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A voluntária

13248 palavras | 6 |4.45
Por

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Nota do Autor: Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real, é mera coincidência.
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Meu nome é Carlo Guidi, classe 1992, sou um hábil técnico, possuo licença de eletricista de baixa e média tensão, além disso sou um bom encanador, mecânico e mestre de obra, enfim, tenho habilidades técnicas e manuais fora do comum.
Sou filho único de um operário metalúrgico e de uma caixeira de supermercado, ambos aposentados e, como muitos jovens italianos da minha idade, ainda moro no meu quarto, na casa deles nos arredores de Milão.
Aos catorze anos, logo após terminar o ensino fundamental, comecei a trabalhar como ajudante de um amigo da família, um encanador chamado Ottavio Borghi, enquanto freqüentava, à noite, uma escola profissionalizante de técnico eletricista.
Assim, quando o Borghi se aposentou, assumi e ampliei os negócios da firma dele.
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Em uma tarde de sexta-feira, no início de agosto de 2016, eu estava trabalhando na instalação de um luminoso de uma loja, que ia abrir em uma rua periférica de Milão.
O trabalho era bastante simples, mas estou sempre atento aos detalhes, por isso preparei cuidadosamente as atividades: apesar da rua estar totalmente deserta, como é comum em Milão neste mês de verão, isolei com barreiras plásticas a lateral da calçada que ia ocupar, montei o andaime, que no caso tinha apenas um metro de altura, o que, por norma, me isentava da exigência de cinto de segurança, e só então comecei a trabalhar.
Tinha acabado de testar o trabalho concluído e estava prestes a descer, quando um carro derrapou, subiu na calçada e bateu no andaime, fazendo-me cair no chão desastradamente.
Instintivamente estendi as mãos para proteger a cabeça e, no impacto com o chão, senti uma dor muito forte no ombro esquerdo.
– Puta que o pariu! – gritei, encolhendo-me de dor.
Ouvi a porta do carro abrir-se e uma pessoa acorrer.
– Você se machucou?- escutei uma melodiosa voz feminina perguntando-me.
Abri os olhos e pensei por um momento que estava no céu: tinha um anjo inclinado sobre mim.
Era a visão mais linda de uma mulher que eu já tivera.
Uma dor lancinante no ombro esquerdo me trouxe, em um instante, de volta do paraíso para a terra.
Gritei de dor, segurando meu braço.
– Deixe-me ver.- disse o anjo.
Ela tocou meu ombro delicadamente, e de repente puxou meu braço para cima. Escutei um clique alto e senti uma pontada de dor que quase me fez desmaiar. Gritei de dor.
Ela apalpou meu ombro novamente e disse:
– Pronto! Voltou ao lugar agora. Talvez o ombro possa te incomodar por alguns dias, mas o pior já passou.-
Apalpei meu ombro, movi-o com cautela e constatei que a dor intensa já havia passado.
– Sou enfermeira.- disse ela, explicando-se.
Ela foi então verificar os danos sofridos pelo seu carro, que havia parado contra o para-choque traseiro da minha pick-up.
– Poxa vida!- ela exclamou – O que direi para Gianna?-
Também olhei: o lado direito do Mini estava amassado, assim como o para-choque dianteiro. Em contrapartida, o robusto para-choque traseiro do meu Chevrolet 3100 de 1948 estava intacto.
– O carro não é teu?- perguntei.
– Não! É de uma amiga minha. Ela me emprestou esta tarde.-
– Você sabe onde levá-lo para consertar? –
– Não faço idéia! Eu nem moro em Milão.-
– Poderia sugerir um mecânico e funileiro, amigo meu, mas é um pouco distante.- eu disse – Agora, porém, me ajuda a carregar meus apetrechos na pick-up. Eu sugeriria ir a um bar aqui perto, para lavar as mãos, tomar um café e discutir as coisas com calma.-
Ela aceitou de bom grado e, imediatamente, começou a trabalhar.
Pude notar que, apesar de sua graça feminina, era bastante forte.
Em poucos minutos, desmontamos o andaime e o colocamos, junto com as ferramentas, na pick-up.
Ela estacionou melhor o Mini, pegamos meu Chevrolet e fomos a um bar aberto a alguns quarteirões de distância.
Aproveitei a oportunidade para olhá-la melhor. Ela era linda: tinha um rosto perfeito, lábios carnudos, um narizinho muito pessoal, olhos verde-esmeralda, e o cabelo era loiro e curto.
Devia ter um metro e setenta, o corpo era uma sinfonia de suaves curvas e o peito era abundante porém firme.
Ela vestia um simples par de jeans, camiseta preta sem soutien, e um tênis de marca genérica.
Não usava batom ou maquiagem e não tinha brincos, pulseiras ou qualquer adorno, exceto um relógio digital de plástico preto, desses que, antigamente, davam de presente na compra de uma embalagem família de detersivo para maquina de lavar.
Em vez de bolsa, usava uma mochila, que se percebia cheia de coisas.
Chegamos ao bar, fomos lavar as mãos e nos sentamos em uma mesa.
Eu pedi um café, ela cappuccino com brioche e começamos a conversar.
– Qual teu nome?- ela me perguntou.
– Carlo, e você?-
– Angela.-
– Você não poderia ter outro nome. Quando abri os olhos, depois da queda, você me pareceu uma criatura do céu.-
Ela corou, mas não disse nada
– Escuta, por que você me atropelou?- perguntei.
– Eu tive que desviar de um gato que estava atravessando a rua.-
– Só por curiosidade: que você estava fazendo nestas redondezas?-
– Bom, faz alguns anos que eu não moro mais em Milão, por isso, há uns dois dias, eu sou hóspede de Gianna, uma amiga. Porém hoje o namorado dela ia chegar, então ela me emprestou seu carro e pediu para desaparecer. Sabe, ela é meio ciumenta.-
– Tenho outra amiga, dos tempos em que eu vivia em Milão, que morava neste bairro. Perdi o número do telefone dela, então decidi procurá-la e me perdi.- acrescentou Angela.
– Por que você voltou para Milão?- perguntei.
– Tenho que refazer o passaporte que perdi. Cheguei faz dois dias e, do jeito vão as coisas, terei que ficar por mais de um mês.-
– Escute, você quer que eu te leve para a oficina do meu amigo? Seguramente você vai conseguir um bom desconto.-
– Oxalá! Estou totalmente sem dinheiro.- respondeu ela.
Paguei a conta e saímos do bar. A acompanhei até o Mini e ela me seguiu até o outro lado da cidade, perto da minha casa.
Fomos diretamente à oficina que Pino, meu amigo desde o primário, tinha junto com o do pai dele.
Pino também ficou fascinado por Angela e, em minha consideração, fez um orçamento bastante barato.
Não obstante isto, Angela retrucou:
– Droga, eu não tenho esse dinheiro!-
Eu a interrompi e disse:
– Pino, vá em frente. Eu me responsabilizo pelo pagamento.-
Deixamos o Mini na oficina, e subimos na pick-up.
– Mas como vou te pagar?- perguntou Angela.
– Não vamos pensar nisso agora. Estou com fome: sei que ainda é cedo, mas você gostaria de uma pizza?
– Claro! Também estou com fome.- respondeu Angela.
Fomos a uma pizzaria próxima, onde Gianni, outro meu ex-colega de primário, nos recebeu.
Gianni me cumprimentou cordialmente e devorou Angela com os olhos. Teve porém que fazê-lo discretamente, porque sua esposa, Paola, o observava atentamente por trás do balcão.
Nos sentamos em um séparé discreto.
Angela me perguntou:
– Vejo todos te conhecem por aqui. Você mora aqui por perto?-
– Sim, eu nasci e cresci aqui. De fato, apesar de já ter 24 anos, moro na casa dos meus pais, a duas quadras daqui.-
– E de onde você é?- perguntei.
– Sou de Milão, mas não moro mais aqui.-
– E onde você mora agora?- perguntei.
– Ultimamente na África, no Mali.-
– O que você está fazendo lá?-
– Sou enfermeira voluntária para uma ONG.-
– Deduzo que você é eletricista.- disse ela.
– Eletricista, encanador, mecânico, mestre de obra e um pouco mais.- respondi.
– Poxa vida! Quantas coisas! E o que seria “um pouco mais”?-
– Ator pornô, por exemplo.-
Angela riu com gosto:
– Deixe-me entender, quando você vai consertar uma torneira, você dá um trato na dona de casa que solicitou teus serviços?-
Eu também ri e respondi:
– Este é outro dos meus trabalhos: “gigolô”, que, aliás, também acontece comigo com de vez em quando. Não, sou ator de filmes hard, desde meus dezoito anos.-
– Por sinal, amanhã estarei ocupado com este trabalho.- continuei.
– Uau! Gostaria de ver isso!- respondeu ela, sempre rindo.
Conversamos muito, soube que ele tinha 25 anos, tinha se formado em enfermagem em Lausanne, e que nos últimos dois anos tinha morado e trabalhado na África.
No entanto, ela foi bastante reticente em relação ao seu passado em Milão e também respeito seus pais. A única informação que me deu foi que perdera a mãe, quando ainda criança.
Finalmente encontrei coragem e fiz a pergunta para mim mais angustiante:
– Diga-me, você tem namorado?-
– Não!- respondeu ela sem hesitação – Eu tinha um namorado, que era um meu colega na ONG, no Mali, mas é água passada.-
Seu tom de voz decidido indicava que era um assunto tabu.
Do meu lado, não consegui esconder minha felicidade por esta resposta: em poucas horas eu já estava apaixonado por essa garota.
Fiquei surpreso com o apetite de Angela, que devorou duas pizzas e um tiramisú. Era porém abstemia, portanto eu foi o único a tomar uma caneca de cerveja.
Passamos um par de horas em uma agradável conversa na pizzaria e, quando saímos, nos sentamos na pick-up.
– Onde você quer que eu te leve?- perguntei.
– Não sei! Não posso voltar para a casa de Gianna e não tenho outro lugar para onde ir.-
– Você quer vir na minha casa? É pequena mas posso encontrar um lugar para te acomodar.- joguei a isca.
Angela abriu um sorriso radiante e respondeu:
