Esse desejo também passa?

Me chamo Mafe sou uma adolescente e tenho muita curiosidade em vários âmbitos da sexualidade. Quero me permitir explorar isso um pouco mais.

Com um impulso de coragem resolvi escrever nesse site. Há tempos eu leio mas nunca tive coragem de postar. Na verdade, acho que nunca tive vontade. Enfim, não vou relatar nenhum momento erótico, nem falar palavras “excitantes” então se você procura isso, aqui definitivamente não é o seu lugar.
Quero falar das minhas vontades, talvez desabafar um pouco, sei lá. Eu ainda sou muito nova e me deixa completamente confusa a excitação que sinto quando leio alguns contos. Principalmente os que envolvem mulheres mais velhas com meninas mais novas, não muito novas, claro. Alguns chegam a ser doentios, mas os que estou falando são meninas na minha faixa de idade (16/17/18) com mulheres alguns anos mais velhas. Sou bissexual, nunca namorei mas já beijei muitos garotos, todos da minha idade ou 4 anos mais velhos no máximo. Eu me esforço, pra poder sentir o que sinto por essas mulheres mais velhas pelos meninos, mas não consigo. Os beijos não me cativam, são bons mas só isso. Nada que me faça querer repetir a dose. Já conversei com duas mulheres de meia idade, que não são do meu estado, então era tudo virtual. A primeira foi a S. ela era minha amiga, tinha 30 anos e eu 15, eu adorava conversar com ela, me sentir desejada e tudo mais. Mas com o tempo acabei me cansando. Ela tinha outras mulheres, era muito indecisa, tinha medo, eu era intensa demais e ela não soube lidar muito bem com isso. Além disso, eu não tenho tempo pra indecisões na minha vida, adoro um desafio mas esse era inalcançável. A segunda é a L. ela tinha 45 conversei com ela faz pouco tempo e eu me senti em chamas a cada mensagem trocada. Queria fazer tudo por ela, ficava ansiosa esperando a notificação das suas mensagens no meu e-mail, procurava tirar fotos dos meus melhores ângulos só pra enviar pra ela, conversávamos besteiras mas também falávamos muitas coisas interessantes: dos meus cachorros, do trabalho dela, dos meus estudos e até trocávamos músicas românticas… Já estava muito na dela. Ela era a melhor parte do meu dia. Mas ela era casada, então decidi não responde-la mais. Eu sentia culpa, não culpa pelo marido dela, mas culpa por não me sentir culpada. Havia colocado meus sentimentos em primeiro lugar, ignorei o tempo todo a razão. Nunca havia me sentido assim. Com ela eu não era mais a filha perfeita, a irmã protetora, muito menos a amiga engraçada. Com ela eu me sentia uma mulher, desejada e cheia de desejos, e eu adorava me sentir assim. Mas eu estava começando a me apegar demais, então fugi. Não quis adiar o inevitável, sabia que era coisa momentânea, quanto mais eu prolongasse mais eu sofreria. O que mais eu gostava nas duas, é que eram muito inteligentes e isso me fascinava, me deixava louca de tesão. Eu adoro gente inteligente, apesar da pouca idade eu me considero bem madura e me esforço pra caramba no meio acadêmico. Gosto de gente que saiba manter um diálogo legal sobre alguma temática interessante, ou que só consiga ter um diálogo agradável, sabe?
Enfim, eu sinto isso. Essa vontade súbita por mulheres mais velhas. Eu temo que não passe. Eu sei que isso é imoral perante uma sociedade já constituída com valores e princípios muito bem estruturados. De fato, nem me importo muito com isso. Mas eu fui educada com base nos princípios e na ética dos meus pais, minha mãe sempre me disse que sonhava em me ver casando na igreja, meu pai a mesma coisa, ele ainda me chama de “minha princesinha.” Eu tenho muito medo de decepcioná-los. Minha mãe toda vez que me vê com um amigo fica fazendo gracinhas do tipo “meu genro” e eu fico muito sem graça, porque temo não ser o que eu quero de verdade. Ela fica me pressionando, me pergunta quando eu vou arrumar um namorado, eu sempre corto. Jamais vou deixar que ela saiba o meu desejo por mulheres. Talvez esse seja o meu segredo mais secreto, guardado à 7 chaves num baú escondido no fundo do meu coração. Acho que ninguém nunca vai saber, mas eu anseio um dia poder viver todas as minhas vontades, mesmo que em segredo. Não tenho medo do errado e acredito que não há pecado que não se possa perdoar. Eu quero muito viver uma loucura, imoral, suja e inesquecível. Posso ser meiga, educada e todas essas “qualidades” que a vida impõe nas meninas desde o berço. Mas também posso ser safada, ter muito fogo, enfim, uma verdadeira depravada sexual. Prefiro ser todas numa só. Mas se você me ver na rua jamais vai pensar que eu penso assim hahah. Sou boa na arte da atuação, e infelizmente, cresci sendo muito reprimida em vários âmbitos e principalmente no quesito sexualidade. Então meio que aprendi a esconder esse lado perverso. Não sei porque recriminam tanto a sexualidade feminina, de verdade, fico muito triste.

Mas enfim, é isso. Que alívio poder escrever aqui. Se quiserem me enviar um e-mail, o meu é: [email protected]

Acho que seria muito legal falar disso com alguém que se identifica, ou que ao menos entende um pouco do que eu sinto.

Homens, raramente eu vou responder vocês. Depende do meu humor e ele é muito instável. Beijinhos.

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