#

Alvorecer do Desejo – Parte 1

7852 palavras | 28 |4.57
Por

Um conto erótico, na definição da palavra, não apenas uma historinha rápida. Para ler e se deliciar nas aventuras de um pai que recebe a ajuda inesperada de uma garotinha.

Uma menina na hora do recreio

Sexta-feira, 20 de agosto de 1999
— Tu é o pai da Ana Clara, não é?
Olhei para o pedacinho de gente parado em minha frente, estava só e vestia a farda bem comportada do Educandário Santa Dorotéia.
— Sou… – respondi com o pensamento ainda longe dali.
— Ela tá brincando no parquinho… – continuou com a voz fininha bem ao seu modo.
Olhei para o lado, as mães conversavam absortas com seus assuntos sem parecer importar com a filharada espalhada pelo pátio. Me senti deslocado, era talvez o único pai na reunião de pais e mestres.
— Meu nome é Maíra… – tornou falar – Tua mulher te deixou, não foi?
Estranhei ela falar aquilo, não tinha falado pra ninguém no colégio e mesmo alguns poucos amigos sabiam da separação.
— O nome de minha mãe é Luana… – olhou para um grupo que conversava animado – Ela ta ali…
Não tinha propósito aquele conversa, nem mesmo sabia de onde tinha surgido aquela pequena figura que nunca antes tinha visto e era novinha demais para ser da turma de Ana Clara.
— Tu ta triste? – sentou na beirada do banco debaixo do sapotizeiro onde havia buscado tranqüilidade – Quando o papai foi embora eu também fiquei triste.
Passei a prestar atenção em Maíra, parecia bem mais madura que o corpo dizia, o rosto alegre, os cabelos muito loiros e lisinhos destoavam da voz, um corpinho de criança, longe de ganhar formas de mulher e olhos incrivelmente azuis. Não sabia de onde tinha surgido e nem como me encontrara e muito menos o porquê daquela conversa.
— Tu não quer falar? – a expressão era de desanimo – Se tu quiser eu saio…
— Não! – segurei a pequena mão macia – Fica…
Ela olhou para minha mão segurando a dela e depois para meu rosto, estava sorrindo e aquelas duas covinhas no bochecha lhe davam ares de menina capeta.
— Tu sabia que a tia Flora namora com o seu Frazão?
Parecia antenada com tudo o que acontecia, fiquei sabendo de coisas que jamais saberia e nossa conversa se tornou gostosa.
— Quantos anos você tem? — Busquei iniciar uma conversa mais aprofundada para saber um pouco mais daquela loirinha.
— Tenho nove, acabei de fazer. — Disse me olhando nos olhos.
— Você é amiguinha de Ana Clara? – dei o braço a torcer, não tinha ainda conseguido ouvi-la falar de como sabia de mim.
— Todo mundo é… – se ajeitou no banco – Ela é amiga de todo mundo aqui…
Bem característico da minha filha, uma loirinha de olhos verdes e de cabelos cacheados atazanada que chafurdava até conseguir o que queria; atenção e depois amizade.
— Mas você não estuda na turma dela, não é?
— Não! Ela ta na segunda e eu na primeira… – levantou as pernas e cruzou sem se importar que eu visse a calcinha branca.
— Imaginei, já que ela acabou de completar onze anos, e você ainda tem nove.
Ela riu e continuou…
— Porque tua… Porque a mãe dela nunca vem no colégio? – consertou – A minha ta sempre aqui… E nem é preciso ser dia de reunião, é só dar na telha que ela vem só pra ficar conversando com as tias…
— Margareth é muito ocupada… – esperei um pouquinho antes de responder – É médica e tem muito paciente… – era mentira, Margareth nunca ligou muito para as coisas de Ana Clara.
— Tu também é medico e ta aqui sempre… – sorriu sabendo que eu tinha mentido – Mas tem mãe que é assim mesmo… Ainda bem que tu liga pra tua filha, papai nunca ligou pras minhas coisas…
— Vai ver ele também é muito ocupado.
— Que nada! Ele é um sem vergonha mesmo… – não tinha rancor no falar, falou por falar – Mas eu fiquei triste quando ele deixou a gente…
— Às vezes é melhor que os pais se separem… – não era o que eu sentia de verdade, nunca tinha pensado em um dia me separar – A gente faz coisas para preservar outras… – suspirei e olhei para o grupo de crianças brincando aos gritos – Mas a gente nunca deixa de amar os filhos…
— Só se for tu… – ficou séria, o sorriso sempre estampado virou tristeza – O papai não gosta de mim…
— Tenho certeza que você está errada… – novamente segurei sua mão – Quando a gente se separa é da mãe e não dos filhos… Ana Clara mora com a mãe, mas sempre dou um jeito de estar com ela…
— O papai não!… – suspirou – Ele foi pro Paraná e nunca mais voltou… – Tu sabias que eu sou de lá?
Parecia milagre como mudava de semblante, deixou de lado a tristeza e novamente os olhos negros brilharam, mas o sorriso não voltou.
— E como você veio parar aqui?
— Ele trabalhava na Vale e foi transferido pra cá… Ele é engenheiro de pedra…
— Engenheiro de pedra? – estranhei.
Ela riu moleque.
— É!… Se formou no Uruguai onde conheceu minha mãe?
— Sua mãe é uruguaia?
— Não! Ela é de Pelotas no Rio Grande do Sul… Tava também estudando lá… Ela é doutora de criança, sabia?
Não sabia. Na verdade sabia bem pouco de tudo o que tinha falado e aquele rosto moleque, aquele jeito sapeca da garota era tudo estranho como estranho tinha sido tudo e o tempo que passamos juntos.
— Me espera viu?
A mãe tinha chamado e ela levantou e correu alegre, a saia esvoaçava a cada pulo que dava, parecia uma cabrita correndo livre pelo pasto. Ela não voltou, pouco tempo depois a madre superiora chamou para a reunião e fiquei espiando as cabeças para ver se via novamente a garota.
Não a vi novamente naquela sexta-feira. Depois da reunião enfadonha sai com Ana Clara e pareceu que aquele pequeno anjo tinha desaparecido, que só viera para dar ânimos a um coração amargurado.

Ana Clara
Domingo, 22 de agosto de 1999
Aquela conversa com Maíra não saia de minha cabeça, tinha ficado impressionado com a garota.
Domingo cedo fui buscar Ana Clara para irmos ao clube.

