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Inocência Maculada – 6

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Chovia bastante e parecia que apenas os quatro estavam ainda na escola, Ana Beatriz estava impaciente e sugeria que fossem na chuva…

6 – Chuvas de abril

📆 4 de abril de 1986, sexta-feira – No pátio do Educandário
📌 (Aquela sexta-feira nunca sairia da memória dos dois, nem das de Joana e Beatriz, quadro amigos que faziam diferença.)

— Essa chuva não passar… – Suelen olhou para fora, a chuva mais parecia dilúvio.
O pátio encoberto do Educandário estava deserto, todos ou quase todos já tinham ido embora, somente os quatro e algum outro professor que dependiam de coletivo ainda tinham esperança que pudessem sair antes das sete da noite, eram seis e quarenta e nove. Até mesmo a professora Janaína já tinha ido embora com o restante da turma.
— Topam ir assim mesmo? – Beatriz, deitada com a cabeça no colo de Claudio era a mais impaciente.
— Tu é doida pequena, esse toró… – Joana sentia frio, os pelinhos dos braços formação montículos – Se a gente tivesse de maiô…
— A gente arranja uns sacos de plástico pra não molhar as fardas – Beatriz tornou sugerir.
— E a gente vai pelada? – Suelen olhou para Claudio que parecia absorto demais e não atinava para as coisas da Bia.
— Pelada, pelada não, né? – novamente Beatriz – De calcinha e sutiã…
— Deixa de ser doida Bia, Claudinho… – Joana até que não desgostava da ideia.
— E tu não fica de calcinha na frente dele, sua santinha… – Suelen levantou – Tem nada não, olha com os olhos e come com a testa… – sorriu.
— Eu topo… – Claudio acariciou o ombro de Beatriz – Nessa hora não tem vivalma na rua…
— Tá! Vou buscar uns sacos na cantina – Suelen saiu apressada, talvez fosse a oportunidade que há muito esperava.
— A gente vai mesmo? – Joana olhou para cima, não havia raios ou trovões, apenas aquele pé d’água tão comum no mês de abril.
— Tu tá com medo? – Beatriz riu da negrinha de nariz arrebitado – Tá com medo da chuva ou do pau de Dinho?
— Lá vem tu com tuas coisas, sua depravada…
— Eu depravada? – fremiu a cabeça no pau do colega que já estava estrebuchando – E aquelas fotos na casa de Su? Pensa que eu não vi?
— Tu… – arregalou os olhos sentindo o rosto queimar – Tu mostrou pra ele?
— Não Ninha, mas eu vi… – Claudio sorriu – E o que isso muda?
— Porra Dinho, não era pra ti ver…
— Como se o Dinho não tivesse visto ao vivo e a cores, porque Su tá demorando tanto? – nem bem terminou de falar a amiga entrou no pátio correndo – Tu tava onde, pequena?
Suelen sentou no peitoril com alguns sacos plásticos na mão.
— A gente vai ter que sair pelos fundos – entregou um para cada colega – Irmã Francisca tá na portaria…
— E pular o muro nessa chuva? – Joana ainda não tinha comprado aquela ideia maluca, mas recebeu o saco – Tu vai ter que ajudar a gente Dinho…
Aos risos marotos se esgueiraram por detrás da quadra coberta se desviando das bicas que jorravam um mundão de água. Quem primeiro tirou a calça de farda foi Beatriz seguida por Suelen.
— Essa calcinha não esconde nada… – Claudio viu a xoxota encabelada de Suelen que riu e, sem falar nada, tirou a blusa pesada.
Se Claudio tivesse visto a calcinha de Joana não teria comentado da Suelen. Joana, naquela época, já era de tirar o fôlego. Com risos marotos colocaram as fardas e sapatos nos sacos, Suelen não tirava o olho do pau de Claudio já quase duro avolumando a cueca.
Correram em silêncio em direção ao campo de futebol e para o muro, por onde haviam saído em muitas outras ocasiões. Quem primeiro subiu foi Beatriz sem ajuda de ninguém, já Joana precisou ser assungada por Claudio.
— Deixa de saliência menino, tira o dedo daí… – sorriu arrebitando a bunda, o dedo de Claudio escorregou e quase entrou na xoxota – Para Claudio!
As duas pularam o muro e se esconderam por detrás do caminhão de seu Josivaldo.
— Tu meteu o dedo nela, seu safado! – Suelen olhou para ele e para o pau duro – Porra Claudinho, não pensei que fosse desse tamanho… – aproximou dele e meteu a mão na cueca – Tira, deixa eu ver…
Claudio olhou para ela, os peitinhos tesos pareciam furar o sutiã branco, no meio das pernas aquele volume que a fazia ser olhada. Suelen massageou o cacete agora totalmente duro e tirou para fora, há muito tinha desejos de ficar com ele e, como se empurrados por mãos misteriosas se abraçaram.
— Su… – ele falou baixinho.
— Não fala nada, não fala nada.. Me beija, me beija…
Para eles não havia nada além deles, além do desejo infernal que lhe corroía a vontade. Um beijo, apenas um beijo destravou qualquer medo de estarem ali quase nus. Mãos macias percorriam os corpos, não havia frio, havia um calor abrasador e chuva lhe banhava o corpo e as mãos lhes tocavam a pele.
— Su…, Su…
— Eu quero, Dinho, eu quero… – e deitou no chão molhado se se importar estarem debaixo daquele aguaceiro – Vem Dinho, vem…
Claudio, com o pau duro apontando para o léu viu abasbacado quando ela soltou o sutiã e tirou a calcinha. A vagina quase lisa não fosse alguns pelinhos negros enfeitando o sexo.
— Vem Dinho, vem… – abriu as pernas olhando dentro dos olhos dele – Eu quero Dinho, vem…
Ele suspirou, tirou a cueca e ajoelhou entre suas pernas, não olhava para a vagina, olhava para os pequenos peitinhos e para o rosto dela.
— Vem Dinho, vem… – viu o rosto se avolumar diante de seu rosto, suspirou, a boceta estava melada como nunca havia estado – Dinho…
Ele lhe beijou, as línguas pareciam brigar dentro da boca e ela sentiu a ponta do pau lhe roçar a xoxota. Nem em seus mais estranhos e pecaminosos sonhos havia sonhado em se entregar em um lugar tão impróprio.
— Su…, tu quer mesmo?
— Tu não me quer? – os olhares dentro dos olhares – Vai Dinho, me come merda!
Claudio segurou o pau e pincelou entre os lábios sedentos, Suelen respirou agoniada, abriu mais as pernas.
— Mete Dinho, mete… Hum! Ai! Ui! Dinho… Vai Dinho, mete…
E ele forçou, a cabeça alojada na portinha do desejo…
— Vai…, hum…, vai…, Dinho… Mete porra, mete… – os braços nervosos, as mãos inquietas abraçaram o corpo do seu desejo – Isso amor, eu… Eu te amo… Eu te amo Dinho… Mete… Hum! Hum! Ai! Ui! Dinho tá… Tá entrando Dinho… Hum! Vai… Hum! Mete…
E ele tornou forçar sentindo o pau escorregar para dentro, se pensava em algo, se imaginava outra coisa não tinha como saber. Só aquele roçar gostoso, aquele calor acalentando seu pau, e empurrou e ela gemeu alto sentindo o corpo ser dilacerado por dentro. Não… Não sentiu dor, sentiu prazer. Prazer de estar sendo penetrada, já não era criança e muito menos virgem.
— Para…, para… Ai!…, espera…, espera um pouquinho… Hum! Ui! Dinho… Ui! Dinho… – mas ele não parou e nem esperou, eram quase crianças, crianças mulher e homem se entregando – Ai! Dinho…, espera…, tá…, ui! Tá doendo Dinho, espera…
Ele já estava dentro, sentiram os corpos colados, estavam ligados, agora não mais crianças, agora homem e mulher amados e amantes…
— Su…, Su…, hum!… É bom…, porra…, tu…, hum, tu…
— Ui meu deus… Ui meu deus… Olha…, olha… Tá tudo dentro… Vai Dinho…, não fica parado… Vai…, me come meu amor, fode tua mulher, fode…
E continuaram, continuaram debaixo daquele dilúvio naquele quatro de abril. Suelen, de olhos fechados espremia o querer chorar lá dentro da goela. E ele metia e tirava cada vez mais forte e mais violento na violência da entrega. Suelen gemia, apenas gemia naquele início de noite deitada no barro molhado sentindo prazer de ser mulher, mulher que não teve medo de se entregar.
— Dinho… Ai! Dinho… Ai!… Ui! Dinho… Ui! Dinho… Te amo… Te amo Dinho…
E gozou, gozou não com sua mão, não com a ponta do travesseiro. Gozou com o pau de seu melhor amigo dentro dela e ele gozou e ela sentiu jatos lhe invadir…