– Claro que sim!-
Então, antes que eu pudesse ligar o motor, ele tomou a iniciativa, veio perto de mim e me beijou.
Foi um beijo quente e sensual, com sua língua explorando minha boca profundamente.
– O lugar que eu quero é na tua cama! Eu estou gostando muito de você!- disse ela desatando o beijo.
Arranquei o seis cilindros e, em alguns instantes, cheguei em casa.
Abri o portão com o controle remoto e estacionei a pick-up na garagem, ao lado da Norton Commando 850 Interstate de 1975 e da Fiat 1100 Famigliare de 1965.
Angela ficou um momento admirando os veículos e eu expliquei:
– Esta é a minha motocicleta, eu a uso normalmente quando não estou no trabalho, e esse é o carro do meu pai.-
– Vejo que nesta casa todos são fanáticos em veículos antigos.-
– Não exatamente.- respondi rindo – Na verdade, o fanático sou eu. Eu restaurei todos eles, com a ajuda de Pino. Dei de presente o Fiat 1100 para meu pai, dois anos atrás, quando destruíram o Ford Fiesta que ele tinha.
Entramos em casa. Papai e mamãe estavam na cozinha assistindo televisão.
Quase tiveram um troço quando viram Angela.
Na realidade, eu nunca tinha trazido uma garota para casa.
Eu não fazia nenhum mistério de minha atividade no mundo hard, e isso afugentava todas as minhas potenciais namoradas.
Por outro lado, do ponto de vista sexual, eu não sentia certamente falta de mulheres, pois fazia filmes quase todo fim de semana e, às vezes, durante a semana.
Mas, mais importante de tudo, nunca tinha sentido por uma mulher o que sentia por Angela: em apenas algumas horas eu tinha-me apaixonado.
Fiz as apresentações. Angela se mostrou simpática e amigável e conquistou instantaneamente meus pais.
Depois subimos para o meu quarto.
Meu quarto é o mesmo, não digo desde que nasci, porque não tem mais o berço, mas, digamos, desde meus onze anos: uma cama de solteiro, um guarda-roupa de duas portas, uma escrivaninha, uma cadeira e alguns pôsteres de carros e motocicletas de época.
Angela o admirou como fosse um palácio.
– Que quarto bonito! É a tua cara!- disse ela, sentando na cama.
– Quero fazer amor com você, agora!- acrescentou.
Nos despimos rapidamente.
Fiquei um momento admirando corpo dela.
Era tudo curvas e totalmente natural: tinha o pêlo pubiano espesso e loiro e podia ver-se um tufo de pêlos nas axilas. Pêlos loiros, que se destacavam na pele naturalmente bronzeada, cobriam suas pernas e braços. Era um encanto.
Chegou perto de mim, me beijou apaixonadamente, depois me fez deitar. Pegou meu pau, já rígido, em suas mãos, admirou-o, pesou-o, cobriu-o com beijos e começou a chupá-lo lentamente.
Continuou assim por alguns minutos, depois levantou-se, ajoelhou-se na cama, pegou o meu membro e enfiou-o em sua boceta: estava muito molhada.
Ela me cavalgou assim por alguns minutos, então, de repente, ela se separou por um momento, com a mão apontou o pênis para o seu ânus e retomou a sua cavalgada.
Meu pênis entrou tão facilmente, que eu quase duvidei que estivesse dentro de seu intestino. Com a mão apalpei sua boceta e verifiquei que estava realmente vazia.
Angela percebeu minha dúvida e, rindo, disse com a voz rouca pelo prazer.
– Sim! Eu estou te fodendo com minha bunda. Eu tenho o cú escancarado! –
Consegui me segurar por mais alguns minutos, então eu gozei, enchendo o intestino dela de porra.
Ela deitou-se sobre mim e começou a beijar-me ternamente enquanto meu pau amolecia lentamente dentro dela.
– Vamos tomar um banho?- perguntou ela.
– Tudo bem para mim.- respondi.
Antes que eu pudesse detê-la, ela saiu do quarto, nuazinha. Felizmente, meus pais já tinham se retirado no quarto deles, então eu a segui, também nu.
Assim que entramos no banheiro, ela sentou-se no vaso para fazer xixi.
Me atraiu para ela e, embora eu tentasse me afastar, porque ainda não tinha me lavado, ela começou fazer-me um boquete.
Gozei rapidamente e ela engoliu tudo.
Tomamos banho e depois fomos dormir, nus de conchinha, na minha pequena cama de solteiro.
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Acordei de manhã cedo, já excitado.
Procurei com a minha ereção sua boceta, mas ela me rejeitou:
– Esta manhã não! Lembre-se que você tem que guardar tua porra para o trabalho.-
Levantamos, nos vestimos e fomos tomar café junto com meus pais.
Eles tinham gostado muito dela e já a estavam tratando como futura nora.
Pegamos a Norton e fomos para o estúdio de filmagem do meu amigo Nicola.
Eu era muito bom como ator pornô, tendo feito gravações incluso no exterior, a última em San Pietroburgo dois meses antes, mas preferia trabalhar com Nicola em vídeos semi-amadores.
Ganhava menos, mas eu ficava mais à vontade e me divertia mais.
Este dia eu ia contracenar com duas mulheres: uma senhora de uns 40 anos e uma jovem de 18 anos que, no faz de conta, seriam mãe e filha.
E realmente eram fisicamente parecidas, cabelos castanhos lisos, seios de tamanho médio, os da “mãe” obviamente mais caídos, bunda grande com alguma celulite e, um detalhe que eu aprecio, os púbis não eram depilados.
Não eram bonitas, mas tinham seu charme.
Nicola ficou surpreendido vendo a Angela, pois eu nunca tinha vindo acompanhado.
Para que não pairassem dúvidas a apresentei como minha noiva.
Os filmes que Nicola fazia tinham um orçamento bastante reduzido, portanto no set só havia, além dele, as duas atrizes, que não eram profissionais, e um jovem ajudante, bastante atrapalhado.
Como era da sua natureza, Angela não se fez de rogada e logo começou a ajudar.
Foi logo cuidando da preparação das mulheres com o enema, lubrificação e maquilagem, além de conselhos profissionais sobre a saúde, e depois ajudou na iluminação enquanto Nicola filmava.
O roteiro previa um rápido prólogo para introduzir os personagens: eu, “filho / irmão mais velho”, chegando de viagem que flagrava “mãe” e “filha / irmã mais nova” em uma cena lésbica. A partir daí a sacanagem corria solta.
Como previa o simples roteiro, passei as seguintes duas horas passando de um buraco ao outro das duas, dando preferencia à sodomia.
Gostei particularmente do cu da “mãe”, bem aberto e profundo, que aceitava fortes estocadas sem reclamar.
Finalizei gozando na cara das duas, que depois limparam direitinho meu pau com suas línguas.
Estranhamente o fato da Angela estar a poucos palmos de mim, cuidando da iluminação, não incomodou em absoluto minha performance.
Terminadas as cenas eu e as atrizes fomos tomar banho juntos enquanto Angela ajudava a limpar e desmontar o set.
Antes de sair, quando Nicola foi pagar todos nós, em dinheiro como de costume, quis pagar também a Angela como ajudante, mas ela recusou veementemente.
Logo eu ia me dar conta desta esta faceta da Angela: o desapego total com as coisas materiais, principalmente o dinheiro.
Voltamos para casa e corremos para o meu quarto.
Chegando lá Angela praticamente arrancou minha roupa.
– Estou com muito tesão!- disse ela, arrancando-se a calcinha encharcada – Ver você comendo aquelas duas mulheres foi a coisa mais sexy que já presenciei. Quero teu pau já.-
Me empurrou para cima da cama, deu uma chupada rápida e logo o enfiou na boceta, começando a cavalgar-me.
A boceta dela espirrava de tão lubrificada.
Não passou um minuto e ela tirou o pau da boceta, colocou-o no cu, recomeçando o rápido vaivém.
Percebi que esta era a posição que ela mais gostava: de vez em quando ela dava uma parada, seu corpo era sacudido por um orgasmo e o líquido vaginal escorria pelo meu abdômen.
Demorei bastante para gozar no intestino dela, mas eu tive um dos melhores orgasmos da minha vida.
Fizemos amor, de todas as formas, até a manhã seguinte.
Pude me saciar chupando demoradamente a boceta e o cu dela, sendo retribuído pelos abundantes humores que podia saborear, e também ela me deu um trato com a língua, lambendo-me todinho.
A única coisa que ficou faltando foi gozar na boceta dela: só no cu ou na boca.
Logo entendi que este era o seu método anticoncepcional.
Depois do domingo, que passamos praticamente todo o tempo fazendo amor, na segunda-feira recomeçava, para mim a rotina de trabalho.
Angela auto-nomeou-se minha ajudante e, a partir daquele dia, me seguiu em todos os serviços.
Eu raramente tinha tido ajudante. Sempre preferira trabalhar sozinho e, somente se o serviço exigisse duas pessoas, contratava um amigo ou me associava com algum colega.
Angela porém me surpreendeu pela sua eficiência.
Era inteligente, prática, organizada e inusitadamente forte fisicamente.
Meu trabalho começou a render mais: o serviço que antes demoraria quatro horas passou a ser feito em duas horas.
Quando, no final da primeira semana, eu quis dar para ela a justa retribuição pelo seu trabalho, ela ofendeu-se e quase recebo um tapa na cara. E de nada adiantou explicar-lhe e demonstrar-lhe que ela fazia jus a este dinheiro.
Assim passaram-se as semanas mais felizes da minha vida.
Eu e Angela sempre juntos: de dia trabalhando e a noite fazendo amor e dormindo.
Ela também tinha conquistado meus pais.
Todos os dias nos encontrávamos, todos juntos, na mesa da cozinha para o jantar, onde Angela contava histórias e anedotas do tempo passado na África.
Depois da janta ela ajudava minha mãe a lavar a louça, no enquanto meu pai e eu, como bons machos latinos, discutíamos futebol.
No fim de semana íamos no estúdio do Nicola, onde eu contracenava com as atrizes, no enquanto ela ajudava o Nicola.
Na segunda-feira da segunda semana vi a Angela particularmente feliz quando o Pino me chamou para ajudar na restauração de uma Lancia Flavia Coupé de 1968.

