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O Seminário era um lugar de perdição 7 – Igor pego no flagra

1035 palavras | 1 |3.07
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Depois de um tempo sem escrever resolvi voltar e dar continuidade, infelizmente as vezes acontecem fatos que vêm a tona e foi o que aconteceu com meu vizinho Igor

Estávamos (João e eu) concluindo com louvor o EM, iriamos mudar de “casa” no próximo ano meu irmão já tinha ido para outra casa fazer Teologia enquanto o outro seria ordenado diácono no início do próximo ano e receberia a ordenação sacerdotal no fim do mesmo ano,nossa cidade natal já estava “alvoroçada” nos preparativos, Igor meu vizinho ainda faria o 3º ano, já tinha passado também de ano, mas um deslize fez com que sua caminhada fosse interrompida.
Já estávamos nos preparativos para as férias de final de ano (os que passaram direto) e nós do 3º ano em especial nos preparávamos para a nossa formatura e nossa mudança de casa, era uma terça-feira muito quente, um calor insuportável tinha “um sol para cada um” de tão quente que estava durante o dia, a noite enquanto arrumávamos nossas coisas em nossos dormitórios, Igor entra no mesmo inconsolável, chorando muito, eu e João nos entreolhamos como se questionando quem iria tomar a iniciativa de perguntar a ele o que acontecera, o porque do choro. Acabei eu mesmo me sentando ao seu lado e perguntando a ele que estava acontecendo, ele chorava com o rosto entre as mãos como se escondendo, em seguida nosso “Bedel” (uma espécie de seminarista líder de todos entra no dormitório)
– Deixe ele PP (o Bedel diz seriamente “engolindo seco”)
Igor olha para mim e me abraça chorando muito
– Cara eu me ferrei eu serei expulso, tá na cara
Nesse momento eu olho para João, o Bedel e outros dois colegas de dormitório que estavam conosco sem reação, meu coração acelerou naquela hora, pois sabia que algo havia saido do controle, algo sério havia acontecido
– O que foi que houve ? porque estás assim criatura?
Igor não fala nada, apenas olha em volta, e em seguida para mim eu quase que automaticamente olho para os demais
– Será que podem nos deixar a sós um momento? – Disse olhando para nosso líder – Por favor, tem algum problema conversarmos a sós um pouco, será breve
O líder olhou para os demais e sinalizou para que todos saissem do dormitório e antes de fechar a porta do dormitório disse
– Esterei esperando aqui fora, padre reitor quer falar com ele, preciso acompanhá-lo
Quando ele disse isso senti que a coisa realmente era grave e depois de enfim estarmos a sós logo perguntei a ele
– O que foi? se acalma, porque o Pe Lucas quer falar contigo Igor ?
– PP, marquei bobeira eu e o Mayer fomos pegos na sala de material do teatro
– O que ? – Eu devo ter ficado multicor na hora, confesso que ao mesmo tempo que fiquei com pena do Igor fiquei pensando como ele pode ter dado essa manada tão grande-Sério isso? quem pegou vocês?
– Pe Matias, disse que alguém cantou a bola para ele e veio apenas confirmar…O que faço agora ? (entre prantos) Me ajuda por favor
Eu em estado de choque não sabia o que responder nem pensei muito na situação
– Espere, não se precipite, vamos ver o que Pe Lucas vai dizer (eu já começando a chorar também) mas tu sabes que provavelmente vocês levarão cartão vermelho não é ?
– Sim eu sei, não queria que isso acontecesse, vacilamos (ele me abraça) não queria ser expulso
(seguro ele pelos braços e afasto ele) – Calma, aconteceu agora paciência, só deve pensar em o que e como dizer em sua casa, provavelmente vão te encher de perguntas, mas daqui pode ter certeza que não sairão as respostas (digo tentando acalmá-lo embora eu estivesse tão nervoso quanto ele)
Ele enxuga as lágrimas e segue com o Bedel até o quarto de padre diretor, depois de quase 2 horas volta ao quarto cabisbaixo e diz que foram convidados a sairem e que já havia conversado inclusive com o nosso colega (que nunca fiquei sabendo quem foi) que viu a cena que não se contaria nada sobre o ocorrido, portanto que a saida deles seria por “falta de vocação”,
Muitas vezes o padre diretor (talvez para ganhar tempo) chamava de duplas até trios para mandar para casa, por isso o fato de Mayer e Igor serem chamados juntos a sala dele não causou estranheza.
Para não causar maior estranheza, foi arrumado uma casa de familia para que Igor ficasse para voltarmos à nossa terra (4 dias) até que minhas férias chegassem, na viagem ele fez questão de deixar bem claro que o que ele sabia sobre eu e João e outros seminaristas ficou guardado para ele,
Ao chegarrnos a nossa cidade fomos recebidos com festa (como de costume).
Após as festas de fim de ano, enfim Igor revelou que não iria mais para o seminário pois não tinha vocação e seguiu sua vida, terminou o Ensino Médio em nossa cidade depois mudou-se para a capital onde fez faculdade de Medicina e depois especialização em Neurologia, hoje é casado tem um lindo casal de filho.
Minhas férias foram mais curtas e o início de ano agitado pois meu irmão mais velho foi ordenado diácono e eu, meu outro irmão seminarista e João ajudamos na celebração eu no serviço ao altar com meu outro irmão e João foi magnifico com a equipe de música local, fez ensaios por 2 semanas com a Comunidade e a celebração de ordenação diaconal de meu irmão e mais 2 colegas dele foi algo que a muito não se via.
Eu e João continuamos tendo nossos encontros, não mais com a mesma regularidade e intensidade de quando éramos seminaristas menores, mas nunca fomos pegos, nesse ano tive minha primeira experiência com mulher e dai em diante virei um “santo pervertido”

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1 comentário

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  • Responder Leonardo ID:g61zhdu8k

    Sou seminarista e adora chupar pau.