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Fetiches de um adolescente 9 – a partida de Gustavo

3571 palavras | 13 |4.71
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Sequência da narrativa das descobertas sexuais de um adolescente marcadas pelo surgimento de sentimentos controversos paralelos

Nem eu nem o Juninho tínhamos visto o Gustavo sair, já que ambos estávamos de costas para a porta, Juninho de quatro na cama e eu enrabando ele. Vesti o calção rápido, abri a porta e fui olhar lá fora. Já tinha escurecido, o sítio de Graciela tava deserto, nem sombra do Gustavo. Olhei tudo ao redor, nada. Ele devia ter saído correndo, sei lá, não sabia há quanto tempo, não ouvimos ele abrir a porta, concentrados na trepada. Voltei pro quarto desolado, um aperto no peito, imaginando que sentimentos teriam levado o Gustavo a sair daquela maneira, sem falar com a gente. Aborrecido com o que, exatamente? Em qual momento ele não suportara mais ficar olhando?…
Encontrei o Juninho sentado na cama, também com a expressão consternada.
– “Eu te falei que duvidava que ele soubesse separar as coisas” – falou ele me fitando quase me acusando. Não tive resposta pra dar, eu também tava apreensivo a respeito do impacto que pudesse ter provocado aquela saída brusca. Mas pensei, porra, o cara tinha curtido, tinha metido com vontade e gozado pra caralho. Devia ter ficado chocado com o meu descontrole de tesão, que talvez tivesse sido demais pra ele assimilar e processar. Depois de gozar a cabeça muda, o tesão apaziguado dá lugar ao racional, vai ver ele não tava mesmo preparado pra ver o que viu. Mas nesse caso, era comigo a decepção ou o choque, procurei tranquilizar o Juninho que tava mais preocupado com a mudança que aquilo poderia trazer à amizade deles. No dia seguinte eu falaria com ele, e tinha certeza que tudo voltaria ao normal. Muito mais difícil do que isso eu já tinha conseguido mudar na cabeça dele, fazendo com que aquela tarde acontecesse.
Eu não me arrependia de nada do que tinha feito, tudo saiu melhor do que eu esperava, e cada minuto daquela tarde pra mim tinha valido muito a pena. Falei tudo isso pro Juninho, ele pareceu mais tranquilo, e aí perguntei:
– “Vc tá arrependido de alguma coisa que aconteceu hoje?”
Ele me olhou firme e tirou qualquer dúvida minha.
– “De jeito nenhum. Eu tinha muita vontade de fazer de novo com ele. E ainda tenho e faria de novo” – Puta merda, comecei a ficar com tesão novamente. Eu sabia que tinha sido o elemento catalizador dessa vontade que eu tinha certeza que era recíproca. Falei: “Ele também, cara, tenho certeza”. Ele me olhou, com muita necessidade de acreditar nisso, e ainda hesitante perguntou:
– “Tu acha mesmo?” – Repeti que tinha certeza. Sentei na cama ao lado dele e coloquei a mão na coxa morena e musculosa. Alisei e apertei, e vi maravilhado o pau dele começar a crescer, apesar de toda a apreensão. Porra, era bonito ver aquele pau moreno e grande ir ficando do tamanho que eu já conhecia. Incentivado por aquela visão comecei a desejar falar e ouvir putaria.
– “Tu gozou, carinha?” – perguntei ainda alisando a coxa e subindo a mão para o meio e tocando o saco moreno repousado na cama. Eu não tinha visto ele gozar.
– “Gozei. Muito” – reforçou ele.
– “Quando?? Em que momento? Eu não vi ! “ – Ele me olhou meio safado.
– “Quando vc meteu a língua no meu cu esporrado”.
Fiquei doido de tesão. Queria ouvir mais:
– “Na hora que chupei seu cu todo aberto?” – Ele fêz que sim com a cabeça. E completou, para deleite dos meus ouvidos:
– “Tu lambeu a porra toda do meu cu, não foi? Lambeu e engoliu a gala do Gustavo toda. Quer dizer, toda não, porque ele esporra pra caralho e deixa meu rabo cheio” – Ele dizia isso com muito tesão na voz. Já de pau duro continuei:
– “Tu gosta disso? De sentir o rabo cheio de porra e escorrendo pra fora?”