Os olhos dela brilharam quando viram, atrás da ferrugem deixada pelo tempo, a beleza desta máquina.
Começamos a ir trabalhar na oficina do Pino todas as noites, e a Lancia já estava começando a ficar bonita, quando, depois de uma semana, o proprietário desistiu de completar a reforma, mandou remontar assim como estava, pagou o trabalho feito e a levou embora.
Pino, Angela e eu, ficamos magoados porque para nós esta restauração era mais que um trabalho.
Pino foi repartir o dinheiro ganho e, pela primeira vez, Angela aceitou alguma coisa, pois consegui que ela aceitasse que fosse trocado o seu trabalho pelo conserto do Mini de Gianna que, nesse meio-tempo, tinha ficado pronto e devolvido para a proprietária.
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Com o passar das semanas, porém, eu começava a ficar aflito: o passaporte de Angela ia ficar pronto e a idéia que ela partisse era, cada dia mais, inaceitável.
E o inevitável aconteceu.
Toda a noite ela pegava de sua mochila seu computador, que era o único bem de um certo valor que ela possuía.
Eu já tinha notado que ela devia levar um diário ou algo assim, porém aquele dia tinha chegado um e-mail da Questura avisando que o passaporte estava pronto.
Quando ela me comunicou notei que ela também estava sofrendo.
Eu estava acabado: sem ela me faltaria o ar, porém eu sabia muito bem que era inútil pedir para que ficasse: seu sentido do dever iria falar mais forte.
Aquela noite, abraçado à Angela na minha cama, não preguei olho e de manhã tinha tomado uma decisão: iria partir com ela.
Ela ficou muito feliz com quando lhe comuniquei minha decisão, meus pais menos, porém me compreenderam.
Eles também tinham se afeiçoado muito e ela, e esta era a única maneira de não perder a nora de seus sonhos.
Aquela manhã a acompanhei até a sede da ONG, que ficava no centro de Milão, levando comigo meu curriculum e meus documentos.
É inútil dizer que, uma pessoa com as minhas habilidades, não tinha a mínima dificuldade a ser aceita, como voluntário, para os programas de ajuda humanitária.
A minha única exigência era trabalhar no mesmo sítio onde iria operar Angela.
Entreguei o meu passaporte para que providenciassem o visto, fiz o exame médico, tomei todas as vacinas requeridas e, quinze dias depois, lá estávamos nós num avião, rumo ao Niger.
O fato de ter trabalhado desde jovem e não ter praticamente gastos, me colocava em uma situação econômica bastante tranqüila.
Podia, sem nenhum problema, não somente enfrentar um ano de voluntariado gratuito sem afetar as minhas reservas, mas também arcar com todos os seguros internacionais que eu fiz, e exigi que Angela fizesse.
Logo de cara gostei do trabalho que comecei a fazer: se tratava de um serviço itinerante, na maioria dos casos manutenção de equipamentos mecânicos e instalações elétricas em escolas e hospitais geridos pelas ONGs ou missionários.
Instalava também sistemas de bombeamento acionados por células fotovoltaicas.
Por onde se olhasse, via-se uma extrema pobreza, e você sentia que a tua pequena contribuição podia fazer diferença na vida desta gente.
Por seu lado, Angela trabalhava o dia inteiro incansavelmente na área médica, com a cura e especialmente prevenção de doenças.
Naqueles lugarejos quase não apareciam médicos e Angela tinha que fazer de tudo um pouco.
A noite Angela e eu dividíamos uma cama, a maioria das vezes, de solteiro.
Não obstante estivéssemos exaustos pelo longo dia de trabalho nunca deixávamos de fazer amor e toda noite ela dormia com o meu sêmen no seu intestino.
Una semana depois de nossa chegada no Niger, veio Aya do Mali.
Aya era uma garota bambara de 16 anos, que trabalhara no Mali como auxiliar de Angela.
Ela adorava Angela, que tinha lhe salvado a vida dois anos antes, depois que os rebeldes a tinham estuprado, trucidado toda a família e deixada esfaqueada, agonizante, esperando a morte.
Aya era um trisco de gente: baixinha, franzina e mancava bastante pela perna esquerda, seqüela da agressão que sofrera. Era uma moça muito tímida, porém generosa, perspicaz e inteligente.
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Passado um mês desta vida dura, porém gratificante, pus em prática um plano que, ha muito tempo pairava na minha cabeça.
Como todas as noites tínhamos começado a fazer amor e Angela me cavalgava com meu pau enxertado na sua boceta.
Normalmente ela teria passado meu pau para o seu cu, para que eu gozasse no seu intestino.
Eu me antecipei, a virei para debaixo de mim e comecei fode-la com força.
No início ela se surpreendeu e, quando entendeu minhas intenções, esboçou uma reação, mas logo após me beijou apaixonadamente e disse:
– Eu também quero! Goza, meu amor!-
Aquelas palavras me fizeram gozar, com um prazer nunca antes alcançado na vida.
Assim, por uma semana, esqueci da sodomia e gozei na vagina dela toda manhã e toda noite, até que uma noite ela me surpreendeu e refez o gesto, antes tão costumeiro, de colocar meu pênis no cu dela.
Me beijou e disse.
– Estou grávida, meu amor.-
A abracei forte e comecei a chorar de felicidade.
A partir daquele dia comecei a travar duas batalhas com ela.
Antes da nossa saída da Itália eu tinha feito, entre os outros seguros, um seguro saúde que permitia o atendimento completo no melhor hospital de Niamey, portanto eu exigi que ela fizesse todo o acompanhamento pré-natal neste hospital.
Ela a princípio foi contrária, porque as suas pacientes não tinham o mesmo privilégio, mas depois, diante da minha insistência, acedeu.
A segunda batalha, bem mais difícil, foi que ela aceitasse casar comigo.
Foram meses e meses de insistência diária, cheguei a pedir para minha mãe que fizesse telefonemas, implorando que ela aceitasse, até que, vencida pelo cansaço, ela finalmente disse sim.
Logo entrei em contato com a embaixada italiana em Niamey e, em ocasião de uma visita ginecológica aos sete meses de gravidez, nos casamos diante do Embaixador, dois funcionários da embaixada e Aya que era madrinha da noiva.
Meus pais, que nunca tinham viajado de avião e morriam de medo destas diabólicas máquinas voadoras, festejaram em Milão, abrindo o espumante guardado para as grandes ocasiões.
A gravidez de Angela seguia sem nenhum problema, sempre monitorada pelas visitas no hospital em Niamey, e a menina que ela levava na barriga crescia perfeitamente.
De outro lado Angela não tinha em algum modo diminuído nem o ritmo de trabalho, nem o sexo entre a gente, que seguia com a mesma freqüência e prazeroso, sem nenhuma interferência com o barrigão que aumentava com o passar das semanas.
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Uma noite, quando já estava no oitavo mês de gravidez, Angela veio com um discurso que me deixou atônito.
Estávamos deitados na cama de conchinha. Eu tinha acabado de gozar e meu pau estava murchando no cu dela, quando me disse:
– Você sabe que Aya tem uma queda por você.-
– Não estou sabendo não!- respondi, um pouco surpreso.
A Aya me era simpática, e eu a admirava pela sua capacidade de superar seus traumas e ajudar validamente Angela no seu trabalho. Porém ela sempre fora meio arisca comigo, sem nunca chegar a ser descortês.
– Eu contei para ela que você é também ator pornô, assim ela se animou a pedir de fazer amor com você.-
– O que!?- foi a minha reação.
– É isso mesmo! E temos que aproveitar amanhã a noite, que as freiras e o padre estão indo para a reunião em Niamey, para realizar o desejo dela!-
Naquele período estávamos em um acampamento de missionários católicos, perto da fronteira com o Mali, eu fazendo manutenção elétrica das instalações a Angela atendendo as necessidades médicas dos povoados dos arredores. Este acampamento era presidiado por um padre e três freiras, que já não viam de bom olho a minha relação com a Angela, pelo fato de sermos casados somente no civil, imagina uma suruba, ainda por cima com uma menor de idade.
Tentei argumentar com a Angela, mas eu já sabia que era um caso perdido.
Na manhã seguinte o padre me passou a responsabilidade do acampamento, já que eu, junto com a Angela, éramos os únicos “europeus” que iam ficar no presídio, e partiu no jipe do acampamento, junto com as freiras, rumo à reunião.
Findo o dia de trabalho, eu fiquei aguardando a Aya, na alcova na qual costumava deitar com a Angela.
Ela chegou acompanhada pela Angela, vestindo uma simples túnica branca.
Angela me entregou um tubinho de lubrificante e disse:
– Eu vou deixar vocês à vontade. Vou dormir na cama de Aya.-
Se aproximou, me deu um beijo e falou baixinho no meu ouvido.
– Faça-a feliz, por favor!- e saiu.
Para quebrar o gelo me aproximei a Aya e comecei a beija-la na boca.
Ela retribuiu com paixão, sua língua dançando na minha boca.
Fiquei excitado e meu pau ficou totalmente rijo.
Ela tirou a túnica, eu olhei para seu pequeno corpo e teve até medo de machuca-la, tanta a desproporção entre nós.
