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Era uma vez no condomínio (parte 1)

1013 palavras | 1 |3.06
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Baseado em fatos reais – ou não. Alguns aconteceram. Alguns podem ter acontecido. Alguns vão acontecer…

Cresci num condomínio de classe média alta de São Paulo. Quando crianças, jogávamos bola na pequena quadra do prédio, ou em qualquer lugar, principalmente quando a quadra estava fechada ou em reforma. Tínhamos uma turma muito grande até nossos 10, 11 anos, que foi se desfazendo. Haviam meninos e meninas, e éramos ridiculamente inocentes. O tempo foi passando e quando já estávamos começando a buscar trabalho e terminando o ensino médio, que esta historia aconteceu…

“O interfone tocou e corri para atendê-lo. Podia ser um futebolzinho… Meio da semana, nao tinha treino neste dia.

O porteiro diz: é o kaike? Confirmo. E ele continua: Ligação do apartamento (…).

Porra… Nao é o que eu esperava. As crianças de novo. Adoro crianças, mas aquilo nao era o que eu esperava pra minha tarde. Ser babá nao estava nos planos.

Uma voz infantil me chama pelo outro interfone. Atendo e tento ser o mais educado possível.

“Quadra? Quantos vão? Nao vou jogar só com uma pessoa, nao tem nem graça. Gol a gol? De jeito nenhum, precisa ter mais umas 4 pessoas. Mais 3 pelo menos… Se der pra jogar dupla, pelo menos, ok. Se conseguir me interfona de novo.”

Me troco ou nao? Espero um pouco. Se escutar o barulho de bola batendo na parede, desço.

20 minutos depois o interfone toca de novo. Mesmo procedimento, desta vez, direto da quadra.

Escuto mais uma vez a voz infantil. Com mais uma voz

“Só tem você aí… Quem mais? Um? Eu disse 3, pelo menos. Ainda vai ficar faltando um. E vai chover… Voce nem joga na chuva, sua mae nao deixa. Vou ver de apareço aí. Uns 10 minutos. Prometo. Até mais tarde.”

Me troquei, fiz valer os 10 minutos. Se nao aparacesse mais ninguém na quadra, já sabia o que encontraria quando chegasse lá. O jogo estaria acabado com os dois se xingando.

Conhecia os dois desde muito pequenos. O que me interfonou, se chama Daniel, 11 anos. Loirinho, branco, olhos escuros. Um puta playboy. Nao estou exagerando. Sua mae tinha uma loja de produtos orgânicos. Seu pai, apesar de nao morar no condomínio, era gerente de uma loja gigante de sapatos. Nao fosse jogar bola no condomínio, acho que ele nao veria o sol. O outro, um ano mais novo, se chama Bruno. Mais moreno e um pouco menor. Era exatamente o oposto. O menino paagva de vida loka mas era extremamente gentil. Tinha uma pele mais morena, cabelos castanhos e olhos escuros. Além de ser extremamente magro.

Diferente da minha época de criança. Esses dois só tiham eles. As outras crianças eram muito mais novas, ou – como eu – eram muito mais velhas, praticamente adultos.

Cheguei na quadra. O jogo estava entre quase acabando e acabado. Bruno nao queria mais jogar, mas nao dizia isso. Errava de propósito só para irritar Daniel. Que já estava ficando puto.

“Vai fugir? Só porque voce nao ganha nenhuma, já quer parar. Muito fácil.” Sempre achei que Bruno nunca foi muito fã de jogar bola. Só jogava pela amizade. E mesmo assim, bem pouco. Em compensação, Daniel era um viciado. Pena que tinha pouca gente pra jogar com ele…

Aquilo já me desanimava. 2 crianças e uma nem queria jogar mais. Perguntei pelo pessoal da minha idade. Eles nao estavam. Óbvio. A unica pessoa que nao estava nem aí pro vestibular era eu. Entao, o que me restava era ser babá.

Apesar do ânimo de Daniel com minha chegada. Nao dou muita chance. Se nao tinha ninguém, subiria. Nao queria estar lá, sério.

Ele implorou para que eu ficasse. Joguei dois gol a gol com ele e a chuva realmente chegou. Fomos para o “vestiário”. Os dois meninos estavam sem camisa, apenas de shorts. Eu não. Nunca gostei de jogsr sem camisa.

“Será que a chuva vai parar? Daniel me pergunta.
– Acho que não tão cedo. Vai fazer alguma coisa? Senao vou subir. Já tinha cumprido minha promessa. Estava liberado.

“Acho que vamos jogsr videogame na minha casa. Quer ir? – disse Daniel.

“Nem fudendo vou na sua casa, sério”, respondi.

“Por que não? Tem medo de perder?”.

Ri da ousadia dele. Com certeza ele nao entendia. Imagina você chegar em casa e encontrar um quase adulto, sozinho em cada com seu filho.

“Nao dá, sério. Já joguei bola tá ótimo.”
“Voce nao jogou nem 20 minutos….”
“Que culpa eu tenho que começou a chover”
“Se voce tivesse descido antes, teria jogado mais.”

Pra tudo ele tinha uma resposta. Bosta.

-Está chovendo, é perigoso queimar seu videogame.
-Não tem raio, só chuva. E nem tá muito forte. Se voce não for, nao vai ser mais meu amigo.”

Fui desistindo de argumentar. Metade de mim, pensava que eu poderia ser cuzao e falar que ele era criança demais e eu nao precisava da amizade dele. Porém, pra crianças da idade dele ser amigo nao é um meio termo. Ou se é ou nao é. Meus futebolzinhos já eram escassos, se nem as crianças quissessem jogar comigo, bem…

-Vou jogar meia hora só. O que sua mãe vai falar quando me ver chegando lá?
-Ela tá trabalhando, só chega no final da tarde.

Enquanto saíamos do “vestiário”, que nada mais era que o lugar coberto onde ficam os banheiros de um antigo salão de festas do condomínio, e que fica bem próximo à quadra.

Bruno vai também? – perguntei.

– Claro! Vou lá quase todo dia. – Era a primeira vez que ele falava em algum tempo.

-Então vamos logo que eu nao posso ficar muito. Ainda vou trabalhar hoje…

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Sei que essa primeira parte nao tem nada de erótico. Mas acho importante o contexto.
Estou desenferrujando. Então, termino este conto no máximo dois dias. Todos os contos são baseados em fatos reais. Nem todos necessariamente aconteceram comigo. Prometo postar a continuação rápido.

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1 comentário

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  • Responder Luiz XV ID:muiuzdov1

    Site de conto erótico, sem contos eróticos. Parece novela tosca da Globo.