Os olhos dele brilharam, e mais uma vez me dei conta de como ele ficava bonito visto assim de perto, os lábios molhados de tesão, com todo o jeito machinho e de voz grossa falando como gostava de pica e de porra.
– “Caralho, acho que é o que eu mais gosto de tudo. Claro que eu curto a metida o tempo todo, e sentir a rola entrando e saindo e me deixando cada vez mais aberto, mas nada é tão gostoso como na hora que o cara goza tudo lá dentro, o pau pulsando e jorrando porra lá no fundo” – Puta merda, que prazer ele tinha em falar isso daquela forma tão sem pudor nenhum, quase uma necessidade de botar pra fora tudo o que era obrigado a esconder o tempo todo. Meu pau já babava no calção, eu continuava vestido e ele nu, também de pau duro, mas olhando meu volume. Eu não me cansava de ouvir e continuei insistindo:
– “Gustavo esporra muito mesmo, né?” – pergunta óbvia só pra ele continuar falando. E ele precisava falar, devia morrer de tesão no amigo de infância, e COMO eu entendia isso.
– “Ele goza muita porra. E me deixa muito arrombado com aquela rola. Eu gosto de ficar arrombado. Na primeira vez que a gente trepou, na hora que ele gozou, eu tava tão aberto e tão cheio de gala, que sujei o pau dele todo”.
– “Sério, cara ?” – fingi espanto. “Tu cagou na rola dele?” – Baixei o nível de propósito.
– “Porra, caguei muito na rola dele. Eu não tava preparado naquele dia, nem imaginava que ia conseguir fazer ele me comer, e não ia perder aquela chance” – completou rindo e cínico. Eu adorando ouvir a confiança dele sem vergonha de me dizer aquilo. “Cara, fiquei muito sem graça, um vexame da porra. Mas ele foi muito legal, não reclamou nada, foi no banheiro se lavar, me deixou à vontade. Eu tinha gozado na mesma hora que ele começou a esporrar dentro de mim, aí relaxei o cu, não deu pra segurar. Hoje não, eu sabia o que podia acontecer e vim preparado” – Nessa hora ele corou. Reforcei:
– “Verdade, tu tava muito limpo. E olha que eu meti a língua pra valer, até onde pude” – falei rindo. “Foi gostoso, não foi?” – eu queria ouvir mais coisa.
– “Gostoso pra caralho ! Tua língua entrou toda, eu tava muito arrombado” – e aí acrescentou: “Ainda tou” – me olhou safado. “Tu não deu tempo pra meu cu fechar”. Perguntei: “Posso pegar?” – maluco de tesão. “Pode, claro” – respondeu. Ele deitou de lado na cama, de frente pra mim, a curva da bunda acentuada era linda de se ver. Fui com a mão naquela curva perfeita, procurei o rego no meio da montanha de carne dura e morena, passei os dedos no rego todo molhado, uma vez, duas, senti a abertura, na terceira vez comecei a enfiar, três dedos entraram fácil e deslizaram pra dentro, escorregando na quantidade de porra, minha e do Gustavo, que ainda tinha ali. Juninho gemeu gostoso, entreabriu os lábios, a boca dele tava muito perto da minha, os lábios molhados de saliva chamavam os meus, fui encostando minha boca, e dei e recebi o primeiro beijo na boca de um homem na minha vida. O encaixe foi perfeito, apesar de toda a inexperiência, porque era o primeiro beijo dele também. Enterrei mais fundo os três dedos, ele abriu mais a boca, as línguas se tocaram, se sugaram, e o beijo aconteceu molhado e demorado, até eu sentir a rola dura dele gozando em toda a minha barriga. Ele meteu a mão por dentro do meu calção, botou a rola babada pra fora, e me punhetou devagar. Gozei em poucos minutos, com três dedos enterrados no cu dele alargado e inundado de porra. Tirei os dedos devagar, ele suspirou fundo, levei até minha boca e lambi tudo. Voltei com os dedos pro cu dele, enfiei de novo até o talo, ele gemeu de novo, mexi bem no meio da porra, tirei e levei até a boca dele. Ele lambeu tudo até deixar limpo. Sem uma palavra, aconteceu o segundo beijo, bem melhor que o primeiro, com gôsto de porra.