A deitei na cama e comecei a beijar seu corpo.
Fiquei um bom tempo estacionado nos seus seios, lambendo-os e beijando-os. As tetas eram pequenas, quase inexistentes, em compensação os mamilos eram sensíveis, grossos e pontiagudos. Chupa-los era uma delícia.
Desci até a boceta.
O púbis tinha sido completamente raspado de recente, imaginei que a Angela a tinha preparado para esta ocasião.
Comecei a chupar sua vagina, que parecia de criança.
O sabor era muito gostoso, porém bem mais forte daquele da Angela que, já ha muitos meses, era minha única referência.
Inebriado pelos seus humores, perdi a noção do tempo chupando e lambendo aquela minúscula vagina. De vez em quando o corpo da Aya era agitado por um orgasmo.
Em seguida fui beija-la na boca e ela chupou meus lábios e minha língua para saborear seus próprios humores.
Tive que desatar o beijo para poder penetra-la, devido nossa diferença de alturas.
Não foi fácil entrar na sua vagina.
Uma das razões do meu sucesso como porno-ator era o calibre do meu membro, tanto em comprimento como em largura, e nunca tinha experimentado enfia-lo em um orifício tão estreito.
Com muita paciência consegui enfiar menos da metade do meu pau na sua boceta, até chegar ao tope.
Pela cara de desconforto de Aya devia ser dolorido, mas em nenhum momento pediu para parar.
Comecei um vaivém lento, tomando bastante cuidado para não bater com força no seu cérvix.
A fricção era forte e me segurei bastante para não gozar logo, mas depois de alguns minutos tive que retirar às pressas meu pau da sua boceta e jorrei meu esperma sobre sua barriga.
Ela me abraçou com força e me beijou como fossemos amantes.
– Foi maravilhoso!- disse, quebrando, pela primeira vez o silêncio.
Depois alcançou com a boca o meu pau e começou a chupa-lo.
Me deitei supino apreciando o boquete.
Nunca tinha feito o amor com uma criança, aliás era a primeira vez na vida que fazia sexo com uma menor de idade, afinal Aya, na época, ainda não completara os dezessete anos, mas imaginei que o boquete de uma menininha deveria ser assim.
Na boca da Aya cabia pouco mais do que o meu glande, porém ela caprichava bastante, assim que, em poucos minutos enchi a boca dela de porra.
Ela engoliu tudo, depois veio ao meu lado, beijando-me e fazendo-me carinho.
– Vamos dormir um pouco?- perguntei eu.
– Ainda não! Ainda falta você me sodomizar!- foi sua pronta resposta.
Fiquei atônito e respondi:
– Acho que talvez não seja o caso…-
– Eu quero! A Angela me disse que você gosta muito e já me preparou bem para isto!-
– Está bem! Vamos tentar!- respondi.
Só em pensar em sodomia o meu pau já tinha endurecido.
Peguei o lubrificante que a Angela tinha trazido, untei abundantemente a minha ereção e depois comecei a trabalhar o ânus da Aya.
Na posição de frango assado, levantei as pernas dela, comecei a lubrifica-lo e coloquei um, dois e enfim três dedos no cu dela. A Angela a tinha preparado bem, já que entraram sem demasiada dificuldade.
Retirei os dedos e, antes que o ânus se fechasse completamente, apoiei a glande no seu cu e comecei a empurrar.
Milímetro após milímetro fui avançando no intestino da Aya.
Finalmente meu pau conseguiu entrar bem mais fundo do que conseguira antes na sua vagina.
O semblante de Aya era de extremo desconforto e a penetração não devia ser nada agradável para ela, mas, de novo, ela não esboçou nenhuma reclamação.
Comecei a me mover com mais liberdade respeito o que fizera na sua boceta e, poucos minutos depois gozei, enchendo o intestino dela de porra.
Fiquei abraçado carinhosamente com Aya, enquanto meu pau lentamente desinflava de saía do cu dela. Logo após adormeci.
Quando acordei, na manhã seguinte, quem estava ao meu lado era a Angela.
Quando viu que eu tinha acordado ela me beijou e disse:
– Obrigado, meu amor! Aya me disse que adorou! Pela primeira vez ela fez sexo sem ser estuprada e pela primeira vez teve prazer com um homem.-
Alcançou o meu pau, beijou-o com carinho, aspirando os humores que Aya tinha deixado, e depois começou a chupa-lo vagarosamente.
Quando meu pau ficou rijo o suficiente o enfiou no seu cu e começou uma lenta cavalgada.
Depois de alguns minutos gozei dentro do seu intestino.
Ela me beijou, olhou para o relógio que estava no seu pulso e disse:
– Nossa! Como é tarde! Vamos tomar banho, que temos que trabalhar.-
Uma hora depois lá estava eu no trabalho.
Aquele dia ia fazer a revisão das instalações externas, por isso tinha que alcançar o topo de um poste, para verificar porque a luminária não funcionava.
Antes de iniciar o serviço, por razões de segurança, tirei a aliança e o relógio, tive que renunciar ao cinto de segurança, pois tinha-o esquecido no jipe que levara os religiosos.
Logo em seguida subi na escada que o meu ajudante segurava.
Estava lá, medindo a tensão de entrada, quando vi ao longe dois jipes cheios de gente, que estavam se aproximando rapidamente pela estrada, levantando uma nuvem de poeira.
– Que diabos!- pensei em voz alta.
Um certo momento vi um reflexo no jipe mais próximo.
Nem cheguei a me capacitar direito que se trata de um rifle apontado na minha direção, quando vi a nuvem de um disparo e senti um súbito ardor na minha têmpora esquerda.
Me senti desfalecer e percebi que estava caindo no vazio.
Depois nada mais.
————–
Quando acordei, logo percebi que estava em uma cama de hospital: uma agulha de soro braço esquerdo e no dedo o sensor para o monitoramento dos sinais vitais.
Me rodeavam enfermeiras e médicos.
Um dos médicos estava me falando em inglês, que eu dominava bem mais do que o francês, bem devagar, para que eu compreendesse:
– Não se preocupe se você se sente fraco. É que acabamos de acorda-lo de um coma induzido de onze dias. Porém seu quadro clínico está ótimo e não terá nenhuma seqüela no futuro. Descanse agora.-
Tentei focar o quarto em que me encontrava e vi, em segundo plano, um homem que não vestia casaco hospitalar, como as outras pessoas que me rodeavam.
Reconheci ele como Battisti, um dos funcionários da embaixada que fora meu testemunho de casamento.
Fiz sinal para que se aproximara.
Foi na segunda tentativa que minha voz conseguiu formular a pergunta:
– Angela?-
Não me respondeu nada, mas pela sua cara já entendi a resposta.
Comecei a chorar e continuei até não ter mais lágrimas.
Em doses homeopáticas, no dia seguinte, fiquei sabendo do acontecido.
Um grupo de rebeldes cruzara a fronteira do Mali e tinha atacado o acampamento dos missionários.
Lá trucidaram todos os que encontraram e saquearam o que puderam.
Eu tinha me salvado porque, na queda, tinha batido a cabeça e ficara desacordado coberto de sangue.
Eles pensaram que estava morto, assim que me tiraram as botas e as calças e me deixaram ao lado do meu ajudante, ele sim morto.
Quando o exercito chegou com um médico, este verificou que eu era o único sobrevivente da chacina, e eu fui levado no mesmo hospital de Niamey onde a Angela costumava fazer seus exames pré-natais.
Não obstante a reticência de Battisti, fiquei sabendo que Angela, antes de morrer, fora horrivelmente estuprada por este bando de homens.
Como a violência nunca está de um só lado, o dia seguinte estes rebeldes foram interceptados e exterminados por uma patrulha do exército regular do Niger.
Ao todo tinham morrido, nesta orgia de horrores, catorze civis no acampamento, mais os doze rebeldes.
Obviamente a imprensa internacional tinha dado destaque à morte de Angela, a única “européia” entre as vítimas.
Quando perguntei sobre o restos mortais de Angela, Battisti fez una cara um tanto quanto constrangida e respondeu:
– O pai da Angela veio da Itália, fez o reconhecimento formal, mandou cremar o corpo e levou as cinzas.- e acrescentou, puxando do bolso um envelope:
– A propósito, ele não quis levar o único pertence que estava junto à Angela. Quer ficar com ele?-
Retirou do envelope o relógio de plástico preto, que a Angela só tirava para tomar banho.
Peguei na mão o relógio e olhei-o. Ainda estava funcionando.
Beijei-o e, com as lágrimas nos olhos, coloquei-o no meu pulso.
O Battisti, visivelmente emocionado não resistiu e comentou:
– Tipo esquisito o pai da Angela, parecia mais preocupado com recuperar o computador dela, que obviamente não foi encontrado, do que com a filha!-
– Não sei, nunca o conheci. Acredito que não tivessem um bom relacionamento. Ele ainda está por aqui?- perguntei.
– Não, voltou para Itália no próprio dia da cremação.-
O Battisti me emprestou o celular e pude falar com meus pais, que não conseguiam parar de chorar pela morte da Angela e da netinha que ela levava na barriga.
Pedi ao meu pai que me comprara uma passagem aérea e me enviara dinheiro através da embaixada, pois os rebeldes tinham me levado tudo.
Cinco dias depois que acordara, os médicos me deram alta e eu resolvi ir direto ao aeroporto.