* * * * * *

— Conheci uma amiguinha sua…
— Já sei! – entrou no carro e jogou a mochila no banco detrás – Ela me ligou…,
— Você conversa muito com ela? – estava querendo saber de como a garota tinha sabido da separação.
— A gente se gosta muito… – ligou o rádio, uma música sertaneja inundou o carro – Ela te falou que ela sabe da mamãe, não falou?
— Falou… Você falou para mais alguém?
— Não… Tu ficou chateado?
Prestei atenção no transito um pouco conturbado para uma manhã de domingo. Um pouco adiante uma barreira da polícia examinava os documentos.
— Desculpa ta bom? – achou que eu estava chateado – Não falo mais pra ninguém…
— Não filha, não liguei pra isso… – à frente um motorista esbravejava com um soldado – Não temos nada que esconder, não deu certo e pronto…
Estava já tirando os documentos quando um guarda mandou que eu seguisse, a fila de veículos parados era maior que a quantidade de guardas.
— A mãe dela também é separada… – retomou a conversa – Elas não são daqui…
— Nunca a tinha visto no colégio…
— Começou no início do ano… – diminuiu o volume da música – Tu conheceu a mãe dela?
— Não!… – lembrei da promessa de que voltaria e não voltou – Só de longe, é muito nova…
— E bonita também, não é? – olhou para mim de rabo de olho querendo ver como eu reagia – Ela também é doutora…
— Maíra falou, é pediatra…
— E o que tu achou dela?
— Parece uma cabritinha…
— Dela não, da mãe dela…
Olhei para Ana Clara e sorri, era típico dela querer que eu me interessasse por outra mulher. Sempre foi assim, mesmo quando ainda casado com Margareth vivia me chamando atenção para outras mulheres como se já soubesse que não duraria muito o casamento.
— Não venha com suas coisas… – passei a mão em sua perna – Deixa que no tempo certo pinta alguma nova mãe pra você…
— Quero outra mãe não… A minha já me enche o saco o tempo todo… – segurou minha mãe e fez carinho – Tu sabia que agora ela deu de brigar até quando eu converso com a turma?
— Ela não briga de verdade… – sentia a mão carinhosa alisando a minha – É o jeito dela…
— Que nada pai… Ela ta pensando que eu tenho namorado… – sorriu – Outro dia só pra chatear ela eu dei um beijo no Juquinha…
Imaginei como deveria ter sido. Juquinha é um garoto que mora próximo, amiguinho de Ana Clara desde quando era bebê.
— Assim você está dando corda para ela… – tirei a mão – Você não deve fazer isso filha… Cê sabe como é a Margareth…
— Quase levo uma pisa lá mesmo… – sorriu – Me deu um beliscão e uma bisca que me fez ver estrelas…
— Sua mãe é muito certinha… – lembrei de quantas vezes havia discutido por causa das coisas de Margareth – Não sei como durou tanto nosso casamento…
— Gosto mais do teu jeito…
— Sei… É só porque faço tudo o que você quer…
— Né não! – se encostou na porta e ficou virada para mim – Se tu não fizesse nada e continuasse sendo assim eu ia gostar do mesmo jeito.
Desliguei do momento, prestei atenção ao trânsito. Carros velozes passavam apressados como se não houvesse tempo, garotos recém saídos da infância desfilavam com carrões espalhando um pandemônio de sons gritados dos auto-falantes possantes. Não me conformo ver essas coisas, dezenas de acidentes aos finais de semana causados por esses irresponsáveis, mas pior mesmo são os pais que colocam verdadeiras armar mortíferas nas mãos desses filhinhos engomados.
— Diz mesmo pai, tu gostou da mãe de Maíra? – retornou ao assunto.
— Só vi de longe… Pareceu bonita, mas é muito novinha…
— E tu não queria conhecer ela?
— Não gosto quando você me sai com essas…. – sorri lembrando de outras pretendentes escolhidas por Ana Clara – Lembra da mãe da Teresa?
Ana Clara sorriu e colocou os pés no banco, abraçou os joelhos.
— Essa é diferente… – coçou a bochecha da bunda – Tu vai gostar dela…
No portão do clube o velho Moacir acenou e abriu a cancela, não pediu a carteira, sabia que não estava atrasado.
— Pai, espera… – abriu a porta e correu para o velho Moacir, conversou alguma coisa e voltou – Vamos…
Olhei estranhando, não era costume ela conversar com o velho porteiro. Não falei nada, sabia que não ia mesmo adiantar perguntar.
* * * * * *
Ainda era cedo demais, poucos sócios perambulavam desfilando com roupas de banho. Sempre gostei se chegar cedo, aproveitava a calma do início da manhã e, às vezes, me aventurava em um bom período de sauna. A mesa onde sempre ficava estava já arrumada, duas cadeiras de sol e o jornal do dia embaixo do isopor de gelo.
— Bom dia doutor! – Juvenal, o costumeiro garçom deu um sorriso – Seu gelo já está na mesa, posso buscar o uísque?
— E aí Juva? – apertei a mão estendida – A sauna ta ligada?
— Está sim… O senhor vai pegar um vaporzinho hoje?
Acompanhei meu amigo até o bar, Marita acenou sem desgrudar a atenção dos salgadinhos frigindo no óleo quente. Ana Clara já esperava sentada debaixo do guarda-sol como se o sol lhe fosse problema.
— Já sei! – sorriu ao ver Juvenal passando para a sauna – Vai se trancar no calor…
— É bom para desopilar… – sentei e me servi da primeira dose do dia – Ajuda a combater os radicais livres e expulsa as toxinas do corpo…
Era sempre a resposta, tomei um gole e abri o jornal espiando as manchetes.
— Vou contigo hoje… – afastou meu braço e sentou em meu colo – Tava mesmo querendo bater um papo contigo…
— E porque não bate agora?
— Lá é melhor, só fica a gente e…
Desviou a atenção, olhou para uma negrinha que acenava.
— Me espera pai… – levantou – Não vai sem mim, viu?
Andou ligeira em direção de Joselina, uma coleguinha de muito tempo, fiquei olhando comparando o tempo que passou, não era mais a menina dos tempos de outrora, começava ganhar curvas de menina moça.