No dia seguinte, logo de manhã, fui na fazenda do avô de Gustavo. Com o coração acelerado, o peito apertado de ansiedade, uma urgência imensa de falar com ele. Encontrei o Armando trabalhando na roça, perguntei pelo Juninho, ele disse que o filho não tinha chegado ainda. Pedi licença e fui em direção à casa, perguntei à empregada onde estava o Gustavo. Mas quem respondeu foi o avô, Sr. Salvatore, que veio me receber. Ele apareceu acompanhado de um rapaz que eu não conhecia, um morenaço que me fêz um aceno de cabeça educado.
– “Gian, meu garoto, como vai vc ? A Nanda tá dormindo ainda, ela combinou alguma coisa contigo ?” – perguntou o avô, sempre simpático comigo.
Cumprimentei ambos e falei que na verdade eu tinha ido falar com o Gustavo. Ele disse que o neto tinha ido até a cidade mais próxima comprar ração para animais, desculpou-se dizendo:
– “Tive que pedir esse favor ao Gustavo, porque o Armando tá muito ocupado hoje e o Juninho, não sei porque, não chegou ainda” – Eu imaginava o porque.
Antes que eu respondesse qualquer coisa, o Sr. Salvatore se adiantou:
– “Deixa eu te apresentar o Hugo” – e apontou pro morenaço. “Hugo é veterinário, recém-chegado do Sul, e é bom que vcs se conheçam pois talvez ele venha trabalhar comigo. Já que vamos perder o Armando, pra minha tristeza, depois de quase 20 anos comigo”.
Fiquei muito surpreso com aquela notícia, o Juninho não tinha me falado nada sobre o pai ir embora da fazenda. Revelei meu espanto, e o Sr.Salvatore me explicou, falando mais baixo, que ninguém sabia oficialmente ainda, nem o Juninho. Mas o Armando ia casar com uma moça do Ceará e ia morar em Fortaleza. Fiquei tão surpreso que quase não vi a mão do rapaz estendida pra me cumprimentar. O aperto daquela mão foi tão firme e tão másculo que me provocou um arrepio de, não sei o que, mas pareceu tesão. A mão grande e masculina segurou por menos de 30 segundos a minha, mas meu instinto animal me fêz viajar, e quase tomei um susto quando o rapaz falou, gentilmente:
– “Eu tou indo pra cidade, tou de carro, vc quer ir tentar encontrar o teu amigo lá? Não deve ser difícil, eu conheço a loja de rações onde o Sr. Salvatore compra”.
Eu não esperava o convite, nem tinha pensado em ir procurar o Gustavo, mas me toquei que seria até melhor conversar com ele longe dali, num ambiente diferente e neutro. Fiquei indeciso por uns minutos mas o Sr.Salvatore ajudou:
– “Vai sim, Gian, o Gustavo vai demorar, falou que tinha umas encomendas da Lena pra procurar. Hugo conhece bem a região e a cidade”.
Era um percurso de meia hora mais ou menos, e eu pensei que seria bom conhecer melhor aquele rapaz moreno do Sul que talvez se tornasse o novo capataz da fazenda. Sr. Salvatore me abraçou afetuoso se despedindo:
– “Vai lá, meu garoto! E olha, fala pro velho Leone que ele tá me devendo uma cervejada há meses. Velho preguiçoso, ninguém consegue fazer ele sair de casa” – acrescentou rindo. Os dois eram de origem italiana e amigos há mais de 40 anos. Afirmei que sim, daria o recado, e saí andando ao lado do Hugo.
O maior bem que aquela carona me fêz foi aliviar a tensão que eu sentia doer nas minhas têmporas. Quase esqueci o Gustavo quando comecei a prestar atenção no Hugo ( eu já tinha sangue de puta ). Ele era um “moreno limpo”, como dizia a minha avó um pouco racista quando diferenciava os morenos “naturais” dos mulatos e afro-descendentes. A pele era naturalmente bronzeada, os cabelos muito pretos e lisos, os olhos muito verdes, a barba cerrada e bem feita deixava o rosto azulado. Tinha a mesma altura do Gustavo, não era malhado mas o peito forte estufava a camisa xadrez de botões. O primeiro botão aberto deixava escapar os pelos do peito, as mangas compridas dobradas até os cotovelos mostravam os braços cobertos de pelos, negros e lisos como os cabelos. Eu já imaginava como seriam os sovacos, os pentelhos e o saco, e o rego da bunda.