O Battisti, que me ajudara bastante, me forneceu o passaporte emergencial, um mínimo de vestimenta para viajar e mil dólares que meu pai tinha enviado.
Na saída do hospital estava me aguardando um carro com motorista.
Subimos, Battisti na frente e eu atrás.
Logo depois que o carro arrancou vi, entre as pessoas que estavam entrando a pé no hospital, uma menina baixa e franzina, carregando uma mochila e mancando.
Era Aya!
– Para! Para!- gritei ao motorista, que pelo susto freou de repente, quase causando um acidente.
Abri a porta e gritei, chamando a Aya.
Ela escutou, me viu e correu, mancando, até o carro.
Nos abraçamos e choramos. Disse para ela:
– Nós estamos indo para o aeroporto, porque eu estou viajando para Itália. Vem com a gente! Eu vou pedir que depois te deixem aonde você queira.-
Aya me contou que ela estava com a Angela no nosso quarto, quando escutaram os tiros.
Angela não teve dúvida, abriu o pequeno alçapão que havia debaixo da nossa cama, mandou a Aya esconder-se no estreito vão entre o tablado do piso e o solo e o tampou de volta.
Angela sabia que não haveria possibilidade dela também entrar naquele pequeno buraco, ainda mais com o barrigão com que ela estava, então decidira salvar, uma vez mais, a vida de Aya.
No último instante antes de entrar no alçapão Aya agarrou a mochila, que Angela costumava guardar debaixo da cama, e a levou consigo.
Terminado o ataque Aya fugira, sem ter coragem de olhar para trás.
Usara o pouco dinheiro que tinha na mochila para chegar até
Niamey e sobreviver nas últimas semanas.
Fazia dias que ela tentava entrar no hospital para me entregar a mochila, mas os seguranças não a deixavam chegar até mim.
No aeroporto deixei quase todo o meu dinheiro com ela.
Me comprometi também custear a estadia e escola de Aya em Niamey. Para isto pedi o apoio do Battisti, que aceitou de bom grado.
Parti com a mochila de Angela como única bagagem e com o relógio dela no pulso.
Logo que cheguei na Itália resolvi mergulhar no trabalho para tentar aliviar a profunda dor que sentia na alma.
Nem tentei, porém, voltar a fazer filmes pornô, pois seguramente iam me trazer na cabeça as lembranças das inúmeras horas passadas com Angela agarradinhos na nossa cama.
————–
Um fim de semana, cerca de um mês após a volta do Niger, resolvi tomar coragem e pegar a mochila da Angela que estava, desde então, guardada no mesmo canto do meu guarda-roupa que ela usara quando morara aqui.
Dentro da mochila estavam guardados todos os pertences terrenos da minha amada: algumas poucas prendas e um computador.
Me intrigava um pouco saber qual seria a razão do pai dela querer tanto o computador.
O acendi e comecei a vasculhar os files, que estavam bem ordenados.
Tinha bastante coisa referente o trabalho dela: muitos livros e tratados de medicina e outras coisas similares.
Tinha também pastas pessoais: como eu já tinha percebido ela levava um diário, porém o que me deixou impressionado foi que, pelos nomes dos arquivos comprimidos, que faziam referência às datas, ela tinha começado esta compilação aos sete anos de idade.
Quando foi verificar melhor entendi que os diários mais antigos tinham sido digitalizados, e somente a partir dos dezessete anos ela os tinha escrito diretamente no computador.
Eu estava extremamente curioso de ler estes diários, porém estavam protegidos por senha.
Havia também, nesta área pessoal do computador uma série de filmes, também referenciados por datas e também protegidos por senha.
Não me desanimei e, partindo do pressuposto que a senha fosse única para todos os files, copiei em um pen-drive o último file dos diários e levei-o para Mattia.
Mattia é um outro meu ex-colega de escola, que tem uma loja de material de informática.
Ele é um verdadeiro hacker, e se ele não conseguisse obter a senha, eu tinha certeza que só a NSA, talvez, conseguiria.
Ele aceitou de bom grado o desafio e uma semana depois me ligou:
– Bingo! Carlo, consegui finalmente! Tive que montar uma rede de zumbis que trabalharam para mim por mais de 120 horas, mas eu cheguei lá. Te juro que não olhei o conteúdo do file!-
Me passou a senha que, felizmente, servia para todos os files.
No sábado, aproveitando da minha folga, decidi começar a ler os diários em ordem cronológica.
Me emocionei muito quando vi a digitalização da primeira página do diário: 20 de outubro de 1998.
Não obstante fosse a escrita de uma menina da segunda série do primário, já eram reconhecíveis os traços da bonita caligrafia da Angela. Me lembrei que eu brincava com ela dizendo que nunca poderia ser médica, por ter a escrita caprichada demais.
Logo na primeira página explicava que estava escrevendo este diário porque a professora tinha sugerido para turma faze-lo, para treinar a redação.
E ela, como aluna aplicada que era, fizera isto seriamente.
Tinha anotações todo dia. No início eram poucas linhas de banalidades mas, a medida que os meses passavam, aumentavam tanto a quantidade de palavras quanto a qualidade das anotações.
Começou a escrever sobre seu estado de espírito e também as brigas, que pareciam freqüentes, entre seus pais.
No início de 1999 apareciam as primeiras menções respeito da doença da mãe. Em abril deste mesmo ano já se percebia uma menina assustada pela perspectiva da perda da mãe, em maio recebera de presente da mãe o relógio, que agora estava no meu pulso. Finalmente em primeiro de julho a internação definitiva e, em 14 de julho, o falecimento.
Seguiram páginas tocantes de profunda dor e preces a um Deus ausente e surdo.
Quando cheguei à leitura das páginas de setembro de 1999 meus cabelos ficaram de pé: começava a descrição de moléstias sexuais por parte do pai.
Ainda eram as escritas um uma menina ingênua, mas não restava dúvida que disto se tratava.
As moléstias cada vez ficaram mais pesadas até que, no dia de Natal, o pai a sodomizara.
Ela tinha apenas oito anos na época.
Senti o meu sangue ferver nas veias, mas segui na leitura.
Angela começou a ficar cada vez mais fria, descrevendo as violências como se tratasse de uma terceira pessoa.
Cada sodomia, cada boquete, cada estupro, tudo enfim era descrito como se não fora com ela. Escreveu também o fato que o pai começara a filmar as violências, sem que ela entendesse o porque.
Eu, trancado no meu quarto, surdo aos chamados da minha mãe para almoçar e jantar segui a leitura da descida para o inferno da Angela.
Ela descrevia de como, ameaçada pelo pai, disfarçava na escola, e eu me perguntava como, de uma infância tão sofrida, brotara uma pessoa tão boa e caridosa.
Os abusos, físicos e morais, seguiram pelo resto da infância e a adolescência.
Em outubro de 2008, a pedido da escola, o pai comprou um computador para que Angela se preparasse melhor para o exame do último ano de secundária.
A partir daí os diários passaram a ser escritos diretamente no computador.
Em maio de 2009 Angela cumpriu 18 anos e, no início de julho, ela atuou um plano, meticulosamente descrito no diário, de fuga para Lausanne.
Para cumpri-lo ela roubou do pai, algum dinheiro e especialmente alguns filmes dos estupros sofridos.
Com estes filmes, e a informação de que ela tinha todos os diários digitalizados no computador, ela chantageou o pai para que a deixasse em paz e nunca mais a procurasse.
Agora eu entendia o grande interesse do pai pelo computador da Angela.
Em Lausanne, quase por acaso, se matriculou em uma escola de enfermagem.
Para se sustentar se prostituíra, sendo que nos diários estavam descritos, nos mínimos detalhes, os programas com seus clientes.
A grande virada na vida se deu quando, em 2013, iniciara um estágio em um hospital de Lausanna, que na época, por um convênio com a Cruz Vermelha Internacional, abrigava entre os pacientes, refugiados de uma sangrenta guerra civil no centro da África.
A convivência com esta gente, que perdera tudo, a fez repensar de quão relativo era seu sofrimento.
Tomou a decisão de se dedicar ao voluntariado e, terminado o curso, em meados de 2014, voltou para Milão e contatou a mesma ONG que nos enviara posteriormente no Niger.
A ONG logo a enviou para o Mali.
Lá ela se sentiu realizada no trabalho e, especialmente, como pessoa.
Um dos primeiros casos fora o encontro com Aya.
Quando Aya chegara no hospital de campo, em que Angela estava atendendo praticamente sozinha, era um caso desesperado.
Aya era a única sobrevivente de um ataque que sofrera sua família dias antes. Ela fora estuprada pelo bando de agressores e tinha sofrido um profundo golpe de machete na perna esquerda que já estava infectado.
Angela a arrancou de uma morte certa e depois cuidou dela com todo carinho e amor que ela sabia dar.
Ensinou para ela os rudimentos da profissão e a elegeu como sua auxiliar.
Depois veio Alberto.
Alberto era o ex-namorado que Angela nunca quis mencionar, e fora a maior decepção que ela teve, depois do pai.
