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Mommy in the palm of the hand – I part

802 palavras | 1 |5.00
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É isso mesmo: a mamãe na palma da minha mão. Mas porque em inglês? Porque sou inglesa nascida na Inglaterra mas fui adotada por uma brasileira. Segundo minha mãe adotiva, Lorena, ela era uma cantora e foi fazer um concerto no meu país. Como tinha um inglês um pouco deficiente com traços do sotaque dela, ela não foi bem-sucedida e acabou indo morar em um apartamento. Antes de voltar ao Brasil ela decidiu adotar uma criança e a primeira que viu já se apaixonou, no caso eu. Essa primeira parte eu conto o que aconteceu antes d’eu ter ela na palma da minha mão.

Sou branquela, bem branquela mesmo, loira e com olhos escuros. Eu não me orgulho de contar isso mas vários garotos das escolas que frequentei abandonaram suas namoradas que tinham um tom de pele diferente do meu só pra ter alguma chance comigo, mas eu nunca gostei de ninguém. O auge foi quando uma garota me empurrou da minha cadeira e me chutou porque o namorado metido a bandido dela deixou um pouco de saliva cair da boca quando tava me observando. Eu fiquei revoltada mas não era nem com a garota e sim o quanto tons de pele influenciam no convívio social. Desde então odeio escola. Minha mãe já me deu várias surras de cinto, cipó, fio, colher de pau só por causa das minhas notas baixas. Ela parou de me bater aos dezesseis anos, dizendo ela que era porque eu não tinha mais jeito mas eu desconfio que o motivo real é que ela não via mais sentido em me bater já que mesmo tirando nota baixa eu trabalho desde os doze anos. O ápice da história está no presente. Eu tenho um sonho. Sonho em ser uma cantora, mas não apenas isso. Gostaria de explorar várias vertentes da arte. Tenho alguns poemas anotados, uns em português mas a maioria em inglês. Eu tenho uma conta no Instagram seguida tanto por BRs quanto por gringos (gados, claro) onde eu toco pandeiro e tiro “fotos”, tudo usando uma máscara. Em uma noite de domingo um pouco fria eu decido ousar. Visto uma lingerie comprada semana passada e gravo um vídeo onde mostro meu corpo, toco em algumas partes por cima da roupa. Eu sabia que minha mãe me seguia mas ela não usava o Instagram pra praticamente nada. Por uma coincidência sádica ela viu o vídeo no dia seguinte. Segunda a noite eu chego em casa e presencio ela com um cinto de couro, uma mangueira de borracha e uma espátula. Ela aparenta ter bebido um pouco.
– acha que pode fazer o que quiser na minha casa né puta safada? Vai pro teu quarto, tira a roupa e deita na cama sua égua.
Se eu tivesse doze anos eu estaria chorando mas é como se eu nem ligasse pro espancamento que viria a seguir. No quarto tiro minha roupa e com um estranho pensamento decido gravar o que vai acontecer. Deixo o celular gravando discretamente perto do travesseiro. Ela chega com uma garrafa de conhaque na mão e empunhando os três objetos na outra.
– isso é pra tu aprender sua vadia.
Ela joga a garrafa no chão, que acaba quebrando e molhando o tapete. Com sangue nos olhos ela levanta o cinto, eu cubro minha cara com um outro travesseiro e olho pro celular. Com toda a força que ela tem ela dá a primeira cintada. Eu fico calada como sempre fiquei mas nem por isso a dor é menor. Ela bate de forma imprevisível sem que eu possa me preparar de alguma forma. Bunda, costa, pernas e até no pescoço. Ela varia entre o cinto e a mangueira batendo freneticamente e produzindo ruídos incompreensíveis. A vontade de gritar só aumenta mas eu aguento um pouco mais. Com a espátula ela bate muitas vezes na minha bunda que começa a arder insuportavelmente.
– fica de barriga pra cima.
– o que a senhora vai fazer?
Ela bate até que eu fico do jeito que ela quer só que eu cubro a buceta.
– tira essa mão imunda daí.
– não, tá louca? O que a senhora vai fazer?
Ela bate duas vezes nas minhas mãos e eu me afasto quase pro final da cama.
– não, pára! Já chega!
– se tu acha que pode viver assim que nem rapariga dentro da minha, tá muito enganada. Arruma tuas coisa, amanhã mesmo cai fora.

Ela sai do quarto um pouco tonta. Com dificuldade de me mover perfeitamente eu encerro a gravação e depois tranco a porta. Ainda tem mais pela frente…

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1 comentário

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Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos
  • Responder Kuki ID:cyvs5kpqm

    Cadê a parte 2