No percurso a caminho da cidade conversamos um pouco sobre tudo, e fiquei sabendo que ele era do Rio Grande do Sul, tinha 26 anos e graduado em Veterinária desde os 23. Tinha vindo pro Nordeste porque adorava toda essa região e o litoral, e acreditava que poderia encontrar trabalho mais fácil do que em Porto Alegre, além de “precisar sair da casa dos pais, e quanto mais longe melhor”. Falava com eloquência, a voz era grossa e grave, ria muito enquanto falava e o riso era lindo. Mas o que me perturbava mais do que tudo era aquele volume na calça jeans, no meio de duas coxas grossas apertadas no tecido, um pacote redondo e bojudo onde dava pra notar o que era saco e o que era rola, porque esta se estendia até o começo da coxa esquerda. As mãos no volante eram grandes e com pequenos pelos no dorso. Notei tudo nos primeiros cinco minutos de viagem, e como ele olhava a maior parte do tempo para frente, pra estrada, eu podia secar o volume, a grossura das coxas e os braços peludos. Mas meu desassossego começou mesmo quando ele falou do calor do Nordeste:
– “Rapaz, que calor é esse ? Estou sempre suado, assim que acabo o banho e me enxugo já estou me molhando de suor, e como tenho muitos pelos no corpo o calor aumenta” – Não me controlei e perguntei:
– “Vc é todo peludo ? No corpo todo ?” – Claro que eu sabia, mas queria ouvir.
– “No corpo todo, peito, barriga, pernas, e principalmente nas axilas e na região pubiana. Frente e verso, bunda peluda, até nas costas tenho pelos”. Eu já salivava sem controle. “ Às vezes até aparo um pouco porque gosto de roupa justa e o atrito me incomoda”. Sem disfarçar olhei o volume indecente e falei:
– “Essa calça tá muito apertada mesmo, não sei como vc aguenta o calor”.
Ele riu, ajeitou a rola com a mão esquerda abrindo mais as coxas, olhei direto pro volumão, e ele disse: “Pois é, queria ter vindo de bermuda mas era um encontro de negócios, formal. Tive receio que o velho Salvatore achasse inadequado. Detesto calça comprida, mesmo jeans. E olha que nem uso cueca, por causa dos pelos”. Puta que pariu, então aquela rola tava solta ali dentro, por isso tava tão marcada, a cabeça devia tá ali no começo da coxa. Olhei direto de novo.
Parecia até que ele tava me provocando. Claro que não, ele não podia imaginar que eu fosse louco por pelos masculinos, mas eu comecei a sentir a baba do meu pau molhar minha cueca imaginando aquele homem pelado, e de que tamanho ficaria aquela rola que se dobrava na coxa esquerda. Ele continuou a falar e fui ficando cada vez mais excitado:
– “O bom é que aqui a gente não precisa usar muita roupa, não é? Eu vi o neto do Sr. Salvatore na primeira vez que fui falar com ele, estava de cueca pelo meio da casa, e ninguém se importa, acha natural, gosto disso. O corpo não precisa ficar coberto, a nudez é uma coisa natural, devia ser mais praticada, como na Europa.” Fêz uma pausa e quase abriu um parêntese quando disse: “Aliás, que rapaz bonito aquele teu amigo, como tem gente bonita por aqui, ao contrário do que se pensa lá no Sul. A irmã dele também, tua namorada, eu soube, não é?”
Confirmei “é sim”, meio surpreso com o elogio ao Gustavo. Fiquei mais ainda:
– “E tu também, guri, tu é bem bonito também” – e me olhou demorado de lado. “Vcs são descendentes de italianos, não é? Pô, garotada bonita pra caramba. E saudável. O corpo do teu amigo, poxa! E o teu, olha essas pernas” ( eu tava de bermuda curta ) “Qual é tua idade, guri?” – Respondi “14”, meio sem graça mas adorando. E ele: “Vai ficar um homão!” – E me olhou de novo demorado, eu já com receio que a bermuda clara se molhasse de baba.
