos ido jogar Playstation sem ao menos trocar de roupa,
ainda estávamos com o uniforme azul do futebol e o Rafa ainda estava com suas coxas deliciosas
à mostra.
Embora fôssemos melhores amigos, era a primeira vez que eu estava posando na casa
dele. O quarto dele era no andar de cima e o dos pais no andar de baixo. Seu quarto era bem
grande e tinha um banheiro. Ele disse:
– Tudo bem Lu, vou tomar banho, você quer esperar ou quer ir tomando no banheiro de
baixo?
– Não, eu espero, vai lá!
– Beleza, não vou demorar.
Quando ele terminou de falar, foi tirando a camiseta e meus olhos imediatamente se
colaram naquele peito perfeito. Foi me dando um fogo na parte de baixo que estava difícil de
controlar. Para minha grande surpresa, ele arrancou aquele shortinho azul e ficou só de cueca.
Eu nunca tinha visto ele só de cuequinha. Ele estava usando uma boxer vermelha com uns
desenhinhos de âncora, que caiam perfeitamente bem com seu corpinho. Meus olhos não
conseguiam desgrudar dele, mas eu precisava, senão ele ia desconfiar de algo. Ele então foi para
dentro do banheiro e ligou o chuveiro. Sem eu perceber, minha mão foi para dentro do meu
short como se tivesse vida própria e fiquei mexendo no meu pau. Fechei os olhos e abandonei
a Terra. Como ele era gostoso! A imagem de seu corpo percorria minha mente livremente, a
imagem da cueca aparecendo em baixo do short enquanto ele estava sentado no gramado do
campinho estava me deixando louco. Meu estado de ecstasy não durou muito, terminou com
um susto que tomei quando ele saiu do banheiro. Retirei minha mão de dentro do short e
coloquei minha mochila no meu colo para disfarçar meu pau duro.
– Sua vez… – Ele disse com a sua vozinha doce.
MEU DEUS! Eu não estava acreditando no que estava vendo! Agora ele havia aparecido
ali no quarto somente com a toalha enrolada na cintura. Sério, eu estava muito doido, poderia
gozar a qualquer momento ali. Ele então abriu sua gaveta e puxou uma cuequinha boxer
alaranjada e foi se enfiando nela lentamente, depois retirou a toalha da cintura e jogou na sua
cama. O fogo na minha parte de baixo estava mais forte que nunca. Peguei minhas coisas e corri
para o banheiro. Liguei o chuveiro e procurei desesperadamente algum creme ali no banheiro.
Achei um condicionador de cabelo e botei uma boa quantia na mão. Abaixei meu shortinho azul
do futebol junto com minha cueca e, ainda em pé, levei minha mão direita até meu pau. Nem
me vi fechando os olhos quando comecei os movimentos de vai e vem. Comecei bem devagar e
fui intensificando cada vez mais. Fui sentindo o creme geladinho deslizando no meu pau e
precisei de apenas uns 30 segundos. Pronto! Não queria gozar ainda, mas não tinha como, era
mais forte que eu! Gozei e gozei muito! Logo após gozar, comecei a respirar profundamente, em
virtude do alivio. Eu já estava voltando a mim. Esfreguei a minha mão melecada no meu peito e
desci até meu saco, que apertei um pouquinho. Eu estava me sentindo leve e feliz. Pulei para
dentro do chuveiro e me limpei.
Demorei uns seis ou sete minutos no banho, me troquei para a festa e voltei para o
quarto.
– Tudo certo? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. – Ou Lu, me ajuda a escolher
um tênis?
Ele estava ajoelhado pegando alguns pares de tênis na parte de baixo do armário. Agora
estava usando um jeans preto coladinho, uma camiseta vermelha, e por cima usava uma camisa
social branca com os botões abertos. Sua franjinha loira estava mais perfeita que nunca e ele
estava todo cheirosinho, com um perfume muito bom de menininho.
Eu escolhi um tênis que eu achava que ficava muito lindo nele: Era da Nike, de sola reta
e cano longo, xadrez preto e branco. Ele vestiu e estava perfeito. Descemos depois que a mãe