* * * * * *

— Tu fica assim por quê?
Era um sábado, dia 11 de julho de 1997, estávamos passando o final de semana na chácara de amigos. Margareth deitada na esteira de vime se tostava no sol na margem do pequeno córrego enquanto eu e Ana Clara conversávamos um pouco afastados.
— Assim como?
— Assim, de pau duro…
Franzi o cenho e olhei preocupado para o grupo tostando ao sol. Além de Margareth também Da Luz aproveitava o sol.
— Deixa de saliência menina… – ralhei brincando.
— É a Da Luz, não é? – esticou o pescoço para ver a colega da mãe – Ela tem um bumbum legal, né mesmo?
— O seu é mais bonito… – coloquei a mão e fiz carinho – Esse é meu, fui eu quem fez…
Ana Clara riu e arrebitou o corpo.
— Sou toda tua… – abriu as pernas, minha mão caiu no vazio – Sempre fui tua…
— Ta ficando parrudinha… – brinquei e belisquei a xoxota encoberta pelo biquíni – Daqui um tempo vai chover de gavião…
— Tu viu o peito dela? – virou, ficou deitada dentro da água transparente – É mais bonito que o da mamãe…
Olhei para ela e sorri, vivia jogando mulheres para mim e se deliciava quando me via interessado em alguma.
— Se tua mãe pelo menos sonhasse ia dar o maior rolo… – virei para ver Margareth que, como sempre, fazia de conta que eu não estava lá.
— Ela não vai saber e se souber o que é que tem? – sentou e ficou com as pernas cruzadas – Quem manda casar com um gato?
Foi minha vez de sorrir, gostava de verdade de ficar conversando bandalheiras com Ana Clara e ela preferia a mim que qualquer outra companhia.
— Ta na hora de sair… – também sentei, era quase uma da tarde e o som do ronco do estômago dizia da fome – Vamos comer alguma coisa?
Ana Clara levantou e arrumou a beirada do biquíni, tirou de dentro da regada.
— Me leva no ombro?
Esperei que ela subisse, saímos. Não falamos nada com Margareth.

* * * * * *

Mas ele já tinha trazido e colocou na bancada de mármore do lavatório, olhou para ela e ela entendeu que ele queria falar sem que o pai ouvisse.
— Vão ficar muito tempo? – perguntou servindo outra dose – A placa ta de ocupada… – saiu e fechou a porta.
Ana Clara esperou um instante antes de sai.
— Espera pai, não entra sem mim…
Tomei um gole generoso sentindo a garganta arder enquanto esperava que Ana Clara voltasse.
— Tenho uma surpresa pra ti… – voltou para a ducha.
— Pelada filha?
Ana Clara me olhou sorrindo, tinha tirado o biquíni, estava nua.
— E tu também não vai ficar pelado? – sorriu e tirou o copo de minha mão – Que é que tem? Tu é meu pai!
Deu uma rebolada e entrou na sauna, ainda fiquei um instante terminando a dose antes de também entrar e fechar a porta. Ana Clara estava deitada na bancada superior, estiquei a toalha úmida na parte inferior e também deitei e ficamos calados aproveitando o vapor com forte odor de eucalipto agir em nossos corpos, aos poucos acostumei com o bafo quente e minha respiração voltou a ficar normal.
— Como está o colégio? – falei tentando quebrar o silêncio pesado.
— Ta bom.. – respondeu, a voz abafada – To quase passada… – ouvi farfalhar – Queria te mostrar uma coisa…
Levantei o pescoço, ela tinha sentado e cruzado as pernas.
— Minha xoxota já tem cabelo… – olhava para entre as pernas – Olha…
Estiquei o pescoço, ela abriu as pernas e passou a mão na bucetinha começando ganhar os primeiros pelo negros.
— Já está mocinha… – sorri e tornei repousar a cabeça nos braços cruzados.
Ana Clara olhava para entre as pernas e, de brincadeira, abriu a xoxota e passou o dedo. Sentiu um arrepio correndo na espinha, pulou da bancada e ficou em pé em minha frente.
— Tu me acha bonita?
Tornei levantar a cabeça e olhei para ela.
— Você é linda…
Ela sorriu e passou a mão nas ancas já tomando curvas de mulher, olhei os movimentos cadenciados e o percurso da mão até o pequeno peito apontando onde antes só um botão rosado.
— Meu peitinho ta duro… – forçou o dedo, fez cara de dor – Tem um caroço aqui…
Não sei porque fiquei ligado, talvez preocupado com o que ela falou. Sentei e olhei, ela olhava o bico do peito intumescido.
— Não é nada filha, é assim mesmo… Quando começa crescer fica dolorido, também fica nos meninos…
— Pega pai… – se aproximou – Olha…
Passei o dedo e ela suspirou talvez sentindo dolorido ou pelo carinho. O certo é que o corpo ficou coberto de pequenos pontos, os cabelinhos da cor de ouro ficaram em pé e sorri.
— Gosto quando tu faz carinho ne mim… – olhou o braço e os cabelinhos em pé – Dá uma coisa gostosa, fico toda arrepiada…
Sorri e tirei a mão, Ana Clara deitou de bruços em cima da toalha e olhei para seu corpo de menina moça, as ancas já tomando forma de mulheres e a bunda arrebitada já dizia do corpo que logo se transformaria. Fechei os olhos e respirei forte o vapor de eucalipto que enchia o cubículo.
— Pedi pra mamãe deixar eu morar contigo… – falou sem olhar para mim – Tu deixa?
— E você vai deixar sua mãe só?
— Ela não liga mesmo pra mim… Só quando quer brigar… – levantou a cabeça e apoiou na mão espalmada – Se tu deixar eu…
— Não filha… – sentei – É melhor você ficar com ela, passa o final de semana comigo…
— Queria morar contigo…
— Passo o dia todo fora de casa, você sabe…
— Tem nada não, mamãe também só chega de noite…
— E seus amiguinhos, o Juquinha, a Margô… – lembrei dos dais mais ligados.
Ana Clara não respondeu, ficou me olhando séria como se procurando uma resposta plausível para deixar a mãe.
— Você passa as férias comigo e a gente apronta, está bem?
— Tu não quer que eu more contigo… – uma quase pergunta – Ta bom…
— Não é isso Ana Clara, você é menina e sua mãe sabe cuidar mais do que eu…
— Sabe nada! Tu sempre cuidou de mim… – tornou baixar a cabeça e virou para a parede.
Olhei para ela, queria de verdade que fosse morar comigo, mas não tinha ainda colocado a vida em ordem e o apartamento mais parecia um pardieiro e não tinha tempo para dar atenção que merecia mesmo tendo certeza que Margareth também não tinha, nunca teve.
— Vou conversar com ela… – quebrei o silencio pesado – Vamos fazer o seguinte… – toquei no pé e ela tirou rápido como se tivesse levado um choque – Vou dar um jeito no apartamento e você passa uns tempos comigo e outro com sua mãe.
Não era bem o que ela queria, mas já um avanço.