O que era aquilo, pelo amor de Deus?? Aquele macho lindo falando aquelas coisas! Resolvi ficar ousado:
– “Vc é casado?’ – A resposta só aumentou meu nervosismo:
– “Qual é, guri? Nem pensar em casamento tão cedo. Talvez, lá pelos 35, 36 anos, pode até ser. Por enquanto, só quero viver no campo, longe de cidades grandes, e curtir a vida como nunca pude curtir lá no Sul. Nem namorada eu quero agora, pra não me encher o saco” – e riu aquele riso lindo, com aqueles dentes muito brancos, e me olhou de novo demorado com aqueles olhos da cor do mar. Que homem era aquele, puta merda!
Chegamos na cidade, fomos na loja de rações, o empregado falou que o único rapaz que esteve lá tinha saído há uma hora atrás, rodamos pela cidade, nada do Gustavo. Meia hora depois de muito rodar, Hugo disse que precisava ir embora, tinha uma viagem de 5 horas de estrada pela frente. Pediu desculpas por não poder me levar de volta, falei que não tinha problema, pra mim era fácil voltar de van que me deixava a 2km da fazenda, eram 20m de caminhada. Ele se despediu :
– “Se eu for trabalhar com o Sr.Salvatore, devo começar em Março, aí te encontro novamente”.
– “Lamento que não “ – respondi, e lamentava mesmo. “Minhas férias acabam daqui a uma semana e só volto em Dezembro pra fazenda”.
Ele fêz uma expressão triste. “Que pena, guri, gostei muito de ti. Mas estou lá em Dezembro, quem sabe?” – E me deu um abraço apertado, bem apertado, e senti seu cheiro de suor. Voltei pra fazenda com um misto de tesão frustrado e uma inquietude angustiada por não ter encontrado Gustavo. Passei de novo na fazenda do avô dele, já de tarde, e ele não tinha voltado. Minha angústia aumentou. Pedi ao Sr.Salvatore pra dizer a ele que precisava muito falar com ele, que por favor me procurasse. Voltei pra casa arrasado.
Esperei 3 dias ansioso, o Gustavo não apareceu. No quarto dia voltei na fazenda dele, e ouvi do Sr. Salvatore quase uma sentença de morte:
– “O Gustavo viajou, meu garoto. Ele teve que antecipar a volta pra cidade por causa do Vestibular. Ele não te avisou não?”
Fiquei parado, olhando pra ele, o sangue gelando nas veias.
– “Não, senhor, não me avisou. Com certeza não teve tempo. Obrigado, viu?”
Fui saindo desolado, um peso enorme na cabeça, e já tinha me distanciado uns 10 metros quando o Sr. Salvatore gritou meu nome:
– “Gian, Gian, volta aqui. O Gustavo deixou isso pra te entregar, eu já ia me esquecendo” – e ele me deu um envelope branco lacrado, com o meu nome escrito na frente, com a letra do Gustavo. Recebi com o coração batendo forte e alto, não abri logo, caminhei pra casa e só no meio do caminho parei, sentei na beira da estrada de terra, e abri. Dentro vinha um papel dobrado, era só um bilhete:
“G,
Não tenho como justificar minha atitude, nem vou tentar fazer isso. Minha cabeça tá muito confusa, é muita coisa diferente e estranha pra mim, preciso de um tempo pra processar, e nem sei se vou conseguir. Mas tenho certeza de que vc tem capacidade pra me entender. Quero somente pedir desculpa por ter agido daquele jeito e ter me afastado evitando o confronto. Talvez por covardia, talvez pra preservar meu equilíbrio. Preciso me concentrar e focar no Vestibular. Depois vou trabalhar a minha cabeça, clarear minhas idéias e quem sabe, conseguir que ela fique pelo menos parecida com a sua. E quero te agradecer por ter me feito dar o primeiro passo. Não me arrependi de nada do que fizemos. Só me arrependi de ter saído correndo, quase fugindo, não sei do que. Mas aposto que vc sabe. Até o ano que vem, meu amigo. Abraço triste.
G”.
Só naquele momento me dei conta que os nossos nomes tinham a mesma letra inicial.
Esse bilhete está guardado comigo até hoje, no envelope já amarelecido. Ainda me emociona, quando por acaso o encontro no meio de papéis antigos, e o leio pela enésima vez.

