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A Casa Do Diabo

2082 palavras | 6 |3.56
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Essa história tem um tempo, mas é a primeira vez que conto. Tinha medo antes, e ainda tenho é verdade, só que aqui ninguém vai saber quem eu sou, e mesmo que me achem ridícula, e riam de mim, não importa. Só importa que mais alguém conheça a verdade, e talvez outros possam falar de coisas parecidas, e testemunhar sobre o que ninguém quer conhecer.

Não escolhi esse site a toa. Pesquisei vários, e só aqui encontrei autores tão nojentos e imundos. E porque estou escrevendo aqui então? Óbvio, se alguém chegar até mim, a autora, posso mentir não ter sido eu a escrever. E ninguém acreditará que em alguém que publica aqui, ou nos donos desse site, ou em qualquer pessoa que aqui visite. Por outro lado eu tenho que escrever, não aguento mais apenas lembrar sozinha.

Nesse tempo eu tinha onze anos, morava numa cidade do interior de São Paulo. Existem tantas cidades que essa informação pode ser real, nunca saberam qual foi, ou, qual é, a residência daquela coisa maldita.

Eu era a mais nova de quatro irmãos, todos super protetores. Minha mãe cuidava de nós sozinha. Meu pai, bom, sei lá, que se foda ele.

Eu era do tipo criada na rua. Tinha vários amigos, o Tiago, o Marcos, o Augusto, o Rogerin viadin (um apelido engraçado que ele odiava), o Diego, a Natália do boquete (ela chupava a rola de todos os garotos, tipo, era só pedir, mais tarde ela se casaria com o filho do pastor, o que não deixa de ser irônico pelo que vai acontecer com ela). A Marcela que gostava de novela e nunca perdia um episódio mesmo das novelas que passavam cedo, e a irmã dela, Bruna, também passavam as tardes na rua com a gente. Eram amigos mesmo, não igual hoje, todo mundo no celular e que se foda o outro. Tinham tudo entre onze e treze anos, menos a Natália que tinha dez.

A cidade tinha ruas daqueles paralelepípedos retangulares, e algumas estradas mais afastadas de terra. Longe do centro as plantações de uva corriam por montes até os limites da cidade. Uma rodovia importante cortava o bairro, o separando do centro. Nós morávamos no bairro, ou seja, mais afastados ainda dos prédios e do movimento de pessoas.

À noite saíamos quase todos os dias. Os meninos jogavam bola com outros, que eu não conhecia direito. E as vezes outras meninas mais velhas apareciam. Tudo começava em frente de casa, e um ou dois dos meus irmãos aparecia para jogar com eles, as meninas ficavam só assistindo. Depois a Marcela entrava para ver novela, e a Bruna entrava em seguida.

Os meninos ficavam jogando e de vez em quando um sentava do lado da Natália e falava algo do tipo:

“Vai me chupar hoje né?”

Ou:

“Ta com vontade de mamar?”

E ela sempre falava sim.

Depois do futebol alguns meninos voltavam para casa, e as ruas da cidade eram nossas. A gente andava sem rumo, por morros e ruas com terrenos baldios. Por vezes eu olhava para as casas de muros baixos e via as luzes acesas de alguma televisão. Hoje da certa nostalgia, mas provavelmente na época devia ser bem depressivo.

A gente seguia entre as ruas de terra, nos afastando até um pesqueiro. Tinha uma grade aberta, e era bem isolado. O lugar era um bar que abria aos sábados e domingos, mas durante a semana permanecia fechado. Além de não passar ninguém por perto, atrás do bar tinha algumas máquinas, eu não lembro para o que serviam, ou se estavam abandonadas, só lembro que eram grandes e ficavam em cima de umas mesas velhas. Os meninos sentavam, e a Natália começava a chupar pinto. A mão dela era pequena, e os pintos não eram grande coisa também. Eu ficava lá olhando. Eles me chamavam para chupar, eu falava não, e não era não porque éramos amigos.

Tinha um menino que nem gozava, acho que era o Rogério, ele sempre falava

“Saiu pouco porque eu tava batendo punheta antes de vir para cá.”