dele nos chamou para jantar. Comemos na sala mesmo, assistindo ao nosso desenho favorito.
Quando eram umas oito e quarenta a mãe dele nos chamou e perguntou se estávamos prontos
para a festa. Nós dois falamos que sim e fomos para a garagem. Antes de entrar no carro, Rafa
disse que tinha esquecido alguma coisa e voltou correndo para buscar. Enquanto isso a mãe dele
me perguntou se eu estava gostando de ficar lá e eu disse que sim. Depois de mais ou menos
um minuto ele volta e entra no carro. Nós dois estávamos no banco de trás, o banco do carona
estava ocupado com algumas coisas do trabalho do pai dele.
Rafa então chega no meu ouvidinho (O que me provocou um puta arrepio) e sussurra:
– Tinha esquecido isso… vamos precisar!
E ele mostra um pacotinho de Halls preto.
Chegamos na local indicado no convite. Era uma chácara do avô do Diego. A mãe do Rafa
nos deixou na entrada e disse que quando a gente quisesse ir embora era para o Rafa ligar para
o pai, que ele nos buscaria. Ela então entregou o presente na mão do filho e partiu.
Eu e Rafa fomos dar uma volta na chácara e tinha muita gente da escola. Fomos
mandando oi para todo mundo. Também tinha muita gente da família do Diego. Demos mais
algumas voltas até encontra-lo.
Diego era gordinho e tinha 10 Anos. Ele estava no quinto ano, enquanto a gente estava
no sexto. Porém, mesmo sendo mais novo, esse gordinho era muito popular e havia chamado
para sua festa a escola inteira. Encontramos ele e enquanto Rafa ia entregando o presente para
ele disse:
– Festa legal Di. – Disse Rafa.
– Maneira. – Eu disse ao mesmo tempo.
– Obrigado gente! E obrigado por virem também.
Ele era realmente muito simpático esse gordinho.
– Olha! Tia Carla! – Ele disse assim que reconheceu uma pessoa. – Com licença pessoal,
fiquem à vontade.
Eu e Rafa trocamos olhares e fomos pegar bebidas. Tinha um barman fazendo batidas
de morango e guaraná, cada um de nós pegou uma. Daí a Bia, que era a menina mais desejada
da nossa sala se aproximou de Rafa, beijou-lhe no rosto e segredou-lhe algo no ouvido. Fiquei
curioso. Todos os meninos ficavam falando da bunda dessa menina e ficavam sempre a
encarando como cães famintos. Eu não me sentia atraído por ela, já tinha percebido que meu
lance era com menininhos como eu.
– O que foi que ela disse? – Perguntei depois que ela se retirou.
– Ela me chamou para ir jogar verdade ou desafio, quer ir?
– Ha há, quero só olhar.
Bem, a festa estava meio que dividida. Na parte da frente estava a família de Diego e a
maioria da criançada. Mais no fundo da chácara estava o pessoal mais crescidinho. No canto da
festa tinha se formado uma rodinha com uma galera jogando verdade ou desafio. E lá estava Bia
e vários outros meninos e meninas. Rafa era mais popular que eu e sentou na roda, enquanto
eu fiquei em pé só observando. Quando me dei conta Hermes, o cara chato do futebol, estava
lá na roda também, acho que ele era o mais velho dali.
A garrafa então começou a girar. O escolhido da vez foi Daniel, um outro garoto da nossa
sala, e um outro menino que eu não conhecia foi o escolhido para perguntar. Então ele disse:
– Verdade ou desafio?
– Verdade. – Disse Daniel.
– É verdade que você gosta de meninos?
Isso foi como uma pontada no coração. Me imaginei no lugar dele… Será que eu teria
coragem de responder essa pergunta honestamente? Várias risadas começaram a surgir.
– Não! Você é louco? Hahahaha – respondeu Daniel.
Mais uma ou duas jogadas se passaram quando Hermes olhou para mim e disse:
– Não vai jogar não? – Senti vários olhares em cima de mim.
– Não… Só estou olhando. – Respondi meio sem voz.
– É… Nem todo mundo tem coragem. – Aquilo me irritou profundamente.
– Eu Jogo! – Respondi com firmeza.
Sentei na roda e foi me dando um nervoso. Do meu lado esquerdo estava o Rafa e do