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🛫 16 de maio de 2009, sábado – No apartamento (Conversas com Valéria).
📌 (Valéria olhava absorta o rosto tranquilo do tio e soube que vidas vividas pulavam em sua cabeça…)

— Porra tio, quer dizer… – Valéria acariciou o peito do tio – E depois?
— O que te tem? – sorriu recordando aquele dia – Pulamos o muro e fomos para nossas casas.
— E as outras?
— Depois disseram que esperaram por quase uma hora… – suspirou e cofiou os cabelos longos da sobrinha – Elas pensaram que tinha acontecido alguma coisa…
— Porra! Isso é sacanagem… – Valeria sorriu – Elas não voltaram?
— Voltar como, minha doidinha… – sentou e suspirou – Estavam só de calcinha e sutiã…, e…, o muro, do lado da rua não dava para subir além do risco de serem vistas por alguém…
— Mamãe sabe disso?
— Sabe…, Dolores também estudou no Educandário e…, era amiga de Suelen…
— Tu conheceu mamãe lá?
— Não…, conheci Dolores por intermédio de meu irmão, teu pai…
Valéria não falou mais nada, levantou e foi para cozinha. No início achou estranho aquela aversão dela com seu pai, ficava chateada até mesmo quando conversava e alguém lhe falava sobre Florivaldo.
— Sim! E como foi no médico? – foi para a cozinha, Valéria lavava as louças do café.
— Tudo bem… – continuou lavando sem se virar – E como foi com Inês?
— Normal… – sentou e acendeu um cigarro.
— Tu sabes que não gosto que fumes em casa… – virou, nem parecia ser mãe de uma mocinha, o corpo parecia de uma menina – Joga fora amor, joga? – Claudio sorriu, deu tragada forte antes e apagar em um pires, a sobrinha balançou a cabeça antes e pegar o pires e colocar na pia – Esse fedor está impregnado em ti… Sim! E foram só ao cinema?
— Depois fizemos um lanche no Bob’s – levantou a abraçou a sobrinha pelas costas – Porque?
— Nada não… – virou o rosto e lambeu os lábios – Pensei que tua ias trazer ela pra cá…
— Não…, deixei na casa de tua mãe…
— E?
— E o que menina? – sorriu e segurou o seio esquerdo, ela suspirou – Não teve nada, viu menina maldosa…
— Nem com mamãe?
— Nem com tua mãe e muito menos com tua filha…
— Tá uma gatinha, não tá?
— Está…, e poderia sendo filha de quem é?
Claudio beijou os olhos cintilantes da sobrinha, suspirou e voltou para a sala…

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