* * * * * *

— Deixa eu sentar no teu colo?
Olhei para ela, era o dia do décimo aniversário, a casa cheia de amiguinhos barulhentos que tirava a pouca paciência de Margareth.
— Porque não está bagunçando com a patota?
— Queria ficar um pouco contigo…
Parecia triste, não tinha o sorriso de sempre iluminando o rosto.
— O que você tem minha filha… – segurei sua mão, estava fria – Você não é assim…
Olhou para mim e sentou em meu colo escanchada de frente pra mim, estava em um canto um pouco afastado do barulho, a garota saracoteava rindo aos gritos na boate improvisada na sala e Margareth conversava animada com algumas amigas.
— Tu vai mesmo te separar? – falou baixinho, quase um sussurro.
Respirei fundo, era inevitável que um dia isso acontecesse, a união de duas pessoas tão díspares não tinha mesmo futuro e nem eu e nem Margareth estávamos conseguindo manter a encenação que já se prolongava por quase dez anos, quando nos casamos Ana Clara tinha dois meses de vida.
— Ela ta conversando com aquela amiga dela… – olhou para trás, nunca gostou de Yolanda a melhor amiga e confidente da mãe – Disse que tu já comprou um apartamento…
— Ia conversar com você amanhã…. – suspirei – Não dá mais filha, nunca deu e não fosse você há muito já teria pulado fora.
— Vou contigo… – me abraçou forte – Não quero ficar aqui…
Ana Clara e Maíra
Nenhum processo de separação por mais amigável que seja, sempre deixa dor e ressentimento. Minha separação não poderia ser diferente e mesmo representando um conformismo inexistente Ana Clara não era boba para não saber o que se passava por detrás daquela máscara, sabia e sentia o que eu sentia.
domingo, 22 de setembro de 1999
— Não gosto de te ver assim…
Estava absorto em meus pensamentos e aquele domingo estava sendo mais difícil que todos os outros, era dia 14 de setembro de 1997, uma semana antes de completar dez anos.
— Assim como garotinha… – tentei sorrir.
Ana Clara estava parada na porta do quarto, Margareth tinha saído para ir na casa de uma amiga e eu senti que não tinha mais volta, que eu estava riscado de uma vez por todas de sua vida.
— Tu não pode ficar assim… – suspirou e entrou no quarto – É isso o que ela quer, tu não pode deixar ela ver que tu ta sofrendo.
Desde muito nova Ana Clara sempre teve uma amadurecimento estranhamente adulto e já tinha me acostumado com seus conselhos. Sorri e sentei na cama.
— Quem vê você falando não imagina ter apenas nove anos – estendo o braço, ela pegou em minha mão – Não estou assim por causa de tua mãe, isso é coisa que ninguém consegue evitar…
— Tu nunca vai me perder… – sorriu e sentou na beirada da cama – Tenho que cuidar de ti, se não for eu quem vai ser?
Rimos e lhe puxei para meu colo.
— Sei disso meu Anjo de luz… – nos abraçamos e ficamos calados por algum tempo – Nunca, mas nunca mesmo vou te perder…
Não se por quanto tempo ficamos assim até que ela se afastou e olhou dentro de meus olhos.
— Se tu quiser… – parou e respirou fundo, não completou a frase, apenas ficou me olhando.
— Eu quero…
Não sei por que disse aquilo, talvez alguma coisa ou alguma imagem criada do âmago de meus sofrimentos pela dor da perda e ela sorriu um sorriso de mulher.
— Olha pai… Tu és tudo o que tenho de importante e nunca vou querer te ver triste…
Vi o rosto aproximar, os olhos fecharem e a boca abrir, vi os dentes alvos e senti o aroma do hálito, fiquei como se hipnotizado com a boca sensual e sem que fizesse nada para impedir aceitei o beijo como jamais tinha aceitado. Nos beijamos apaixonados..
.
* * * * * *

— Pai… – senti a mão carinhosa tocando minhas costas suadas – Pai… Tem uma visita pra ti…
Abri os olhos fugindo daqueles pensamentos, Ana Clara estava parada do meu lado enrolada na toalha branca da sauna. Pisquei tentando espantar a nuvem que tapava minha visão.
— Tem uma garota que quer fazer sauna com a gente…
— Você demorou, entrei logo…
Ela riu e se abaixou e beijou meus olhos, saiu e voltou puxando a mão de Maíra.
— Oi tio! – sorriu e correu para mim – Posso fazer sauna com vocês?
Sentei, a toalha abriu e ela arregalou os olhos, Ana Clara sorriu e eu puxei a toalha para cobrir e tampar a visão de meu pau meio duro pelos pensamentos que tinha tido. Maíra olhou para mim e depois para Ana Clara.
— A gente faz sauna assim mesmo… – Ana Clara abriu a toalha e sentou na bancada em minha frente – Se tu quiser pode também tirar…
Maíra tornou olhar para mim, estava entre séria e espantada. Depois olhou para Ana Clara.
— Tu não tem vergonha dele?
— Vergonha de que? – minha filha estava se divertindo com o espanto da coleguinha – Todo mundo faz sauna assim… Né pai?
Olhei para ela e balancei a cabeça.
— Não filha… Algumas pessoas fazem com roupa de banho… – olhei para a garota – Eu prefiro ficar nu, mas ela não deve se sentir a vontade… Desculpa, não sabia que a doidinha de minha filha ia trazer alguém.
Maíra continuava parada, os braços caídos talvez sem saber se ia ter coragem de tirar a roupa, olhou para Ana Clara já deitada de bruços e novamente para mim, sentado também sem saber como agir.
— Deixa de ser besta menina… – Ana Clara sorriu – Tem nada ficar pelada, ele não vai te atacar…
A garota sorriu e tirou a calcinha antes mesmo da parte de cima, olhava para mim, não tinha mais no semblante aquele espanto inicial.
— Desabotoa aqui Ana Clara… – ficou de costas para minha filha e Ana Clara abriu o fecho do biquíni.
Olhei para as duas, para Ana Clara quer tinha no rosto aquele sorriso moleque e para Maíra, parada ainda segurando o corpinho do biquíni como se com vergonha de descobrir os pequenos biquinhos ainda sem peitos. Tinha corpo de criança e a xoxotinha carequinha. Respirei e deitei, não desatei a toalha com medo de que a garota pensasse outras coisas se visse que meu pau estava quase duro.
— Deita aqui… – ouvi Ana Clara falar.
Fechei os olhos e fiquei respirando o vapor quente sentindo desobstruir meus brônquios, tentava não pensar no corpo de Maíra e nem no de Ana Clara. Apenas fiquei parado, uma perna levantada para esconder a ereção.
— Tu não vai tirar a toalha tio? – Maíra estranhou ver que Ana Clara estava nua como ela e que eu continuava envolto na toalha – Tu ta com vergonha da gente?
Olhei para ela e sorri.
— É melhor eu ficar assim – respondo olhando direto para minha filha.
Ana Clara sabia o motivo…

