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Minha vida – A amizade inevitável de Alice com Deborah – Parte 5

2023 palavras | 5 |4.86
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Apresentando Alice à Deborah e vendo a amizade florescer naturalmente.

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(Continuando… Não há muito sexo neste capítulo, nem é esse o objetivo. Quero contar do encontro que engedrei entre Alice e Deborah e os resultados disso.)

Segurava a mão de Alice com nosso menino em meu outro braço. Ela estava grávida novamente e estava uma negra estonteante, sem marcas de estrias ou mudanças no corpo além de seus seios estarem maiores do leite que alimentava o bebê.

– Aonde tu vai me levar Stephen? Tô feia, sô mãe solteira e o povo vai saber que peguei dois filho teu, amor. Não quero dá problema pra você e a gente tá bem assim… Medo de sua aparência, que era totalmente infundado como falei. Um pouco de apatia, o que pensei ser talvez um início de depressão pós-parto e a nova gestação logo três meses após ter parido. Tinha e sabia como mudar isso.

– Você me obedece e me acompanha, minha princesinha de ébano! Está linda e quero que conheça alguém de modo diferente. Confia no teu homem, pequena? Falei, olhando diretamente em seus olhos e dando apertos em sua mão para que se entregasse e me obedecesse como sempre fazia e faz.

– Ai meu deus… Meu filho é branco de olho claro… Só cabelo é pretinho e enroladinho… Teu sangue é muito forte e todo mundo vai saber que é teu… Tá bom…

Saímos e a levei para a mesma praça em que eu me encontrava semanalmente com Deborah e meus filhinhos e, as vezes, Carlos. Sabia que ele não estaria lá e queria que as duas iniciassem um relacionamento de cumplicidade e amizade. Não a coisa de “doutora” todo o tempo, mas amigas com muitas coisas em comum.

Chegamos e ví Deborah olhar para nós, para meu filho no meu colo e para Alice, já mostrando sua nova gestação. Deborah estava no final de sua terceira gestação e estava tão linda e perfeita como quando tomou minha virgindade. Ela sorriu mas voltou a ficar séria. Beatriz me viu e saiu correndo como uma maluquinha em minha direção, abraçando forte minha perna e se prendendo a ela como costumava fazer. Thiago andava com dificuldades, mais ensaiva que andava e brincava na areia.

Cheguei e beijei Deborah profundamente. Depois Beatriz e Thiago, daí entreguei David para Deborah que o olhou a princípio com olhos de médica para, logo em seguida procurar minha presença em sua panturrilha. Fez carinho e o abraçou gostoso sobre seu barrigão.

– Teu filho é lindo Stephen!… Parabéns! E vejo que já encomendou outro, menino? Rsrsrsrs!… E quem é essa princesa negra linda? Falou, cheirando o menino no cólo e, em seguida, olhando para Alice.

– Sou Alice, Doutora Deborah. Sei quem a senhora é… Desculpa eu atrapalhar a senhora, mas esse menino me obrigou a vir com ele pra conhecer a senhora. Falou baixo, firme mas de modo respeitoso.

– Nada de doutora aqui, Alice. Sou Deborah. Só Deborah. É um prazer conhecer uma mulher tão linda como você, moça. E que filho lindo você tem! Puxou seus cabelos negros mais grossos que parece um anjinho barrouco.

– Brigada, Deborah… Teus filhos também são muito lindinhos… Parecem anjinhos também com os cabelos loirinhos e os olhos azuis… deus abençoou nós duas né? E sorriu, mais calma e procurou se sentar ao lado de Deborah.

Sorri. – Eu quis que vocês duas se conhecessem. Acho que compartilham coisas. Eu vou curtir as crianças. Peguei o menino no cólo e me sentei na areia junto com o outro, aguentando Beatriz que escalava meu pescoço e me beijava, contando as coisas ao seu jeitinho. Eu estava muito feliz entre meus filhos e brincava muito com eles, mas mantive os olhos e ouvidos atentos à conversa daquelas duas deusas, uma branca como neve e outra negra como ébano, dois exemplares de mulher que traziam aura e beleza ao parque.