meu lado direito estava um menino que eu não conhecia. A garrafa começou a girar. Quando
ela estava quase parando, a ponta começou a se aproximar de mim. “Não! ”, eu pensei,
“Continua, continua, continua…” A ponta então continuou muito lentamente até passar por
mim completamente. “Ufa! Me livrei”. De fato, eu havia me livrado, mas o escolhido da vez foi
o Rafa. A garrafa então girou novamente e sorteou um desafiante para ele:
– Verdade ou desafio Rafa?
– Ah…. Vai, vou arriscar um desafio!
– Eu desafio você a beijar…
Vários risinhos começaram a se propagar. Alguns “Uuuuuu” também surgiram.
-… A Bia! – E o garoto apontava para a menina que também estava na roda.
Esse jogo estava ficando bom. Rafa se levantou, lindo demais, e foi até a menina.
– Tudo bem para você?
– Uhum – Assentiu a menina. Acho que ela queria fazer isso mais que do que ele. O
garoto que tinha desafiado o Rafa era muito amigo dela, isso provavelmente tinha sido
combinado entre eles. Rafa abraçou ela devagar, olhou nos olhos e tascou um selinho. Os
risinhos aumentaram.
– Ahh! Tinha que ser de língua… – O garoto desafiante resmungou. Eu não entendi bem
o que ele quis dizer com isso, porque alguém iria lamber a boca do outro? Enfim, os dois
voltaram a se sentar e Bia não conseguia tirar o sorriso do rosto. Rafa estava de boa na dele.
A garrafa voltou a girar. Ela começou a perder a força quando passou pelo cara que
estava do meu lado. “Para, para, para!” Eu implorava mentalmente. “Não chega em mim! Não
chega a em mim, por favor! ” “Para! Paraaaaaaaa!” E a garrafa de fato parou… em mim. Droga,
não tinha jeito, ia ter que jogar. E se pedisse verdade e não fosse capaz de responder? Não
podia mentir, regras do jogo. A garrafa começou a girar para sortear o desafiante. Eu teria de
escolher desafio, o que poderia acontecer de ruim se eu escolhesse desafio? Calculei que a
verdade era pior. A garrafa foi parando e quando me dei conta, o destino tinha escolhido Hermes
para ser meu desafiante.
– Verdade ou desafio, criança? – Ele me chamar de criança me perturbou muito. Soou
muito depreciativo. E os risinhos e murmúrios haviam voltado.
– Desafio! – Falei sem medo de ser feliz.
– Certeza?
– Sim!
– Você sabe que tem que fazer o que eu disser, certo? Não tem esse negócio de desistir
aqui não.
– Eu sei. – Estava ficando preocupado.
– Última chance de pedir verdade…
– Se eu quisesse pedir verdade, eu não teria pedido desafio! Não ouviu o que eu disse?
– Não era minha intenção parecer agressivo, mas o pessoal começou a falar “Nóóóó”.
– Tudo bem então, aqui vai o desafio… – Ele colocou a mão no queixo e começou a
pensar, então soltou um sorrisinho do mau. – Eu desafio você a beijar… – Os “Uuuuuu” tinham
voltado e Hermes começou a olhar um por um na roda, como se tivesse escolhendo alguém.
Para minha surpresa e para risada de todos ele terminou a sentença. -… O Rafa!
Todo começaram a rir muito. O pessoal estava zoando demais. Rafa ficou com uma cara
séria, levantou e se retirou dizendo “Idiota…” Eu, sem saber o que fazer e sendo motivo de piada
na roda, levantei também e me retirei. Tive a infelicidade de ouvir alguns meninos falando: “Isso,
vai lá atrás do teu namorado” “Veadinho” “Que idiota, mandou bem Hermes!” Estava com muita
raiva de todos eles. Fui encontrar Rafa, que agora estava conversando com Igor e alguns amigos
da nossa sala.
Me juntei na conversa e falamos sobre vídeo games e coisas do tipo. Foi quando Igor
interrompeu o assunto e exclamou:
– Galera! Galera! Olhem lá! O Hermes está ficando com a Bia!
Meus olhos se voltaram para onde o menino apontava e vi Hermes abraçado com Bia
em um canto se pegando. Agora eu entendia a expressão beijo de língua. Eu nunca tinha visto
ninguém da nossa idade se beijar daquele jeito tão intenso. Quando um menino ficava com uma