* * * * * *

— Porque tu fica assim?
— Assim como? – respondi sabendo o motivo da pergunta.
Ana Clara levantou de meu colo e olhou para meu pau duro dentro do calção de banho.
— Assim… – sorriu um sorriso faceiro – De pau duro, ta com vontade de fazer xixi?
Sorri e ajeitei dentro do calção para que não ficasse o volume muito grande. Estávamos passando o final de semana na chácara de um amigo.
— E como eu deveria ficar com uma deusa sentada em meu colo… – brinquei com ela – Sou humano, lembra?
Era perto das onze horas e ela teimou em tomar banho na piscina vestindo apenas uma calcinha branca que, depois de molhada, não escondia nada.
— Tu me acha bonita pai? – olhava admirada para o volume – E sou gostosa?
Colocou as mãos na cintura e rodopiou como se em uma passarela. Olhei para ela, para as curvas já acentuadas, para os pequenos peitinhos rijos e para entre suas pernas.
— Não é só bonita… É linda, minha modelo de paixão… – sorri.
— Sou toda tua… – parou e continuou olhando para meu colo – Isso daqui também é teu…
Abaixou a calcinha e abriu as pernas, suspirei profundo.
— Te veste menina… – joguei a toalha em seu rosto – Deixa de ser maluca, vista o biquíni.
— Só ta a gente aqui… – tirou a calcinha e caminhou requebrando a cintura – Eu e meu paizinho do coração… – tornou sentar em meu colo de frente para mim – Tu não quer pegar nela?
Segurou minha mão e puxou para entre suas pernas, tirei a mão.
— Deixa de ser saliente Ana Clara… – tentei tira-la de meu colo – Isso não é coisa de brincar…
Ela riu e correu para a piscina, mergulhou e nadou como uma deusa amazona.

* * * * * *

Não ouvi as duas cochicharem e nem o olhar assustado de Maíra, estava pego em meus pensamentos e desligado do momento.
Levei um susto quando senti o toque, abri os olhos espantado, era Ana Clara.
— Que é isso menina? – puxei a mão dela – Deixa de ser saliente… – ouvi os risinhos marotos de Maíra – Tua colega…
— Tira tio, tira a toalha… – Maíra estava sentada com as pernas cruzadas – Vai ficar todo mundo pelado…
Ana Clara soltou meu pau e puxou a toalha, o cacete pulou livre. Olhei para minha filha e para a garota que sorria divertida com minha aperreação, tentei cobriu novamente.
— Fica assim pai… – Ana Clara segurou minha mão – Ela não liga, né Maíra?
— Tu ta com vergonha… – Maíra se ajeitou e eu vi a abertura da bucetinha infantil – Pode ficar assim que eu não ligo…
Olhei para ela e para Ana Clara e deixei que minha filha ajeitasse a toalha, mas não permiti que voltasse a pegar em meu pau.
Tentei desviar a atenção e fugir daquele clima de tesão, não era a primeira vez que Ana Clara brincava daquele jeito, mas nunca na frente de ninguém e ter a garota ali era diferente, parecia que havia desejos verdadeiros que eu tentava fazer de contas que não existiam.