Angela já se encontrava no Mali há mais de um ano quando ele chegou.
Paramédico com conhecimento de gestão, educado e bonito, tinha vindo a auxiliar a equipe local da ONG nos aspectos financeiros.
Para Angela foi amor à primeira vista, no enquanto Aya não gostara dele logo de cara.
Seguiam páginas do diário cheias de palpitante amor, com direito a fotos dele às vezes sozinho, às vezes junto com a Angela ou com a equipe.
De repente a grande decepção: Angela descobrira, quase por acaso, que Alberto desfalcava discretamente as finanças da ONG, desviando parte do dinheiro das doações enviadas.
Quando a dúvida virou certeza Angela foi confrontar Alberto.
Ele, em um ato de covardia, seqüestrou o passaporte dela e a ameaçou.
Angela, que já não era pessoa que se deixasse intimidar, fugiu para Bamako, conseguiu com o Cônsul Honorário um passaporte emergencial e seguiu para Itália.
Seguiam as páginas referentes ao encontro comigo e o profundo amor que nasceu no seu coração.
Chorei lendo que ela considerara aquele verão passado comigo em Milão como o período mais feliz da sua vida e também do dilema que teve quando o seu passaporte ficou pronto.
Fora para ela um momento de profunda felicidade quando lhe anunciei que eu partiria junto com ela.
Outras tocantes páginas eram respeito o reencontro com Aya e a gravidez.
Angela escrevera também seu ponto de vista respeito a campanha que eu fizera para que casássemos. Eu entendia agora o medo que ela sentira na ocasião de ser, mais uma vez, traída pelas pessoas mais próximas e queridas.
Também estava relatado o fato que Aya se enamorara de mim.
O tratamento meio ríspido que Aya me reservava era a sua reação pelo fato de eu ser um amor “proibido”, por ser o homem da sua amiga.
Angela lhe confessara com toda sinceridade, que não ia abrir mão de mim por ela, porém ofereceu-lhe a possibilidade de compartilhar-me com ela.
O diário se interrompia bruscamente na véspera do ataque quando Angela preparara Aya para a noite de amor comigo.
————–
Eu estava profundamente exausto.
O sol do domingo de manhã filtrava pelas persianas do quarto.
Resolvi dar uma olhada nos vídeos.
Eram somente doze de uma coleção que, pela descrição dos diários, deveria ter centenas de filmes.
Comecei pelo mais antigo.
Era de março de 2000. Angela ainda tinha oito anos na época.
Começava com uma menina só de calcinhas de algodão deitada na cama.
Reconheci no instante os traços de Angela muito jovem, mas o que mais me perturbou foi a expressão da cara dela.
Era uma expressão que nunca tinha visto em Angela: um misto de nojo e distância, como se a sua alma, sempre tão radiosa, não estivesse junto com ela naquele momento.
Subitamente uma mão adulta aparecia arrancando, com alguma dificuldade, as calcinhas.
Seguia um primeiro plano da vagina infantil e do ânus, depois voltava a mão, agora com uma pomada nos dedos, que untava o ânus.
A mão levantava as pernas para ter melhor acesso à posição de frango assado, e aí aparecia um primeiro plano bem iluminado do pênis, já ereto e lubrificado, que entrava, sem muita dificuldade no anus da menina.
A tomada seguia alternado o primeiro plano da sodomia com a cara ausente da Angela, até que por um acidente a câmara escapava da mão e, por um instante, aparecia o vulto do homem.
A câmara logo era retomada e continuava a filmagem, como antes.
O coito terminava com o homem que retirava o pênis do intestino da menina, esporrava na barriga dela e, logo em seguida, puxava Angela pelo cabelo e lhe dava o pênis para chupar.
Voltei e pausei o vídeo no momento em que aparecia o rosto do pai da Angela e estudei suas feições.
Ele iria pagar por aquilo!
Talvez no vocabulário da Angela não existira a palavra “vingança”, no fundo a sua chantagem fora somente para ser deixada em paz, mas minha alma dilacerada não queria outra coisa.
Ele e o Alberto iam pagar pelo que tinham feito.
Olhei rapidamente os outros vídeos e, como imaginava, todos ele tinham uma coisa em comum: por acidente aparecia o rosto do pai.
Escutei a voz da minha mãe que me chamava para comer alguma coisa e resolvi descer.
Meu semblante devia estar horrível, pois tanto ela como meu pai me perguntaram se eu estava passando mal.
Inventei um ligeiro mal-estar, que tinha causado uma noite mal dormida e voltei para meu quarto.
Dormi até o dia seguinte, segunda-feira, um sono cheio de pesadelos e de manhã inventei uma desculpa para não trabalhar.
Fiquei no meu quarto arquitetando minha vingança: ia começar pelo Alberto.
As trapaças dele estavam bem descritas nos diários e não ia ser difícil juntar as provas para incrimina-lo.
Tinha porém que chegar perto dele sem gerar suspeitas.
Já fazia dias que não me barbeava e deixa-la crescer não foi difícil.
Sempre odiei barba e, obviamente, as minhas fotos de arquivo, que tinham sido divulgadas pela imprensa na ocasião do ataque, me mostravam glabro.
Postulei pessoalmente um visto turístico na embaixada do Mali em Roma e, quando obtive o visto, contatei o Riccardi.
O Riccardi era o chefe da ONG em Milão que cuidava do envio dos voluntários na África, era uma pessoa educada e afável, e sempre me ajudara quando estivera no Niger.
Pedi que nos encontrássemos em um bar perto da sede da ONG.
Eu sempre fui uma pessoa sincera e aberta, mas dessa vez lancei mão de um cinismo que até surpreendeu-me.
Expliquei-lhe que eu queria continuar no voluntariado, porém para evitar constrangimentos, queria viajar o mais em incógnito o possível e evitar de ir ao Niger.
Ficamos de acordo que eu iria para o Mali.
Obviamente na viagem utilizaria meus documentos, mas para apresentar-me aos companheiros da ONG eu utilizaria uma carta de apresentação que ele prepararia, com um nome inventado.
Eu providenciaria e arcaria com todas as passagens, vistos e documentação na qual constasse meu verdadeiro nome.
Assim, falei aos meus pais que tiraria uns vinte dias de férias na Grécia para desanuviar e, uma semana depois, me apresentava no escritório da ONG em Bamako com a carta de do Riccardi e uma boa desculpa para não mostrar o passaporte.
Aluguei um Land Rover e foi direto para uma cidadezinha no leste do país, onde “reinava” o Alberto.
Se não tivesse lido os diários da Angela, também teria caído na lábia do Alberto quando o conheci.
Simpático, aparentemente aberto e acessível, era uma daquelas pessoas nas quais você confia logo de cara.
E eu fingi que confiava nele e começamos a trabalhar juntos.
Eu sabia, de antemão, onde procurar e, em uma semana, já tinha juntado provas suficientes para incrimina-lo por estelionato e desvio de dinheiro.
Inventei uma emergência familiar para voltar com o meu Land Rover para Bamako e de lá para voar para Itália.
Voltando para casa trabalhei por alguns dias para organizar as provas em um pen-drive e o enviei anonimamente para a polícia.
Teria sido bem mais correto envia-las para o Riccardi, já que as evidencias apontavam que ele desconhecia as tramóias do Alberto.
Porém eu desconfiava que ele teria aplicado a praxe de “os panos sujos se lavam em casa”, e simplesmente afastado o Alberto, e eu queria que o Alberto tivesse sérios problemas com a lei.
Quando, algumas semanas depois, a policia baixou na sede da ONG em Milão com acusas bem detalhados, Riccardi fez dois mais dois e concluiu que eu estava atrás disto.
Resolveu porém calar-se respeito a minha missão, porque o implicaria em uma falsidade ideológica, que o complicaria perante a lei.
Obviamente ele nunca perdoou minha traição, o que me deixou totalmente indiferente.
————–
Terminada a minha primeira fase da vingança agora era a vez do pai da Angela.
Eu tinha, é claro, os vídeos e os diários, porém temia que este material não fora suficiente para tranca-lo atrás das grades.
Tinha pesquisado sobre ele e descobrira que era um advogado bem conceituado e ainda na ativa.
O Dr.Magni, como era conhecido, era bastante adinheirado e vivia em um apartamento em uma zona nobre no centro de Milão.
Em uma visita de reconhecimento, que fiz nos arredores de sua moradia, notei um detalhe que me chamou a atenção e me deu uma idéia.
O imóvel tinha no seu exterior uma câmara de vigilância.
Pesquisei mais e descobri que, todo o sistema de vigilância do palacete se resumia nesta câmara que era ligada apenas a um monitor na casa do porteiro.
Não obstante não fosse minha especialidade, eu já tinha, no portfólio de minha firma, sistemas de vigilância que instalara.
Por coincidência tinha chegado nesses dias em minhas mãos, uma tomada de preços para a instalação de um sistema de vigilância integrado para um imóvel bastante parecido com aquele onde se encontrava o apartamento do Dr.Magni.
Normalmente eu teria declinado de fazer oferta, por não ter condição de competir com empresas especializadas nestas instalações de tecnologia de ponta.