– A senh… você deve estar feliz com dois filhos e esperando um terceiro. Seu marido também né? Deborah olhava em seus olhos e a estudava; Alice fazia o mesmo e ambas sorriram ao se pegarem em mútua análise.

– Estamos sim, Alice. Você também deve estar, apesar de eu querer dar uma vitaminas para você… kkkkk… Mania de médica, mas teus olhos parecem um pouquinho cansados. Você tem se cuidado bem? Eu bem sei que filhos não é façil para nós, não é? E ainda nossos maridos ficam ainda mais exigentes também… Rs…

– Tenho marido não, Deborah. O pai deles pediu pra casar mas não quis. Tem homem que tem que seguir o caminho sozinho mesmo e a gente fica junto mas não vira dona de nada, só do amor deles né? Falou séria.

– Interessante, Alice… A gente é diferente nisso… Eu preciso de cacho, mas entendo bem o que você está falando. Você era enfermeira da avó do Steph, não?

– Tem coisa que a gente estraga se por a mão… Minha família é de Moçambique e eles têm problema com gente branca… Olhou para mim e se arrependeu de não ter aceito meu pedido. Foi um pedido sincero, mas ela disse que eu não era de uma mulher só e tinha que seguir meu caminho, mas estaria sempre nele até o final. “Sou seu porto seguro, menino… Tua negrinha tá sempre aqui pra ti mas num caso não. Minha família num aceita eu ser mulher de branco… Eles são muito preconceituosos e não quero briga… Tamos bem assim e não quero mecher nas coisas, tá? Te amo muito, Steph…”

– Acho que entendi, Alice. Sinto muito viu? Deve ter sido difícil pra você essa escolha e eu entendo o teu olhar feliz e triste ao mesmo tempo.

– Me descupa falá, mas a senh… você também tem… Parece uma sombra na gente, né? Na mesma hora que vem felicidade passa medo junto e fica contaminado. Eu sou técnica em enfermagem. Queria ser médica também mas o pai não deixou e não tive como pagar. Agora com filho fica mais difícil ainda né… E suspirou. Era seu sonho ser pediatra, mas sua família discordou e queria que ela se casasse com alguém de sua terra natal, o que lhe fez mudar-se para cá e freou seus projetos.

– Tenho sim. Deborah olhou para mim e suspirou. Há coisas que a gente vive que mudam o curso da nossa vida. Eu sonhava com o pai das minhas crianças desde que era adolescente, sabe… Acabou virando realidade depois que eu casei. Outro suspiro. Mas se eu tivesse que viver de novo, não teria mudado um só capítulo da minha vida. Você também não deve se arrepender ou achar que acabou aqui, Alice. Você é muito linda, muito linda mesmo, vejo que é carinhosa e bem desinibida, e é mamãe também… dele… E olhou para mim…

– Você percebeu a marca dele né? O sangue dele é muito forte que nasci tudo igual ele e só escapa detalhes. Mas só nasce anju daquele homem né? E olhou a reação de Deborah.

– Muito forte sim… Suspiro… Eu vi a marca dele sim… Suspirou. Eu sei que você viu nos meus também, Alice. Você não tem nada de simples ou pouco perceptiva e eu estava apavorada pois não é possível uma exposição. Consegue entender?… Tremeu e segurou firme a mão de Alice. Fiquei tenso também, mas continuei cantando baixo com as crianças à minha volta.

– Dona Deborah, eu respeito a senhora muito e aprendi a amar a senhora como se fosse minha irmã. Eu sempre soube viu? Bastou ele começar o tratamento que as tua cria vieram tudo cópia dele… Tudo branco, loiro e de olho azul com a perna marcada e seu marido é moreno de olho preto. Tuas criança só puxaram teus olhos mas não dá pra falar nem isso porque é da cor dos dele também… Num sobrou nada… Rsrsrsr… Eu juro pra senhora que não falo um píu… A senhora também tá?… Eu tinha muito ciúmes da senhora mas não sinto mais isso no coração. O amargo passou porque eu entendo o amor que ele sentiu pela senhora também…

Ví Deborah e Alice se abraçarem e achei engraçado ao meu modo duas barrigonas e peitões se amassando num abraço fraternal! Besta eu, lógico, mas era adolescente e já imaginava como seria ter aquelas deusas na cama ao mesmo tempo! Fetiches de adolescente!! HAHAHAHA

– Foi tua primeira vez, Alice? Doeu? Cochichou, curiosa e com olhar vivo e alegre de uma adolescente que foi devolvido pela nova amiga de olhos negros e tão sapecas quanto.

