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A língua do pai

651 palavras | 2 |3.69
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Tio Fernando é o mais brincalhão da família, mas há sempre um limite para a brincadeira e a gente sabe quando ela se torna verdade…
Esse final de semana fui almoçar na casa de uma tia onde tinha uma parte da família reunida por lá. Muita gente bebendo, muitos primos se achando os engraçados. Lá pelas tantas da tarde quando quase todo mundo tinha ido embora, começou o jogo na tv e o Tio Fernando se aprontou pra assistir. Cerveja do lado, uma balinha aqui e ali, um petisco qualquer e o filho do lado caçando brincadeiras para se entreter, já que todos os primos já tinham ido. Só estávamos nós três na sala e não demorou muito para o pequeno Ian buscar a atenção do pai. Ian é o único nome fictício aqui. Prefiro ocultar o verdadeiro.

Pediu uma carne, um refri, um doce, uma balinha e finalmente o colo. Sobre as coxas do pai o menino parecia pequeno. Fernando é um homem grandão. A característica mais marcante dele é a barba muito grossa e sempre muito grande. É o seu charme, eu digo. Sempre brinquei que ele era mais charmoso com barba. Por ser brincalhão, nunca se importou muito com os meus comentários. Eu já tinha visto Ian brincar com a barba do pai quando mais novinho. Ele bagunçava os fios, enfiava os dedos e passava o rosto nela. Naquela tarde repetia a fazer isso como se ainda fosse um bebê. O Fernando mesmo brincou sobre isso, alertando o pequeno que ele não era mais tão pequeno assim. Não demorou e o menino pediu o que eu estava sonhando que pedisse. Queria um beijo e Fernando negou rindo, mas Ian estava insistente e ganhou um porrada de beijos do pai no pescoço. Rindo muito, tornou a se ajeitar no colo do pai e pediu mais beijos, sempre manhoso para além da conta. Nessa altura eu tinha que esconder minha curiosidade ao assistir os dois. Fernando ignorou por um momento a minha presença e fez os gostos do filho, beijando onde podia da cara branquela do pequeno.

– Se eu deixar, até a boca ele beija, esse beijoqueiro.

Eu ri da brincadeira do Tio Fernando, mas de um jeito esperto que fizesse ele pensar que era descrença minha. Mais um sucesso. O pai foi lá e cedeu os lábios para o menino dar um selinho inocente como prova do que tinha acabado de me falar. O homem apertou bem o filho e brincou sobre o garoto beijar a língua do pai uma vez. Ele mostrou como isso aconteceu: foi fazer uma gracinha colocando a língua pro menino beijar e o menino beijou mesmo. A diferença da cena que ele descreveu para a que eu vi aquela tarde, é que naquele momento Fernando quis entregar a língua ao menino. Eu vi Ian beijar a linha do pai bem rapidinho. Deu pra ver o lábio do Ian molhado depois de beijar a língua do pai.

Tinha inocência e um tantinho de erotismo naquilo que Fernando fez. Deu pra notar a dose de safadeza quando ele, para me fazer rir, deixou o filho beijar a língua outra vez e também beijar os lábios num selinho mais demorado. Não pude deixar de imaginar o menino pedindo aquele carinho em momentos mais solitários. Fernando tem cara de que aproveita desses momentos. Ele é do tipo que daria tudo virar uma brincadeirinha entre pai e filho, o que não deixa de ser saudável.

Ian só deixou o colo do pai porque Fernando o expulsou com alguns tapinhas na bunda. Uma almofada substituiu o filho e uma mão do homem constantemente sumia para baixo dela. Eu aposto que aquilo ali era de verdade.

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2 Comentários

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  • Responder Fábio ID:1e9dcxcmfqjv

    Amo seus relatos, continua ok…

  • Responder Anônimo ID:6oefrj6rm1

    Razoável apenas por deixar a gente sempre querendo mais… Se você seguisse a sua linha narrativa (que é impecável no quesito da envolvência), e acrescentasse mais erotismo e ações mais explícitas, seria magnífico. Mas você sempre deixa a desejar no final; seus contos são curtos e apenas excitam os leitores, não chega a levá-los ao orgasmo justamente por serem finalizados justamente quando o fogo é acendido.