menina era um selinho e olha lá. Eles estavam se agarrando e Hermes passava a mão na bunda
dela, e ela no cabelo dele. Olhei para a cara de Rafa, eu desconfiava que ele gostava dela e isso
devia estar machucando muito.
– Idiota… – Rafa se levantou da mesa que estávamos e foi saindo. Eu segui ele.
– Ei Rafa, peraí!
Nós dois saímos pelo portão da chácara e fomos para fora. A chácara ficava num lugar
que tinham várias outras chácaras. Era uma do lado da outra, separadas por muros. Caminhamos
um pouco até a música ficar abafada. Chegamos até um terreno vazio, não tinha nada além de
árvores lá. Rafa se sentou em um tronco caído, me sentei do lado dele.
– Você está bem?
Ele suspirou e respondeu:
– Acho que sim…
– Hermes é um idiota.
– É, eu sei…
Ficamos em silêncio por um momento.
– Você tava gostando dela?
– Quer saber? Na verdade não…
– Mas ela é muito bonita… – Disse, embora não achasse de verdade.
– É, acho que sim…
– Eaí… Tá gostando de alguém?
Eu percebi que ele ficou meio sem jeito.
– Na verdade, estou…
– Ela sabe?
– Não, acho que não…
Suas bochechas branquinhas estavam rosas de vergonha. Seus cabelos loiros estavam
quase brancos com a luz da lua refletindo neles.
– Como é beijar alguém? – Perguntei, já que nossa conversa estava tomando esse rumo
íntimo…
– Por que a pergunta? Você nunca beijou ninguém? – Não tinha julgamento em sua voz.
– Ainda não… como foi seu primeiro?
– Para ser sincero, foi jogando verdade ou desafio outro dia, em uma outra festa.
– É bom?
– Bem, se você gosta da pessoa que está beijando, é muito bom sim.
– Hum. Pelo menos posso dizer que quase beijei alguém hoje, e foi quase jogando
verdade ou desafio.
– E esse alguém foi quase eu né? Hahahahaha
– É… Hahahaha
Ficamos rindo um pouco do ocorrido. Para ser sincero eu já estava com muito tesão,
embora não estivesse de pau duro, estava me sentindo muito bem conversando com ele sobre
essas coisas. Então tive uma brilhante ideia e perguntei:
– O que vamos fazer agora? Quer voltar para festa?
– Não sei… você quer voltar? – Ele me perguntou.
– Acho que não, quer brincar de algo?
– Brincar de que? – Ele se mostrou interessado.
– Que tal… Verdade ou desafio?
– Tá me zoando né? – Ele sorriu.
– De maneira nenhuma! Quero ver você pedindo desafio e eu fazendo você comer a
grama!
– Hahahaha
Era maravilhosa a risada dele.
– Não vou brincar com você disso!
– E porque não?
– Você não cumpre os desafios! Ninguém joga com quem rouba!
Por essa eu não esperava. Ele estava mesmo falando isso?
– Claro que não, a gente não podia se beijar!
– E porque não? É um desafio como qualquer outro!
A sua risada agora tinha se transformado em um sorriso sutil e tímido. Estávamos nos
olhando olho no olho. Seus olhos verdes estavam me deixando hipnotizado. Foi quando ele
chegou mais perto de mim e sua perna se encostou na minha. O toque foi eletrizante.
– Você quer tentar? – Ele perguntou. Seu hálito revirou minha mente. Era muito bom.
Nesse momento eu estava ficando de pau duro.
– Você quer tentar? – Respondi com a mesma pergunta que ele me fez.
Ele estava sentado à minha direita. Nossas pernas estavam coladas lado a lado e nossas
bocas estavam muito perto. Ele, então, levou uma mão até minha barriga e a outra passou por
baixou de meu braço e alcançou minhas costas. Depois foi me puxando para perto. Cada vez
mais perto. Meus braços também envolveram o corpo dele. Meu coração tinha disparado.
Minha mente estava inundada de prazer e de satisfação. Pela primeira vez pude sentir o
corpinho dele em minhas mãos sem vergonha de ser feliz. Pude ouvir sua respiração, estava tão
acelerada quanto a minha. Ele respirava e seu hálito quente batia nos meus lábios me deixando
louco. Pude sentir seu cheiro, aquele perfume que tinha o melhor cheiro de todos. Um cheiro