Em lugar disto, resolvi competir.
Contatei uma empresa conceituada para entrar em consórcio com ela. Minha firma faria o fornecimento e instalação e, a outra firma, o suporte pós-venda.
Tinha-me preparado bem e os meus preços, mais do que agressivos, eram abaixo do custo.
Ganhamos fácil a licitação e em menos de um mês estava tudo montado e comissionado a contento do Cliente.
Eu até tinha perdido dinheiro, porém isto me deixava indiferente, pois nestes mesmos dias recebera um quantia vultuosa pelo seguro de vida da Angela, que tínhamos estipulado antes da viagem para o Niger.
Em compensação tinha ganho experiência e referências para estes sistemas de vigilância sofisticados.
Com estas referências me apresentei à firma que administrava o imóvel onde ficava o apartamento do Dr.Magni e fiz uma apresentação onde propunha um sistema completo de vigilância, incluindo uma simulação de orçamento com valores absurdamente baixos.
Obviamente a resposta foi: agradecemos muito, mas pelo momento esta intervenção não esta prevista, em todo caso levaremos em consideração… blá, blá.
Sai bastante satisfeito: o anzol estava lançado.
No dia seguinte, na pequena oficina nos fundos da garagem de minha casa, preparei um estilingue de precisão.
Nos meus tempos de moleque costumava brincar de estilingue com meus amigos, atirando em latinhas nos campos nos arredores de Milão, e eu, modéstia a parte, ganhava todas.
Passei a semana seguinte treinando em campos já mais longe, pois aqueles da minha infância a cidade tinha engolido faz tempo.
Quando estive satisfeito com a minha pontaria, saí de casa de madrugada com minha Norton, e cheguei perto da moradia do Dr.Magni, tomando o cuidado de ficar fora do alcance da câmara.
Bastou um só golpe de estilingue, e a pesada esfera de rolamento destroçou a câmara.
Voltei, satisfeito, para casa e dormi tranqüilamente. Agora era só fisgar o peixe.
De fato uma semana depois recebi, da administradora, uma tomada de preços para substituição de uma câmara de segurança, com as relativas especificações.
Respondi polidamente, sem mentir, que aquele modelo já não estava em fabricação e que a minha firma só trabalhava com sistemas completos. Em todo caso eu revalidava o preço preliminar que tinha-lhes apresentado dias antes.
Dez dias depois foi chamado na administradora para discutirmos o orçamento.
Queriam entender como era possível que, o preço do sistema completo, eqüivalia ao preço de uma só câmara dos outros ofertantes.
Saí de lá com o contrato no bolso.
Nos dias seguintes tive liberdade de vasculhar todos os corredores do imóvel, além do apartamento do porteiro.
Quando estive na frente da entrada do apartamento do Dr.Magni, verifiquei que se tratava de uma destas portas blindadas que você só entra se tiver a chave.
Em compensação, na casa do porteiro havia um depósito de chaves com cópia de todas as chaves dos apartamentos, este sim fechado por uma fechadura simples, que não ia resistir às minhas habilidades.
Consegui uma chave similar à da porta do apartamento do Dr.Magni e, em um momento no qual fiquei sozinho na portaria, abri o depósito de chaves e substitui, com a chave fajuta, a cópia da chave do apartamento do Dr.Magni.
À noite fiz uma cópia da chave do Dr.Magni e o dia seguinte, na primeira ocasião, coloquei de volta a cópia original.
Eu já tinha como entrar no apartamento onde Angela passara sua atribulada infância.
Foi no dia seguinte que veio a ocasião, em uma inspeção nos corredores, para entrar no apartamento do Dr.Magni.
Uma vez no interior do apartamento, visitei os vários cômodos e constatei que o Dr.Magni tinha um computador desktop no seu quarto.
Verifiquei o melhor ângulo de visão e aí coloquei, bem disfarçada, uma micro-câmara que ia-me transmitir as imagens via Internet.
A noite na minha casa montei o sistema de monitoramento e pude verificar que tinha uma boa visão tanto do monitor, como do teclado.
De fato o Dr.Magni lá estava, já visitando um sito pedo-pornográfico.
Em dez dias montei e testei o sistema do condomínio, e fiquei de voltar um mês depois, para uma visita de controle e verificação de defeitos e, só a partir daí, ia correr a garantia, que ia ser responsabilidade do meu parceiro de consórcio.
Durante todo o período eu gravei cada segundo em que o Dr.Magni passava no computador.
Reconstrui todas as passwords, os sites e chats que ele freqüentava e montei um dossiê a prova de bomba.
Quando voltei, depois de um mês, o porteiro me informou que o sistema funcionara perfeitamente.
Em todo caso eu insisti em inspecionar cada câmara.
Com uma desculpa qualquer, desativei o sistema durante a inspeção. Entrei no apartamento do Dr.Magni, retirei a micro-câmara, depois voltei para a portaria, reiniciei o sistema e dei inicio formal à garantia.
Uma semana depois enviei anonimamente para policia um dossiê completo sobre as atividades do Dr.Magni.
Aí parei de trabalhar.
Ficava o dia inteiro no meu quarto monitorando por Internet o prédio.
A policia tomou seu tempo e, às sete da manhã de um dia de agosto de 2018, praticamente no segundo aniversário do meu primeiro encontro com a Angela e pouco depois do primeiro aniversario de sua morte, uma patrulha de Carabinieri apareceu na porta do edifício e levou embora o Dr.Magni e seu computador.
E eu estava lá, olhando ao vivo a cena pela tela do meu computador.
Ainda esperei um par de dias até a imprensa noticiar que um conhecido advogado, sem citar o nome, tinha sido preso por posse de uma ingente quantidade de material pedo-pornográfico.
E aí fiquei sentado na minha cama olhando o teto.
A vingança é um fogo de palha, queima em um instante e logo depois te deixa vazio.
O fim da vingança, à qual tinha dedicado quase um ano de minha existência, tinha deixado minha vida sem sentido e eu estava olhando o lustre com uma corda na mão.
Eu mesmo tinha montado este lustre, em substituição do anterior, alguns anos atrás.
Eu tinha caprichado no chumbador e tinha ciência que agüentaria, sem problemas, oitenta quilos: o meu peso.
O som do celular me tirou momentaneamente dos meus pensamentos insanos.
Era o Pino. Resolvi atender.
– Oi, Pino, tudo bem?-
– Oi, sumido! Por onde tens andado, que ninguém te vê mais?-
– Sabe como é. Muito trabalho!- menti eu.
– Mas, a que devo tua chamada?- completei friamente.
Pino pareceu ignorar minha frieza e respondeu empolgado:
– Pois é, você lembra aquela Lancia Flavia Coupé que aquele cara tinha trazido para restaurar uns dois anos atrás e logo em seguida desistiu? Pois é, ele apareceu agora querendo vender, no estado que se encontra, porque precisa de uma grana.-
– Não estou lembrando, não!- interrompi ele bruscamente – Mas, o que eu tenho com isto?-
– Eu estava pensando que a gente podia restaurar, depois revender ou, quem sabe, ficar com a máquina. É um bom negocio!-
– Ah, eu não estou a fim, não! E depois, nem lembro de que carro você está falando!- cortei eu, grosseiramente.
– Mas, não é possível que você não lembre! A Angela adorava aquele carro!- Exclamou.
Em um instante tudo voltou à minha memória e, como uma punhalada no fígado, lembrei-me do sorriso de felicidade que fizera Angela quando vira pela primeira vez a Lancia Flavia e da dedicação com a qual trabalhara naqueles poucos dias que o carro esteve nas nossas mãos.
Lagrimas brotaram dos meus olhos e me segurei para que o Pino não escutasse meus soluços pelo telefone.
Não! Angela não merecia mais esta traição!
Eu já me sentia um traidor pela vingança que tinha envenenado meu sangue neste último ano, não ia fazer mais esta.
– Carlo! Você ainda está aí?- perguntou Pino.
– Sim, sim. Desculpe! Lembrei do carro. Pode negociar e fechar com o proprietário que eu fico com ele. Hoje a tarde eu venho aí para vermos como vamos fazer a restauração.-
– Beleza! Eu te espero.- respondeu Pino.
Neste instante o celular vibrou: estava entrando outra chamada.
Verifiquei o número e constatei, pelo prefixo, que a chamada vinha do Niger.
– Pino, desculpe mas tenho outra chamada para atender. Tchau, nos vemos à tarde.- desliguei e peguei a chamada do Niger:
– Alô!- respondi
– Bom dia! Aqui é Battisti de Niamey, como você está?-
– Tudo bem, obrigado. Mas, me diga, tem algum problema?-
Todo mês meu banco enviava automaticamente para a conta bancária do Battisti um valor fixo para o custeio dos estudos de Aya, e a minha dúvida era que este mecanismo tivesse travado.
– Não, não! Está tudo bem! É que a Aya quer falar contigo. Vou passar para ela.-
– Olá, Carlo, como você está? Estou com muita saudade de você!- me surpreendeu Aya, falando em italiano com forte sotaque da região do Friuli.
– Oi, Aya. Tudo bem com você? Não sabia que você falava italiano!- respondi.
– Falo um pouco sim! Um dia te conto porque.- continuou Aya, sempre em italiano. – Mas, eu queria te dizer que eu gostaria vir na Itália, para estudar. O Battisti diz que agora, que já sou maior de idade, com a tua ajuda, isto poderia ser feito.-