Mas ele era mais novo. Acho que sentia vergonha, sei lá. A Natália ia de um em um, bebia porra diariamente, acho que de seis a doze vezes, pois os garotos revezavam e pediam para ela chupar de novo, e a Natália não recusava, nunca.

Era lento, umas duas ou três horas, eu explorava o lugar com algum dos garotos que tinha gozado, e estava esperando a vez de gozar de novo, e sempre conversava olhando as estrelas, deitada em cima das mesas com aquelas máquinas estranhas. Falávamos de como não existia nada para fazer ali, e de como devia ser bom morar em uma cidade grande, os meninos falavam sobre videogames, e jogos, o que eu não me importava, e sempre chegávamos num assunto que me deixava com muito medo…

O bairro tinha algumas estradas que chegavam na cidade visinha, e a estrada do pesqueiro, que eu nunca soube para onde ia. Nessa estrada levava cerca de trinta minutos para chegar ao pesqueiro, vindo das ruas com casas, até lá tinha mato e vinhedos de ambos os lados da estrada. Algumas casas ricas apareciam no meio das plantações de uvas, contudo, além, existia o bosque de eucaliptos.

No meio do bosque de eucaliptos, que são árvores bem altas, com caules finos e cinzentos, quase brancos, com folhas só lá em cima, a estrada se dividia. Uma parte ia até umas casas bem afastadas, onde morava um cara que era chamado de Ber (nunca soube o nome dele, só sabia que fumava maconha), e a outra ia até a Casa do Diabo.

A chamada Casa do Diabo era uma residência de dois andares que nunca foi terminada. Tinha teto, mas não tinha portas ou janelas, e eu só tinha visto de longe, porque ela era famosa. Anos antes tinham matado um homem lá, esfaqueado, cortaram a cabeça fora, e desde então falavam que o lugar estava amaldiçoado. Ninguém sabia quem construiu aquele lugar, ou, quem matou aquele coitado. A única vez que cheguei perto de lá tinha sido com esses mesmos garotos, mas no fim não entramos, aliás, corremos de medo antes mesmo de eu poder ver o lugar com cuidado.

Naquela noite estava calor. E eu estava sem medo algum. A Natália estava comendo a vigésima gozada, e os caras não paravam de punhetar, a fila já tinha se formado de novo, e pensei que ficaríamos ali a noite inteira. Acho que tínhamos passado umas cinco horas ali quando eu puxei o assunto:

“Vocês tem coragem de entrar na Casa do Diabo?”

Acho que eu estava entendiada…

A Natália engoliu a porra, e enfiou a goza que estava em volta de sua boca para dentro. Ela era loirinha, com cabelo longo, tinha corpo de menina menor, era meu oposto, que era morena de cabelo curto, e tinha corpo de adolescente. O pinto de um dos meninos amoleceu, acho que era o Marcos.

“Você que não tem coragem, correu igual uma doida.”

“Eu tenho sim, vocês que correram.”

Na verdade tínhamos corrido juntos.

“Quer apostar?”

O Rogério me desafiou. O pinto sem pelo do Diego parecia que ia entrar para dentro se tanto medo que ele estava.

“Apostar o que?”

“Se você não entrar a gente te descabaça.”

“Vocês nem aguenta, tava gozando até agora.”

Rogério riu, e nem tentou desconversar:

“A gente te descabaça amanhã. Vou nem bater vinheta para te alargar.”

Eu estava com vontade de perde o cabaço mesmo, perguntei:

“Um de cada vez?”

“Tá, mas tem que dá para todos.”

“Só uma vez, só uma gozada.”

“Beleza!”

O Rogério comemorou.

“Espera! Vamos combinar certo, todos os meninos tem que entrar e subir até o segundo andar. Eu só tenho que entrar até o primeiro! E se um dos meninos não entrar eu ganho, e ninguém me fode! E se eu ganhar vou querer uma coisa de cada um!”

Eu sabia que o Marcos era cuzão, ele nem matava aula. Então, se ele não entrasse eu vencia.

Rogério concordou sem nem saber o que eu ia pedir:

“Beleza!”