doce misturado com o aroma inocente de menino. Estava no céu.
Então nossas bocas se tocaram, nessa hora eu o abracei mais forte. Era incrível a
sensação de seus lábios colados aos meus. Sua boca era quente e úmida e ela estava com um
gostinho muito bom. Meu Deus, não estava acreditando que isso estava acontecendo. Meus
olhos estavam fechados, não precisava deles no momento. Abandonei todos meus
pensamentos e me concentrei no beijo. Foi quando eu senti a língua dele entrando em minha
boca. Foi demais para mim. Sentir seu gosto era como estar no paraíso. Minhas mãos
começaram a subir em suas costas. Fui sentindo cada pedacinho dele. Devagar fui alisando até
chegar no pescoço dele. Apertei com firmeza e tentei trazê-lo para mais perto de mim, embora
não fosse possível, pois já estávamos muito colados.
Minha mão então foi subindo mais até chegar em seus cabelos. Enchi minha mão com
seus cabelos dourados e fiquei puxando. Nosso beijo estava ficando muito quente. Meu coração
não parava de acelerar e minha respiração estava cada vez mais rápida, assim como a dele.
Do nada ele levou a mão dele para dentro da minha camiseta e, devagar, foi sentindo
toda área da minha barriguinha. Sua mão estava geladinha por causa do frio que estava aqui
fora. Foi como levar um choque. Era uma sensação muito boa ter sua mão sentindo meu corpo
com a mesma vontade que eu estava sentindo o corpo dele.
Sua língua, devagar, foi explorando minha boca e minha língua, devagar, foi explorando
a língua dele. Como era bom e viciante esse gostinho. Seu hálito de morango doce invadia minha
boca e tocava minha alma com força. Estávamos no beijando fazia uns três minutos sem nos
desgrudar. Até que ouvimos alguém chamar:
– Rafa? Lu? Cadê vocês?
Nossas bocas se separaram e eu disse baixinho para o Rafa:
– Não sabia que você gostava de garotos.
Ele deu um beijinho na minha bochecha e disse:
– Gosto de você!
Nos afastamos um pouco e disfarçamos o que havia rolado. Depois de uns 5 segundos
Igor acha a gente escondidinhos no terreno vazio:
– Aí estão vocês! O que estão fazendo?
Eu e Rafa respondemos ao mesmo tempo. Eu disse “Conversando” e ele disse
“Brincando”. Daí fui me corrigir, mas aparentemente ele também, e falamos ao mesmo tempo
novamente, só que dessa vez eu disse “Brincando” e ele disse “ Conversando “. Nós nos olhamos
e olhamos para Igor logo em seguida. E aí falamos juntos novamente, porém em uníssono:
“Nada não”.
– Diego vai cantar parabéns, corram! Senão vão perder.
Fomos os três correndo de volta para a chácara. Eu e Rafa não tivemos chance de
conversar a respeito do que acontecera. No parabéns ele estava grudado em mim e eu estava
adorando isso. Comemos bolo com a galera e o resto do aniversário foi muito divertido, tirando
o que tinha ocorrido mais cedo com Hermes e companhia… Ele tinha ido embora já. Ele tinha
um irmão mais velho de dezenove anos que estava com o carro dos pais. No carro saíram
Hermes, Bia, o irmão de Hermes e uma menina que ele tinha arrumado. Os meninos da escola
ficavam falando que eles tinham “ido no motel foder”, falavam com essas palavras exatas.
Por volta de uma da manhã, o pai de Rafa veio nos buscar. Entramos no carro,
novamente no banco de trás. Ambos estávamos cansados. O pai dele perguntou:
– E aí garotos, gostaram da festa?
Respondemos que sim.
– Que bom que aproveitaram. Vocês ainda têm a madrugada toda para se divertirem.
Até sua mãe acordar e colocar todo mundo para dormir, não é filhão? Ha há
Ele disse com tom de brincadeira que tínhamos a madrugada inteira para nos
divertirmos, pois era claro que tínhamos que dormir. Porém algo me dizia que a madrugada
ainda prometia muito. Foi quando senti a mão do Rafa segurando a minha. Eu sorri.