– Me rachou no meio, menina! Puta merda que sangrei como vaca no matadouro por quatro dias!! KKKKKKKK! Quase vou no médico pra ser remendada!! KKKKKKK, e suspirou lembrando sua primeira vez… Mas também gozei como uma puta e olha que nunca tinham relado o dedo em mim e nem eu brincava de brincar também!… Mas foi muito mais que maravilhoso!!!

– Tu já era casada há anos… Como foi? Rsrsrsr… Perguntou tão curiosa quanto a primeira que respondeu, diminuindo a voz mas me deixando escutar aquela conversa e lutar contra uma ereção que já fazia doer.

– Meu marido é assim óh? E mostrou o dedo do meio. Só sentir arder quando casei e perdi minha virgindade. Com esse menino aí eu senti alargar e lacear tudo que parecia que eu tava dando pra uma garrafa de cerveja e sangrei por três dias!… KKKKKKK!… Foi uma luta esconder do Carlos as dores no cólo do útero e o rio de esperma e sangue que ficou saindo… Eu inventei uma gripe pra ficar deitada e evitar andar mancando ou ter que me sentar… Mas o Steph tem instinto macho de procriação, Alice… Ele aprendeu a achar e empurrar o cólo do útero até sentir encaixar e fica parado injetando o leite lá dentro até que sente fazer e termina a encher a vagina… Fiz exame nele e se a gente estiver fértil, pega filho mesmo, amiga!… Eu sei que você sentiu a mesma coisa! Ahahaha!… Putz, e ainda por cima ele tem o problema de não poder ver o leite dele, então tive que fazer malabarismo com as pernas pra cima que nem frango assado e ele correu pegar minha bolsa pra eu por absorvente! KKKKKKK

E ouvi as duas gargalhando alto por minutos de mão das dadas.

Minhas duas fêmeas eram amigas agora e já trocavam confidências como se fossem íntimas e adolescentes!

Naquele momento eu ví minhas crianças e minhas duas mulheres grávidas e me senti bem e beijei Beatriz com direito a cheiro no cangote e cócegas em sua barriguinha.

Deborah sempre foi mulher de palavra e de ação. Falou com Carlos e contrataram Alice para o consultório. Elas deixavam as crianças no berçário e só tiravam licença para parir meus filhos. Deborah pegou firme e teve boas discussões com Alice para que a última retornasse aos estudos. Eu dei suporte e fiz minha parte também e tentava participar de tudo.

Acabou que Alice fez medicina, especializou-se em Pediatria e terminou por comprar a parte de Carlos, tornando-se sócia de Deborah. Uma se tornou madrinha dos filhos da outra e uma grande aliança surgiu entre aquelas duas deusas lindas e fortes, mulheres completas, parceria que só acabou com o falecimento de Deborah que já contei.

(No próximo capítulo eu vou contar como minha relação com minha tia Anna mudou após o falecimento de minha avó.)

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5 Comentários

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  • Responder Negroeamor ID:81ri9kxt0k

    Ta aí, vou contar a minha história tbm depois kkk

  • Responder Kk ID:w71g259h

    Estou “maratonando” a sua história… ???

    • Stephen ID:22lqwvj9zi

      Opa maratona boa! Boa leitura!

  • Responder Viper ID:gsv46s742

    Adoro ler sua história, esperando a continuação

    • Stephen ID:22lqwvj9zi

      Eu coloquei a 6a parte com minha tia Anne.

      Valeu pela visita e comentário!