Maíra, a pimentinha

Ficamos na sauna por quase uma hora, tempo demais, mas nada demais aconteceu além daquele incidente da toalha.
Tomamos uma ducha gelada para o choque térmico e saímos sentindo o frescor do eucalipto ainda agindo em nossos corpos.
domingo, 22 de agosto de 1999
— Tia Luana não gosta de sauna… – Ana Clara segurou minha mão entrelaçando nossos dedos – Tu gostou?
Maíra tinha voltado a ser aquela menina apimentada que eu tinha conhecido no recreio do Santa Dorotéia.
— É bom… A gente sua pra burro, mas é gostoso depois… – passou a mão por minha cintura e ficou calada – Tu é muito bonito tio…
Olhei para ela e afaguei seus cabelos.
— Não fica animada que ele já tem dono… – Ana Clara brincou – Só dou ele pra tia Luana…
Olhei para ela franzindo o cenho, ela estava me arrumando outra namorada como sempre fez.
— Não conheço ela filha, não fica com essa brincadeira que ela pode não gostar…
Tínhamos parado debaixo da mangueira, o clube já estava apinhado de gente barulhenta e de crianças correndo ensandecidas aos gritos.
— Ela te achou um gato tio… – Maíra interveio – Eu ia gostar de tu namorasse com ela…
— Pronto! Agora são duas capetinhas me atazanando os miolos… – sorri e sentei no banco de madeira pintado de branco – Como se não bastasse essa pestinha aqui…
Puxei a mão de Ana Clara que sentou em meu colo. Nossos corpos frescos e o vento ameno soprando dava uma sensação gostosa.
— Ela quer te conhecer pai… – Ana Clara levantou e puxou minha mão, Maíra olhou para o lugar onde estava a mãe – Vamos pai, ela quer te conhecer…
Caminhei resignado, a primeira impressão que tive de Luana era de uma garota, nunca de uma mulher com uma filha como Maíra, parecia mais irmã que mãe. Ela nos viu aproximar e sorriu.
— Esse é o tio Augusto mãe… – Maíra parou ao lado da mãe – Ele te achou bonita…
Olhei para a garota espantado, Luana sorriu e estendeu a mão.
— Não ligue para ela… – senti um aperto macio da mão delicada – Ela adora ver o aperreio das pessoas… – puxei a mão e dei um beijo na testa de Luana – Prazer, sou Luana…
Fiquei segurando sua mão, havia uma massa de expectativa cobrindo as garotas que pareciam nem respirar.
— Oi Luana, sou Augusto… – olhei para Ana Clara, ela sorria – Pai dessa capetinha aqui…
— Sei disso… – olhou para nossas mãos ainda coladas – E eu mãe dessa pimentinha… Ela aprontou alguma?
— Não… – soltei a mão e sentei, ela também sentou – Porque você não quis fazer sauna também?
Maíra sentou no colo da mãe e deu um risinho maroto, Ana Clara ficou em pé atrás de mim com as mãos pousadas em meu ombro.
— Se ela tivesse ido tu ia ficar com mais vergonha ainda… – Maíra piscou para Ana Clara.
Luana olhou para mim sem entender e eu comecei suar preocupado.
— Faço sauna nu… – falei envergonhado – E essa pimentinha me viu…
Luana balançou a cabeça e deu um beliscão na filha.
— Você deveria ter avisado que ia entrar filha… – olhou para mim – Desculpa Augusto, se eu soubesse…
— Teve nada não tia… – a mão de Ana Clara massageava meus ombros – Só que o pai ficou morto de vergonha…
Conversamos animados e bebemos enquanto as duas correram para a piscina. Luana contou sua história e que tinha gostado muito da cidade, motivo de não ter voltado para Uruguaiana.
— Maíra também contribuiu… – tomou um gole de uísque – Fez logo amizade, é muito expansiva… – olhou para mim – Tu já deves ter notado…
— E como! – respondi também bebendo – Conheci a pimentinha no Santa Dorotéia…
— Ela me contou… – olhou para a piscina, Ana Clara e Maíra brincavam com Joselina e outras amigas – Passou a semana inteira falando de ti… Tu deixou ela impressionada…
Balancei a cabeça imaginando que deveria ser mais um dos planos mirabolantes de Ana Clara.
— Gostei dela também… – acenei para Ana Clara – E você é pediatra?
— Sou… Estou trabalhando no Hospital Infantil, mas sonho em montar uma clínica aqui… – olhava para a piscina – Tu és cardiologista, não és?
Notei que ela estava doida para dar uns mergulhos.
— Vamos dar uma nadada? – levantei e chamei Juvenal – Juva, o que tem de bom no restaurante hoje?
— Tem cabrito grelhado… – sabia que adoro esse prato – Novinho, uma delícia…
— Não vamos almoçar aqui Augusto… – estranhou que eu não soubesse – Tem um banquete lá em casa… Ana Clara falou que…
Dei uma gargalhada, ela parou sem entender. Despachei Juvenal e tive certeza de que minha capeta tinha agido novamente.
— Vamos nadar… – peguei sua mão e caminhamos para a piscina.
Maíra foi quem primeiro nos viu e mostrou para Ana Clara, as duas acenaram e saíram da piscina e correram para nos encontrar. Ana Clara me deu um beijo na bochecha e Maíra segurou a mão da mãe.
— Quer dizer que as duas arranjaram até almoço… – dei um aperto forte na mão de Ana Clara, ela deu um gritinho.
— Tu vai mesmo tio? – Maíra me abraçou, ficamos parados e olhei para Luana.
— E vou estragar o banquete? – sorri, Luana também sorriu.
Corremos os quatro e nos jogamos, de mãos dadas, na piscina.
— E aí pai?… – Ana Clara me puxou para um lado, pouco distante das duas – Que tal, gostou?
Senti estranho, apesar das outras vezes, sempre me sentia estranho quando ela resolvia atacar de cupido.