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17 Comentários

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  • Responder Rider ID:g3iuytlhm

    Simmmmm

  • Responder Amigobc ID:muiq6p9v3

    Pessoal se voceis querem o conto completo deixa nos comentários para que eu possa organizar pois é muito grande são várias temporadas. É muito conivente apimentado alegre. Vai ser postado na integral

    • Amiguino ID:5pbaucydxib

      Siiiiim

  • Responder Amigobc ID:dloya5u8k

    Caros leitores não a continuação neste conto
    Menino dos olhos verdes é um livro muito bom por sinal muito bom eu li 2 vezes pessoal eu recomendo vocês ler vai mudar sua vida
    Como os contos são

  • Responder Amigobc ID:bf9d3ceu43

    Vamos lá meu amigo o que rolou depois da festa muito bom mesmo isto que eu já li vários contos e aí cadê cadê cadê?

  • Responder Hfln ID:xlojmn41

    Muito bom. Levantou bem o suspense. Falta a cortada agora

  • Responder Henrique ID:8d5fle520a

    Quando sai a parte 2? a parte da verdade ou desafio meu coração até acelerou enquanto não dizia o nome de quem precisava beijar.

  • Responder BIZBIZPONTO ID:vpdkrlhj

    Cara, ta perfeito. Continua esse conto, pelo amor de deus.

  • Responder DEICOM9a ID:muj5lf5m1

    A pergunta é : qual a finalidade de ter voltado em casa, pra pegar o hall’s preto ?
    Porque depois, em nenhum momento do conto, foi mencionado o porquê de ter pego o tal hall’s preto.

    • Matheus ID:7btepa60m3

      O que ????
      Já chupou ou foi chupado com hall”s preto na boca ???
      Qdo rolou comigo a primeira vez…foi delirante, e quem me ensinou foi o irmãozinho de uma amiga minha. E o molequinho safado tinha só treze anos. A merda que brinquei com ele muitas vezes, e o molequinho me proporcinou tantas gozadas maravilhosas, que um dia qdo ele me propôs fazer um 69…sucumbi.
      Depois do 69 vieram outras coisas, e acabou que fui “torado” por aquele garoto. As vezes qdo me pego pensando em td que rolou naquela época, do início de td, até culmimar com ele metendo a rola em mim, que aliás apesar de ter só treze anos, o garoto tinha uma ferramenta de respeito, tanto que doeu sim, e muito. E o engraçado foi ele brincar depois que perdeu o cabacinho com um cara 23a, e dois anos depois, estava torando as preguinhas de um cara de 23a tbm. Ou seja, eu. Mas o molequinho sabia tirar proveito da situação, nos dois sentidos…era bom de cama mesmo, tanto dando, qto comendo. Enfim, gozei muito com ele, e o fiz gozar tbm, tanto dando e comendo, qto chupando e sendo chupado. Desde então, qdo rola de sair com outro cara, é bem esporadicamente mesmo. Se não pintar o clima, não rola.

  • Responder Ben ID:g3jc2aov3

    Muito bom. Um dos melhores que já li. Esperando ancioso pela parte 2, quero ver como foi essa noite nesse quarto só vocês 2 sozinhos.

  • Responder Martelo ID:3sxu9sh

    Essas descobertas de guris, são bem interessante. Parte 2 deve ter coisas legais.

  • Responder tiago ID:41ihtspwqrd

    mto bom. um dos melhores q li aqui

  • Responder Gatto~ ID:830y70649d

    Parabéns cara, escreve pra caralho uwu
    Continua que eu qro saber mais ein?

  • Responder continua saporra ID:1dai2i5t0a

    MEU DEUS QUE CONTO PERFEITO, CONTINUA PELO AMOR DE MERLIN

  • Responder Diego@ ID:1dai7act0b

    Parte 2 logo, que conto sensacional

  • Responder Saurex ID:1dai7act0b

    Conto muito bom!! Esperando a parte 2!! Ta ficando interessante e vc escreve muito bem!