Demorei um único instante para pensar o que a Angela teria respondido e eu disse:
– Sem dúvida, eu vou ajudar. Pode contar comigo!-
Falamos ainda um pouco e depois ela me passou de novo o Battisti.
Ficamos conversando alguns minutos sobre as várias possibilidades de ação que tínhamos.
Chegamos à conclusão que ele teria acionado o consulado do Mali, para regularizar a situação da Aya e emitir um passaporte e eu teria solicitado a vinda da Aya para Itália para trabalhar como empregada doméstica na minha residência, o que ajudaria na obtenção de um visto para ela viajar.
Anotei tudo o que eu tinha que fazer, e terminamos a ligação.
Desci na cozinha onde estavam meus pais tomando um café.
O meu semblante devia ter melhorado muito respeito aquele sombrio das últimas semanas, porque vi o rosto da minha mãe se iluminar com um sorriso.
Cumprimentei eles e disse:
– Tenho duas novidades: a primeira é que, em breve, vocês vão trocar de carro. Um mais novo, um ’68 no lugar de ’65, uma Lancia Flavia Coupé. Pai, é uma bela máquina! Acredita em mim!
A segunda é que a Aya, a amiga da Angela, vem morar com a gente.-
– Mas ela não é uma criança?- questionou minha mãe, lembrando das descrições que fizera Angela quando morara com a gente.
– Acabou de completar dezoito anos.- respondi.
Minha mãe tentou disfarçar um sorriso de satisfação, já pensando no bem que podia fazer para minha alma a proximidade de uma mulher.
————–
Quinze dias depois lá estava eu, indo buscar no aeroporto a Aya.
Na saída da alfândega a reconheci de longe pelo seu inconfundível passo claudicante.
Como costumava fazer a Angela, trazia somente uma mochila, com todas suas posses terrenas.
Nosso abraço foi longo e regado a choro.
Já que a Lancia ainda não estava pronta, fomos para casa com o Fiat 1100, que ela examinou com um misto de admiração e curiosidade.
Durante o trajeto me falou bastante com aquele seu italiano com forte sotaque de friulano.
Perguntei porque nunca tinha falado comigo em italiano.
– É que eu tinha vergonha de você.- foi sua resposta.
Quando chegaram em casa meus pais a acolheram bem, disfarçando, o máximo que puderam, o impacto do aspecto de Aya.
De fato, a parte a bonita cara de criança que tinha, Aya era um soco no estômago para quem julgava as pessoas pela aparência: negra, baixinha, raquítica e ainda por cima coxa.
Eu porém, que já apreciava suas qualidades de espírito quando morávamos no Niger, passara a gostar ainda mais dela depois de ler os diários de Angela e tinha certeza que, logo, logo também meus pais iam estima-la.
A noite minha mãe a colocou para dormir no sofá que havia na pequena sala no andar térreo.
Passara a meia-noite ha pouco tempo, quando um beijo na face me despertou.
– Quero fazer amor e dormir com você!- disse Aya.
Dei um espaço para ela na cama e ficamos abraçados como amantes.
– Te amo muito!- falou beijando-me.
Se posicionou entre minhas pernas e começou um lento boquete.
Eu fiquei acariciando seus cabelos, chorando silenciosamente.
Depois de alguns minutos ela se levantou, pegou do criado mudo um pote de manteiga que ela tinha trazido da cozinha.
Untou bem meu pau e seu cu, depois ficou de cócoras na cama e desceu lentamente enxertando o membro no seu ânus.
Pela sua cara pude ver que a penetração era, sem dúvida, dolorida, mas em nenhum momento ela recuou.
Quando ficou satisfeita pela profundidade alcançada começou uma lenta cavalgada.
Demorei bastante para me soltar e gozar no seu intestino, mas quando chegou meu orgasmo, foi algo de avassalador.
Desde o fatídico dia do ataque, eu não tinha nem estado nem desejado uma mulher, e Aya me libertara desta maldição.
Dormimos agarradinhos, como amantes.
Nos dias seguintes foi, aos poucos, retomando minha vida.
Terminei a restauração da Lancia Fulvia que presenteei para meu pai, no lugar da Fiat 1100, que vendi para um colecionador e recomecei a trabalhar como antes.
Comprei também um scooter 50 cc. para que Aya pudesse ir à escola.
A Aya tinha mudado para meu quarto e fazíamos amor todos os dias de manhã e a noite. Quase sempre eu a sodomizava, já que assim conseguia uma penetração maior.
Ela não curtia o sexo anal, tanto quanto a Angela, mas tinha prazer, mais do que qualquer coisa, em me agradar.
Eu tinha também recomeçado, sob a insistência de Aya, a fazer filmes pornô, só que, ao contrário da Angela, ela não vinha comigo, mas ficava em casa estudando.
Uma noite enquanto estávamos abraçadinhos com meu pau ainda no intestino dela, após ter gozado, Aya me contou parte de sua vida que não estava relatada nos diários da Angela.
Quando Aya tinha sete anos um tio dela começou a abusa-la.
Diante da indiferença do resto da família ele fugiu para mesma missão onde, anos depois fora acolhida pela Angela.
Lá a abrigou fra’ Giuseppe, um frade franciscano nativo de um vilarejo do Friuli, no norte da Itália.
O frade a alfabetizou em francês, catequizou, batizou e também lhe ensinou o italiano, como ele costumava falar.
Daí veio, tanto o forte sotaque dela, como a profunda fé católica, sendo que Aya venera, quase como santos, fra’ Giuseppe e Angela.
Em 2012, tendo ultrapassado os oitenta anos, a Ordem solicitou a fra’ Giuseppe, contra sua vontade, que regressara à Itália para que se aposentasse. Longe da sua África, o pobre frade, adoeceu e morreu em poucos meses.
Com a partida de fra’ Giuseppe, e tendo seu tio mudado para a capital, Aya regressou para casa de sua família, onde se encontrava no dia em que foram atacados pelos agressores.
Aya também me confidenciou que gostou de mim desde o primeiro momento, mas sempre me evitara por causa da Angela.
A Angela, que sabia desta sua paixão, tinha-lhe dito que não estava disposta a abrir mão de mim, mas aceitava compartilhar-me. Aquela noite que fizéramos o amor era o prelúdio do nosso recém formado triângulo amoroso, infelizmente terminado tragicamente.
————–
Epilogo – Agosto 2019.
Estou no meu quarto, na frente de um espelho há dez minutos, tentando dar o nó na gravata sem conseguir.
Ao meu lado está meu pai, se debatendo, no pequeno cômodo, com o mesmo problema.
O meu quarto, que já não era grande, ficou ainda menor, porque troquei a cama de solteiro com uma de casal e já comprei o berço para nossa filhinha que vai nascer mês que vem.
É inútil, a única que, por aqui, tem este know-how é minha mãe, e hoje a logística nesta casa está complicada porque eu, por tradição, não posso ver a noiva antes do casamento.
Meu pai joga a toalha e vai a bater no quarto dele, onde minha mãe esta preparando a noiva.
Volta já com a gravata posta e com a minha já preparada com o nó.
– Tua mãe mandou dizer que você tem dez minutos para sumir daqui.- é o recado que ele me traz.
Ponho a gravata e chamo Pino pelo celular, para vir buscar-me, já que o meu pai vai usar a Lancia para levar a noiva.
Eu moro relativamente perto da igreja e poderia até ir a pé, mas francamente me envergonho a andar pela rua de terno e gravata.
Em cinco minutos Pino chega para me buscar com o seu xodó: uma Alfa Romeo 2000 GTV Bertone Coupé vermelha de 1970.
O trajeto é bem curto e logo estamos no adro da igreja, conversando com os nossos amigos.
A Aya, ao contrário da Angela que era declaradamente ateia, é católica praticante e fez questão de casar na paroquia onde atua como voluntária e todo domingo vai à missa.
Eu, mesmo não sendo praticante, aceitei de bom grado, para felicidade do meu amor.
– E aí, onde você e a Friulana vão de lua-de-mel?- pergunta Mattia.
– Vamos para a Val Gardena, mas só por três dias, porque agora tenho que trabalhar sério, para trazer o pão para a família.- respondo.
Todos meus amigos aprenderam a gostar da Aya, que chamam carinhosamente de Friulana por causa do seu sotaque.
————–
Minha mãe, recém chegada na igreja, acompanhada por uma sua amiga, me chama para o altar.
Pouco depois o órgão começa a tocar a marcha nupcial e Aya ingressa acompanhada por meu pai.
Os meus olhos, embaçados pelas lágrimas, a vêem maravilhosa no seu vestido de noiva pré-natal.
————–
Fim

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6 Comentários

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  • Responder bbbrasil ID:gsuv6vzrb

    Excelente texto. História bem escrita.

  • Responder Brasil ID:8ef4wnr6ii

    Parabens meu querido, ótima experiência de vida que viveu,sua integridade foi maior, Seja mto Feliz.

  • Responder Anônimo ID:8ef1pugd9k

    Um dos melhores contos já publicados aqui neste site. Parabéns.

    • César ID:19p1no4v0

      Ótimo conto. Sua redação é ótima. O melhor que já li. Parabéns!

  • Responder Otaku ID:yb0j7143

    Triste que a Ângela morreu mais muito bom msm

  • Responder Nando ID:on93x7jm9k

    Conto muito legal parabéns