* * * * * *

— Ela ta a fim de ti… – cochichou em meu ouvido – Olha… Ela só olha pra ti sorrindo, vai lá pai…
Me empurrou com carinho, mas não fui, virei para ela e ela viu que eu estava sério apesar de já ter quase certeza de que Lúcia estava mesmo a fim de mim.
— Deixa de ser mole pai… – ela riu e mergulhou nas águas revoltas.
A chuva parecia não para nunca, os pingos chegavam doer quando explodiam no corpo. Apenas Eu, Ana Clara, Lúcia e Ana Amélia continuavam no banhando, todos os outros correram para as barracas.
Era sábado e desde o dia anterior estávamos acampados com amigos na Praia da Mangueira. Nossa barraca era a menor estilo canadense enquanto a maioria mais pareciam bangalôs com quartos e varanda protegida, um toldo branco servia de copa onde três mesas de armar juntadas formavam uma bancada onde comíamos e, quando não tinha pra fazer, jogávamos baralhou ou dominó.
— Como é, gostou da turma? – Lúcia aproximou, braços cruzados diziam que sentia frio – Ana Amélia gostou muito de ti…
Ficamos parados, as gotas explodiam no mar revolto e Ana Clara brincava de pegar jacaré com Ana Amélia.
— Fazia um tempão que eu não acampava…
Uma marola mais forte jogou Lúcia em minha direção e sem querer nos abraçamos para não cairmos. Apertei instintivamente contra mim e ela se deixou abraçar.
— Desculpa… – falou depois de alguns instantes.
— Foi o mar… – respondo sem solta-la.
Ela se aninhou em meus braços e também me abraçou, ficamos calados e eu tive quase certeza de que aquela marola poderia ter sido um pedido de minha filha. Senti suas mãos carinhosas fazendo carícia em minhas costas, olhei para seu rosto, estava de olhos fechados e aproximei minha boca e beijei sua boca.
De noite Ana Clara me empurrou para sua barraca.
— Vai lá pai… – sussurrou em meu ouvido – Ela ta a fim de ti…
Olhei para ela e sorri, achava estranho o interesse em me jogar nos braços de mulheres que escolhia para mim, mas Lúcia não era de se jogar fora e resolvi ver no que dava.
— Oi! – meti a cabeça na abertura estreita da porta – Posso entrar?
— Olá gato! – ela sorriu, estava assistindo um programa de televisão no pequeno aparelho portátil – Entra…
Não sei por que meus sentidos me deixavam alerta. Entrei e sentei em um banquinho, falamos amenidades sobre coisas do dia, sua barraca de dois quartos era uma das maiores e pelo que continha bem dava pra ver que era assídua acampadora.
— Bonita a tua barraca… – falei – Parece que você trás de tudo um pouco…
Ela sorriu e levantou, olhei seus movimentos cadenciados, usava um camisão que lhe cobria parte das pernas.
— Gosto de conforto… – abriu a caixa térmica e tirou uma garrafa azul escuro – Aprendi com meu ex… – abriu e serviu em dois copos de plástico rijos – Vamos brindar…
Me entregou um e tocamos os copos, olhou para aporta, estava escuro, todos já pareciam estarem recolhidos depois do dia cansativo.
— Ana já está dormindo? – perguntei olhando para o pequeno quarto com porta fechada.
— Não… – olhou para mim sorrindo, virou e fechou o zíper da porta – Deve estar chegando…
Sempre olhando para mim tirou a camisa, não usava nada por debaixo, as tetas flácidas caídas e a buceta com apenas um pequeno risco de cabelos. Não era de muitas palavras, ia direto ao assunto, ficou de joelhos em minha frente e desabotoou a braguilha de minha bermuda, meteu a mão e tirou meu pau.
— Sabia que era grande… – sorriu me olhando no rosto – Senti naquela hora…
Abaixou a cabeça e engoliu, a boca morna e experiente fazia carinho em meu pau e chupou como uma verdadeira rameira, as mãos ora acariciavam meu peito, ora mexia em meu pau. Ficou naquele joguinho me levando na loucura, vez por outra espiava para a porta como se esperando algo, mas o que eu estava sentindo não deixava prestar muita atenção até que ouvimos o som do zíper sendo aberto, Ana Amélia entrou e sorriu ao ver a mãe me chupando.
— E aí tio? – tornou fechar a porta e virou para mim – Tu vai dormir com a gente?
Lúcia parou e olhou para a filha.
— Vai filha… A gente não demora…
Ana Amélia sorriu e entrou em um dos quartos, Lúcia esperou um instante e puxou minha mão.
— Tira essa roupa…
Olhei para ela e para a porta do quarto semi-fechada, mas não impedi que tirasse minha bermuda e minha cueca.
— Que tal minha garota? – perguntou.
— É bonita… – não estranhei ter perguntado – É sua filha única?
— Não… Tenho também um filho que não quis vir dessa vez…
Puxou minha mão e me guiou para o outro quarto, um colchão tomava conta de todo o espaço. Entrei e ela deitou de pernas abertas, no rosto um sorriso de desejo, olhei para ela, uma bonita mulher, vi sua mão passeando no ventre até a buceta, o sorriso sempre presente no rosto. Fiquei ajoelhado entre suas pernas e lambi o grelinho e ela gemeu.
— Vem… – falou sussurrando – Entra…
Senti um toque de carinho em mina costa, era Ana, fiquei retesado sem saber como agir e ela entrou e deitou do lado da mãe, estava nua, não mais que uma criança, nem peito direito tinha, mas no rosto uma certeza de desejo. Parei e olhei para Lúcia, não estava entendendo nada.
— Não é gostosinha minha filha? – olhava para mim.
Pisquei nervoso, mas meu pau não amoleceu, amenina olhava dentro de meus olhos de uma maneira estranha. Lúcia colocou a mão em sua buceta careca e começou a movimentar o dedo, a garota parecia hipnotizada e sem desviar a atenção de meu pau ficou de quatro. Lúcia sentou e passou o dedo na abertura, a filha gemeu baixinho.
— Vem… – olhou para mim – Vai primeiro nela…
Um aperto estranho parecia doer dentro de mim, olhei para as duas, não acreditava que aquilo estava acontecendo.
— Vem tio… Come minha bundinha…
Arrebitou as ancas, Lúcia tirou o dedo da buceta e meteu no pequeno buraco, a garota gemeu e rebolou. Respirei, nunca antes havia sequer imaginado uma cena daquelas. O dedo de Lúcia entrava e saia e depois meteu mais outro e mais outro, três dedos no cu da filha que parecia estar adorando. Me aproximei, olhei para Lúcia e ela sorria.
— Ela é gostosa, não é?
Tirou os dedos e segurou meu pau, lambeu e deixou melado de saliva. Abriu as bandas da filha e esperou que eu encostasse.
— Mete tio, mete…
Na barraca um clima estranho, lá fora o barulho das ondas quebrando revoltas na areia branca. Encostei e Lúcia colocou no lugar, dei uma estocada e entrou sem dificuldade alguma, Ana gemeu e senti o calor do reto…