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13 Comentários

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  • Responder Derick ID:44oehue2k0i

    Enquanto um não aparece, nada melhor do que passear com outro gostoso pra distrair rs. Mas Gustavo realmente era diferenciado…

  • Responder Sérgio ID:g3j092g40

    Gian, parabens! Nem sei direito o que escrever, tão impactado o teu conto e maneira de escrever me deixaram. Confesso que algumas histórias publicadas aqui, por mais que sejam fantasia, chegam a me preocupar de voltar tão seguido. A maioria delas mal escrita, fazem pensar muito mais em crime que literatura, arte, como o que você faz. Pena eu já estar próximo de ler o ultimo, mas te garanto que tenho voltado cada dia só pra ler você. Escreve mais, não pare. Um abraço grande pra ti.

    • gianleone ID:g3j1xuxic

      Sérgio, cara, fiquei muito feliz com o seu comentário emocionado e emocionante. É muito gratificante saber que consigo despertar sensações desse tipo que vc descreve. Valeu a pena esperar até o nono pra receber seu primeiro comentário. Muito obrigado. Grande abraço “pra ti” também.

  • Responder Tales ID:mqwcv3stxpt

    Meu caro que genial até aqui seus contos estou esperando os outros não demore postar fico ansioso na espera tudo sensacional

  • Responder paul ID:477hln2voic

    legal…acabou????

    • gianleone ID:g3j1xuxic

      Não acabou, Paul, vai continuar. Abraço.

  • Responder Anônimo ID:gnrpfp944

    Tesão aquele papo de putaria no começo! Também adoro conversar falando sacanagem bem suja!

  • Responder GAYMER ID:8cipy015d4

    Meu medo se concretizou, o Gustavo não soube lidar bem com a situação.
    Que pena!

    • gianleone ID:g3j1xuxic

      Aguarde a transformação, Gaymer, que até a mim me surpreendeu. “Há um tempo de plantar e há um tempo de colher”. Mas a gente tem que aprender a esperar a mudança das estações. Mais um grande abraço.

  • Responder leo ID:1edhojkl3chf

    Como sempre, uma delicinha de conto <3

  • Responder Messin ID:h5hr0i2s8

    Continua que tá legal