O Diego e o Tiago colocaram as calças e a Natália, que estava ajoelhada levantou. Ela lavou a boca no lago dos peixes, e os meninos ficaram com nojo de beijar ela. Claro, também estavam com nojo depois de todo aquele esperma enfiado na garganta da criança.

Nisso a gente começou a andar. Logo o pesqueiro ficou para trás. O bosque de eucaliptos pareceu mais assustados, e as luzes dos postes de afastaram, pois aquela divisão da estrada não tinha iluminação.

A estrada de terra subiu, e os barrancos ao lado criaram um declive de modo que só podíamos ir para frente e para trás. Acima as árvores pareceram crescer, e a noite quente esfriou. Ao longe vimos a casa, na frente da mesma tinha um poste, com a luz acesa. O telhado estava quebrado, e tudo pareceu mais antigo so que eu me lembrava. Vi o Marcos com medo, pensei que ia vencer quando ele falou:

“Pode ter algum drogado lá…”

Juro que a voz dele tremeu. O Rogério ficou com raiva:

“Para de ser otário, a mina vai liberar a boceta para gente descabaçar caralho. Se der uma de cuzão eu te arrebento.”

A gente parou mais ou menos no mesmo lugar da outra vez. Se um corresse os outros corriam sem pensar duas vezes. Devíamos ter corrido…

O Rogério começou a andar, o Diego e o Tiago também. Acho que o Marcos ficou com vergonha quando eu, e a Natália abraçada comigo, começamos a andar, em passos bem lentos é verdade. Na frente da casa, que ficava no alto do barranco, a luz do poste nos iluminou e apagou. A gente estava no meio do nada. Só com as luzes das estrelas nos iluminando, paralisados de medo. Eu não conseguia me mexer, nem olhar para cima, ou para baixo. Só queria ir embora, nem me importava mais com a aposta. Se o medo não tivesse me parado eu teria corrido.

Ele falou, quando reparei, ele estava sentado no barranco:

“Gosto quando sentem medo. É a prova de que a vida tem valor.”

Eu nunca esqueci, depois o homem, que não tive coragem de olhar o rosto, levantou e falou, no mesmo tom, parecia estar com raiva:

– Entra uma das meninas, o resto espera aqui. Eu mato vocês se correrem.

Ele entrou, os meninos me olharam, até o Rogério estava chorando. Eles empurraram a Natália, que estava segurando no meu braço, e eu juro que vi quando os olhos delas ficaram brancos. Mais tarde os meninos diriam que eu inventei. Como se algo controlasse a minha amiga ela entrou. Eu escutei ela chorar, e chorei junto, e os meninos tambem perderam lágrimas. Pensei que seria demorado, mas a Natália saiu com o homem depois de meia hora ou menos. Dentr todos que estavam parados, no mesmo lugar, ele chegou bem perto de mim e falou:

“Eu sou Satanás, e ninguém vai acreditar em você.”

Eu não levantei o rosto. O dia amanheceu em instantes. Acho que ele entrou de novo na casa. Nós começamos a andar com a luz do dia, e ninguém falou nada. Quando descemos o morro, voltando para onde existiam postes, a luz apagou, porque tinha amanhecido, mas foi o suficiente para nos assutar com o som, de modo que corremos como se não houvesse amanhã.

Os meninos disseram que eu inventei a parte das falas. Eles tinham medo demais para falar a verdade, e logo ninguém mais voltou a falar sobre o assunto, nos afastamos, nos mudamos de cidade, crescemos, casamos com pessoas diferentes, mas eu nunca esqueci, e nunca esquecerei.

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6 Comentários

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  • Responder Júlio César66 ID:on90enpzra

    Que bosta veiioooo

  • Responder Homesick alien ID:1v7briv4

    Doença

  • Responder SouSafadenho ID:mujh4mm9d

    “e só aqui encontrei autores tão nojentos e imundos.” HAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHA

    tudo isso pra fazer um conto mega comum, ai gente….

  • Responder Bye ID:muj5bi8rd

    Que merda vey

  • Responder Iko ID:81rd515n44

    Vin bate punheta e voltei com medo

    • Pedro ID:2j94gb0k

      Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk papo reto