* * * * * *

Luana mora em uma casa confortável em um bairro afastado. Não é grande, dois quartos, mas a área de lazer é uma beleza: um muro branco e alto tapa a visão do imenso jardim florido na frente e no quintal uma mangueira centenária divide espaço com um cajueiro e uma pequena piscina de fibra azul.
— Foi presente de minha mãe… – parou vendo que eu estava impressionado – Quando falei que ia ficar ela veio aqui e, sem que eu soubesse, comprou essa casa…
As meninas já tinham entrado e eu fiquei admirando a casa.
— É muito bonita… – passei o braço em sua cintura – Com uma casa dessa não ia querer freqüentar o clube…
Ela riu e me levou para conhecer o resto, depois entramos, as garotas estavam no quarto.
— Só tem um inconveniente – falou quando entramos na imensa copas cozinha – Tem só dois quartos…
— É o suficiente para vocês… – sentei em um banco alto defronta da bancada de mármore negro que separa os dois ambientes.
— É… – abriu a geladeira e tirou uma garrafa de uísque – Gosto de tomar uísque gelado e sem gelo… – serviu duas doses – Maíra me falou quer você trabalha no Hospital do Estado… – tomou um gole, também bebi – Fiz uma entrevista lá, mas nunca me chamaram…
Ficamos bebendo e falando sobre nossas profissões.
— Posso banhar na piscina pai?
Ana Clara parou do meu lado, Maíra ainda estava no quarto.
— Você deve pedir para a doutora aqui… – brinquei.
Luana sorriu e falou que também ia dar uns mergulhos, Ana Clara voltou pro quarto de onde tornou sair conversando animada com Maíra.
— Cadê o biquíni filha? – Luana estranhou, a filha estava só de calcinha.
Maíra parou e rodopiou.
— O tio não liga, né tio?
Sorri para ela e ela andou sensual em minha direção, subiu em meu colo e me abraçou. Luana olhava espantada ao ver a filha tão intima de mim. Ana Clara sorriu e abraçou Luana.
— Também gosto muito de ti tia… – deu um beijo na face de Luana antes de saírem correndo para o quintal.
— Tua filha é muito carinhosa… – falei depois que saíram.
Luana tomou outro gole.
— Ela gostou muito de ti… – puxou minha mão e fomos para o quintal – Não é dela ser tão expansiva assim… Nem com o pai agia dessa maneira.
As duas gritavam brincando, Ana Clara também tinha tirado a parte de cima do biquíni e pareciam se conhecer desde sempre.
— Tua filha também muito carinhosa e vai ficar uma mulher bonita… – sentamos no gramado olhando as garotas, Maíra saiu da piscina e correu sorrindo – Nunca vi essa pimentinha se sentir tão bem e a vontade…
A garota se jogou em cima da mãe e rolaram rindo pelo gramado parecendo duas crianças, Luana não aparenta os quase vinte e seis anos, mais parece uma mocinha delicada na flor da idade e nunca se imagina já ser mãe. Olhei deliciado para as duas e não pude deixar de ver que Maíra, apesar de ter apenas nove anos, tinha um corpo já despontando e a calcinha branca molhada não escondia a pequena xerequinha, tão pequena como era de imaginar.
— Não faz isso sua doidinha!
Luana gritou entre risos sem conseguir impedir que a filha tirasse a parte de cima do biquíni e que seus peitões, alvos e rijos, ficassem a mostra. Ana Clara olhava a colega brincando, no rosto um sorriso de satisfação como não via há muito tempo.
— Que é que tem mãe… – tirou as mãos da mãe que tapavam os biquinhos sem peitos, agora nus – Deixa de ser besta…
Luana me olhou envergonhada quando Maíra saiu de cima dela e correu para a piscina.
— Essa pimentinha está maluca… – pegou a peça de roupa para vestir.
— Deixa assim… – falei sorrindo – O que é belo é para se ver…
Ela franziu o cento e deixou os braços caírem, os peitões bem feito não pareciam de uma mãe, mais parecia de uma garota com no máximo dezesseis anos…

* * * * * *

Sei que o conto ficou um pouco grande, me desculpem, mas faz parte de um de meus ebooks de contos eróticos, ainda irei publicar as outras partes, caso deseje ter o ebook completo, me envie um email que terei o prazer de envia-lo. [email protected]

Avalie esse conto:
PéssimoRuimMédioBomExcelente
(Média: 4,57 de 49 votos)

Por #
Comente e avalie para incentivar o autor

28 Comentários

Talvez precise aguardar o comentario ser aprovado
Proibido numeros de celular, ofensas e textos repetitivos
  • Responder Kenny ID:1d5ecbc9vgax

    conto estranho da desgraça mano, ta contando uma coisa e do nada começa outra, sem pé nem cabeça

  • Responder Jabal ID:1daibi7xij

    Conto bom, estranhei que os olhos incrivelmente azuis da menina se transformam em pretos

  • Responder PELOTAS RS ID:w738xxij

    Otimo conto…
    Sou de PELOTAS RS.
    Gosto de tudo em questao de sexo.
    Sou super liberal e super discreto…
    Parabens…

  • Responder Eu leitor ID:1kxv7rhl

    Gostei muito bem escrito, bem elaborado,
    gostaria de ler a sequência tem uma linha ótima, primeira vez q faço um comentário, só o fiz por valer a pena .

  • Responder Anônimo ID:1euqxfm3t7ge

    nem se preocupe com o tamanho, não ta enfadonho, pelo contrário. Vou correndo ler a 2…. valeu

  • Responder Alquimista ID:19f66op2uc56

    Excelente conto.

  • Responder Ronaldo Mineirinho ID:yazsmrhl

    Excelente o conto, nos prende na leitura, nos deixa com tesão e pode continuar a ser longos porque é muito bem escrito parabéns

  • Responder Anônimo ID:ona32tzd9a

    Muito bom

  • Responder Ro ID:1d411xesxqf1

    Muito bom, de verdade. Super bem escrito, fugiu desses contos daqui que tem 20 linhas e a maioria é meteção. MT bom

  • Responder Anônimo ID:wc4039kh

    Conto muito bom

  • Responder Anônimo ID:gqb0taid1

    Chato

  • Responder Ed Porto ID:1cmq0jikptwx

    Tchê, muito bom o conto, tem umas partes que se descontraram, mas de verás, ótimo.

    E-mail: [email protected]

  • Responder NERO ID:1dfinzsl7v5u

    EXCELENTE, MUITO BEM ESCRITO.NOTA 10

  • Responder Anônimo ID:w73mjiqm

    adorei o conto bem escrito muito tesao continua

  • Responder aline ID:bf9un31k0j

    Queria um papai , sou uma filhinha de 16 anos

    • Autor - Leonardo Cruz ID:gp1f7thrb

      Me mande um email, podemos conversar. [email protected]

    • Anônimo ID:g3irnki44

      Quer ser minha filhinha?

    • Edilson ID:19p1k758m

      Delicia Line,email?é de onde?

    • Roger ID:xlori6v3

      Oi tem e-mail?

    • Iamsantinho ID:5x8209kyxi9

      Hummm… Safdinha!!!! Vamos conversar? [email protected]

  • Responder loirinha ID:gp1f7thrb

    Adorei o conto, me lembra minha família, sou enteada de um cara igual o do seu conto. Aprendi a diferença com ele aos 9 anos..

    • Ed Porto ID:1cmq0jikptwx

      Que bom que lembra com carinho, se quiser reviver as lembranças

      [email protected]

    • @pauleth ID:1drnccxx3bu2

      qual sua idade agora. vamos conversar telegram

  • Responder Anônimo ID:8kqvi94t0d

    Muito literário. Chato.

  • Responder adrian ID:8kqvita78k

    ????????

  • Responder Anônimo ID:81rd0j6s42

    Q coisa chata e massante aff

  • Responder taradoped ID:gp1f7thrb

    Cara que conto foda, me acabei na punheta lendo todinho, continua por favor

  • Responder insano ID:1daq8595t7mo

    longo mas excitante manda logo a continuaçao para nao quebrar o clima.